Quero dizer aqui que tenho profundo respeito por todos os que participaram da nossa luta, independentemente da posição que assumiram na assembléia. A luta política e social é assim mesmo: temos que respeitar a opinião alheia. Cada qual com suas razões, legítimas e sinceras. Temos que praticar o aprendizado da convivência com a diferença. Isso nos mantém unidos e fortalecidos para novos embates.
Esta semana ainda desejo, aos poucos, publicar fotos e textos comentados sobre o nosso movimento. Haverá, no final de semana, um encontro entre todos os participantes da greve das cidades de Vespasiano e São José da Lapa. Uma confraternização entre colegas e também amigos, que nos tornamos. Espero que os colegas façam o mesmo nas diversas regiões de Minas.
Este saldo de unidade e de respeito pelo outro ninguém pode nos roubar. Nem tampouco os muitos momentos em que desafiamos e vencemos as gigantescas engrenagens dos poderes estabelecidos nas Minas Gerais. Deste ponto de vista, posso dizer com segurança: não nos quebraram, não derrotaram a nossa resistência. Em muitos momentos, enfrentamos corajosamente e vencemos.
A questão salarial ficou pendente. Não tivemos a vitória esperada. Mas, a nossa luta assumiu muitos outros significados, para além da importante questão salarial. Balançamos muitos interesses e desafiamos estruturas tidas como intocáveis. E com isso conquistamos respeito.
E tenho a convicção de que cada um de nós que lutou já não é mais o mesmo. Somos parte de um grande movimento de educadores, que num dado momento foi capaz de realizar enormes mobilizações, desafiando tudo quanto se imagina impossível enfrentar. Este pedaço de flor, qual semente que se espalha pelo chão, está plantado no jardim da nossa alma. E isso, colegas, governo nenhum vai nos roubar.
Um forte abraço e estaremos aqui, juntos com vocês, na luta cotidiana por uma realidade diferente, uma educação de qualidade, com a valorização profissional e um mundo melhor, com pessoas melhores, que nós provamos ser, em construção.
.....
E a seguir, uma mensagem que recebi por e-mail da colega e amiga Cristina, outra lutadora do nosso movimento, que faz um desabafo e ao final um pedido. Acho que ela ainda nem publicou esta mensagem no blog dela, mas tenho certeza de que ela não se importará com a minha atitude de repartir o texto dela com outros colegas:
"Bom dia, meus antigos e novos companheiros e amigos professores de luta!!!
Esta noite, tive um pesadelo horrível!! Acordei gritando e em prantos que a maioria dos profissionais da Educação que estavam na Assembleia de ontem, votaram para acabar com a greve! Sem a nossa principal reivindicação o PISO salarial ter avançado um milímetro nas negociações... !!! EU GRITAVA, GENTE E O SALÁRIO???? O PISO????COMO FICAM????
Meu marido me sacudiu, consolou e me vez voltar a triste realidade que não foi um pesadelo, que realmente a greve tinha acabado.
Confesso que fiquei até confusa na hora: "Meu Deus então é verdade!" Acordei de madrugada e cai na TRISTE realidade.
Pensei, pensei e cheguei à conclusão que o pior de tudo no meu caso, foi voltar para casa somente com minha amiga Ana Patricía, longe dos meus amigos de luta!
Sem ninguém para desabafar, ouvir, trocar ideias (senti pena do coitado do marido dela).O celular foi meu melhor amigo naquele momento de dor! Ligava sem para os meus afetos: marido,irmã, mãe,amigo(A)s,mães de amigas minhas,cunhada,até pro meu sogro, para quem estava no ônibus de Vespasiano e São José da Lapa sem sem quantas vezes....!!!!
A solidão que senti doia tanto que incomodava profundamente meu corpo, meu coração, doia na alma!!! Estar longe de meus companheiros de caminhada e luta era tudo que não poderia acontecer comigo!!! Eu me conheço!!!...
