sábado, 22 de maio de 2010

Comando avalia greve e discute estratégias de ação

Dia 25 tem nova assembléia para renovar as energias e a esperança da conquista de um salário mais justo.

Na manhã de hoje, dia 22, o comando estadual de greve esteve reunido para avaliar as realidades da greve em todas as regiões de Minas e discutir as linhas de ação para a próxima semana.

Antes de iniciar os informes, a coordenadora geral do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, fez um relato da reunião de negociação que manteve ontem, dia 21, com a secretária do Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, na Assembléia Legislativa de Minas.

Apesar de todo o discurso do governo de que não negocia mais com o sindicato, houve este encontro para discutir os termos do primeiro documento que a direção do Sind-UTE encaminhou para o governo. De acordo com a companheira Beatriz, praticamente todos os pontos acordados no mencionado documento foram aceitos, menos a questão salarial, que é a questão central da nossa greve e que continua emperrando as negociações.

A coordenadora do Sind-UTE insistiu em cobrar uma alteração do piso e das tabelas ainda para este ano. O governo insiste que os estudos para alteração no piso sejam para o ano de 2011. Uma nova reunião ficou marcada para a segunda-feira, dia 24.05, para ver se ocorre algum avanço nesta matéria.

Mas, como comentamos em outro texto, não basta que o governo concorde em discutir alterações para este ano. É preciso que ele apresente uma proposta concreta para ser discutada e votada em assembléia pela categoria. Jogar a negociação de propostas para após o fim da greve representará um risco enorme, pois os trabalhadores não terão como pressionar para recusar alguma proposta que não convenha aos educadores.

Os informes nas regiões de Minas

Em geral, a greve continua forte em praticamente todas as regiões de Minas. Em algumas, houve até crescimento da adesão. Em outras, alguns poucos casos de retorno ao trabalho, geralmente por falta de esclarecimento e de maior contato com os educadores em greve.

Um outro dado importante diz respeito ao comportamento dos diretores de escola que foram chamados pela secretária Vanessa Guimarães para cumprir um papel que não é deles.

Mas, o resultado desta investida do governo acabou tendo efeito contrário. Na maioria das cidades, inclusive em Vespasiano e São José da Lapa, os diretores se reuniram com os grevistas, passaram os informes, mas não manifestaram qualquer intenção de pressionar os trabalhadores em greve.

Com a execeção daquelas escolas onde o diretor não tem qualquer compromisso com a Educação e com os educadores, prevaleceu - como foi o caso das escolas de Vespasiano e São José - uma postura ética, de respeito ao direito de greve e até com manifestações de simpatia à causa dos educadores.

Vários informes no Comando deram conta de que a secretária da Educação foi questionada por vários diretores e diretoras e que ao final do evento teria sido até vaiada.

E o salário dos secretários de Aécio, quem sabe dizer quanto é?

Um dado que chamou atenção de alguns diretores foi a conversa reservada que o secretário adjunto da Educação, sr. Filocre teria tido com várias pessoas. De acordo com fontes deste blog, o sr. Filocre teria dito que o salário dele e o dos secretários era composto de vencimento mais subsídios que totalizavam uma remuneraação próxima do que ganha um juiz ou desembargador, ou seja, algo em torno de R$ 25.000,00. Não sabemos se isso é verdade e o espaço está aberto para que o sr. Filocre confirme ou desminta o que teria (ou não) dito para várias pessoas.

Aliás, pedimos aos senhores deputados seja da oposição ou da base do governo para darem um esclarecimento sobre esta informação.

Se confirmado que o salário + subsídios dos secretários e secretários adjuntos giram em torno de R$ 25.000,00 é o caso do sr. Aécio Neves ter que se explicar para a população de Minas. Como é que ele praticou uma política de arrocho salarial pra cima dos educadores de baixa renda, enquanto favoreceu a cúpula do seu governo?

A luta continua e na terça tem nova assembléia

Como vimos na semana que passou, o governo jogou pesado atacando em todas as frentes: na justiça, através da mídia, tentando jogar a comunidade contra a greve, ameaçando de demissões, ao mesmo tempo em que pousava de bonzinho, dizendo que não demitiria. De um lado sopra e de outro ameaça.

