terça-feira, 31 de agosto de 2010

Encontro com os candidatos no dia 04: é o momento de cobrar compromissos


No próximo dia 04 de setembro, sábado, a partir das 9h, ocorre o Encontro com os candidatos ao governo de Minas promovido pelo Sind-UTE-MG. O local do encontro foi alterado e acontecerá no Teatro do Dayrel Hotel e Centro de Convenções, localizado à rua Espírito Santo, 901, Centro - BH - MG.

O encontro constitui um importante momento para os educadores de Minas, daí porque as subsedes devem mobilizar todos os educadores para participarem do evento. Em Vespasiano e São José, enquanto preparamos o Encontro Metropolitano do dia 25 de setembro, devemos nos mobilizar para este encontro também. Em conversa telefônica com o companheiro de luta João Martinho, ele disse que o sindicato bancará transporte caso haja número de pessoas dispostas a participar do encontro em BH. Os interessados devem passar o nome para João Martinho, Cláudia Luiza ou Carminha. O telefone da subsede Vespasiano e São José da Lapa é 3621-0456.

Não sabemos ainda se todos os candidatos comparecerão. Mas, numa eleição disputada como esta, o candidato que faltar pode deixar uma impressão negativa, de estar fugindo ao debate e aos compromissos com um setor que tem grande peso numérico e influência junto à comunidade, como é o caso dos educadores.

Caravanas de toda Minas Gerais estão sendo aguardadas para participar do encontro. Todos querem ouvir o que os candidatos têm a dizer sobre a Educação pública em Minas. E querem também apresentar propostas e perguntas, como as que formulo a seguir:

- o candidato x (vale para todos), caso seja eleito(a), compromete-se a pagar em janeiro as novas tabelas salariais aprovadas na ALMG?
- o sr. (ou a sra) se compromete a negociar ainda em 2011 o posicionamento dos servidores da Educação de acordo com o tempo de serviço de cada um?
- o sr (ou a sra.) se compromete a negociar o retorno do quinquênio ainda em 2011 para todos os servidores?
- o sr.(ou a sra) se compromete a negociar o retorno dos percentuais de promoção e progressão (respectivamente 22% e 3%) do atual plano de carreira?
- o sr. (ou a sra.) se compromete a cumprir o previsto na Lei do Piso, de que 1/3 da jornada de trabalho dos professores será dedicada aos trabalhos extraclasse?
- o sr. (ou a sra.) se compromete a garantir o previsto na Lei do Piso, que assegura reajuste anual dos salários todo mês de janeiro, com um índice nunca menor do que pelo menos a inflação do ano anterior?
- o sr. (ou a sra) se compromete a não praticar o corte de salário dos educadores quando em greve e a abrir diálogo com os mesmos para negociar os pleitos dos mesmos?
- o sr. (ou a sra.) se compromete a exercer a democracia e os direitos constitucionais, não ameaçando de demissão e perseguição aos educadores que participam das paralisações e respeitando a autonomia das escolas, tanto em relação à escolha das direções, quanto à política pedagógica de cada unidade escolar?
- o sr. (ou a sra.) se compromete a realizar concurso público a cada dois anos, pelo menos, para o preenchimento dos cargos vagos existentes nas diversas carreiras da Educação?
- o sr. (ou a sra) se compromete a desenvolver uma política de formação continuada para os educadores, sem custos para estes, e que possibilite a promoção nas carreiras da Educação?
- o sr. (ou a sra) se compromete a investir pelo menos os 25% da receita do estado previstos em lei, dotando as escolas de laboratórios, espaços de lazer e esporte, bibliotecas, acesso à Internet com banda larga?

Enfim, estas são algumas questões que poderemos apresentar aos candidatos, entre tantas outras demandas da categoria, importantíssimas, como as férias-prêmio, a licença-maternidade e a licença médica, que embora previstas em lei, nem sempre são asseguradas aos servidores que delas fazem jus. É desnecessário lembrar aos colegas - mas, por força de hábito já o fazemos - que, para além deste momento de contato com os candidatos, o que realmente garantirá novas conquistas será a nossa unidade para a mobilização e luta, seja (contra) qual for o governante eleito.

O encontro em BH no dia 04 será também um momento para o reencontro entre os combatentes da nossa maravilhosa revolta dos 47 dias. O Blog aconselha a todos os companheiros e companheiras que puderem participar que procurem a subsede da sua cidade e participem de mais este momento de luta da nossa categoria. Estamos apenas esquentando os tamborins para os embates que se avizinham.

* * *

Incorporo ao texto central e transcrevo a seguir o comentário do colega e amigo João Paulo, que trata da iniciativa que ele e alguns colegas estão desenvolvendo, de discutir e participar, pela base, do processo de escolha de candidatos. Uma iniciativa que deve ser realmente difundida e ampliada, para que a categoria assuma espaços públicos que não se limitem ao universo da escola:


"João Paulo Ferreira de Assis:

Prezado amigo Professor Euler

Hoje reunimo-nos na sala 09 da EE Deputado Patrús de Sousa, em Carandaí, cinco professores da Escola e uma de outra escola. Foi interessante, discutimos alguns assuntos como escolher pelo apoio a um candidato comum dos professores da cidade (que não decidimos ainda), e publicação de um panfleto. Nossa ideia é de que a gente comece a fortalecer nossa categoria a partir de agora, para que nossa luta não seja em vão. Eu que já havia escolhido um candidato a deputado estadual, comprometi-me a votar no candidato que os prezados colegas considerarem mais capaz para defender os interesses do professorado mineiro. Foi lembrado que os alunos poderiam ser nossos aliados nesta empreitada, e citei como exemplo a EE Coração Eucarístico. Na hora esqueci de mencionar o blog COREU, mas oportunidade não faltará. Falamos também da importância do Blog do Euler. Começamos hoje, com seis professores, e esperamos que na próxima vez já seremos em número maior. Fica aí a ideia para que nossa categoria comece a pensar em mobilização também fora dos períodos de greve.
Atenciosamente João Paulo Ferreira de Assis.

Post Scriptum:

Se (Deus nos livre e guarde) Anastasia ganhar, poderíamos iniciar um movimento de REPÚDIO TOTAL AO CBC. O de História para Humanas é uma agressão à inteligência (parafraseando o avô do Faraó). Onde já se viu colocar descolonização da Ásia e da África antes de Primeira Guerra Mundial? ou ignorar completamente a formação de Minas, no CBC do 1º ano do ensino médio? Se for preciso irmos para a briga, nós teríamos de ir."

* * *

Em tempo: prêmio de produtividade confirmado em contracheque

Consultando o contracheque agora à noite verificamos que consta do mesmo aquilo que foi anunciado em primeiríssima mão pelo nosso blog: o pagamento do prêmio de produtuvidade ainda em setembro. Consta que os contratados também receberão o bônus, segundo fomos informados por uma das nossas fontes. O que já deveria ter ocorrido anteriormente. Mas, e os aposentados? Vão continuar excluídos?

* * *

Incorporamos ainda ao texto central a oportuna pergunta formulada pelo colega de luta João Paulo:

"João Paulo Ferreira de Assis:

Prezado amigo Professor Euler:

Pergunta que também poderia ser feita:

O senhor se compromete a obter do Governo Federal a complementação orçamentária para pagar condignamente os professores, seus quinquênios e seus biênios, e tudo o mais que for necessário?

Era bom que a gente obtivesse compromisso por escrito desses candidatos, pois se Anastasia (Cruz credo ave Maria, Deus nos livre e guarde, Credo in Deum Patrem Onipotentem, Creatorem Celum et Terrae) [Kkkkkkk - risos do Blog do Euler] ganhar ele também estaria comprometido.

Se algum colega desejar aperfeiçoar minha pergunta, está autorizado.

Atenciosamente João Paulo Ferreira de Assis".

* * *
Incorporo ao texto central um novo comentário, desta vez vindo diretamente de Uberlândia, por e-mail, e que é na verdade uma declaração de concordância com o comentário sempre lúcido do nosso colega João Paulo, de Ressaquinha - MG. Vejamos:

"I. - Uberlândia - MG:

Querido amigo Euler,

Que alívio senti ao ler seu blog hoje. Eu pensava que somente eu, e somente eu, tinha repúdio por esse tal Anastasia. Adorei seu comentário sobre o CBC. [Adendo do Blog: o comentário na verdade foi do colega João Paulo. O Blog não se conteve e deu boas gargalhadas]. Vc acredita que a maior atrocidade que esse tal CBC comete é estar totalmente fora da realidade da UFU aqui em Uberlândia. Os alunos de escola pública em Uberlândia prestam um vestibular seriado chamado PAAES (Programa de Acesso Ao Ensino Superior). Ao final de cada ano do ensino médio o aluno faz uma prova e no final do terceiro se ele tiver uma média dentro da nota de corte do curso escolhido por ele, o aluno entra na Universidade direto. Ou se não passar, ainda tem o vestibular tradicional da Universidade que ele pode fazer. Vc acredita que na minha escola uma das melhores de ensino médio de Uberlândia os alunos não têm inglês (que é a minha matéria), nem no segundo e nem no terceiro ano do ensino médio e não tem história no terceiro ano? Olha que horror!!!!!!! Aí o pobre menino quando vai prestar o tal PAAES fica na mão. Porque o Sr. Anastasia coligado com o Sr. Joaquim e Sr. Filocre resolveram optar por aquela grade assassina de 10 conteúdos no segundo e 9 no terceiro. Olha, sinceramente podemos rezar um terço, o Rosário e também fazer um despacho pra Iemanjá pra ver se leva pra bem longe essa corja que está no poder acho que desde a Inconfidência Mineira. Abraços, I."