Como eu queria me teletransportar para aquele ônibus e estar perto dos meus companheiros de caminhada e luta!!! Compartilhar minhas desilusões, frustações, impotência e tantos sentimentos que nem sei classificar, com aqueles que estavam realmente juntos comigo o tempo todo!
Mas agora, depois do susto... Penso e tenho a convicção que se quisermos mudar este cenário e recuperar a nossa dignidade verdadeiramente, devemos ser claros com o nosso Sindicato!!! Não vamos aceitar sermos manipulados MAIS, NUNCA MAIS....
SE NÃO CONSEGUIRMOS O PISO, DIGO E REPITO, PISO, NÃO DEVEMOS COMEÇAR O ANO LETIVO EM 2011!!!!
ATÉ QUE NOSSO SALÁRIO SEJA REAJUSTADO!
NÃO DEVEMOS COLOCAR MAIS NADA , NADA NA PAUTA DE REIVINDICAÇÕES- ESTA É A MINHA SUGESTÃO PARA O SINDICADO.
VOU FALAR ISTO, NA REUNIÃO QUE TEREMOS NA ESCOLA HOJE ÀS 13:00 HORAS PARA JOÃO MARTINHO E CLAUDIA LUÍZA E TODOS QUE ELÁ TIVEREM.
ESTAREI ENVIANDO UM EMAIL PARA O SINDUTE COM ESTA SUGESTÃO!!!
NÃO COMEÇAR O ANO LETIVO 2011, CHEGA DE PROMESSAS, CHEGA!!!!!!!
TEMOS QUE TER CORAGEM E COMPETÊNCIA PARA MOBILIZAR NOVAMENTE A NOSSA CLASSE E O SINDICATO SER HONESTO A PONTO DE NOS FALAR CLARAMENTE ATÉ QUE PONTO ELES ESTÃO DISPOSTOS A ENFRENTAR OS DONOS DO PODER SEM DESISTIR E RECUAR NO MEIO DO CAMINHO, PORQUE SENÃO ACABOU MESMO A CATEGORIA!!!!
O GRANDE, CALOROSO E FRATERNO ABRAÇO QUE GOSTARIA DE TER DADO A TODOS VOCÊS QUE FICARAM ATÉ O ÚLTIMO SUSPIRO, EU DEIXO AQUI AGORA!!!!.
Cristina Costa, professora de Matemática da E.E. Padre José Senabre" Vespaiano
( AINDA BEM QUE TEMOS "CTI" NA NOSSAS ESCOLAS)"
"Bom dia, meus antigos e novos companheiros e amigos professores de luta!!!
Esta noite, tive um pesadelo horrível!! Acordei gritando e em prantos que a maioria dos profissionais da Educação que estavam na Assembleia de ontem, votaram para acabar com a greve! Sem a nossa principal reivindicação o PISO salarial ter avançado um milímetro nas negociações... !!! EU GRITAVA, GENTE E O SALÁRIO???? O PISO????COMO FICAM????
Meu marido me sacudiu, consolou e me vez voltar a triste realidade que não foi um pesadelo, que realmente a greve tinha acabado.
Confesso que fiquei até confusa na hora: "Meu Deus então é verdade!" Acordei de madrugada e cai na TRISTE realidade.
Pensei, pensei e cheguei à conclusão que o pior de tudo no meu caso, foi voltar para casa somente com minha amiga Ana Patricía, longe dos meus amigos de luta!
Sem ninguém para desabafar, ouvir, trocar ideias (senti pena do coitado do marido dela).O celular foi meu melhor amigo naquele momento de dor! Ligava sem para os meus afetos: marido,irmã, mãe,amigo(A)s,mães de amigas minhas,cunhada,até pro meu sogro, para quem estava no ônibus de Vespasiano e São José da Lapa sem sem quantas vezes....!!!!
A solidão que senti doia tanto que incomodava profundamente meu corpo, meu coração, doia na alma!!! Estar longe de meus companheiros de caminhada e luta era tudo que não poderia acontecer comigo!!! Eu me conheço!!!...