Mas, o tempo urge. E o governo está preocupado com o desgaste político-eleitoral que a greve pode provocar. Sobretudo para o ex-governador Aécio Neves, que tem a imagem blindada pela mídia desde que tomou posse há oito anos e ficou fora do cenário de Minas durante os últimos 44 dias da nossa histórica greve.

Os educadores, ao contrário, já demonstraram que estão dispostos a resistir o quanto for necessário até assegurar, além da não demissão e do não corte de ponto, algum ganho salarial substancial.

A assembléia do dia 18.05 aprovou uma estratégia de marcar em cima do governador Anastasia e do ex-governador Aécio Neves. Onde quer que eles apareçam, lá estarão dezenas de educadores com cartazes e faixas.

A possibilidade de uma campanha do quilo para garantir o sustento dos grevistas também foi discutida.

A greve dá o bom exemplo

Trabalhadores de muitas outras categorias estão parabenizando os educadores pela determinação e coragem de enfrentar a máquina montada pelo governo Aécio-Anastasia. Várias outras categorias foram vítimas do massacre que a mídia e a justiça, a serviço deste governo, praticaram contra os interesses da classe trabalhadora. A luta dos educadores em Minas tem sido uma fonte de inspiração para todos os trabalhadores do estado e do Brasil.

Viva a greve dos educadores de Minas. Até a nossa vitória!

Alguns links que falam sobre a nossa greve:

- COREU
- Ruda Ricci
- Blog da Cris
- Anderson: o matemático
- Matemática curiosa
- Platão
- Sind-UTE Floresta

6 comentários:

  1. Parabéns pelo blog, se puder coloca aí o desabafo de um diretor de escola até então angustiado , tentaram me amordaçar, porém tomei minha decisão. e Vamos até o fim com a ajuda de Deus.
    texto:
    Olá pessoal, estou indignado com esta atitude do governo, até ontem estava pensando em pedir exoneração de meu cargo comissionado de diretor, pois minha superintendência me aplicou 2 ocorrências infundadas uma por motivo alheio a controle meu e outra por achar que eu como diretor tinha que agir como no tempo da ditadura com meus colegas professores, assim após 16 anos de serviço prestado a educação de minas dos quais 10 em sala de aula e 6 como diretor de escola tenho minha carreira maculada por 2 ocorrências, é isto que dá ficar sábado trabalhando. Trabalhando porque os programas on-line que somos obrigados a usar(ex. simade), nunca funcionam bem durante a semana pois a net aqui da escola é aquela via satélite, que quem trabalha em escola conhece. aí depois de tanto trabalhar de graça fora do horário , fim de semana, esta é a recompensa. Dizem que não posso ser simpático à greve pois assinei um termo de compromisso onde eu tenho que ser submisso ao governador. Eu sei devo submissão a lei, a ética, a moral e aos bons costumes, ao bom senso e a dignidade do serviço público bem prestado à população que sirvo. Portanto eu assinei um termo de compromisso com o estado, porém este termo NÃO é vitalício, e poço pedir dispensa dele , como o farei se Deus assim me permitir, pois não errei conseguir dormir tranquilo caso tenha que fazer alguma coisa contra meus colegas professores, os momentos passam, os cargos passam, mas a amizade o companheirismo tem que prevalecer, ainda tem gente que diz:mas eles colocam outro em seu lugar e fará tudo que vc imagina ser cruel para com a classe. Pode até ser, mas eu não carregarei esta culpa comigo. Uma abraço a todos e 24/05 me libertarei. Sou professor!!!
    Colega se você esteja diretor de escola atualmente, e se você é um CRISTÃO, Cuidado com suas atitudes, acorda enquanto é tempo. Pois ser Cristão é ser Um outro CRISTO, como disse sabiamente Santo Agostinho.
    Lembra das passagens da bíblia? JESUS sempre estava do lado de quem? Pense bem.

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  2. Euler,
    Gostaria que vc comentasse sobre uma notícia que foi publicada hoje no jornal O Tempo Online, citando uma possível manifestação de uma comunidade de alunos do orkut, denominada "Greve Maldita", que estaria sendo planejada para bater de frente com a nossa assembléia do dia 25/05.

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  3. Euler:
    Teu blog se tornou referência entre os que procuram saber a verdade. É a voz dos educadores que ecoa nas páginas da web. Precisamos nos apropriar das tecnologias da informação e usá-las para construir e conquistar cidadania.
    É impressionante como consegues manter a todos informados apesar da velocidade com que as "coisas" acontecem.