O blog comenta e responde aos valiosos comentários dos visitantes


Olá, pessoal da luta! O texto de hoje será em grande parte um texto coletivo, escrito por muitas e habilidosas mãos. Nem sempre temos a oportunidade, em função do tempo corrido ou pelo nosso desconhecimento do assunto, de responder às dúvidas, questionamentos ou manifestações outras dos nossos visitantes.

Por isso, nesta noite de segunda-feira, quero transcrever os últimos comentários dos nossos visitantes, com a devida resposta para cada um/uma. Então, vamos lá!

* * *

"Graça Aguiar - professora do rede pública do Rio de Janeiro:

Caro Amigo

Obrigada pelo convite, estou tentada a participar desse encontro, pois sinto que vai ser um momento histórico. Tudo vai depender da base econômica, que como já dizia Marx, influência todo o resto, pois com o "salário-de-professor-do-rio-de-janeiro" os educadores daqui, já são servos totalmente presos à gleba.

Gostaria de saber o preço da passagem Belo Horizonte - Vespasiano e o tempo de viagem.

Se tudo sair como estou planejando, eu e o S.O.S. Educação Pública estaremos presentes.

Grande abraço a todos".

Comentário do Blog: Será um enorme prazer recebê-la, Graça. O intercâmbio entre educadores de todos as partes do Brasil é de grande importância para a valorização dos profissionais da Educação e por uma escola pública de qualidade. Esta semana haverá reunião da Comissão Organizadora do Encontro Metropolitano em Vespasiano, na subsede do Sind-UTE, no dia 03 (sexta-feira), às 19h, em Vespá. Na oportunidade discutiremos todas as questões, incluindo a possibilidade de apoio aos visitantes, convidados e delegados de outras cidades, no que tange à hospedagem, alimentação e transporte. Em breve faremos contato. E se você desejar enviar algum texto para análise de todos, poderá fazê-lo até no dia mesmo do encontro. Um abraço e força na luta!

* * *

"polivanda@gmail.com:

Oi Euler, estou "sumida", mas "ligada!" meu blog tem se alimentado de notícias escritas por vc, pois trabalho em dois turnos, tenho dois filhos, trabalho de escola e em casa, enfim: há épocas que fico sem tempo mesmo! também não tenho sentido inspiração. Ao ler sua noticia de hoje fiquei com menos inspiração ainda...

Há dias que eu me sinto tão sem lugar nessa vida, observo os alunos, a escola, o governo do estado e do país; as atrocidades de todo o mundo... Olho pra mim mesma e penso que todos estamos meio perdidos, mas acaba que uma força ética, de fé, de ser humano irrompe-se no meio de tudo e a gente acerta o pensamento, a razão e as emoções e "manda ver" tudo de novo!

E Deus tem que olhar para as pessoas que teorizam a vida e a educação. Elas não sabem o que dizem...

Abração carinhoso

Vanda"


Comentário do Blog: Olá, Vanda! Dá para ver que você é uma lutadora e uma vencedora. Encara muitas batalhas ao mesmo tempo e apesar da maré cheia de coisas ruins que jogam pra cima de todos nós, você consegue resistir, luta contra a corrente e está de pé, pronta para o bom combate. O desânimo
às vezes bate mesmo em todos nós. É muita gente jogando contra. Mas, com a nossa união vamos vencer estes inimigos. E aos poucos, vamos conquistando melhores salários, condições de trabalho, mais espaço no controle direto da coisa pública. Este processo não produz resultados tão rápidos como gostaríamos, mas avança cada vez que nos envolvemos na luta comum e na compreensão que vamos adquirindo, individual e coletivamente, da nossa própria força, enquanto sujeitos capazes de mudar as coisas e o mundo. Quando perdemos esta perspectiva, nos sentimos isolados e fracos, o que é profundamente humano, também. Mas, como você disse, logo recuperamos esta energia que nos move e que se soma à energia de outros colegas e adquire a força de um movimento social, contra o qual são eles - os governos e seus aparelhos de dominação - que têm a temer.

Um abraço e se puder apareça no nosso encontro em Vespá!

* * *

"Denise:

Andei pesquisando o curriculo desta especialista.

Bem interessante! Depois desta pesquisa e contextualizando o período em que a mesma atuou como professora universitária, percebe-se que foi num período de extremo autoritarismo e não havia espaço para criatividade; tecnologia nem havia (o maximo era a máquina de escrever, mimeógrafo à álcool).

Ressumindo, essa especialista está passando por uma crise de consciência. Afinal ela foi responsável pela formação acadêmica de muitos professores.

E para acrescentar a bendita visa D + D, foi fundadora do PSDB, só isso basta.

É apenas mais uma falando asneira.

Euler, abraços e saudade dos tempos de luta".

Comentário do Blog: Oi, Denise, brava companheira de luta! O levantamento que você ainda se deu ao trabalho de fazer demonstra o quanto as palavras da especialista estão em sintonia com as políticas neoliberais, que por sua vez têm um forte teor autoritário e golpista. Essa gente pensa através de estatísticas dissociadas dos contextos sociais e históricos. Eles adoram exibir resultados de percentuais que não dizem nada, pois não revelam as diferentes realidades das escolas. E a escola da tal especialista é de fato interessante: do autoritarismo ao ninho dos tucanos há de fato uma coerência. Na falta de respeito e de sensibilidade para com os reais problemas sociais dos de baixo.

Um abraço e se der apareça no nosso encontro. Vamos discutir a retomada da nossa luta, entre outros temas.

* * *

"Santuário da Abadia:

Euler,

Saúde e Paz!

Que maravilha o seu blog!!! Parabéns pela clareza e objetividade com que vc tem nos passado informações tão precisas! Tão úteis, nos momentos mais incertos em que estamos vivendo. Li o comentáio do amigo João Paulo Ferreira e fiquei um tanto surpresa. Acho que ando um tanto desinformada. Estou de férias-prêmio. Pela primeira vez consegui esta proeza. Vc sabe não é fácil... Entendi mal ou terei descontos no meu salário??? Por favor se possível me esclareça. Um abraço e contamos com vc, com a união dos colegas para darmos a resposta ao faraó e ao seu afilhado nas urnas.

celeida (celeidam@yahoo.com.br)".

Comentário do Blog: Colega Celeida, obrigado pelas palavras de apoio e pela visita ao blog. No que concerne ao problema da licença-maternidade e das férias-prêmio, o que o sindicato nos informou na sua página oficial é que, quem tirou essas licenças durante a nossa maravilhosa revolta dos 47 dias não terá que repor as aulas. Para quem tirou licenças maternidade e médica após a revolta/greve também não terá que repor nada. Já em relação às férias-prêmio, para quem as tirou depois da greve não se chegou a um acordo sobre a questão. Outras discussões serão realizadas entre o governo e o sindicato para tratar deste assunto. Vamos aguardar e cobrar para que o governo não cometa mais este absurdo de cortar os dias de quem está de férias-prêmio.

Um forte abraço e curta bastante as suas merecidas férias-prêmio para voltar com todo o pique para a luta!

* * *

"Maria das Graças:

Euler:

Sou uma leitora assídua do seu blog. Quero parabenizá-lo pela maneira lúcida e coerente com que faz seus comentários e pela rapidez com que nos traz informações sempre "quentinhas"."

Comentário do Blog: Obrigadíssimo, Maria das Graças, pela visita e pelas palavras de incentivo. Sinta-se em casa. Um forte abraço!

* * *

"Gabriel:

Como é triste ver várias pessoas com diplomas de especialista em educação e que não têm capacidade de avaliar o problema do ensino brasileiro de forma mais ampla. A escola, seus processos e resultados são frutos da sociedade. Não há como separar a escola do seu contexto. Esses especialistas têm que entender que não se muda resultados da escola sem melhorar a qualidade de vida da população que a frequenta."

Blog do Euler: Ótima análise, caro Gabriel. Professores isoladamente não farão mágica diante de uma realidade social marcada por uma profunda miséria. Claro que nós podemos ajudar - e ajudamos - a mudar este quadro. Mas, é preciso que haja valorização dos profissionais da Educação e mais investimentos na Educação pública e nas demais áreas sociais para que haja uma redução, pelo menos, da trágica realidade social brasileira. Em última análise, a escola reproduz o contexto social no qual está enserida. Claro que ao fazê-lo reproduz também as possibilidades de mudanças. A nossa luta é parte desta tentativa de superar os grilhões que nos prendem à miséria, à desigualdade social, às muitas formas de discriminação, enfim.

* * *

"João Paulo:

Prezado amigo Professor Euler:

Dois assuntos: Minha avaliação não é má, na verdade eu perco para esses colegas por alguns décimos, que são o bastante para nos indicar o paraíso e o inferno.

Outro assunto: essa tal ''especialista'' é semelhante a uma representante dos pais de alunos, de Taboão da Serra SP, a senhora Cremilda Estela Teixeira, que a APEOESP sabe muito bem quem é. Dona Cremilda, por exemplo, no seu blog Cremilda dentro da Escola, diz que a melhoria salarial dos professores não garante a qualidade de ensino, e o pouco que o Estado de São Paulo fez nesse sentido, foi criticado. Ela tem uma amiga, em Leopoldina MG, a Glória Reis, autora de um livro ''Escola, Instituição de Tortura''. Essa senhora também é blogueira, e uma vez ela me ameaçou a mim, e a um professor de São Paulo, o Victor, de apagar nossos comentários que eram ''imbecilidades''. Aquilo me ferveu o sangue. E eu que deveria ter respondido educadamente, como professor que sou, respondi: ''pode apagar, ninguém lê essa porcaria''. Quando vi, já tinha enviado o comentário, que não foi publicado.