Como eu queria me teletransportar para aquele ônibus e estar perto dos meus companheiros de caminhada e luta!!! Compartilhar minhas desilusões, frustações, impotência e tantos sentimentos que nem sei classificar, com aqueles que estavam realmente juntos comigo o tempo todo!
Mas agora, depois do susto... Penso e tenho a convicção que se quisermos mudar este cenário e recuperar a nossa dignidade verdadeiramente, devemos ser claros com o nosso Sindicato!!! Não vamos aceitar sermos manipulados MAIS, NUNCA MAIS....
SE NÃO CONSEGUIRMOS O PISO, DIGO E REPITO, PISO, NÃO DEVEMOS COMEÇAR O ANO LETIVO EM 2011!!!!
ATÉ QUE NOSSO SALÁRIO SEJA REAJUSTADO!
NÃO DEVEMOS COLOCAR MAIS NADA , NADA NA PAUTA DE REIVINDICAÇÕES- ESTA É A MINHA SUGESTÃO PARA O SINDICADO.
VOU FALAR ISTO, NA REUNIÃO QUE TEREMOS NA ESCOLA HOJE ÀS 13:00 HORAS PARA JOÃO MARTINHO E CLAUDIA LUÍZA E TODOS QUE ELÁ TIVEREM.
ESTAREI ENVIANDO UM EMAIL PARA O SINDUTE COM ESTA SUGESTÃO!!!
NÃO COMEÇAR O ANO LETIVO 2011, CHEGA DE PROMESSAS, CHEGA!!!!!!!
TEMOS QUE TER CORAGEM E COMPETÊNCIA PARA MOBILIZAR NOVAMENTE A NOSSA CLASSE E O SINDICATO SER HONESTO A PONTO DE NOS FALAR CLARAMENTE ATÉ QUE PONTO ELES ESTÃO DISPOSTOS A ENFRENTAR OS DONOS DO PODER SEM DESISTIR E RECUAR NO MEIO DO CAMINHO, PORQUE SENÃO ACABOU MESMO A CATEGORIA!!!!
O GRANDE, CALOROSO E FRATERNO ABRAÇO QUE GOSTARIA DE TER DADO A TODOS VOCÊS QUE FICARAM ATÉ O ÚLTIMO SUSPIRO, EU DEIXO AQUI AGORA!!!!.
Cristina Costa, professora de Matemática da E.E. Padre José Senabre" Vespaiano
( AINDA BEM QUE TEMOS "CTI" NA NOSSAS ESCOLAS)"
Sinto ainda um vazio na alma, um sentimnto do inacabado. A fragilidade ainda toma conta do meu coração, não consegui ir a escola hoje. Estou desanimada para voltar... A guerreira por enquanto, está flutuando sem querer acreditar na verdade. Ainda tenho lágrimas nos meus olhos, um grito preso na garganta que incomodam muito. Deixo para os sonhos a visão de um futuro melhor, colegas mais esclarecidos e conscientes da sua profissão e união da classe. O que vemos em sonhos pode se transformar em realidade, mas prevejo num futuro longínguo. Neste momento sem ter com quem falar, deixo registrado aqui a minha revolta. Não sei quanto tempo irá durar, mas em fim...
ResponderExcluirAtenção colegas: eu quero dar aqui uma palavra de conforto e ao mesmo tempo de incentivo. Foi uma decisão difícil, pois todas as duas proposições têm em si prejuízos para nós. A suspensão, por exemplo, pode nos ser fatal, pois a comissão tem 20 dias para se reunir. E cinco dias depois o projeto de lei redigido por ela dará entrada na Assembleia Legislativa, EM PLENA COPA DO MUNDO. Ou seja, para consultar nossos interesses convém que o Brasil perca vexaminosamente para seus adversários na 1ª fase. Por outro lado, se continuássemos, isto significaria não só o fechamento do diálogo, a contratação de substitutos, como talvez, até a nossa volta forçada por um juiz de 1ª instância, que nos intimaria a voltar, sob pena de prisão. Claro que para isso ele teria de ser provocado. Imaginem o Ministério Público de cada comarca representando contra os professores grevistas e o juiz aceitando a denúncia. Não seria pior, voltarmos sob impulso de outrem do que por nossa própria vontade?
