terça-feira, 25 de maio de 2010

O faraó voltou e a revolta acabou

No texto anterior, na condição de escriba que não vende a pena, havia anotado:

"E que venha o faraó, pois os escravos que deixara antes do longo passeio pelos mares muito antes d'antes navegados, já não são os mesmos! Nem os mares, nem os escravos."

Devo confessar: os mares seguramente não são os mesmos, mas os escravos, talhados pela cultura de dominação faraônica, nem sempre conseguem se libertar. Não todos, talvez.

A tarde de hoje deu mostras de que há mais coisas entre o céu e a terra do que a nossa pobre filosofia possa imaginar. Minha imaginação é quase sempre fértil, embora a ingenuidade dos que sonham acordados quase sempre entorpece a visão.

Olhei para um lado, depois para o outro e vi um mar de gente. Pensei: vai ser a passeata mais bonita de toda a greve. E olha que nós fizemos muitas, belíssimas passeatas, atravessamos quarteirões, ocupamos praças, avenidas, rodovias, pisoteamos o gramado dos catelos do faraó. Desafiamos o mundo: a justiça, a mídia, o governo do faraó. Quase alcançamos o paraíso!

Quanta ousadia dessa gente. Escravizados por um sistema que empastela a todos como se numa máquina a moer jogassem os corpos despidos. No tronco de uma árvore, quando levavam chibatadas, os escravos se contorciam de dor e ao mesmo tempo de um ódio que seria vingado, algum dia.

Quando se rebelava era certo o castigo. Tempos outros os que vivemos. O castigo fora sutilmente aparado para que os escravos amotinados não o sentissem. Sem corte de ponto, sem demissão, anistiados.

A justiça do faraó determinara que a revolta era ilegal, portanto, uma ação de foras-da-lei. Um crime, talvez. A céu aberto, praticado por multidões. Generosamente, o faraó aceita dar o perdão para que tudo volte como dantes no quartel de abrantes.

Mas, aquela multidão me incomodava. Muito rosto novo, o que chega a ser interessante, quando as novas adesões despertam para a luta. Me lembrei do nosso ônibus, com a turma mais combativa da Revolta dos 47 dias. Pode ser que tenha tido outras turmas iguais, admito. Mas, não mais combativa do que a nossa. A turma de São José da Lapa e de Vespasiano, muitos que eu pude conhecer melhor nesse convívio dos dias de rebeldia. Coragem, desprendimento, ousadia, total entrega e paixão pela luta em prol das causas libertárias. Se dependesse dessa turma, a greve nunca acabaria. Não sem antes o faraó ter que negociar e ceder o que pedimos, ou algo próximo do que pedimos.

E foi com esse material humano, que se formou no combate e na entrega e no contato com tantas outras turmas feitas do mesmo material, que eu convivi nos últimos 47 dias. Não vou citar os nomes das dezenas de guerreiros com os quais partilhei os mais valentes combates dos últimos tempos, porque cometeria o pecado de esquecer um ou outro. O que seria imperdoável.

A Revolta dos 47 dias dos mais de 100 mil escravos educadores mineiros pode se inscrever nas páginas mais bonitas da história das lutas libertárias, já havia registrado isso aqui.

Mas, no meio do caminho tinha um faraó, com seu substituto imediato, suas assessoras, sua dócil mídia, seu fiel parlamento e sua servil justiça. E quando ele chegou de longa e demorada viagem, a ordem era: parar a revolta, custe o que custar.

Na última semana, todas as escaramuças foram lançadas na cabeça dos amotinados. Tão forte a pressão que gerou há duas ou três semanas um começo de acordo de cessar fogo. Os revoltosos em assembléia decidiram: nada de trégua! Queremos mais pão, terra e paz.

Opa! Mudei de século. Quem levantava essas bandeiras eram os revoltosos de Outubro de 1917 na Rússia dos czares, de Lênin, de Trotsky e de Stálin. Com os pés no chão, por aqui não se fez uma revolução, mas uma rebeldia por um piso mais justo. Um chão de casa com mais pão, mel e leite.