Atenciosamente,

João Paulo Ferreira de Assis
"

Comentário do Blog: Caro João Paulo, bravo lutador da nossa maravilhosa revolta/greve, fez muito bem em mandar apagar os seus valiosos comentários num espaço que se mostrou realmente... uma porcaria, rsrs. Como disse no post anterior, a tal especialista não está sozinha: o ninho demotucano fez escola em várias partes do Brasil e do mundo. Aliás, fez escola, não! Reproduz servilmente aquilo que os países ricos impõem às elites colonizadas dos países aos quais chamam "em desenvolvimento". A linguagem deles é sempre a mesma: salário não garante qualidade do ensino. Tese que só vale para os educadores, pois ninguém nunca mandou cortar salários de deputados, juízes, ministros do STF, secretários de estado, etc, tendo como argumento a baixa produção destes. Mas, enfim: é bom que nós educadores tenhamos a clareza de que este discurso não pode ser aceito nos recintos da educação. Qualquer diretor de escola, secretário de educação ou especialista que vier com essa lengalenga de que "salário não garante qualidade do ensino" deve ser convidado a se retirar, ou a apresentar as suas fontes de renda - contracheque, pagamento de honorários, grupos empresariais a que está ligado, etc. Pois, no final das contas, a coisa funciona assim: quanto menos gastarem com os salários dos educadores, mais verbas sobrarão para os interesses destes grupos de rapina.

Um forte abraço, João Paulo, e parabéns pelas brilhantes contribuições que tem dado ao blog.

* * *

"Graça Aguiar (RJ):

Caros amigos

Acabei de ler a "entrevista" e sugiro a todos que conheçam um pouco mais sobre a autora, pois é importante entender a relação criatura(entrevista) e criador (autora). Lendo a sua biografia disponível em http://guiomarmello.wordpress.com/about/, entendemos a posição defendida pela autora que já trabalhou em Washington, como Especialista Senior de Educação no Banco Mundial e no Banco Interamericano de Desenvolvimento,nas duas instituições gerenciou ou assessorou a preparação de projetos de investimento do setor público em educação na Argentina, Paraguai, Equador, Uruguai e Bolívia.
De volta ao Brasil, em 1997 para assumir a Direção Executiva da Fundação Victor Civita, organização sem fins lucrativos mantida pelo Grupo Abril que se dedica a publicações especializadas para professores de educação básica,tendo sob sua responsabilidade a edição da revista NOVA ESCOLA, o OFÍCIO DE PROFESSOR, etc.

As tijoladas e os ataques dessa revista tem apenas um objetivo, privatizar a educação para lucrar, lembrem-se do velho ditado: "quem desdenha quer comprar"!

Abraços".

Comentário do Blog: O comentário da nossa colega Graça Aguiar, do Rio de Janeiro, fecha este post com chave de ouro. Ela completa a nossa matéria, que foi sendo enriquecida por vários comentários transcritos aqui, revelando os reais interesses que movem a especialista, que diz que só alguns professores é que devem ganhar bem. Uma visão bem neoliberal de que, sob a desculpa de estar buscando o aprimoramento na prestação dos serviços públicos através da meritocracia, no fundo busca-se garantir mais verbas para interesses privados, opostos aos interesses públicos da maioria pobre da população.

Um forte abraço, Graça, e força na luta!

domingo, 29 de agosto de 2010

Uma descarga a céu aberto: professor é o problema


O Blog do Euler aconselha: não VEJA nem leia todo tipo de lixo que espalham por aí

Recebi por e-mail uma indicação de leitura do colega educador Reginaldo J. da Silva, que com toda razão estava zangado com o teor de uma entrevista publicada numa revista de circulação nacional. Não vou citar o nome da tal revista, pois pode feder o ambiente da blogosfera. Só de falar isso, todos sabem de qual publicação se trata.

Na tal entrevista, uma "especialista em educação" (mais uma), diz que quem precisa de escola em tempo integral é o professor e não o aluno. Para esta infeliz, professor(a) deveria ganhar de acordo com o que produz. Salário alto para todos, nem pensar - diz a "especialista". Para esta sumidade em matéria de educação, os alunos não aprendem porque os professores têm uma formação débil. E lógico, para ela, a culpa é do governo federal, que permite a existência de universidades e faculdades que não preparam bem os professores.

Com isso esta especialista livra a cara do faraó e do afilhado e também a do candidato demotucano que governou São Paulo, cujas práticas aliás são mencionadas como o melhor exemplo de incentivo aos professores. Nós vimos quais foram essas práticas durante a greve de lá: spray de pimenta e cassetete. E aqui: ameaças de demissão, corte de ponto e mentiras pela mídia.

Na entrevista, a tal especialista elogia a meritocracia e insiste na tese de que o problema da Educação pública é a formação dos docentes. Tenta disfarçar dizendo que os professores não são os únicos culpados - para ela, a culpa é do governo federal -, mas acaba nos condenando: para ganhar bem, precisamos mostrar resultados. Pagar bons salários para todos, não.

Esse tipo de proposta indecente, do tipo: mostra serviço primeiro que depois será recompensado - só acontece quando falam da carreira da educação pública. Além disso, estes especialistas demonstram não ter a menor consciência da realidade do ensino público hoje no Brasil. Da realidade social trincada, com famílias desestruturadas, estudantes que não recebem o menor suporte pedagógico e afetivo em casa, o que obriga o professor a virar psicólogo, assistente social, mãe, pai, tomador de conta de menino, etc. E de vez em quando o/a professor/professora consegue realmente exercer a sua atividade profissional.

Ao contrário do que diz mais esta especialista (não é a única, nem será a última, diga-se) os nossos professores têm sim ótima formação acadêmica. Falta-nos estímulo para trabalhar, em função dos salários indecentes que recebemos, o que obriga boa parte dos professores a assumir dois ou três cargos. Faltam-nos ainda condições adequadas de trabalho, equipamentos, bibliotecas, laboratórios e tempo extraclasse para a prática adequada de trabalho interdisciplinar. E falta também investimento decente na formação continuada do professor, que se não pagar por conta própria seus cursos de aprimoramento não têm acesso a nada. Mas, é mais cômodo para o estado, através do receituário neoliberal que formou estas especialistas, apostar na divisão da categoria, inventando prêmio para alguns e taxando os demais como incapazes.

Como disse o colega Reginaldo, criticar e atacar o/a professor/professora é o caminho mais fácil para se justificar e empanar perante a sociedade a omissão do estado. Que não é só do governo federal não, mas também e em alguns casos principalmente de governos estaduais, como o do faraó e afilhado, e dos municipais.

Mas, a tal especialista - como tantas outras -, ao apresentar este tipo de crítica, de uma certa forma se credencia para assumir algum cargo nos governos neoliberais. Cargos pelos quais jamais receberão salários de miséria de professores, como os de Minas e do Brasil. Receberão bons salários mesmo não mostrando eficiência alguma no desempenho das tarefas. Ou quem sabe até serão convidadas para fazer palestras recebendo altos honorários para ensinar aos professores que são eles (nós) os culpados pelo fracasso do ensino público no Brasil.

Recomendo aos leitores do blog não comprar, não distribuir, nem indicar a tal revista, que todos já sabem qual é, pois não é a primeira vez que ela divulga matérias ridículas incriminando os professores. Na verdade não é bem uma revista, mas uma descarga a céu aberto. E quanto a esta infeliz especialista, vou xingá-la em outro idioma, mais adequado a uma mente colonizada: fuck you!

* * *
Incorporo ao texto central o comentário sempre lúcido do nosso colega e amigo João Paulo, que tem muito a ver com o texto acima. Só não concordo com ele quando, por excesso de modéstia, coloca-se como menos preparado do que outros professores. Primeiramente, já é um equívoco e uma sacanagem do governo do faraó e afilhado confiscar o direito de férias-prêmio a que todos deveriam fazer jus. Segundo, porque nós sabemos como essas avaliações de desempenho são feitas, quase sempre de modo subjetivo, pessoal. E como se não bastasse tudo isso, agora o governo pune quem tira as férias-prêmio ou a licença-maternidade.


"João Paulo Ferreira de Assis:

Prezado amigo Professor Euler

Veja como o governo de Minas age. No caso das férias-prêmio um dos pontos de desempate é a avaliação de desempenho. Solicitei férias-prêmio e não fui selecionado. Os professores que foram, tem melhor avaliação de desempenho. Agora eles virão com o rombo no seu pagamento, e eu que não fui selecionado não terei problema algum.

Veja, Professor Euler, o [des]governo Anastasia conseguiu a proeza de desvirtuar o instituto das férias-prêmio e a licença-maternidade, CASTIGANDO A EFICIÊNCIA e PREMIANDO A MEDIOCRIDADE. E castiga ainda aquelas professoras que precisam de um momento para ficarem com seus bebês, os amamentarem condignamente.


Veja você prezado amigo. Se eu tivesse sido melhor professor, eu estaria sendo castigado agora. Viveria minhas férias-prêmio preocupado de quanto será o rombo no meu pagamento. Esta atitude mostra o compromisso do Anastasia com a Educação. Quer sucatear as escolas públicas para que os filhos da gente pobre não tenham as mesmas oportunidades que os da gente rica."

sábado, 28 de agosto de 2010

Moído, mas pronto para o combate


Boa noite, turma da luta! Hoje foi um dia bem diferente. Pela manhã havia postado o texto abaixo e tudo indicava que seria um sábado como outro qualquer, de trabalho e momentos de descanso, entre outras cositas má
s. Mas, não. A tarde reservava. Após a reposição de rotina, o diretor da escola nos convidou para um partida de futebol, a famosa peladinha. Avisei de cara que estou enferrujado e que já faz algumas décadas que não piso num campo ou quadra de futebol. O diretor me disse: então são dois.