ResponderExcluirLi agora o seu comentário que incorporou email da companheira professora Cristina Costa. É boa a sugestão. Mas vou acrescentar uma outra sugestão para complementá-la:
Antes de nos recusarmos a iniciar o ano letivo de 2010, convém que acompanhemos a tramitação da lei orçamentária para 2011, que será votada ainda neste ano. Pois se não acompanhamos, os deputados irão fazer o orçamento do jeito deles, e assim, certamente o pagamento do PISO não será contemplado. Agora se nós acompanharmos a tramitação, passo a passo, poderemos até conseguir a inclusão da previsão orçamentária para nos pagar o PISO.
Atenciosamente João Paulo Ferreira de Assis, Professor de História da Escola Estadual Deputado Patrús de Sousa, em Carandaí, SRE de Barbacena.
Professor Euler, dentro da minha linha de conforto e incentivo aos prezados colegas, tomo a liberdade de transcrever a página 103, do livro ''Dias de Angústia'', de Demisthóclides Baptista, o Baptistinha, (Editora Rebento, Rio de Janeiro 1985), sobre as memórias de um exilado carioca no Uruguai. Esta página que vou transcrever é um verdadeiro para o que devemos fazer em prol da consecução do nosso PISO de 1312 reais. Ei-la:
ResponderExcluirEl Presupuesto. Chega-se no Uruguai e o encontra todo pintado, ''ABAJO EL PRESUPUESTO''.
Presupuesto, no Uruguai, é a proposta orçamentária do Estado. Lembrava-me que entre nós, na Câmara dos Deputados, tirando uns cinco ou seis versados em economia e finanças, nenhum deputado levava a sério a proposta orçamentária da União, por uma séria de razões, sendo a principal a de que a proposta não era para valer, todos sabiam disso. Já no Uruguai, não. Sendo o seu presupuesto para valer, os PROFESSORES ESTUDAM A PROPOSTA, ENTENDEM QUE ELA NÃO PRESTIGIA UM NÍVEL DE SALÁRIO CORRETO, E PASSAM A PRESSIONAR OS DEPUTADOS, VISANDO ALTERÁ-LA. O mesmo acontece com os alunos que, chegando à conclusão de que o presupuesto não contempla o ensino com verbas maiores para material escolar, para laboratório, vão à luta para emendá-lo. E o que dizer dos médicos, do pessoal da saúde pública, dos transportes ferroviários e rodoviários, todos com sua SORTE DEPENDENDO DO PRESUPUESTO? Então, era uma DELÍCIA ver o jornaleiro, o trocador de ônibus, o padeiro, o intelectual, todo um povo conhecendo e discutindo, INFLUINDO E MODIFICANDO o orçamento que iria ser votado para o Estado, em favor dos seus filhos''.
Peço desculpas pelo longo texto, e solicito que todos que acessarem esta página o leiam.
Prezada colega Eliane, muita força neste momento. Sei que foi decisão difícil, pois tivemos de escolher entre duas alternativas, ambas com o condão de nos ser prejudiciais. A suspensão pode esbarrar na falta de quórum da Assembleia para votar o projeto que a comissão irá elaborar. Afinal é Copa do Mundo. Por outro lado, a continuação da greve, ao mesmo tempo que romperia as negociações, talvez definitivamente, ocasionaria a contratação de substitutos, e se as vagas não fossem preenchidas, talvez fóssemos compelidos a voltar por ordem de um juiz de 1ª instância (devidamente provocado pelo Ministério Público). Aí seria até pior, voltaríamos constrangidos e não por nossa própria vontade. Leia minhas mensagens anteriores. Vão lhe fazer bem, espero.
