O pacote de maldades está secando...
A caixinha de maldades do governo está acabando. Toda vez que o governo usa um instrumento coercitivo, ao invés do diálogo, mais a greve recebe adesões. A última, ou a mais recente medida da maldade foi anunciar pela TV Globo (MG TV) que vai cortar o ponto dos servidores em greve. Justamente no dia do pagamento, como que procurando lembrar aos servidores que, se continuarem a greve, mês que vem não tem salário.Mas, o problema não é tão simples assim para o lado do governo. Se por um lado os trabalhadores temem ficar sem a mixaria de salário que recebem mensalmente - e que mal dá para pagar as contas de rotina -, por outro, o governo precisa garantir 200 dias letivos para as crianças. É o que diz a Constituição Federal. Por isso terá que negociar se quiser garantir a reposição das aulas.
Mas, muito antes do final do mês, o governo terá que enfrentar um movimento em pleno crescimento e com ondas de radicalização, que poderá contrariar os planos políticos eleitorais de Aécio e Anastasia.
A partir de agora, o governo está sem instrumento de barganha, já que queimou todo o pacote de maldades. Primeiro, usou a imprensa para anunciar que deu reajuste e para esconder a greve da grande massa de pessoas. Foi derrotado nesta tarefa. Depois, tentou demitir servidores contratados, coisa que não se via aqui em Minas Gerais há muito tempo. Novamente foi derrotado, tanto pela adesão ainda maior dos servidores da Educação, quanto pela liminar de um ilustre desembargador do TJMG, que proibiu contratações de novos servidores e demissão dos grevistas. Nova derrota do governo. Em seguida o governo tenta uma jogada dupla, usando a tal federação de pais de alunos, que só aparece em períodos de greve, contra os professores, e conseguiu também a liminar de um maroto desembargador, que estranhamente declarou a greve ilegal. Nada disso adiantou: a greve continuou crescendo.
Finalmente, como última cartada, o governo anuncia que vai cortar o ponto dos trabalhadores em greve. Dessa possibilidade todos os grevistas já estavam cientes. Desde a primeira greve ocorrida no governo Aécio-Anastasia, o corte de ponto tem sido um dos instrumentos mais perversos contra assalariados que ganham mixaria e precisam de cada centavo para sobreviver com alguma dignidade. Mas, desta vez, nem este instrumento vai funcionar. Temos que impor uma nova derrota ao governo, mantendo a greve.
Tendo usado todas as armas de que dispõe o receituário neoliberal contra os movimentos sociais e nada disso adiantando, nada mais resta ao governo senão sentar-se à mesa com o sindicato e fazer concessões. Não adianta insistir com o discurso de que já deu o reajuste que podia dar, ou que já paga até mais do que o piso salarial. Estes argumentos não colaram e ninguém leva a sério este discurso.
O que toda a população vem percebendo é que o salário dos servidores da Educação é uma vergonha nacional; e que um estado poderoso como Minas Gerais, que assistiu a um crescimento da receita acima de 130% nos últimos sete anos e meio e que se dá ao luxo de construir obras como o Centro Administrativo, não pode usar o argumento de que não tem dinheiro para pagar um salário melhor para os educadores. Não dá para viver com um salário líquido de R$ 820,00 a partir de maio, já incluído o reajuste de 10% anunciado pelo governo.
Professores com curso médio ou superior, alguns com mestrado ou doutorado, auxiliares de serviço, especialistas, e demais trabalhadores da Educação, todos merecem mais respeito por parte do governo. E o mínimo que se pede é o pagamento do piso de R$ 1.312,00, que é lei federal, e que o governo não cumpre.
Por isso, a nossa greve precisa se fortalecer. E novas estratégias de mobilização precisam ser construídas durante a greve, para forçar a negociação com o governo. Ou ele abre um diálogo sério, disposto a apresentar propostas concretas, ou a greve pode assumir uma proporção que o governo pode se arrepender depois. Até porque, como dissemos acima, o pacote de maldades vai acabando. Chega de maldades: tá na hora de negociar, Aécio e Anastasia!
É isso aí, meu amigo. Não vamos desistir, a hora é agora e não devemos esperar por migalhas do governo. Vamos à luta sem hesitar!!!
ResponderExcluirEnfim se respira! Greve dos Trabalhadores em Educação do estado de Minas Gerais!Não podemos recuar. Continuaremos fechando os principais corredores da região centro-sul de BH até que a LEI do piso seja cumprida. Vamos seguir o exemplo dos movimentos indígenas e operários bolivianos, que bloqueiam as principais estradas da Bolívia. O piso é LEI!Cumpra, governador! Exijam, juízes e deputados! Lutem, trabalhadores! Solidarizem e pressionem, população! Informe e investigue, meios de comunicação!
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