Duas equipes foram formadas, uma dos professores e outra dos alunos. Como o quadro de professores na quadra estava incompleto, pedimos o reforço de alguns alunos, que estavam em boa quantidade por lá. Começam
os tomando de quatro a zero, isso nos primeiros quinze minutos de jogo. Pensei: vai ser goleada. Minha língua já estava saindo pra fora de cansaço. O diretor soava e agachava, kkk. O Sinvaldo, professor antigo de Matemática, com quase meio século de magistério, exibia boa performance. Diz ele que toda semana bate uma bola com os colegas do bairro onde mora.

Fato é que após esta inicial goleada dos estudantes a bola pára no meu pé próximo da área adversária. A marcação pra cima de mim foi imediata: dois jogadores. Driblei os dois e lancei para o André, professor de soci
ologia que bateu de primeira e abriu o placar para o nosso time. Lembrei-me de Maradona e Caniggia, naquele lance espetacular durante a Copa do Mundo de 1990, que tirou o Brasil do campeonato. André mostrou que é artilheiro, além de bom de greve também, pois participou ativamente da nossa maravilhosa revolta dos 47 dias.

E não parou mais de marcar: fez mais cinco gols. Termina o primeiro tempo e o placar era: 6 a 5 para o nosso time, cinco do André e um meu, num lance sensacional. Eu já havia revezado umas duas vezes a cada 15 minutos com um reserva. Quando retorno ao gramado, ou melhor, ao pis
o da quadra - não sei porque esta palavrinha "piso" não sai da minha cabeça... -, o André lançou uma bola alta e não se sabe porque cargas d'água eu virei o corpo e chutei de primeira, de canhota, balançando a rede adversária. Um lance cinematográfico, kkk.

No segundo tempo, nosso time já
exausto e o time adversário parecendo que tinha começado a jogar naquela hora, o placar virou: 14 a 10 pra eles. Um dos estudantes se destacou pelo talento, fazendo a maioria dos gols da equipe da garotada. Do nosso time, o diretor fez um gol, eu fiz mais um e os demais foi o André quem fez. Pensei até em mandá-lo para o Atlético Mineiro para reforçar a equipe do técnico Luxemburgo, uma vez que o time não deslancha de jeito nenhum.

No terceiro tempo - pelada é assi
m, jogam-se vários tempos e não apenas dois - eu já estava exausto. Pensei que não passaria de dez minutos de jogo, mas somado o tempo em campo - ou quadra - devo ter jogado pelo menos uns..., digamos, uns 50 minutos, uma aula inteira. Que coisa! Até as frações de tempo de lazer são associadas ao trabalho. O diretor até que não se saiu muito mal não. Fez uns dois ou três gols e marcou bem na defesa. Agora o Sinvaldo, que diz que joga toda semana, não fez nem um golzinho, nem pra remédio. Que coisa, Sinvaldo! No nosso gol o James, professor de Artes, deu conta do recado. Tomou muitos gols, mas fez algumas brilhantes defesas. Depois o time recebeu o reforço do Marcelo, professor de Filosofia, que também disse que joga toda semana. Teve um desempenho razoável, digamos, com alguns bons lances pra quem diz que joga bola toda semana.

O placar final foi: 25 a 22 para o t
ime dos estudantes. Nestes espaços os meninos mudam completamente em relação ao comportamento em sala de aula. São educadíssimos, prestativos, jogam na moral. Quando o jogo terminou, eu já havia terminado muito antes a minha participação, um pouco tímida mas com resultados: fiz dois gols - um deles quase cinematográfico - e mais aquele lance que só o Maradona, nos bons tempos, faria igual. Mas, estava moído, literalmente. Moído fisicamente, porém pronto para o combate. Seja contra o afilhado, o faraó, ou o candidato da oposição água-com-açúcar.

* * *

Nem quero comentar sobre a subida na pesquisa do afilhado. Eu ja havia cantado a pedra aqui no blog. O faraó não tem oposição há oito anos, gente. E o candidato da di
ta oposição é só elogios para o faraó. Ora, queriam o quê? Mas, muita água vai rolar até o dia 03 de outubro. E vamos ver qual será o placar desta disputa. No campo, ou melhor, no piso da quadra - que coisa esse negócio de piso, que me persegue igual a um fantasma! - eu estava fora de forma. Mas, no gramado - e no asfalto, e no cimento - das ruas e praças de Minas e do Brasil estou pronto para o combate. E Dilma dispara nas pesquisas. Menos mal. Pelo menos a presidência não vai cair em mãos demotucanas. E ela tem falado muito em valorizar os educadores... Vamos cobrar. Do afilhado e do outro não dá pra cobrar nada. Nenhum dos dois assume compromissos com os educadores.

Agora é recarregar as energias n
este domingo e nos preparar para os desafios dos próximos dias: o encontro com os candidatos no dia 04 em Belô; o encontro metropolitano em Vespá no dia 25 de setembro, que promete - hoje mesmo encontrei nas ruas com mais dois companheiros de luta da nossa revolta/greve e passei o recado e ouvi deles a mesma resposta: contem comigo. Resposta que aliás outro colega de luta, o professor Anderson, deixou registrada aqui no blog. A turma está um pouco cansada de tanto reposição - como disse a combativa colega Adriana - mas, não se ausentará deste chamado para a luta.

E os nossos combativos colegas João Paulo, Luciano, Denise, Graça, entre tantos outros, que frequentemente visitam e manifestam suas valorosas opiniões aqui no blog, se quiserem - e puderem - participar do encontro em Vespá sejam bem-vindos. Sei das dificuldades de te
mpo e de espaço, mas o convite está feito. Educadores do mundo: se quiserem participar do nosso encontro, sejam bem-vindos à luta! Um dia, quando as coisas mudarem, teremos mais tempo livre para nos encontrar e discutir os problemas comuns em praça pública, e um tempo menor será reservado para aquilo que chamam de trabalho. Só assim seremos mais gente e menos robôs.

Um abraço a todos e até amanhã!

* * *

Incorporo
ao texto central os comentários dos companheiros Anônimo, João Paulo e Luciano História:

"Anônimo:

Companheiros

Já é hora da categoria se unir e fazer uma greve geral em todo o pais, paralisação de norte a sul, abaixo os governadores que desrespeitam a lei do piso.

Os sindicatos têm que se unir e pensar a questão em nível nacional e regional.

Já há um encaminhamento da questão salarial proposto pelo governo federal. Que tal iniciarmos a nossa luta exigindo o cumprimento da lei?

Como dizia Vandré: "Vem, vamos e
mbora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. "

Avante, marchemos em decididos cordões.

Coragem e garra".
* * *

"João Paulo Ferreira de Assis:

É uma excelente ideia. Porém antes tem de vencer o bitolamento das entidades de classe que só se preocupam com os governadores dos seus respectivos
Estados. Vou revelar aos prezados amigos e colegas um ato meu bem anterior à greve. Entrei no blog da senhora Bebel (Maria Isabel Azevedo Noronha, da APEOESP) e depois de me ter identificado como professor da rede estadual de Minas Gerais, lancei a ideia da mobilização nacional pela federalização da educação básica. Voltei ao blog para ler os comentários. O comentário foi publicado, mas ninguém tomou conhecimento. FUI IGNORADO. Nem mesmo a proprietária do blog se dignou SEQUER a responder-me. O prezado amigo Professor Euler, este me respondeu, e expôs algumas ideias alternativas. Portanto, acho que primeiro nós temos que ganhar a companheira Bia para a ideia. Depois quem sabe se ela não a repassa para as outras corporações estaduais de defesa dos professores. E se estas aceitarem, aí, sim, teremos o grande momento da mobilização.

Atenciosamente, João Paulo Ferr
eira de Assis".

* * *

"Luciano História:

Euler, me responde uma coisa que eu não consigo entender. Como se faz oposição elogiando o governo? Falar bem do Faraó é falar bem do afilhado, que muitos dizem que ele é quem de fato governava pois foi responsável pelo choque de gestão. Se a oposição diz que o governo foi bom, o povo deve pensar que não faz sentido algum mudar. O faraó nessa eleição pode conseguir tudo que ele queria, se eleger ao sen
ado com um número expressivo de votos, matar o nome de Serra como candidato à presidência, eleger o afilhado e se tornar o principal nome do seu partido."

Comentário do blog:
caro Lucian
o, só há duas saídas para este caso: 1) Dilma se elege e convida o faraó para ser embaixador do Brasil na Colômbia. Pode ser que, ao lado do ex-presidente Uribe, ele não queira voltar mais para o Brasil; alternativa número 2) Eu saio candidato a presidente em 2014 e derroto o faraó vingando os educadores mineiros, kkk. Agora falando seriamente, concordo com você: com esta oposição que nós temos em Minas o faraó vai nadar de braçada por muitas décadas. Já pode encomendar a mumificação do corpo dele porque, a depender desta oposição água-com-açúcar, ele continuará reinando em Minas por muitas gerações...

