segunda-feira, 17 de maio de 2010

Apesar de todas as ameaças, a greve pode continuar


Os trabalhadores em educação de Minas Gerais completam amanhã 40 dias de greve. E há uma forte possibilidade da greve ser mantida caso o governo não dê um claro sinal de que deseja negociar pelos menos as três principais bandeiras que estão em jogo: a não demissão de nenhum grevista, o não corte dos dias parados e um razoável aumento salarial no piso básico.

Apesar da decretação suspeitíssima e questionável da ilegalidade da greve, os educadores decidiram mantê-la assim mesmo nas duas últimas assembléias da categoria. Posteriormente, o governo ensaiou e espalhou ameaças de demissões. O sindicato chegou a negociar a não demissão com a secretária Renata Vilhena na reunião do dia 12, na ALMG.

Mas, o governo até então vem mantendo uma postura intransigente, de não conceder o piso e nem oferecer uma contraproposta a ser estudade pela categoria. Diz apenas que pode realizar uma "revisão nas carreiras" da Educação, sem dar detalhes, nem data, nem números. E cobra o retorno ao trabalho por parte dos grevistas.

Contudo, a disposição de luta dos grevistas, indignados com a insensibilidade do governo, como já haviamos alertado antes neste blog, pode resultar na continuidade da greve. Por mais boa vontade que tenha demonstrado o sindicato em abrir um diálogo com o governo e encontrar um bom termo para o movimento grevista, até agora não se tem conhecimento de uma proposta concreta, que altere este estado de espírito dos trabalhadores em greve.

Já está na hora do governo entender que os mecanismos de pressão e de terror não estão funcionando. E que o tempo corre contra este governo, que está em final de mandato, tem uma eleição pela frente e precisa fechar os 200 dias letivos e as contas do FUNDEB até o dia 31 de dezembro.

Até mesmo para as ameças de demissão existe um complicador para o governo: se demitir uma grande quantidade de servidores, além do desgaste político e moral, não terá como substituir os profissionais em tempo hábil, criando um clima de terror nas escolas e na comunidade.

Mesmo que resolva demitir de maneira selecionada, ficará claro o gesto de perseguição, que facilmente seria revertido nas barras da justiça - por mais dócil ao governo que seja esta justiça, ou parte dela.

Além disso, os educadores podem firmar um pacto de só voltarem ao trabalho depois que forem atendidos os três pontos mencionados: a não demissão de nenhum grevista, o não corte do ponto (com o compromisso da reposição) e o aumento salarial sob a forma de mudança de tabela (ou qualquer outra forma que a criatividade da engenharia técnica do governo elabore).

Se não atender a estes pressupostos, por mais que o governo tenha a mídia nas mãos para criar um clima de fim de greve ou espalhar mentiras, pode ter uma surpresa desagradável na assembléia do dia 18 de maio de 2010.

Com a palavra, os 10 ou 15 mil educadores que estarão amanhã na assembléia estadual, às 14h, no pátio da ALMG!

8 comentários:

  1. Independente do que possa acontecer amanhã, sei que estamos mais unidos que numca, pro que der e vier. Hoje sinto como parte integrante de um grande corpo, apesar de alguns, nossa classe ganhou unidade, se isso tivesse ocorrido há cinco ou seis anos atrás hoje estaríamos em outro patamar.

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  2. Independente do resultado amanhã...repetindo o colega Everaldo...o que conseguimos nesse movimento já é uma IMENSA VITÓRIA. a UNIÃO da classe desmorona qualquer estratégia de pressão vinda do governo. E isso não é dicurso de grevista...é da prática...é da luta. Vivenciamos um após outro ofício "terrorista"...o que conseguimos nesse movimento...A UNIÃO da classe...vale repetir...nos trará muitas vitórias. Não perder de vista o IDEAL!!!

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  3. Olá Euler. Sou aluno de uma escola estadual,apóio todo esse movimento, pois tenho em mente q devemos lutar pelos nossos direitos. Todas as notícias q tenho em relação a greve vem do seu blog. Não estou tão por dentro do q realmente está acontecendo de ambos os lados, digo da parte do governo e da parte dos professores grevistas. Mas, tenho a impressão de que vcs estão dando murros em ponta de faca. O governo se mostra irredutível quanto a algumas reivindicações. Sei q é difícil, mas pode ter certeza q a a maioria dos alunos q entendem a situação estão apoiando esse movimento. Boa sorte para todos vcs.


    Torço realmente para q tudo seja resolvido e essa greve acabe rapidamente.

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  4. Se não tiver pagamento o mês que vem, vc me verá em rede nacional com chapeu de palha nas mãos, sentada na Praça Sete com cartaz e tudo pedindo esmola. Tenha a certeza que farei isto. Aí quero ver se os jornais não irão noticiar a sacanagem do governo de Minas com os educadores. Até a Rede Globo vai estar lá ou vão me levar para delegacia. É certa esta minha tomada de decisão. Bjs

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  5. Olá Euler,
    Sou mãe de aluno de uma escola estadual de Belo Horizonte e concordo plenamente com o movimento que vcs estão realizando. Somente dessa forma é que o governo estadual poderá ser desmascarado diante das mentiras que tem colocado na mídia. Passou da hora da população entender que GOVERNO É QUE TEM QUE TEMER O POVO, NÃO O POVO TEMER O GOVERNO. Deus abençoe a luta de vcs e continuem firmes em seus objetivos. Abraços, meu respeito e solidariedade.

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  6. Oi Eliane,

    Se eu não morasse tão longe eu estaria junto com você nesta!!!
    denisesalgado@hotmail.com
    de Piedade do Rio Grande

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  7. Oi Euler, sou professor designado do estado e não estou com medo de perder o emprego. Estou muito indignado com esse Governo "Anastasista" e to a fim de chutar a balde e continuarmos na Greve. Estou enviando E-mail para os Deputados, para o Ministro da Educação e até para o presidente Lula denunciando os descalabros desse Governo. Espero muito que essa Greve possa continuar custe o custar, agora é uma questão de Honra. Temos que continuarmos unidos até o fim!
    Conquistamos muito até agora e não podemos desistir agora! A Luta tem que continuar, mesmo que o governo insista em dizer que o nosso movimento não é Legal. Estou colocando tudo na rede.

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  8. Somos professores e lutamos por um ideal de vida e democracia. Sendo assim, parabéns colega Euler!! Aqui em Piranga, próximo a Lafaiete, já estamos fazendo uma corrente de solidariedade e apoio ao movimento nunca vista antes. Estes momentos são propícios para avaliarmos a real força que nós temos, onde a unidade da categoria está falando mais alto. Este governo é déspota e fará o que for possível para nos desarticular, seja na mídia ou no judiciário. O que temos a nosso favor, como fato real, a perda de votos que o Sr. Anastasia está se sujeitando e, por isto mesmo, devemos manter as assembléias, a greve e as passeatas. Não acredito em concurso público este ano e nem no trabalho da tal comissão proposta pelo governo. A assembléia legislativa, dominada pela direita ortodoxa neoliberal, está contra o movimento e não vai dar destaque nenhum para o resultado da comissão. Continue com o seu belo trabalho neste blog, pois a internet é o único meio de comunicação que o Sr. Aécio Neves não tem condição de interferir. Um abraço do colega Lucas Castro.

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