sábado, 24 de maio de 2014

Eles querem detonar o Brasil, para justificar medidas "impopulares"


 
O líder trabalhista Leonel Brizola, em comício de encerramento na campanha pelo governo do Rio de Janeiro em 1990, enfrentando e derrotando a mídia golpista. (Vídeo citado em artigo do jornalista Rodrigo Vianna, editor do Blog Escrevinhador).

 
Qualquer cidadão um pouco mais atento, um pouco menos manipulado e teleguiado pelas estratégias dos de cima, já pode perceber qual é a jogada da mídia golpista, do tucanato e de seus seguidores de direita e até alguns desavisados da esquerda. Eles querem detonar o Brasil, para depois justificar as chamadas medidas "impopulares".

A qualquer hora do dia ou da noite que você liga o rádio, ou a TV ou pega um jornal na banca de revista, o que você mais vê? A mídia atacando o governo Dilma, o PT, o ex-presidente Lula, o Brasil, enfim, como se estivesse mal, descendo ladeira abaixo. As previsões da Rita Fim-de-Mundo, da Itatiaia, ou da economista Urubulóloga, da Globo, são sempre pessimistas: a economia vai mal, o mercado está anunciando que o desemprego vai aumentar, a inflação vai subir, ninguém mais quer investir no país, enfim, o Brasil está acabando, ou até já acabou.

Quando você analisa os índices reais, é tudo ao contrário do que eles dizem: a economia do Brasil cresce nos últimos 11 anos, o desemprego está no seu índice mais baixo, por volta de 5%; a inflação está sob controle, com aumentos provocados pela entressafra, ou por mera especulação injustificada dos empresários; existem políticas sociais de amparo às famílias de baixa renda como nunca se viu no país. Enfim, claro que ainda não vivemos o paraíso, mas o Brasil está muito melhor do que antes. Muito mesmo.

Mas a mídia golpista, tucana, insiste em dizer que vai tudo muito mal. E o pior é que para eles a culpa é sempre do governo federal, apenas. Se há um problema de violência urbana, que cresce no mundo, a culpa é da Dilma. Nunca é dos governos estaduais do PSDB, que governa dois dos maiores estados do Brasil - SP e Minas -, e que, por não investirem adequadamente no social, na Educação e na Saúde, entre outras áreas, contribuem e muito para este clima de insegurança e violência urbana.

Sem perspectiva de presente e de futuro, muitos jovens apelam para o tráfico ou para o crime organizado. Isto se resolve com políticas sociais, com mais Educação pública de qualidade, com mais programas de artes e cultura; com mais apoio e incentivo aos artesãos, aos pequenos produtores, enfim, com projetos de vida que alcancem estes cidadãos. Mas, o que fazem os governos estaduais? Muito pouco mesmo. Minas, por exemplo, desenvolve um programa chamado Fica Vivo, que é bom, por sinal - atenção mídia, aprenda comigo, saiba elogiar os programas do Governo Dilma, como estou fazendo agora com um program do governo do estado de Minas. Mas é insuficiente. O Fica Vivo tem o mérito de abrir as escolas nos finais de semana, contratar oficineiros, e permitir que jovens e adolescentes usem a quadra de futebol, brinquem, enfim, ao invés de ficarem nas ruas consumindo alguma droga, pelo menos ocupam o tempo de forma sadia. Mas, convenhamos, ainda é pouco.

O governo federal, por sua vez, tem realizado vários programas voltados para os jovens e adolescentes. Entre eles, o Projovem, que remunera os estudantes de uma certa faixa etária para frequentarem as escolas e aprenderem algum ofício. Outro programa interessante é o Pronatec, voltado para a profissionalização de jovens e adultos, oferecendo dezenas de ofícios em nível técnico, para que as pessoas se qualifiquem para trabalhar. Ocupam o tempo com aprendizado e constroem projetos de vida para si e para seus familiares. Cito ainda o ENEM, que foi todo reformulado e hoje abre as portas para as famílias de baixa renda acessarem o ensino superior. As políticas de cotas também contribuem para reduzir os preconceitos e as injustiças seculares.

Quem contribui muito pouco com a redução da violência é a própria mídia, que cria um clima de terror baseado em fatos isolados. Acontece um crime qualquer numa esquina de BH ou de qualquer outra cidade, e pronto, aquele fato ganha uma dimensão nacional, como se em todas as esquinas do Brasil acontecesse algo semelhante. Todos os dias eu saio de casa para trabalhar nas periferias de BH - antes era na periferia de Vespasiano. Sempre em áreas consideradas de risco, em comunidades pobres, e até hoje, com meus 52 anos, nunca me senti inseguro, nunca fui assaltado, nem ameaçado. Claro que várias pessoas já foram, a gente houve testemunhas as mais diferentes. Mas, é preciso contextualizar isto, para não criar um clima que não existe realmente.