* * *

João Paulo Ferreira de Assis:

"Prezado amigo Professor Euler

Fico muito grato pelo convite. Talvez eu vá mesmo, apesar de ter um compromisso no mesmo dia. Só q
ue o tal compromisso que eu tenho é uma viagem pelas fazendas históricas de Barbacena. Mas não me agrada muito porque inclusive vou dar de cara com o pessoal que pede votos para o Aécio e para o Anastasia. Imagine encontrar com o Lafaiete Andrada! Na noite do dia 24 eu terei compromisso em Carandaí, com a Jornada Mineira de Patrimônio Cultural. Resta-me a oportunidade de embarcar no Juiz de Fora-Belo Horizonte, de 20 horas e 15 minutos, e que passa em Carandaí, às 22 e 30. Teríamos que conversar muito para eu saber que ônibus devo tomar em Belo Horizonte. Em que hotel poderia me hospedar. E o local exato da confraternização, já que eu não conheço Vespasiano nem São José da Lapa. Se fosse possível eu estar na EE Coração Eucarístico de manhã, para ir com os professores da mesma, quem sabe? Afinal, se tem um bairro de BH que eu conheço bem, este é o Coração Eucarístico.

Atenciosamente, João Paulo Ferreira de Assis."

Comentário do Blog: Caro amigo João Paulo, que bom que você se dispõe a participar do encontro. Vai enriquecer muito o evento. Aliás, se desejar preparar al
gum texto para discussão prévia nas escolas da região, esteja à vontade. Quanto aos detalhes de hospedagem, transporte, alimentação, etc, vou levar essas questões para a Comissão Organizadora na próxima semana e depois repasso aqui no blog ou por e-mail. Estando em Vespasiano, não tem como se perder. Se perguntar pelo local onde acontecerá o evento (são três alternativas bem centrais) todo mundo saberá explicar. Agora, se perguntar por mim ou por João Martinho, todos daqui nos conhecem, mas corre-se o risco de te mandarem para outra cidade caso você dê o azar de perguntar a alguma figura da elite política local (vereadores, prefeito, ex-prefeito, ex-vereadores, entre outros e outras). Tirando essa possibilidade, não há outro problema mais sério. Entre outras coisas, você terá a oportunidade ímpar de conhecer e passar bem em frente à Cidade do Faraó. Um forte abraço. (Euler)

* * *

"Ivone:

Se não acontecer nenhum imprevisto...me convido para essa confraternização dia 25 de setembro. Gostaria de saber mais sobre esse encontro do dia 4 com os candidatos ...se está confirmada a presença dos mesmos. Se alguém souber favor me informar. Estou um pouco longe daí, mas conheço "Vespá" bem e não teria problemas de locomoção ou acomodação. Minha escola pertence a SRE de Conselhei
ro La...( não vou escrever esse nome nem...). Estou sempre por aqui, lendo o blog diariamente. E feliz em ver Educadores conscientes e combativos, defendendo seus direitos. Bom Domingo e bom descanso para todos."

Comentário do Blog: Muito bem, Ivone, sinta-se convidada e em casa! Sua presença é bem-vinda
! Quanto ao evento do dia 04, o candidato que não comparecer vai perder ponto, pois acredito que haverá expressiva participação dos educadores. E no enconto de Vespá eles também serão convidados. Claro que as regras aqui serão diferentes: eles falam menos e nós falamos mais. E têm que ficar até o final da discussão sobre a avaliação eleitoral - é uma pré-condição para que possam falar. Tem muito candidato que gosta de fazer discurso e depois pede pra sair. E se tiver documento dos educadores pronto eles vão ter que assinar. Ou dizer que não concordam com o mesmo e o porque. Se não estivéssemos numa democracia burguesa, mas numa democracia direta, ali mesmo em assembléia eles seriam substituídos. Mas enfim, calma, gente, ainda vamos chegar lá.

* * *
"Rômulo:

Comprometo-me de buscar o nosso camarada JP na Rodoviária de BH. Afinal, resido no Colossal e Imponente Conjunto IAPI, ali no começinho da Av.Antônio Ca
rlos (cinco minutos da Rodô).

Esperamos levar uma Van cheia de Ribeirão das Neves para o Encontro Metropolitano. Esforço não faltará.

Até a vista,

R."

Comentário do Blog: Olá, combativo colega e amigo Rômulo! Agradecemos o seu empenho e de toda a turma aí de BH, Ribeirão das Neves e região. C
om você, o colega João Paulo estará em boa companhia. Se desejar enviar algum texto para enriquecer o debate prévio nas escolas, Rômulo, esteja à vontade. Você já está incluído na Comissão Organizadora e na próxima semana passaremos o cronograma de reuniões e atividades. Um forte abraço e força na luta!

* * *


Transcrevemos a seguir parte da entrevista do candidato Fábio Bezerra, o Fabinho do PCB - que é também liderança dos educadores em Minas-, ao jornal Hoje em Dia deste domingo. Como sempre, reproduzimos aqui apenas a parte mais ligada aos interesses diretos dos educadores. Mas, quem desejar ler a entrevista na íntegra é só clicar aqui.


"Hoje em Dia: Um candidato disse que o salário mínimo deveria ser de R$ 2.700,00 e para o sr?

Fabinho: Esta é a meta salarial do Dieese. E, sinceramente, que como professor da rede pública estadual de Minas, eu não [acho] isso um absurdo não só para os servidores da área da educação, mas para outros servidores. Nós temos que pensar uma política de remuneração salarial que leve em conta uma mudança nos planos de carreira dos servidores. Foram planos de carreira que precarizaram, amordaçaram, que condenaram o servidor a um teto, a uma carreira que na realidade não é uma carreira, é uma penúria no Estado de Minas. Isso tem que ser revisto. Nós temos que aumentar a arrecadação no Estado para dar condições de melhoria salarial. Nós não somos contra um patamar de R$ 2.700,00, que é o salário que o Dieese aponta como ideal para a manutenção das necessidades básicas de um trabalhador. Nós defendemos que este modelo salarial que está sendo apresentado pelo Governo Anastasia, que a partir de janeiro do ano que vem eleva o salário para pouco mais de R$ 1.200,00, que ele ainda é muito baixo. O piso salarial em Minas até este ano era de R$ 369,00. Nós temos que aproveitar e dizer que os educadores de Minas tem o oitavo pior salário do Brasil. E Minas é uma das grandes potências deste país, em arrecadação, em produção, em indústrias, e em distribuição, não; em investimento social, não. Se nós conseguirmos uma melhoria salarial, que não é nem tanto assim, ainda é muito pouco, porque vai passar para pouco mais de R$ 1.200,00, que não chega nem a atingir o piso nacional, que foi aprovado no Governo Lula e que, infelizmente, é para 40 horas e não para 24 horas, foi à custa de muita luta, de 47 dias de greve. Ainda é pouco. Então, nós ao fazermos uma reforma tributária no Estado e acabar com algumas benesses, inclusive, com as mineradoras, que mandam para fora de Minas mais de 90% do que exploram e não pagam nem 3% do faturamento líquido. Enquanto na Austrália é 35%, no Canadá está em 25%, 26%; nos EUA é de mais de 20%. Se nós fizermos isso vamos ter mais recursos para poder investir na melhoria salarial não só dos servidores da educação, mas de todos os servidores."

Os educadores podem derrotar políticas de achatamento salarial em Minas


Estou convencido de que a única força social capaz de derrotar em Minas Gerais as políticas neoliberais de achatamento salarial é aquela formada pelos educadores. É um setor que tem uma expressiva força numérica - mais de 230 mil educadores na rede estadual -, tradição de luta e um patrimônio de unidade que foi reconquistado com a maravilhosa revolta dos 47 dias em 2010.

Outros setores do serviço público estadual podem reforçar este movimento, mas não têm força para liderar uma grande mobilização de massa como acontece com os educadores. Há setores que têm força própria, como a polícia, que em geral os governos respeitam. Ou temem. E é claro que todos os servidores públicos das diversas áreas - Educação, Saúde, Segurança, etc - merecem tratamento e salário dignos. Contudo, pelo fato dos educadores representarem numericamente a maior força no estado, é sobre este setor que os governos neoliberais praticam os maiores cortes.

A nova lei do subsídio, se de um lado aprovou tabelas que elevaram um pouco a remuneração inicial na carreira, por outro cortou direitos históricos como quinquênios e biênios dos antigos servidores - coisa que o governo do faraó e afilhado já haviam feito em 2003 contra os novatos na carreira. Além disso, alterou para baixo os percentuais de progressão e promoção do plano de carreira dos educadores, situação única no estado de Minas. O que não deixa de ser um sinal de alerta para as demais carreiras: elas poderão ser as próximas a receber este corte do choque de gestão.

Diante desta realidade, os educadores de Minas precisarão construir e consolidar o processo de unidade e luta (re)inaugurado em 2010. Entre os ativos e inativos, a categoria tem cerca de 400 mil pessoas, que têm contato diário com dezenas de alunos e pais de alunos. Isso representa uma força social e política que nenhum governo conseguirá combater se tivermos unidade, inteligência e capacidade organizativa.

Até o momento os educadores não tiveram (não tivemos) condições de mobilizar esta força em situações como a das eleições. Não conseguimos eleger uma bancada de deputados estaduais e até mesmo não conseguimos decidir como força social quem será o próximo governador. Dificilmente corrigiremos esta debilidade para as eleições em curso. Mas, temos que pensar nisso também como futuras estratégias, se quisermos destruir os instrumentos de poder das oligarquias dominantes que nos massacram.

Claro que não deve ser objetivo de um movimento social priorizar o campo minado das eleições burguesas e dos seus instrumentos. Mas, não podemos desconhecê-los. E em outras épocas podemos sim ter uma expressiva representação que corresponda à nossa força numérica e faça ecoar a nossa voz e os nossos pleitos.