ResponderExcluirAmigos, professores, só gostaria de dizer que embora a luta não tenha terminado, vencemos uma batalha. As mentiras que fomos obrigados a engolir se tornaram públicas. Ganhamos apoio. A mídia, mesmo de forma discreta, mostrou a nossa luta. Em um daddo momento não era mais possível esconder.Abrimos nossos contra cheques, a população viu a ameaça que parecia intocável em seu templo: o governador. O q não podemos agora é desistir de lutar. Mas encerro essa batalha de cabeça erguida. Chorei ontem ao ver nossos alunos chegando cantando " o professor é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo". Pessoal, ainda não temos a valorização financeira, mas demos um show para nossos alunos no que se refere a luta de uma classe. Quem pensa que a inconfidência mineira só serviu para matar Tiradentes, não enxerga q ali nasceu nossa independência. Não ganhamos a guerra ainda, mas a semente está plantada. Como disse a Beatriz: "o próximo governador pensará duas vezes antes de tentar nos desmoralizar mais". A greve acabou. Não conseguimos o piso, ainda. Mas ganhamos o respeito de nossos alunos e a admiração de nossos amigos, pais e conhecidos que hj voltam a nos enxergar. Hoje, após muitos anos, senti voltar em mim o orgulho em poder dizer minha profissão: Sou professora, e com muito orgulho!
ResponderExcluirPollyanna
Euler,na votação final votei pela suspensão da greve,mas agora estou arrependido pois ouvi entrevista da sec.Renata dizendo que tudo que for definido pela comissão só terá validade em 2011.Isso é brincadeira .A direção do sindicato não informou que seria 2011.Isso me faz pensar que não vai dar em nada.Quero so ver assembléia de junho para comunicar o resultdo dos trabalhos dessa comissão quando for dito que so valerá para 2011.
ResponderExcluirAntonio -Santa Luzia.
Sinceramente não entendi o recuo.O último encontro foi imenso, estudantes foram mostrados, demonstrando o apoio aos professores e exigindo qualidade de ensino. A sociedade se tornou consciente e receptiva as reivindicações da classe. Acredito que a ilegalidade e a multa tenha sido relevante para este fim, sem atingir o nosso objetivo inicial. Vamos ser criticados por aqueles que desde o início acharam que não ia dá em nada. Infelizmente estavam certos pois a negociação estabelecida foi para um fim sem retaliaçoes, o objetivo principal nao foi muito definido.
ResponderExcluirMas o poder é assim... injusto. E aqueles que acreditam no nosso ideal , na nossa formação universitária, devem permanecer com o espirito de luta, para juntos conseguirmos o reconhecimento da nossa importância como profissional.
Abraços a todos
Euler,
ResponderExcluirConcordo plenamente com você, mesmo que o resultado desse movimento não ter sido o esperado, precisamos manter a união e ir em busca de conquistas.
A LUTA CONTINUA COMPANHEIRO...
Euler, vc tem meu aval sempre!
ResponderExcluirPeço desculpas por alguns errinhos, digamos de digitação, que vi depois ao reler! Fique a vontade para corrigi-los.Eis alguns que vi depois:
* Onde está escrito..."SE NÃO CONSEGUIRMOS O PISO, DIGO E REPETI,..." lê-se: ..."SE NÃO CONSEGUIRMOS O PISO, DIGO E REPITO,..." E
* No último parágrafo: lê-se: "O GRANDE, CALOROSO E FRATERNO ABRAÇO QUE GOSTARIA DE TER DADO A TODOS VOCÊS QUE FICARAM ATÉ O ÚLTIMO SUSPIRO, EU DEIXO AQUI AGORA!!!!.
Vou fazer o possível e impossível para estarmos juntos no sábado, nem que seja por meia horinha...
Infelizmente, já tenho um compromisso no mesmo dia e horário inadiável também,só que familiar!
Mas como não queria estar fora do ônibus na volta para casa na terça,não quero perder a oportunidade de estar com meus antigos e novos amigos de luta, para recarregarmos as nossas energias!!!Nem que seja para dar um "Oi" e "Até a próxima batalha"!
