sábado, 8 de maio de 2010

Um apelo direto à população mineira

Pessoal, colegas de luta, quero fazer aqui uma proposta para ser discutida nos comandos locais, no comando geral da greve e/ou na assembléia estadual:

A situação em que chegamos é de um quase impasse entre um governo intrasigente, que tem dificuldade para lidar com os movimentos sociais e negociar com os trabalhadores, e um forte movimento grevista dos trabalhadores em educação de Minas - numa greve que já dura um mês e não deve recuar.

Da parte do governo, só existe um personagem que poderia bater o martelo e autorizar as negociações: Aécio Neves. Mas, ao que parece, ele saiu de cena antes da hora, jogando a batata quente pra cima do atual governador Anastasia, que é um técnico qualificado, um homem da máquina, sem grande alcance das consequências que um movimento desta natureza pode assumir.

Uma das dificuldades que Anastasia tem para lidar com essa realidade é a de que ele não pode fazer grandes concessões, mostrar-se sensível, sob pena de parecer melhor do que Aécio.

Da parte do nosso movimento, temos uma vantagem: somos milhares, estamos unidos em torno de um objetivo comum e a nossa realidade salarial é dramática a ponto de não podermos voltar atrás sob quaisquer pretextos, pois isso representaria não apenas uma derrota momentânea, mas uma derrota por muitos anos e a ampliação da crise existencial na qual estivemos mergulhados, enquanto profissionais. A greve nos libertou dessa crise moral que os oito anos de Aécio produziu nos trabalhadores da educação.

O governo conta com a mídia e com parte da Justiça para poder nos bombardear. Mas, tanto o governo quanto o nosso movimento grevista disputa o mais importante: o apoio da maioria da populaçao, que tem se manifestado amplamente favorável à nossa causa. Esse é um trunfo que nós ainda não estamos sabendo explorar adequadamente.

Por isso, está na hora de pensarmos em fazer um grande esforço para colocar 100 mil pessoas no Centro de Belo Horizonte e iniciar assim uma histórica campanha pela valorização da Educação pública e dos educadores em Minas. Uma espécie de campanha das Diretas-já, que terá muito mais força do que atos ousados realizados por algumas centenas de pessoas, por mais heróicos e louváveis que sejam este atos.

Uma mobilização que coloque 100 mil pessoas entre pais de alunos, estudantes e educadores terá um alcance que atravessará as fornteiras de Minas Gerais. Um movimento assim não pode ser escondido pela mídia nacional e terá imediata repercussão em Brasiília (no Congresso e no STF) e nos demais estados, criando um clima de necessária reflexão sobre a realidade da Educação pública - ensino básico - em Minas e no Brasil. É um absurdo que um estado como Minas Gerais, que paga R$ 2.000,00 de piso para um policial com ensino médio - nada contra que os policiais recebam até mais do que isso -, pague apenas R$ 550,00 de piso para um professor com curso superior.

Mas, mais do que isso. Um movimento desse porte colocará em debate os oito anos de governo Aécio Neves. Se a mídia insiste em dizer que o movimento é político, está na hora de mostrar que política é escolher prioridades. Isso seguramente vai provocar o ex-governador de Minas a se apresentar publicamente e tratar dessa questão, já que até agora ele vem se esquivando de assumir a responsabilidade pela dramática realidade dos educadores em Minas.

A maioria da sociedade pode adotar como critério a compreensão de que político que não investe seriamente em educação não merece ser eleito. Pois, a educação pública de qualidade é a base para a construção de uma sociedade menos desigual, de pessoas com formação crítica e humana. Não é o investimento prioritário em segurança e em obras faraônicas que vai legar um futuro melhor para as atuais e para as futuras gerações, mas, sim, o investimento na Educação, no ser humano.

Diante disso, não podemos perder a ofensiva que conquistamos com a greve; não podemos permitir que o governo se prepare para manipular e nos acuar, através de atos combinados de repressão, jurídicos, de pressão pela mídia, e de coerção isolada nas escolas. Antes que o governo se arme ainda mais devemos lançar um apelo direto à população mineira: para que todos venham à praça pública conosco, no Centro de BH, numa primeira mega manifestação de massa pela valorização dos educadores e da educação publica em Minas Gerais.

Se alcançarmos este obejtivo e o governo não se sensibilizar, um segundo ato poderá levar 500 mil pessoas e aí não haverá responsalidade fiscal que consiga empanar a irresponsabilidade social de um governo que não investe no ser humano que produz e reproduz a educação pública no nosso estado. Que façamos uma reflexão sobre esta proposta que, se aprovada, deve ser dirigida diretamente à população: Minas precisa e exige uma educação de qualidade para todos, com profissionais bem remunerados e mais investimentos no ensino público.

2 comentários:

  1. Caro companheiro,

    Precisamos é definir uma estratégia para que isso ocorra. Vamos pensar e discutir entre as pessoas que abraçaram o movimento, seria ideal uma reunião. Talvez não seja possível para a próxima assembleia, mas, quem sabe na próxima.

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  2. Importante refletir com a sociedade mineira,buscar seu apoio. Temos que pensar no fundo de greve com mais seriedade, já que haverá o corte de ponto.Além de uma marcha com os parentes dos grevistas e a socidade em geral ,devemos propor eventos sociais como campanha de doação de sangue, eventos culturais como teatro que exponha sobre a realidade da Educação pública em Minas, apresentação de videos sobre a greve e em seguida de filmes de diversos estilos; em várias praças públicas da grande BH

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