Os comandantes da revolta se reuniram com os representantes do substituto do faraó. Nem o faraó, nem o substituto se humilhariam a ponto de sentar-se à mesa com os representantes da ralé. Que ficam por aí a brigar por um chão de casa com um pouco mais de comida. Coisa outra são os fiéis juízes do faraó, que brigam por teto acima de 20 e tantos, quase perto dos trinta dinheiros. Com estes sim, o faraó se reúne e cede.

Olhei novamente para os lados. Cheguei a pensar: com tanta gente assim, acho difícil que a batalha acabe aqui. Já vi batalhas acabando por falta de gente, mas já vi também grandes exércitos perdendo as batalhas para pequenos grupos de guerrilheiros. Mas, eu via, como escriba de uma certa idade e experiência, que a cara daquele exército não era de quem quisesse permanecer na luta.

A voz da coordenação mudara o tom. Se nas primeiras assembléias de amotinados rufavam os tambores e os gritos de guerra e os compromissos em prol do pão e do mel, naquela, havia algo estranho no ar.

Os poucos gritos de guerra vinham de raras vozes, boa parte delas ao meu lado. A direção começara o evento já preparando o terreno para o fim dos embates, fazendo um esforço para que os guerreiros não se sentissem derrotados.

Vocês serão anistiados pelo crime de revolta em praça pública; ao voltarem para o trabalho, não receberão mais chibatadas do que de costume. E o pão? Gritava um. E o mel? Indagava outro. E o leite? Perguntava um outro. Todo este pacote de sobrevivência incluído na cesta do piso, no chão da casa, seria ainda discutido com os representantes de terceiro escalão do substituto do faraó.

Vinte dias, mais 10, ou 05, sei lá, para que uma comissão formada por ambos os lados do combate possa apresentar algum resultado. Para este ano ou para o futuro, o que parece mais provável. Quem vive de sonhos, pode esperar mais um pouco: dois, três, quatro, dez anos, por que não?

Afinal, haviam duas opções: manter a luta até a vitória, correndo todos os riscos que estavam colocados desde o primeiro dia da revolta, ou suspender a revolta, em troca de uma carta de intenções que os assessores do faraó produziram juntamente com a direção dos amotinados.

Por 60% dos votos, um pouco mais, um pouco menos, dos quase 20 mil revoltosos presente ali no pátio, foi aprovado o fim da batalha. Mesmo que ainda o documento de intenções não estivesse assinado pela parte dos representantes do substituto. Mas, vão assinar. Por tão pouco, não valeria a pena, para eles, esticar um pouco mais a corda no pescoço dos revoltosos.

Assim, no final da tarde, que teve até arco-iris como um falso sinal dos céus, as bandeiras foram recolhidas, os tambores guardados e no lugar da passeata de mais de um quilômetro, a volta para casa, recolhendo os cacos do que sobrara.

Devo confessar: se tivesse voltado sozinho para casa seria agora a pessoa mais infeliz do mundo. Pelo menos até amanhã, pois nada como uma noite de sono para retomar as energias e refazer os sonhos. Mas, já se dizia que uma andorinha sozinha não faz verão.

O choro coletivo, marcado pelos brados de bravos guerreiros, que lutaram até o último momento pela manutenção da batalha contra as tropas do faraó, trouxe um pouco de conforto. No ônibus de volta pra casa, o abatimento dos que foram vencidos pelas próprias fileiras do exército de escravos da educação, foi dando lugar a um sentimento de valores recuperados.

O orgulho de ter lutado a boa luta, desde o primeiro instante; a honra de ter lutado ao lado de tanta gente bonita, corajosa e valente. Alguns discursos, meu inclusive, do Vicente, do João Martinho, do Carlos Alberto, da Adriana, da Cláudia Luisa, da Carminha, da Cristina, do Alex, opa... eu disse que não citaria nomes dos guerreiros. Dos discursos, os mais eloquentes foram os do silêncio.

Ao final da jornada, uma conclusão: a guerra não terminou. A batalha foi praticamente vencida por uma máquina de guerra e de moer gente, que preparou terreno para a volta do faraó. Faltaram várias coisas. A direção, que teve momentos épicos, não conseguiu se desvencilhar do cerco das tropas inimigas. Quase não ofereceu resistência no final e fechou um acordo que jogou para um futuro incerto as lutas pelo pão, pelo mel e pelo leite. E a maioria da base de guerreiros, por livre opção, escolheu que era o momento de guardar as espadas, antes afiadas e prontas para o combate.