Boa noite e ótimo retorno para a Escola!
Na Ilha da fantasia...
ResponderExcluirHoje voltei as atividades em minha escola.Infelizmente, minha escola ficou dividida.
Alguns professores ficaram em greve e na luta.Alguns de pijama e a maior parte trabalhando.
O que mais me chamou atenção foi a forma com que nos, os grevistas fomos recebidos pelos colegas não-grevistas: era como se nada tivesse acontecido, era como se nos estivéssemos dado aula no dia anterior.Todos com um sorriso falso na cara,fingindo que nada aconteceu.Nenhum comentário,nenhuma pergunta, todos felizes,”anastesiados”,alienados.
Nestes quase 50 dias fomos massacrados, humilhados,a imprensa nos achincalhou, contaram mentira, a justiça e o governador utilizaram de todas as formas truculentas possíveis e hoje nos voltamos e nada... Fiquei apavorada.
Lembrei na hora de uma serie dos anos 70 ou 80 “A Ilha da Fantasia”.Nesta serie tinha um anão chamado Tatu, que recebia as pessoas e todos os sonhos eram realizados.
Parecia que eu estava numa outra dimensão.Me senti uma tola.Os comentários na sala dos professores variavam entre venda de lingerie, Avon,o ultimo capitulo da novela, receitas,nomes de xampu...Pirei...
Enfrentei estradas para ir nas Assembléias,fiquei “p da vida” com os menganha em São João Del Rey e na Praça da Liberdade,acompanhei as rádios locais e da capital ,passei email pra todo mundo que conhecia ,tirei copias e copias de contra cheques,ajudei nos varais de informações,escrevi para varias TV e radios que falavam mal da greve,escrevi em blogs, ou seja: dei minha contribuição nesta greve.Pra defender esta classe de alienados.?
Estou pensando seriamente em enfiar a minha viola no saco e me mandar do magistério.Que futuro terão os alunos que passam na mão destes professores “anastesiados”?
Como os meninos vão exercer sua cidadania?Como eles vão aprender a lutar por seus ideais?Como eles vão pensar?
Desculpem meus colegas se faço uso deste espaço para me lamentar mas hoje estou muito decepcionada com minha profissão, entrei nesta a 19 anos pensando que iria ajudar a formar opinião...que nada.Se não me cuidar vou ser engolida e também “anastesiada’.
Viva a Escola da Ilha da Fantasia!
Zana. Profª.de Geografia da rede Estadual e Municipal de Ouro Preto.
Zana, Cristina, Anderson, Ivone, Anônimo, Pollyanna, João Paulo e Eliane:
ResponderExcluirAgradeço a visita e os comentários. Quero que saibam que, como comentei em outro post, eu leio e saboreio cada palavra que vcs escrevem. Em alguns casos, é como se eu estivesse escrevendo a mensagem que vcs redigiram tal a coincidência de pensamento. Mesmo quando há divergência, respeito a opinião, especialmente daqueles que participaram conosco da nossa luta. Claro que há pessoas que não são da área da Educação e opinam, merecendo toda o nosso respeito.
Uma coisa é certa: cada vez mais me convenço de que nós todos fomos banhados por uma experiência que é única e que forma a nossa consciência, molda nossos valores e nos tempera para novas lutas.
Nós todos amadurecemos e tenho certeza que os governantes, daqui pra frente - inclusive o atual, até o final do mandato dele, que eu espero não se prolongue por nem mais um dia - todos os governantes, eu dizia, saberão nos respeitar mais. Porque eles viram do que somos capazes quando queremos e estamos unidos.
Um forte abraço,
Euler
Rosilene
ResponderExcluir" Uma coisa é certa: cada vez mais me convenço de que nós todos fomos banhados por uma experiência que é única e que forma a nossa consciência, molda nossos valores e nos tempera para novas lutas."
Euler, usei aí suas palavras porque elas dizem extamente o que vivenciei. A sabedoria vem mesmo é da vivência e não da mero recebimento de informações.