Contudo, a par dos limites institucionais burgueses, os educadores demonstraram que têm força suficiente para alterar as políticas neoliberais praticadas em Minas. E temos que nos preparar para um confronto, uma queda de braço contra o próximo governante, principalmente se for o afilhado do faraó, mas não somente.

O próximo governante fará de tudo para minar nossa unidade, como fez o faraó assim que assumiu o governo. Além da divisão provocada com a extinção dos quinquênios e biênios para os novos, o faraó cortou outros direitos, como a retirada das gratificações para quem ficou mais de 300 dias afastado da sala de aula, coisa que antes não havia. Além disso, passou a impor sistemático corte dos dias de greve, enfraquecendo o movimento. Depois criou a Lei 100 para resolver um problema de caixa do governo estadual, que não tinha como repassar para o INSS os recursos recolhidos dos contratados durante anos a fio pela previdência do estado. Por último, deixou de fora do prêmio de produtividade os aposentados e contratados.

Mas, apesar disso, após vários anos de derrotas e perdas, a categoria conseguiu em 2010 se reencontrar na luta. Uma luta que foi pela sobrevivência das carreiras da Educação pública, que atingiam um grau de pauperização e de desmotivação sem precedente. Os cursos de licenciatura começaram a desaparecer das faculdades e a carreira do magistério tornou-se sinônimo de bico, de coisa passageira, sem a menor valorização.

Até como resposta a essa realidade, os educadores reagiram, inclusive superando as diferenças impostas pelas políticas do faraó e afilhado. Agora chegamos a um novo patamar organizativo e ao mesmo tempo a um desafio, uma encruzilhada, que pderá determinar os destinos dos educadores. Cujo destino, de certa forma, todos os servidores públicos estão amarrados. Uma derrota nossa será a derrota de todos os servidores públicos de Minas. Em sentido oposto, uma vitória dos educadores representa uma inspiração e um exemplo para todos os servidores mineiros e até mesmo do Brasil.

A principal lição que aprendemos durante a revolta/greve dos 47 dias é que sem a nossa unidade seremos facilmente derrotados. Unidos e mobilizados podemos impor derrotas ao inimigo. Mais do que isso: a nossa força organizada conseguiu contagiar amplos setores da comunidade, que de forma aberta ou discreta manifestaram seu apoio à nossa causa, que é a causa do combate às políticas neoliberais, da luta pela Educação pública de qualidade para todos e contra a privatização da coisa pública por grupos de rapina.

O inimigo sabe com quem está lidando. Sabe como minar a nossa energia e disposição, paulatinamente, ora oferecendo paliativos para alguns, ora castigando outros, provocando a nossa desunião e desgaste emocional e físico. Eles têm os meios de comunicação de massa nas mãos - menos a Internet e este blog (kkk) -, controlam os poderes constituídos (ou seria prostituídos?) e detêm a máquina do estado, através da qual conseguem agir sobre a vida funcional de cada um de nós. A utilização das SREs, por exemplo, como instrumentos de terror psicológico sobre os educadores é conhecida de todos. Claro que nem todos os detentores de cargos de direção se submetem a estas práticas. Mas, a pressão da máquina continua forte sobre a cabeça de todos.

Contra tudo isso, somente a nossa unidade, o fortalecimento da organização pela base, a politização das relações com a comunidade e uma estratégia de ação que consiga quebrar e vencer essas práticas. Para isso é preciso estabelecer propostas comuns, desde as questões salariais, passando pela garantia de tratamento isonômico nas carreiras da Educação, pela ampliação - ou implantação - da autonomia e democratização nas/das escolas, etc.

Além disso, é preciso nos educarmos para a compreensão de que as nossas conquistas não serão presente de governantes e parlamentares, seja de que partido for, mas serão arrancadas na luta. Ou não as teremos. Direitos não caem do céu: são conquistados na luta!

Os educadores mineiros têm (temos) estes desafios pela frente. Ou nos organizamos e nos preparamos para enfrentar o dragão do mal, ou seremos novamente massacrados. Da minha parte, eu declaro: posso até ser massacrado, mas não sem luta. E penso que esta é a posição da quase unanimidade dos/das combativos/combativas colegas que despojadamente participaram da revolta dos 47 dias.

Não sabemos quem será o próximo governador de Minas. Mas, seja quem for, ele/ela já sabe que terá que enfrentar a força organizada dos educadores de Minas! Que não se submeterão novamente às políticas de choque e achatamentos salariais.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Concurso, 14º, reposicionamento para o sindicato chapa branca e o encontro em Vespá


São muitos os temas que vamos abordar de passagem. Mas, só de passagem, porque hoje estou sem muita inspiração. Será o calor e o clima seco? E nem estou com fome ainda. O dia foi muito parado. O que nem sempre é ruim. Aprendi a valorizar os momentos bucólicos. Eles quase sempre prenunciam os momentos de grande agitação.

O meu dia então começou assim, morno, tranquilo. Colocava uma música para tocar, enquanto pesquisava sobre temas diversos na Internet. Tenho o hábito de ouvir uma mesma música muitas vezes, repetidamente, até a exaustão, pois isso me ajuda a ler, a pensar, a escrever e a sonhar. Outra hora preciso do silêncio. E as vezes de variedade musical. Hoje mesmo ouvi um pouco de Jorge Ben Jor, uma pitada de George Harrison, de Beatles, de Caetano Veloso, de Pato Fu e até uma música que ouvi na Guarani outro dia, gostei e copiei pela Internet, de Goldfrapp, "Happiness", cuja voz tem o timbre aproximado da cantora Fernanda Takai do Pato Fu.

E por falar em música, almocei hoje no bar de um primo, que é músico e roqueiro. Perguntei se ele não animava a tocar umas músicas durante o (ou ao final do) encontro dos educadores em Vespasiano, e ele topou. Desde que a gente providencie o carreto dos instrumentos - bateria, caixa de amplificação, etc. Negócio fechado, disse-lhe.

Depois voltei para o bunker e fui informado que um certo sindicato do governo, aquele que é recebido pelo afilhado do faraó e assessores a qualquer momento, havia conseguido uma liminar de um desembargador favorável ao pagamento do reposicionamento exclusivamente aos filiados do tal sindicato. As coisas que acontecem em Minas são impressionantes. Primeiro o faraó e afilhado aprovam uma lei e baixam decreto garantindo o reposicionamento de um determinado número de servidores. Na última hora, o próprio governo alega que não poderia pagar o reposicionamento por causa das eleições. O governo disse que faria uma consulta ao STJ e nada. Aí um sindicato do governo consegue uma liminar de um desembargador que manda pagar exclusivamente aos filiados deste sindicato. Que seriedade têm estes poderes, heim? [Em tempo: leiam atualização deste assunto ao final deste post].

Deixei de lado este assunto e passei a (re)ler os informes dados pelo Sind-UTE sobre a reunião com o governo. O edital do concurso ficou para até o dia 20 de setembro, o que significa dizer que as provas devem acontecer lá para novembro e queira Deus que se consiga homologar o concurso ainda este ano. Talvez a intenção seja esta mesma, a de deixar tudo suspenso no ar, quase que como a nos dizer: se o afilhado for eleito, ele pagará os novos salários dos educadoes, pagará a reposição, homologará o concurso, etc. Agora, se a oposição água-com-açúcar vencer... É uma forma de terror psicológico. Ou seria chantagem? Fato é que as pesquisas mostram que a diferença entre os dois candidatos com maior chance eleitoral caiu. De uma certa forma a oposição tem ajudado, ao elogiar o governo do faraó, como já dissemos aqui em outro post.

E a fração do décimo quarto, ao que tudo indica, vai sair mesmo no quinto dia útil de setembro. Depois do feriado de 7 de Setembro. E dizem que desta vez até os contratados que trabalharam ano passado, além dos efetivados e efetivos concursados, receberão, coisa que não acontecia antes. Acho justíssimo que todos recebam, pois a exclusão de aposentados e contratados era uma puta sacanagem, bem ao estilo do choque de gestão do faraó e afilhado. Mas, eleições provocam milagres. E infelizmente as pessoas têm memória curta e se deixam embriagar por pequenos e breves afagos.

Mas, este é o jogo político, do qual todos os que estão envolvidos na disputa lançam mão. Neste particular, o faraó e afilhado não descobriram a pólvora. Aliás, não inovaram em nada, nem na prática de achatamento salarial, cujo receituário há décadas órgãos como o Banco Mundial, o FMI o BID, entre outros, vêm recomendando aos servis governantes de países colonizados.

Enfim, neste dia sem grande inspiração, vou parando por aqui. Estou com pouco apetite, para escrever ou para devorar algo. Talvez eu prepare uma sopa instantânea, um chá, estou vendo um bolo e uma barra de chocolote bem ali. Se animar eu volto mais tarde, nesta sexta-feira, que não é 13, apesar de ser agosto.

Ah, antes que eu me esqueça: esta prática de cortar os dias de trabalho de colegas que estão em licença-maternidade ou de férias-prêmio é mais um desses absurdos que o governo vem produzindo contra os servidores da Educação. Estas questões do cotidiano de um trabalhador da Educação pública precisam ser discutidas muito seriamente. Não podemos aceitar essas coisas. O Faraó e afilhado já haviam quase proibido as pessoas de ficarem doentes, dificultando ao máximo as licenças médicas. Agora colocam as inspetoras para pressionarem e fazer terrorismo nas escolas, ameaçando disso ou daquilo. Isso não pode continuar assim. Voltarei a este tema num outro momento quando estiver mais inspirado. Os educadores precisam ser tratados com carinho, com respeito, com atenção, pois o clima nas escolas é sempre tenso quando falta um suporte baseado na solidariedade e no apoio, ao invés da pressão e do terror psicológico.