Certo mesmo é que outras lutas virão. Talvez não tão bonitas e emocionantes quanto os 47 dias da nossa revolta, cujo desfecho deixou a desejar. Mas, quem sabe, nos próximos embates a gente consiga se vingar, recuperando tudo aquilo que nos tiraram, do pão que mata a fome aos ares da liberdade. Quando isso acontecer, espero estar ao lado da mesma turma com a qual partilhei os melhores momentos de lutas, de sonhos e de poesia.

29 comentários:

  1. Mas não demora muito que nós que estamos longe estamosa doidinhos para saber seus comentários. Seu blog é tão bom que comentamos até sem texto.
    Valeu a luta está valendo o esforço.
    Voltamos todos de cabeça erquida e orgulhosos de termos lutado e desmascarado este governo, combatemos o bom combate, mostramos que união é primordial para uma luta, conseguimos resistir ao rolo compressor de estratégias do coverno para intimidar, acovardar, reprimir, ridicularizar, mentir, e todos defeitos possíveis para este governo. Foram liminares, materias compradas, tropa de choque como no dia 11/05/2010, notas ameaçadoras, ameaça de corte no ponto, de demissões, de substituição, mas todos mantiveram-se unidos. E pela 1ª vez desde que entendo por gente nunca ví uma greve terminar com o povo tão unido e disposto a marchar contra o FARAÓ.
    Um abraço a todos AS AULAS VOLTAM e a luta CONTINUA.

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  2. Amigo Euler este Blog não pode acabar nunca !!!

    Abraços !!!

    Roberto Carvalho
    E.E. Helena Guerra Contagem
    Blog matemática curiosa

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  3. E que dia que volta as aulas . Algumas pessoas estão falando que é quinta feira' é verdade ?


    para mim é ridiculo , uma greve que poderia ser uma das maiores lutas dos trabalhadores , se transformou ne um ridiculo "medo" do governo e de suas ameaças que foram muitas durante a greve . Vocês professores lutaram tanto a favor do aumento de salario , enfrentaram as piores ameaças que uma pessoa poderia receber , e hoje, finalizou quase 50 dias de greve , sem aquilo pela qual foi o grande motivo da greve .Uma decepção , realmente achei que ainda existia pessoas que não tinham medo do governo . Decepção , os que foram chamados de grande lutadores , aqui mesmo , no blog , hoje não passam de simples "armaduras" que enfim mostraram sua verdadeira "cara".

    -

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  4. Eu senti também uma ruptura nas hastes que levantavam "nossa bandeira"...
    Premeditado? Não sei... Doloroso, bastante!
    E nós queríamos mais, podíamos mais...muito mais!
    E como você mesmo disse,"a guerra não terminou", mas será que perdemos mesmo a batalha?

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  5. Euler, estava aqui ansiosa esperando por noticias e fiquei muito triste com seu relato conotativo e cortante como navalha na carne. Esperava que a turma resistisse, mas infelizmente recuaram. Não acredito que o governo irá cumprir o que prometeu(por sinal, migalhas). Sinto vergonha de voltar ao trabalho, vergonha dos meus alunos que terão mais motivos para não nos respeitarem como profissionais.
    Que seja assim.
    Maria Neuza - interior

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  6. PORFAVOR , RESPONDA ,
    AS AULAS REALMENTE VOLTAM AMANHÃ OU QUINTA?

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  7. Hol e Felipe, as aulas voltam na quinta-feira. Para os educadores, na quarta-feira, para organização interna.

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  8. Euler recebi um e-mail de uma amiga que ficou lá e disse que voltaremos a trabalhar dia 27 (quinta feira). Li seu comentário, confesso que chorei depois da assembléia e ao ler este maravilhoso desabafo da dor da alma. Estou me sentindo da mesma forma e faço minhas as suas palavras.Vc é um guerreiro,um grande lider que tive a felicidade de encontrar, conhecer e conviver mesmo que fosse por poucos dias.Estou chorando muito e paro por aqui...
    Bjs à todos os amigos guerreiros que conheci, jamais me esquecerei de vcs.Bjs

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  9. Wender, Roberto e Rose, obrigado pela visita e pelas palavras. Continbuaremos juntos nessa luta comum, que não acaba agora. O blog vai continuar, também. É mais uma trincheira de resistência, de tantas outras que formamos nessa greve.