    Estamos construindo a história. E me orgulho muito de estar participando dessa construção.
    Parabéns!
    Um grande abraço.

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  4. Oi Euler...entramos pra História sim! E vc caríssimo colega...muito caro... de muuuito valor, tem sido a porta, a janela, o espaço pelo qual possamos ver os fatos como eles realmente são. Através do seu BLOG temos acesso a realidade, pois o governo e seus aliados tentam criar uma fantasia para ludibriar o povo mineiro. Felizmente acredito que esse povo heróico tem já sofrido o suficiente pra cair nesse "laço". Está com a verdade: os professores que enfrentam de pertinho , bem no front as dificuldades desse mesmo povo que ELE, o governo, tenta enganar ou ESSA MÁQUINA de PRODUZIR MALDADES chamada GOVERNOAECIOANASTASIA??? Será se precisamos entrar em detalhes?

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  5. Vivo num pedaço de terra chamado Minas Gerais, onde a Lei Estadual supera a Lei Federal e não assegura direitos da constituição previstos em tempos de liberdade social, ferindo e distorcendo a total realidade da situação mineira ocorrida nestes poucos mais de 40 dias de greve dos educadores . É através do meu direito de cidadã ,que meu amor em dar aulas e ser educadora se inferioriza devido a um salário tão mísero que assim permanece o mesmo em meus "8 anos" de serviços prestados ao Estado. Ora bolas, ser um ente social com os mesmos direitos a uma qualidade de vida em que se come , se veste, se tem saúde, lazer, segurança embutidos em tributos e tributos, deixo um dado importante MG é o 2° maior Estado em arrecadação e 8° pior salário do Brasil . Vejo tanta força em um movimento que nada mais, nada menos esta requerendo uma parte do que lhe é devido, o direito a greve temos SIM , porque de outra forma não seríamos ouvidos, Greve é sim um mal necessário! Hipócritas e errôneos aqueles que escrevem sem saber da totalidade da educação mineira mal fadada e falida visando a quantidade e não qualidade e a tendência é piorar . Fico aqui com meus agradecimentos ao Euler por nos colocar frente aos acontecimentos do movimento com tanta clareza e precisão.

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  6. Caro Euler, venho acompanhando e participando das manifestações desde o dia 26/04. Realmente não podemos deixar que a máquina anastazista nos massacre. Caso isso ocorra, podemos ser tratados como os Judeus foram nos anos 1930 e 1940, não podemos permitir uma nova tentativa de "Solução Final"; somos trabalhadores honestos e merecemos respeito e dignidade. Abaixo segue um manifesto que escrevi:

    NOSSO MOVIMENTO É POLÍTICO SIM!

    Corre solto pelas bocas miúdas que nosso movimento é político. E por que não ser? Quando, em toda a história de lutas trabalhistas, neste país, não nos deparamos com a questão política? Se alguma vez, seja qual for a classe, houve conquistas, certamente foram nos momentos políticos que elas foram conquistadas! E por que nesses momentos? Simplesmente porque absolutamente nada, neste país, funciona em outra ocasião senão esta. Em tempos de política.
    Desde os idos do império que assim tem sido. Ora, se nossos políticos (politiqueiros) brincam de fazer política (politicagem) e só assumem posturas políticas em momentos oportunos, porque não nos apossarmos do momento para reivindicarmos o que nos é dado como direito?
    Mas precisamos deixar claro para nossos “representantes” que estamos de fato e de direito, fazendo política. E política séria, não a velha e ultrapassada política oligárquica de nossa Minas Gerais. O tempo dos coronéis já deveria ter sido superado, o Estado Novo e os Anos de Chumbo também. Mas ao que parece, o PSDB instaurou uma “neo-ditadura”, recheada de mentiras e alicerçada no poder repressivo e coercitivo; na manipulação da mídia e das camadas sociais que nos vêem como rebeldes.
    Não somos rebeldes, apenas trabalhadores, como todos os brasileiros e mineiros, que merecem o devido respeito e que exige uma postura séria e compromissada dos velhos e falaciosos discursos de palanque de nossos candidatos quando pleiteiam cargos públicos.
    Rodrigues Damas Pontes – Prof. de História
    E. E. Coronel João Ferreira/ E. E. Fernando Otávio - Pará de Minas – MG

    A LUTA CONTINUA! PROLETÁRIOS, UNI-VOS!

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