* * *

Incorporo ao texto central a mensagem da combativa colega Adriana, de Vespasino com um comentário ao final:


"Euler, como está? Eu estou moooorrrrrrrtaaaa de tanta reposição. Não tenho sábados de folga e, aos domingos, tento repor alguma energia para a semana que chega. Não acredito em nenhuma possibilidade de mudança na tabela do Anastasia. E o pior, da forma como andam as propagandas eleitorais, o candidato (que não é oposição) vem perdendo espaço. É, amigo, acho que está difícil bons dias chegarem...

Adriana / Vespasiano
".

Cometário do Blog: Olá, brava companheira de luta Adriana! Não podemos desanimar, apesar dos pesares. Sei que o calendário de reposição nos impôs uma carga muito grande, principalmente para quem tem dois cargos. Na próxima greve, com base na experiência atual, vamos fazer uma reposição mais suave e num tempo mais longo. Quanto à nova tabela, acho que podemos alterá-la, se estivermos unidos e prontos para cobrar os nossos direitos organizadamente. Quando a greve deste ano começou eu achava também que não teríamos pique nem para começar a greve, lembra? Fui surpreendido na primeira assembléia. E nós fomos arrastando e atraindo milhares de pessoas para a luta e quando assustamos o movimento estava mais forte do que imaginávamos. Uma coisa maravilhosa. A vida é assim. Ora estamos moídos de tanto trabalhar ou de stress, ora estamos prontos para enfrentar o mundo se necessário for. Relaxe, durma bem, ouça uma música suave e mantenha sua camisa verde abacate limpa e pronta para uso, rsrs. Independentemente dos resultados das eleições, nossas bandeiras serão carregadas e arrancaremos os nossos direitos. Nem que tenhamos que virar Minas Gerais ao avesso.

Um abraço, e força na labuta... e na luta!

* * *

Reposicionamento será pago a 170 mil servidores

Acabamos de ler noticiário no jornal Hoje em Dia que informa que o governo resolveu estender o pagamento do reposicionamento para os 170 mil servidores, e não somente aos 6.500 filiados do sindicato chapa branca como determinava a liminar da (in)Justiça mineira. De acordo com a matéria, o reposicionamento será pago na folha de outubro, retroativo a julho. Os servidores receberão os valores no quinto dia útil de novembro de 2010. A novela do reposicionamento parece estar chegando ao fim, após um longo período de expectativa e decepções dos servidores. Para ler a matéria na íntegra clique aqui.


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Edital de concurso será publicado em setembro; esquenta a convocação do enconto regional; continua análise sobre a Lei do subsídio


Uma das novidades da noite é o Boletim Informa Nº 17 divulgado pela direção do Sind-UTE sobre a reunião entre o sindicato e o governo de Minas, que ocorreu no último dia 24.

Consta que o edital do concurso público será publicado até o dia 20 de setembro deste ano. O Informativo trata também sobre os problemas das faltas para quem entrou em licença-maternidade e férias-prêmio, entre outras demandas cobradas do governo. Quem quiser ter acesso ao teor integral do referido boletim do sindicato clique aqui.

Enquanto isso, vamos preparando o nosso material sobre o Encontro Regional ou Metropolitano que deve ocorrer no dia 25 de setembro, em Vespasiano, e também mais um texto continuando o debate sobre a lei do subsídio.

Até a minha janta de hoje vai ficar para mais tarde, pois os temas citados têm total prioridade na minha agenda pessoal. Agora já passa das 10 da noite. Me aguardem mais uma meia hora.

Ah, antes que eu me esqueça: o sindicato mandou também convite para o encontro com os candidatos ao governo de Minas, que ocorrerá no dia 04 de setembro. Quem quiser lê-lo, clique aqui.

Um abraço e me aguardem! (Euler)

* * *

O Encontro Regional ou Metropolitano em Vespasiano

O Encontro Regional das escolas da Metropolitana C, aqui em Vespasiano, começa a ganhar forma e a sair do papel. Hoje pela manhã mantive contato com o professor Alex informando-lhe da sua convocação compulsória para compor a Comissão Organizadora do evento. Como guerreiro de linha de frente ele já se declarou 100% envolvido na preparação do evento. Por e-mail o companheiro Igor já respondeu ao chamado: presente! Venda Nova estará presente na preparação, na coordenação e nos trabalhos do encontro.

Mais tarde um pouco falei novamente com o combativo João Martinho por telefone, com quem discuti sobre a melhor data para o evento. Chegamos a conclusão que o dia 25 de setembro, um sábado, durante todo o dia, seria a melhor alternativa - uma semana antes das eleições. Quanto ao local, estamos tentando conseguir a sede da Câmara Municipal, que é bem central - e fica bem próxima do meu bunker, kkk, o que fará com que eu não chegue atrasado para o encontro. Mas, temos duas outras alternativas de local, caso não consigamos a sede da Câmara.

Um pouco mais tarde falei por telefone com o companheiro Igor Pietro, outro incansável organizador e combatente da nossa maravilhosa revolta dos 47 dias. Igor, que é diretor da subsede Vespasiano e São José, atua também junto à subsede de Venda Nova. Ele já está plenamente integrado aos trabalhos de organização do evento.

Agora à noite recebemos um e-mail do colega e amigo Wladmir Coelho do Blog do COREU. Ele disse que, em conversa com os colegas da E.E. Coração Eucarístico ficou decidido que, mesmo não estando na Metropolitana C, enviarão uma delegação para participar do encontro. O que enriquecerá em muito o evento, pois são companheiros de grande combatividade.

Enquanto vamos amarrando os contatos e os preparativos, marcamos uma primeira reunião da Comissão de organização do evento para o dia 03 de setembro, às 19h, na sede do Sind-UTE de Vespasiano e São José da Lapa (telefone: 3621-0456). A reunião é aberta para todos os educadores da região que desejarem participar. Estas reuniões ocorrerão com maior frequência a partir da data mencionada, em horários e dias alternados, para possibilitar a participação do maior número de educadores.

Além disso, assim que fecharmos a data e o local e outros detalhes vamos elaborar um cartaz e também discutiremos um cronograma de visita às escolas de toda a região. Apesar do curto tempo para a preparação do evento, pretendemos divulgar textos com diferentes pontos de vista sobre os temas que serão discutidos. O encontro deve ser um momento rico na vida dos educadores, de acúmulo de discussão e de preparação para os novos embates contra o governo e em prol das nossas reivindicações. Todos estão autoconvocados para participar deste acontecimento. Voltaremos diariamente a este assunto.

* * *

A lei do subsídio em debate

As preocupações levantadas pelos(as) colegas Iris Silva, João Paulo, Wladmir Coelho e Luciano no post anterior são relevantes e devem ser objeto de análise dos educadores. Em relação à forma atual de pagamento, que engloba vencimento básico mais gratificações, o subsídio tem a desvantagem de sobre ele não incidirem as gratificações como quinquênios e biênios. Em relação ao valor, as novas tabelas representam ganho, maiores para os novatos e menores para os antigos servidores, uma vez que confiscam o tempo de serviço dos educadores.

O cenário ideal seria de fato a manutenção da forma atual de remuneração, desde que o vencimento básico atingisse um valor decente e não este valor ridículo atual, que varia entre R$ 360,00 e 550,00 para quem tenha curso superior. Com estes valores, quaisquer percentuais que incidirem sobre os mesmos ficarão ainda abaixo da crítica.

Existe a possibilidade do STF considerar, julgando o mérito da ADIn - dos governadores canalhas que ingressaram contra a Lei do piso - que piso é piso mesmo, e não vencimento básico mais penduricalhos, como liminarmente se aceitou no próprio STF. Mas, não devemos esquecer que os tribunais de justiça são, acima de tudo, órgãos políticos, com membros indicados por governantes de plantão e profundamente corporativistas, além do forte resquício que ainda guardam do período da ditadura militar. Se tem um setor público que foi pouco alterado após a chamada abertura política, este setor é o poder judiciário, que precisa passar urgentemente - juntamente com quase tudo no Brasil - por um processo de republicanização.

Dito isso, não dá para antecipar que o STF deverá julgar o valor do piso como sendo o valor cheio, sem os penduricalhos. Dependerá muito da conjuntura, das pressões dos novos governantes e até da pressão dos educadores, caso tenhamos capacidade de nos organizarmos e pressionar aquela Casa através de grandes mobilizações de massa e de paralisações.

Por outro lado, é importante que pensemos um posicionamento comum, para acabar de vez com a divisão que a política neoliberal do faraó e afilhado tentou criar no nosso meio. Por exemplo: não dá para uns terem direito a quinquênios e biênios e outros, na mesma condição profissional, não terem estes direitos. Da mesma forma, não é correto que uma parte da categoria faça a opção pelo plano de carreira atual, com as tabelas vigentes, e os novatos façam opção pelas novas tabelas. Isso dividirá a categoria ainda mais, pois estaremos lutando por coisas distintas e impossibilitando futuras mobilizações.

O imediatismo, neste caso, para todas as partes, deve ser evitado, dando lugar à reflexão amadurecida daquilo que queremos alcançar, seja com a lei do subsídio ou com a carreira atual. Sempre pensando em tratamento isonômico para os profissionais de uma mesma carreira, com os princípios de valorização pelo tempo de serviço e pelo título.