    Felipe, cuidado com o julgamento fácil e generalizante. A luta social tem altos e baixos e nem sempre se consegue os objetivos de forma ideal. Vc aprenderá isso com o tempo. Mas, não podemos tirar o mérito da coragem e da união de milhares de pessoas que lutaram por direitos. Memo que a maioria tenha decidido recuar, não significa que sejam covardes. Foi uma escolha. Mas, a luta continua, ainda que por outros meios.

    Um abraço a todos e obrigado pela visita!

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  10. Oi Eliane, foi minha a honra de ter conhecido uma pessoa tão bacana e lutadora como você. Estaremos novamente juntos nas próximas lutas, estou certo disso.

    Amanhã voltaremos de cabeça erguida para as escolas, pois lutamos por aquilo que era justo.

    Um abraço, companheira de luta.

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  11. Tristeza tudo isso,decepção, não há palavras...
    Não sei se creio que possamos, em outro momento, lutar da mesma forma. Há muitos comentários de desânimo e de descrença. Professores dizendo que nunca mais lutarão, não para um final desses. Alguns dizem que foi vitória, não concordo! Voltarei para a escola sem qualquer motivação...

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  12. Maria Neuza, você deve voltar para a escola de cabeça erguida, com a altivez de quem teve coragem de lutar, enquanto muitos se acovardaram.

    Obrigado pela visita, companheira! Estaremos aqui, acompanhando o que se passa e dialogando com os colegas da educação e outros.

    Um abraço e a todos daí que participaram conosco da greve!

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  13. João Paulo Ferreira de Assis25 de maio de 2010 às 23:23

    Professor Euler, vou fazer-lhe um pedido. Por favor, continue com seu blog. Nós precisamos dele como um refrigério para nossas almas. Sei que escolher entre a suspensão e a continuação da greve foi uma decisão difícil. Por um lado continuar a greve, seria a possibilidade de novos professores ocupando nossos lugares, e talvez, a recusa absoluta de negociar. Quiçá o governo estaria reservando para nós um saco de maldades ainda pior. Lembrem-se que o Ministério Público ainda não havia sido chamado a intervir. Imaginem se o governo (ignorando que o Ministério Público é independente) ordenasse ou sugerisse que cada promotor representasse contra os professores em greve, e que os juízes (certamente seriam pressionados) aceitassem as denúncias e nos obrigassem a voltar sob pena de prisão. Por outro lado, a decisão de suspender também tem seus perigos, pois imaginem que a comissão se reúna, faça uma proposta agradável para nós, e mande para a Assembleia Legislativa, e esta não vote. Afinal há a desculpa da Copa do Mundo para que todo o Brasil deixe de ir trabalhar para ver a seleção. E os deputados não fogem à regra. Na verdade é um jogo de xadrez.

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  14. A greve não acabou. A batalha não terminou. A máquina do governo não é algo que se vença somente com paralisação parcial, ainda que em maior parte, e apoio restrito da sociedade. Não podemos subestimá-la. Não há nada que impeça o governo de realizar uma execução sumária: demitir e pronto. No entanto, levantamos para todo Brasil a questão da qualidade do ensino público em MG, dos salários medíocres, da desvalorização do professor e das péssimas condições de trabalho em muitas escolas, além de prensarmos, sim, Aécio-Anastasia contra a parede, ainda que muitos não acreditem nisto. Precisamos do apoio cada vez mais maciço da opinião pública e também dos meios de comunicação. Não podemos nos passar como intransigentes. A greve nos ensinou que a imagem vale muito. É utilizada pelo governo e devemos utilizá-la também e melhor. Se há históricos de fracassos quanto às negociações entre trabalhadores e governo, muito se deve a falta de vigília constante e disposição para retomar por parte da maioria dos manifestantes. Definitivamente não é este o nosso caso. A união pela manutenção da greve por 47 dias nos deu forças como nunca antes. Precisamos agora de manter-nos atentos, do apoio popular, sem nos mostrarmos estritamente radicais, esclarecendo cada vez mais os nossos alunos, os pais e toda a sociedade. Se o governo não cumprir com a sua parte e não for definido um reajuste significativo no piso salarial, voltamos! Teremos todos os argumentos a nosso favor para discutir e calar a boca de quem quer que seja. Retornaremos para as escolas com uma postura diferente, mais conscientes da necessidade de mais autonomia de nossa parte, sem nos prendermos aos mandos da SEE. Não devemos ter uma postura diferente desta. No próximo movimento reivindicatório voltaremos mais fortes e numerosos.

