sábado, 1 de maio de 2010

Minas avançou, mas deixou os educadores para trás!


Neste 1º de maio, os trabalhadores em educação de Minas - e de resto, em todo o Brasil - nada têm a comemorar. Os dados a seguir mostram como Minas Gerais cresceu entre 2002 e 2010, durante os dois governos Aécio-Anastasia, mas o salário dos educadores ficou a ver navios, daqui das montanhas, bem longe do mar.

Três índices, pelo menos, podem nos ajudar a entender essa realidade dramática dos educadores de Minas. Nem vamos entrar no mérito do conc
eito de piso salarial e o chamado "piso remuneratório", que o governo criou como eufemismo para o nosso teto salarial, que em maio passará para R$ 935,00.

Observando a evolução dos índices da receita total de Minas, do salário mínimo, e dos reajustes salariais entre 2002 e 2010 para os trabalhadores da Educação, teremos uma visão nítida de como o governo implantou em Minas não um choque de gestão, mas um choque de achatamento salarial pra cima dos educadores mineiros.

Observem:

Em 2002, ainda no Govern
o Itamar, o salário mínimo era de 200,00, enquanto que o salário de um professor com curso superior, incluindo valor básico e penduricalhos, era de R$ 660,00, correspondendo portanto a 3,3 salários mínimos. Claro que já na época o salário dos educadores estava defasado, arrochado, pois Itamar deu reajustes apenas para a polícia, deixando as outras carreiras do estado de lado.

Em 2010, em termos nominais, o salário mínimo está em R$ 510,00, um aumento portanto de 155% em relação ao salário mínimo de 2002. Em compensação, o salário de u
m profesor com curso superior (ou de qualquer outra formação acadêmica) vai passar, em maio, para R$ 935,00, o tal teto remuneratório, que reúne o piso miserável mais os penduricalhos. Este valor significa 1,83 salários mínimos. Ou seja, menos que dois salários, quando em 2002 representava 3,3 salários mínimos.

Mas, é importante observar também o crescimento da receita em Minas, graças muito mais aos bons ventos
da economia nacional e mundial, que impulsionaram a exportação e a elevação de preços de produtos como o minério de ferro, favorecendo estados como Minas Gerais. Este crescimento da receita tem pouco a ver com o tal choque de gestão, e muito a ver com as políticas sociais do governo federal, com o aumento do salário mínimo e com o crescimento da massa de pessoas empregadas.

De 2002 a 2009, de acordo com Lindolfo Fernandes de Castro, presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (SINDIFISCO-MG), a receita total era R$ 17,59 bilhões, subindo para R$ 40,56 bilhões em 2009, o que representou um aumento de 130%. Se o citado salário de R$ 660,00 da época de Itamar tivesse sido reajustado por este índice de crescimento, o tal teto remuneratório estaria em R$ 1.518,00. Isso sem incluir o aumento da receita em 2010.

Mas, como destacou o presidente do Sindifisco (ver texto completo aqui), Aécio reduziu os investimentos na área social, enquanto ampliou os gastos em obras faraônicas. A participação da Educação na
receita corrente líquida (RCL), por exmeplo, caiu de 29,15% em 2002 para 14,82% em 2009.

É assim que Minas avança: deixando muitos para trás, especialmente os educadores e a Educação pública.




Um comentário:

  1. Agora sim Eulertemos que continuar com estas estratégias. Estamos começando a ser ouvidos e sendo respeitados, recuar nunca. Pena que caí e estou com 2 costelas quebradas, mas mesmo assim não me afastei. As estratégias devem seguir o inesperado pela oposição. Adorei. desculpe não estou conseguindo digitar direito.Abraços Eliane

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