Na possibilidade de optarmos coletivamente pelo plano de carreira atual - e teremos 90 dias após o quinto dia útil de fevereiro para tomar tal decisão, caso a lei nova seja cumprida pelo novo governante - devemos estabelecer como bandeiras fundamentais pelo menos o seguinte:

a) o pagamento integral do piso como vencimento básico, tendo como referência as novas tabelas criadas pela lei do subsídio,
b) extensão do quinquênio para todos os servidores, incluindo os novatos,
c) redução do tempo para a promoção na carreira,
d) posicionamento de todos de acordo com o tempo de serviço (2 anos= letra B, 4 anos= C, 10 anos= letra E, 20 anos= letra J e assim por diante),
e) aplicação de um terço do tempo extraclasse (24 horas = 16 horas em sala de aula e oito horas extraclasse),
f) reajuste anual de salário de acordo com o maior índice entre INPC, Inflação oficial e reajuste aluno/ano.

Pode-se até discutir o corte de alguns penduricalhos, como o biênio e o pó-de-giz - que aliás, é cortado quando a pessoa se aposenta ou entra de licença médica. Além disso, um novo valor cheio do piso, combinado com a valorização do tempo, através do quinquênio e das progressões, e mais a valorização por meio do título acadêmico, tornariam o salário minimamente decente.

Este cenário seria talvez o melhor, o ideal. Mas, nem sempre trabalhamos com o cenário ideal. Por isso, é preciso analisar também a outra possibilidade, a da lei do subsídio, tornando-a pelo menos mais aceitável e aproximando-a do cenário ideal.

A legislação brasileira é cheia de contradições e conflitos, aparentemente criados para confundir mesmo, abrindo brechas para múltiplas interpretações, como foi caso da lei do piso. Os legisladores estão cercados de juristas e assessores bem preparados, do ponto de vista da ciência jurídica, para poder orientá-los dos riscos e possíveis inconstitucionalidades. Mas, eles não estão preocupados com isso. Fazem as leis para jogar para a platéia - tanto a Lei do Piso nacionalmente, quanto a Lei do Subsídio aqui em Minas estão eivadas de falhas, imprecisões e conflitos com a Carta Maior do país. Em última instância, será a força social e política do nosso movimento que determinará o resultado nos embates com o governo.

No cenário da lei do subsídio, para aprimorar esta lei, não podemos abrir mão dos seguintes pontos:

a) pagamento das tabelas em janeiro de 2011, conforme aprovado em lei,
b) posicionamento de todos de acordo com o tempo de serviço (mesmo critério citado acima),
c) retorno do quinquênio para todos (já que a lei aprovada na ALMG prevê exceções a serem pagas, além do subsídio, poderá incluir entre estas o quinquênio, que é uma conquista histórica dos servidores públicos do Brasil),
d) manutenção dos percentuais de promoção e progressão do atual plano de carreira - respectivamente de 22% e 3%,
e) um terço de tempo extraclasse, como previsto na possibilidade anterior,
f) reajuste anual dos salários, semelhante ao proposto no item anterior.

Com estas mudanças, as novas tabelas ficam aceitáveis, embora ainda tenhamos que lutar para que haja um reajuste dos valores aprovados, tendo como referência o salário do DIEESE. Mas, esta será uma longa luta, inclusive nacional, e enquanto ela não se torna realidade, precisamos resguardar no imediato as conquistas que tornem a nossa realidade salarial mais aceitável.

Um outro problema que também é da alçada nacional, mas que nos atinge a todos, diz respeito à famigerada Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF. Esta questão não pode ser esquecida, pois mesmo que o STF determine o pagamento do piso cheio os estados e municípios ainda terão este argumento - o dos limites da LRF - para negar o pagamento de salários decentes aos educadores. Desvincular, retirar, as verbas da Educação pública deste limite deve se tornar uma bandeira de luta nacionalmnente.

Para concluir, uma outra questão delicada diz respeito à jornada de trabalho. A Lei do Piso, como já analisamos anteriormente, prestou o desserviço de indicar a maior jornada - 40 horas de trabalho - como referência para pagamento do piso, abrindo a possibilidade de pagamento proporcional pelas jornadas menores. Assim, caso o STF aprove o piso cheio, ainda assim os governantes, como os de Minas, poderão pagar o valor proporcional pelas 24 horas. Na ponta do lápis, isso significa, para o piso estabelecido pelo MEC (R$ 1.020,00), que o nível I receberia R$ 612,00 de vencimento básico, o nível II R$ 746,64, o nível III R$ 910,90, o nível IV R$ 1.111,30, etc. Portanto, não muito distante, e em alguns casos inferior às novas tabelas salariais. Devemos lutar nacionalmente para que a jornada de referência para o pagamento do piso seja a de 20 horas, até para que se cumpra o previsto em lei, segundo a qual a jornada será de no máximo 40 horas semanais. Como a lei federal prevê a possibilidade de dois cargos para professores, a jornada de um cargo deveria ter como referência o tempo equivalente à metade da maior jornada permitida, ou seja, 20 horas.

Em síntese, os dois cenários, tanto o do plano de carreira atual, quanto o da lei do subsídio, dependem de ajustes para alcançar salários um pouco mais decentes. As duas possibilidades devem ser pensadas desde que se resguarde pelo menos o valor das novas tabelas como salário inicial e o tempo de serviço prestado, através da combinação do correto posicionamento (progressão) com a manutenção do quinquênio para todos os servidores, incluindo os novatos. A nossa luta organizada é a única forma segura de garantir essas e outras conquistas.

Eram essas as análises que gostaria de trazer para a reflexão dos colegas.


* * *

Para ampliar e enriquecer ainda mais o debate transcrevo uma pequena passagem do artigo escrito pela companheira Beatriz Cerqueira no Informativo da subsede do Sind-UTE de Ipatinga. Nesta passagem, Beatriz fala especificamente sobre a lei do subsídio e aponta alguns cenários para o próximo governo. Vejamos:

"A lei 18975/10, que instituiu o subsídio como forma de remuneração, ainda precisa ser discutida em profundidade. No entanto, é importante termos a clareza de que a verdadeira perversidade com a forma de remuneração da categoria ocorreu em 2003 com a Reforma Administrativa proposta pelo Governo Aécio e aprovada pela Assembleia Legislativa. Esta reforma dividiu a categoria entre os que adquiriram direitos como quinquênio, gratificação por pós-graduação, etc. e os que ingressaram numa carreira vinculada à avaliação de desempenho e ao recebimento de adicionais de desempenho que nunca foram pagos.

O Governo tem três grandes problemas para resolver em janeiro de 2011: corrigir as distorções criadas por esta lei para aqueles que já dedicaram vários anos ao serviço público estadual; realizar o reposicionamento por tempo de serviço previsto para junho de 2010, que o Anastasia assumiu o compromisso e mais uma vez não cumpriu; e estabelecer um diálogo efetivo com os trabalhadores em educação, porque a campanha salarial 2011 já começou! E estamos mais organizados e dispostos a lutar por uma educação de qualidade, salários justos e por um Estado que promova a justiça social. Estamos fartos de choques!

Beatriz da Silva Cerqueira
Coordenadora Geral Sind-UTE MG"
.


* * *


Incorporo ao texto central o comentário do colega e amigo virtual Luciano, professor de História em Janaúba, Norte de Minas, terra de gente boa (acho que já estive em Januária há uns 20 e poucos anos atrás. Adorei a cidade. De Montes Claros até aquela acolhedora cidade chegava-se por meio de estrada de terra. Deve ter mudado). Mas, vamos ao texto do Luciano:

"Luciano História:

Euler, em 2003 estava trabalhando na rede particular, sei que alguns colegas se mobilizaram contra essa medida do faraó mas é incrivelmente terrivel como membros da nossa categoria tem um certo medo dele.Infelizmente alguns colegas dizem que ao igualar quase todo mundo o governo agora está punindo aqueles que em 2003 olharam somente para seus umbigos e não lutaram pela categoria (porém quem lutou também está sendo punido). Só iremos acabar com determinados sentimentos revanchistas se todos estiverem na mesma carreira; ao criar uma nova carreira e abrir a possibilidade de optar pela antiga o afilhado está nos dividindo novamente e nós não podemos deixar isso acontecer. Não sei se a longo prazo a lei do subsidio é boa (um professor no final de carreira pode acumular apenas 35% em vantagem por tempo de serviço), mas o fato é que ninguem vai deixar de ganhar em 2011 400,00 reais a mais em cada cargo. Infelizmente, os resultados das eleições serão fundamentais para determinar os rumos de nossa luta; se a oposição agua-com-açucar ganhar, podemos exigir melhorias na antiga carreira e optar por ela, se o afilhado reverter essa situação é lutar para melhorar a lei do subsidio."



Comentário do Blog
: Caro Luciano, em 2003 houve muita luta. Eu participei dela, embora recém ingresso na categoria. Fomos derrotados, por vários motivos. A categoria estava desmobilizada, a direção sindical da época não inspirava confiança para uma grande parcela da categoria, o governo do faraó estava apenas começando e havíamos saído de um governo Itamar que organizou um desorganizado concurso, após longos anos sem concurso público. Enfim, no final das contas, todos nós fomos culpados pela derrota que sofremos. Mas, é importante centrar o foco, como faz a companheira Beatriz no texto que transcrevi acima, no verdadeiro responsável pela situação criada em 2003, que é a política neoliberal implantada pelo faraó e afilhado com o tal choque de gestão. Todos nós somos a vítima desta política. Mas, você tem razão num aspecto: não podemos cometer o mesmo erro e permitir que destruam um precioso patrimônio que recuperamos na revolta dos 47 dias: o da unidade da categoria.


* * *

Leiam também:

- Subsede do Sind-UTE Caxambu: "SIND-UTE/MG PARTICIPA DE REUNIÃO COM REPRESENTANTES DA SEE/MG E SEPLAG/MG"