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  15. Caro Prfessor Euler!
    Seu blog foi mesmo um alento, uma força mais para a nossa categoria.
    Claro que não estou 100% satisfeita com o acordo, mas pondero que foi prudente suspender (não acabar, destruir como alguns consideram). Diante dos prazos legais para se estabelecer uma comissão e votar o que for definido, corríamos o risco de, se continuássemos em greve, perdermos o foco que é a viabilização desse piso (e não greve por greve). A greve só poderia ir até a próxima semana, depois disso não haveria mais prazo para negociar o que quer que fosse. Então sim voltaríamos cabisbaixos sem ter o que esperar.
    Confiar no governo? Não sei, ele já deu provas de que não merece. Mas penso que podemos dar um voto de confiança a um sindicato que até ontem todos só eram elogios.
    Se temos defendido que a categoria não foi massa de manobra por todo o período do movimento, não será agora e por nós mesmos que diremos o contrário. Volto às salas mobilizada, disposta a mobilizar a comunidade, feliz por ter participado de tudo isso, pronta para ir reinvindicar na próxima assembleia e se tiver que entrar na ALMG no dia da votação pra pressionar, estarei nas primeiras fileiras.
    Um grande abraço!

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  16. Caro e talentoso professor Euler, Que depoimento! Não lhe conheço pessoalmente, apenas pelo blog e o discurso que fez na penúltima assembleia, mas como estive em todas, desde o início posso declarar que somos amigos espirituais. Me permita uma dica: Você deve utilizar esse material desses dias de luta e publicar um belíssimo livro com imagens depoimentos, análises, criar um misto de documento poético com literatura de combate, será um registro importante para mostrar a Minas e ao mundo que as mentiras da gestão Aécio/Anastasia não enganaram a todos. Na educação mostramos que Minas não avança. Manchamos a famigerada gestão desses enganadores. Embora também chateado com o fim, pois acho que deveríamos continuar, saio de cabeça erguida, orgulho fortalecido, dignidade resgatada...Quando aqueles alunos chegaram na assembleia gritando "professor é meu amigo mexeu com ele mexeu comigo" vi senhoras professoras chorando, orgulhosas de sua profissaõ, a dimensão desse movimento vai além do desfecho, é um novo cenário que emerge com a luta, juntemos os cacos e sigamos com o mesmo engajamento para novas batalhas.

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  17. COMPANHEIRO E AMIGO EULER,

    VOCÊ É UM ESCRAVO DE PRIMEIRA LINHA... APESAR DAS CHIBATADAS DE HOJE AINDA CONSEGUE ESCREVER UM TEXTO DESTE!!!

    PARABÉNS, MERECE ALFORRIA!!!

    EU, PELO CONTRÁRIO, ESTOU DE LUTO, POR ENQUANTO!

    MAS QUERO ACREDITAR QUE TALVEZ TENHAMOS PERDIDO A BATALHA MAS NÃO A GUERRA!

    BOA NOITE!!
    E ATÉ MAIS...

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  18. Meu Caro amigo...## Foi difícil postar algo aqui hoje. Olhe as horas, isso pq sinceramente não digeri os acontecimentos de hoje. Seu texto me comoveu ao extremo. Mas... ... não vamos deixar a peteca cair ok, naquela reunião de diretores te disse que havia renascido das cinzas e isto é fato, portanto não desampare essa galera do bem que construimos através do seu blog e do movimento... Pois acredito que a qualquer momento tudo pode mudar.
    Vou fazer outra confissão: assim como outros colegas taambém estou com vergonha de encarar a comunidade escolar... O que dizer??? Indagações virão... Não quero pensar agora no resultado dos próximos meses de trabalho... prefiro pensar em novas estratégias para uma nova batalha talvez assim a pancada na nuca não seja fatal.

    No mais... parabéns pelo texto... esse como vários outros guardarei nos AUTOS do processo.

