sexta-feira, 7 de maio de 2010

Eduardo Costa merece nosso respeito


O jornalista Eduardo Costa, da Rádio Itatiaia tem assumido uma postura independente em defesa dos educadores de Minas Gerais. É uma das poucas vozes da imprensa mineira a tomar tal postura. Ainda hoje, no quadro Conversa de Redação, que acontece por volta de 8h50, no jornal da Itatiaia, Eduardo Costa saiu em nossa defesa.

Enquanto Carlos Viana, que tem pinta de Mauricinho e é um não-declarado puxa-saco do governo Aécio-Anastasia tentava justificar o governo por não ter dado reajuste aos professores, Eduardo Costa rebateu cada ponto. Carlos Viana ainda tentou fazer média, daquela forma em que a emenda sai pior do que o soneto. Ele disse que até entende a realidade dos professores, de baixos salários, mas que a culpa não é só deste governo. Provavelmente a culpa é do Papa, pois é ele que manuseia o orçamento de Minas.

Ora, se tivesse algum compromisso ético com a verdade, o jornalista Carlos Viana deveria citar que nos últimos sete aonos e meio, graças aos bons ventos da economia mundial e nacional, Minas teve sua receita aumentada em mais de 130%. Por que os educadores não tiveram um aumento correspondente ou pelo menos próximo disso?

Mas, enquanto Carlos Viana vinha com aquele papo de que os educadores deveriam respeitar a decisaão da Justiça (que Justiça é essa?) que declarou a greve ilegal, afirmando que o desembargador estaria preocupado com as crianças, o jornalista Eduardo Costa rebateu tudo. Disse que achava um absurdo a nossa greve ser considerada ilegal. E que achava um absurdo maior alguém sobreviver com o salário de R$ 900 reais que o governo de Minas pagará aos educadores.

A única correção que eu faço ao jornalista Eduardo Costa é quando ele disse que nós somos 500 mil educadores e que um aumento de um mil reais para cada trabalhador criaria uma enorme despesa na folha. Na verdade nós somos 220 mil servidores, e não 500 mil, entre os quais dois terços são professores e um terço auxiliares de serviço e outras carreiras menos numerosas. O governo tem 25% do orçamento para aplicar em Educação - e este montante dá perfeitamente para pagar o piso que estamos reivindicando. Sem falar que, se não tiver caixa para pagar o piso - o que não é o caso de Minas - pode requerer auxílio do Governo Federal, pois a lei do piso prevê este repasse.

Mas, o que fica evidente é que não se trata de dineheiro em caixa, mas da vontade política do governo Aécio-Anastasia de valorizar a educação e os educadores, coisa que não aconteceu nos dois mandatos. Somos tratados com descaso absoluto. Tanto pelo governo, quanto pela mídia - e o próprio Eduardo Costa reconheceu isso -, como também pela Justiça (ou parte dela).

Nesse quadro, só nos resta continuar a luta, pois, como lembrou Eduardo Costa, voltar ao trabalho agora com este salário e sem qualquer conquista será muito pior para as crianças em termos de qualidade de ensino. Quem verdadeiramente está preocupado com as crianças e com uma Educação de qualidade defende um salário mais justo para os educadores como condição primordial.

Quem é a favor da educação pública e dos educadores apenas em palavras, tem sempre aquele discurso: "eu sei que os professores merecem ganhar mais, mas..." e nesse "mas" desfazem tudo o que tentam vender de imagem. Deveriam dizer logo: "educação pública no ensimo básico é coisa para pobre e pobre não merece coisa de qualidade". É assim que pensa a nossa elite escravocrata. É assim que pensam Aécio e Anastasia, acompanhado de alguns jornalistas e desembargadores.

Neste quadro, o jornalista Eduardo Costa merece o nosso respeito, pelo apoio que tem dado aos educadores. Continue assim, Eduardo, meu conterrâneo - Eduardo é natural de Inácia de Carvalho, que é um bairro de São José da Lapa ao tempo em que esta hospitaleira cidade era ainda distrito de Vespasiano -, pois, isso é motivo de orgulho para todos nós.

Um dia contaremos toda essa história para as gerações atuais e futuras. Todos saberão que o governo do neto de Tancredo demonstrou pouco respeito pelos educadores. E que a mídia se omitiu ou fez campanha contra. E que uma parte da Justiça se curvou aos poderosos. Mas, que algumas vozes isoladas nestes citados poderes não se calaram. E isso faz a diferença.

4 comentários:

  1. Olá Companheiros(as) devemos agora fortalecer nossas ações para garantir a continuidade da greve, além das ações jurídicas, devemos criar as respostas para os contínuos ataques da imprensa mineira (vendida), tanto dos meios televisivos quanto as do rádio , e da escrita.
    Outra frente que devemos responder é a esta associação de pais e alunos das escolas públicas.

    1 A greve é política sim, pois todo movimento ,manifestação tem teor político; se é partidária pode ser para alguns ,que tem toda a liberdade se filiarem a partidos políticos de diferentes correntes ideológicas , isto é democracia, mas isso não significa que todos que estão em greve são militantes partidários, pois o que está em jogo é a vida de todos os trabalhadores em educação do Estado de Minas Gerais , que precisam melhorar seus salários, que está miserável , melhorar sua qualidade de vida, por tanto, é essecial esta greve.
    2 Todas as lideranças no Sind UTE MG estão na ativa , são profissionais que tem vinculos empregatícios com a SEE,não são oportunistas políticos que vivem as custas do sindicalismo.
    3A greve é garantida pela Constituição, nossa greve está ilegal em favor de um parecer que antecipou ao julgamento feita por um tal desembargador que interpretou a greve de maneira equivocada,portanto passível de recurso pelo Sind UTE que a qualquer hora, poderá ser revertido para a legalidade a greve.
    4 Não somos arruaceiros, contra lei, estamos em uma democracia, temos certeza que nosso movimento grevista é legítimo.
    5-Essa associação de pais que devem ter seus interesses ligados ao Estado, deveriam antes de tudo exigir melhorias na qualidade do ensino para o Estado que ha muito tempo não vem investindo na melhoria destas questões.Deveriam exigir do Governo Federal um aumento do repasse PIB para a educação. Se querem colocar a Educação como serviço essencial deveriam pensar em garantir melhores condições de trabalho , melhores sálarios para os educadores. Exigir portanto dos Governos e não culpar os professores que estão em greve em busca de melhores condições de vida. A greve é ultimo recurso para uma tentativa de negociação com o Governo. Damos esta sugestão para esta associação de entrar no ministério público contra o Estado para que o Governo garanta os 200 dias letivos.A greve continuará por tempo inderteminado enquanto o governo não negociar com descência e ética.

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  2. finalmente encontro um blog que expõe, de forma clara, a situação calamitosa da educação em MG. passo a ser sua leitora diária.

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  3. Agora o Eduardo e diferente mesmo. Lembro-me que ele foi o único que um dia após a vitória da Dilma sem prontificou dignamente racionalmente .

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