    Abraços Fraternos a todos e um enorme beijo no seu coração.
    Estou montando um fã clube pra vc ok. rs... rs...

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  19. excelente matéria Euler, espero que consigamos resgatar após esta pausa de 20 dias. futuros btilhantes e laços fortes como estes...
    nem sempre venceremos temos de lutar sempre!!
    eu confio que iremos vencer na próxima greve!
    um abraço meu amigo e aqui em Varginha muitos educadores visitam este blog eu para manter unida coloco algumas matérias no meu blog...

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  20. Oi Euler, amei o texto, corretíssimo. Já enviei um email para o Sind-Ute. Como vc tb nao entendemos nada aqui em Visconde do Rio Branco.A indignação é ao longe percebida, ao contrário de alguns nao dormi pensando, que fomos usados como massa de manobra. Tb me veio à mente que na verdade aquela multidao nao tem vontade propria, sem personalidade. Nao pude ir, mas com certeza eu e meus companheiros daqui nao teríamos levantado as maos na hora de votar pela suspensao.
    Agora nos resta buscar no fundo daqueles que se mostraram incapazes de continuar a batalha, a essencia de cidadao e nos consolarmos com um não à continuidade desse governo. Mas, nao me assutaria, em vê-lo no poder outra vez, tendo como piso para sua escalada, a cabeça daqueles que nao sabem lutar, pois nao sabem o significado da bandeira que simboliza o proprio estado onde vivem. Abraços.

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  21. Acho que já disseram tudo sobre seu depoimento. Maravilhoso. Tambpém tive a ideia, como Alex, que um livro poderia ser publicado...Continue informando e formando opiniões. É um dom precioso que você possui.Mas, afinal, o governo merecia esse voto de confiança que lhe foi dado??? Abraços.
    Heloisa- professora de Mutum

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  22. João Paulo, Cristiano, Deby, Alex O., Cristina, Iara, Lauro, Alessandra e Heloísa e aos outros companheiros que eu já havia respondido:

    Um beijo no coração de todos vocês! Foi uma alegria muito grande partilhar com vocês dessa luta. O nosso blog vai continuar e estou até pensando, como sugeriram alguns colegas (inclusive antes, por e-mail), em fazer um livreto registrando tudo o que vivemos nesta greve. Um pedaço de cada um de nós foi entregue e ficará marcado na nossa história. Até para que ninguém esqueça que num certo momento, um grande número de educadores, diante de uma realidade cruel, lutou e resistiu heroicamente, mesmo que ao final não tenha alcançado o objetivo central da luta.

    Um abraço e de cabeça erguida voltamos para a escola. Outras lutas virão, pois estamos vivos, física e espiritualmente.

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  23. Bom dia Euler,
    Sou Geane, também professora. Adorei o texto, mas, não está sendo muito fácil prosseguir nessa caminhada, principalmente depois de ontem ( assembléia do dia 25/05/2010). Será qua a decisão tomada pela maioria foi certo?!, ou demos um tiro no escuro!!! Com esse governo podemos esperar de tudo. Fico muito triste ao pensar que poderiamos ter indo muito além se a categoria por completa tivesse lutado junta, em vez isso, poucos guerreiros, se comparando ao grande número de profissionais da educação, estivesse conosco. Portanto, nem todos, podemos considerar como bravos guerreiros,que mediante a injustiça, o descaso, a indiferença vão a lutar para mostrar que somos seres com alma e coração, que temos a dignadade a defender de um governo facista que prega ser o melhor governo, onde tudo é perfeito. Não podemos deixar pessoas como essas que estão no poder suguem as nossas forças, temos que continuar lutando até que possamos gritar para os quatro cantos que temos um governo justo e totalmente democrático.
    Até mais, abraços.

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  24. EULER,

    Em primeiro lugar, parabéns pelo texto. Bem, aquela multidão, digo, "massa", além da média de público das assembleias anteriores, me pareceu estranha.Com a suspenção da greve - forma suave para decretar o fim da paralisação - corremos o risco de perdermos o poder de mobilização para as próximas manifestações. Aliás, teremos outras paralisações? Como superar a estratégia da ilegalidade e da deslegitimação dos movimentos reivindicatórios criada pelo Estado (executivo, judiciário, legislativo) e daqueles que o representam (imprensa, entidades empresariais, ideólogos etc.)? Nós, trabalhadores em educação, precisamos criar uma "rádio-peão", isto é, um trabalho permanente de comunicação e de educação política com o coletivo escolar (alunos, pais, os próprios trabalhadores em educação)de modo a superar os meios de comunicação de massa, que estão a serviço da ideologia "Em Minas, a educação avança". Mais uma vez, Euler, parabéns pelo belo texto. E continue com o blog, a "rádio-peão" dos trabalhadores em educação.

    Um abraço,

    Ricardo, de Sete Lagoas.

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  25. "Professor" Euler Conrado
    Durante todos estes dias me tornei seu discípulo, obrigado por nos brindar todos os dias com fragmentos do seu talento. Eu já havia usado esse mesmo espaço para afirmar que esse movimento é vitorioso, independente da resposta deste governo que aí está. Entendo e respeito sua posição pela continuidade deste belo e emocionante movimento, mas aqui na minha Virgem da Lapa, como em outras cidades do Vale do Jequitinhonha o refluxo ja estava ocorrendo, não dava mais para segurar. O esvaziamento quase que total ocorreria irremediavelmente após a Assembléia do dia 25. Por isso companheiro, peço que com seu intelecto privilegiado faça uma análise imparcial do desse acontecimento levando em consideração o contexto que vivemos em todo o Estado de Minas, bem nossas dificuldades e potencialidades.
    Quero continuar, leitor e seguidor deste blog, espero que continue escrevendo.

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  26. Euler Conrado você é o exemplo do professor que deveríamos ser de verdade para que essa greve não terminasse assim, se todos fossem como vc teríamos mais força para peitar esse governo covarde que está aí. Muitos professores tiveram medo,nao quiseram mostrar a "cara" na rua, não conseguiram fazer uma boa conscientização junto aos pais, para que nossa luta fosse mais forte, se esconderam em casa ou não aderiram a greve e aí deu no que deu.Por outro lado vimos grandes guerreiros que lutaram bravamente, acordando um gigante chamado CIDADANIA, que estava meio adormecido esses anos.Se não alcançamos os objetivos esperados, pelo menos demos uma aula aos nossos alunos de como ir às ruas e lutar pelos seus direitos, disso devemos nos orgulhar.

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  27. Euler,
    Precisamos do seu blog para continuarmos nos organizando para as eleições.Este governinho precisa perder seu posto e de forma geral.

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  28. Caro Euler agradeço a você que através de seu Blog nos mativeram informados. Que DEUS continue te iluminando. A luta CONTINUA. O povo mineiro alcançará a LIBERDADE em outubro.

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  29. Euler
    Achamos esse texto interessante. Por isso, postamos em seu blog. Vale a pena ler.

    O poder de um crachá – Olha a arrogância...

    Um Promotor Público vai a uma fazenda, em Patrocínio, estado de Minas Gerais e diz ao dono, um velho fazendeiro:
    - Preciso inspecionar sua fazenda por suspeita de enriquecimento ilícito e denúncia de possuir plantação de maconha!
    - Ok, mas não vá naquele campo ali. E aponta para uma certa área.
    O Promotor, puto da vida,diz indignado:
    - o senhor sabe que tenho o poder do governo e da polícia comigo? Em seguida tira do bolso um crachá mostrando ao fazendeiro:
    - Este crachá me dá autoridade de ir aonde quero... e entrar em qualquer propriedade. Não preciso pedir ou responder a nenhuma pergunta. Está claro? Me fiz entender?
    O fazendeiro todo educado pede desculpas, diz sim senhor e volta para o que estava fazendo.
    Poucos minutos depois, o fazendeiro ouve uma gritaria e vê o Promotor correndo para salvar sua vida, perseguido pelo Santa Gertrudes, o maior e mais bravo touro da fazenda.
    A cada passo, o touro vai chegando mais perto da autoridade, que parece que será chifrado antes de conseguir alcançar um lugar seguro e mostra-se apavorado e desesperado.
    O fazendeiro mineirinho larga suas ferramentas, corre para a cerca e grita com todas as forças de seus pulmões:
    - Seu crachá, mostra pro touro o seu crachá!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    É uma pena que não somos o touro para chifrar todos esses calhordas da justiça, o faraó e seus seguidores!

    Eliete e Luciana

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