A mídia dá um foco muito grande no que é negativo apenas. Não mostra os muitos trabalhos positivos, as muitas ações solidárias que acontecem nas cidades, nos bairros, por conta dos próprios moradores, independentemente de governos. Como temos uma mídia golpista, ligada aos tucanos, cujo objetivo é mostrar que o Brasil está afundando, para depois justificar as medidas "impopulares" que eles apoiam, o foco todo fica mirado nas coisas negativas. Tanta coisa boa no Brasil: nas ruas, nas praças, nas casas; os encontros das pessoas, as comidas típicas, os pontos turísticos ao alcance de todos, enfim, um universo de coisas boas que não são mostradas.

Temos coisas negativas na nossa vida e no dia a dia? Claro que temos. Querem alguns exemplos: o salário dos educadores de Minas, por exemplo, é algo negativo, que os governos tucanos legaram para o povo de Minas, que é a grande vítima das políticas de destruição das carreiras dos educadores. Outro exemplo: a péssima distribuição de renda no Brasil, um legado do capitalismo somado às políticas públicas - de todos os governos, sem exceção - voltadas para beneficiar os de cima. Querem os dados? As 15 famílias mais ricas do Brasil, segundo a revista Forbes, com a família de Roberto Marinho à frente, têm o patrimônio de R$ 270 bilhões de reais, que equivale a 5% do PIB brasileiro. Esta gigante renda de poucas famílias é igual a 10 vezes a renda acumulada das 14 milhões de famílias atendidas pelo programa Bolsa Família do Governo Federal. Vamos repetir: 15 famílias mais ricas do Brasil têm renda igual a 10 vezes a soma acumulada da renda de 14 milhões de famílias de baixa renda.

Traduzindo mais no detalhe: a renda destes 15 bilionários - a família Marinho, da Globo, encabeçando a lista, e claramente a favor dos tucanos - é exatamente o equivalente a 37 milhões de salários mínimos. Daria para pagar um salário mínimo por mês durante todo o ano para cerca de 3 milhões de famílias. É este o quadro de total injunstiça e má distribuição de renda do Brasil, que não é culpa apenas do Governo Dilma, senhores da mídia tucana. Vocês, da mídia, talvez sejam os principais culpados por isto, pois torcem todos os dias para que se privatize tudo, em benefício deste mesmo grupo reduzido de pessoas ricas.

Se dependesse das "medidas impopulares" que a mídia tucana defende, junto com seu candidato - maior desemprego, juros mais alto, privatização de tudo, sobretudo da Petrobras, a qual atacam 24 horas por dia, etc - se dependesse dessas medidas, o Brasil já teria oficializado a condição de neocolônia dos EUA. Aliás, na era FHC foi assim. O Brasil quebrou três vezes, pelo menos, e vivia de pires nas mãos atrás do FMI pedindo dinheiro emprestado para financiar a burguesia nacional e estrangeira.

Os mais jovens talvez não se lembrem da era FHC. Foi um período em que até greve era perigoso de se fazer, tal o desemprego existente. Aumento real de salário, acima da inflação? Nem pensar! Nos últimos 40 anos, pelo menos que eu me lembre, isto só aconteceu durante os 11 anos dos governos Lula e Dilma, que, contrariando a receita de gestão econômica indicada pela mídia tucana, investiu na geração de emprego, na política de valorização do salário mínimo e isto acabou forçando reajustes salariais com aumentos reais para todas as categorias.

Mas, disto a mídia tucana não fala. O que ela não cansa de falar é dos "mensaleiros do PT", os únicos da história republicana brasileira que foram presos, mesmo sem prova alguma - caso de José Dirceu. E os mensaleiros tucanos, cujo esquema de caixa dois é muito anterior ao do PT e continuam impunes até hoje? E os muitos escândalos envolvendo os tucanos, desde a compra de votos para a reeleição de FHC, passando pelo Trensalão em SP e tantos outros envolvendo os demos e tucanos e troianos de todas as cores ideológicas? Nada disso interessa para a mídia tucana.

O Brasil deve ser a única democracia que sobrevive com uma ditadura midiática de um partido único, de uma voz única. Leiam todos os jornais, escutem todos os noticiários de TVs e rádios e vocês verão que não há diferenças substanciais. É o pensamento único, fruto do monopólio da mídia sob controle de meia dúzia de famílias - a dos Marinho à frente, por que será, heim? Todos eles atacam o governo Dilma 24 horas. Conseguiram colocar o Brasil do futebol contra a Copa do Mundo realizada aqui, no país. Conseguem detonar as coisas boas para o povo pobre, como por exemplo o Programa Mais Médicos, que leva médicos cubanos para a periferia das grandes cidades e do Interior do Brasil, locais onde a maioria dos médicos brasileiros se recusa a atender. A mídia fica atrás das coisas negativas, de algum médico dissidente, de algum paciente que tenha sido mal atendido, para generalizar, como se aquela fosse a situação dos 14 mil médicos do programa.

Para combater esta tragédia nacional que é o monopólio da mídia, penso que teremos todos que lutar pela democratização dos meios de comunicação. Uma luta difícil já que os barões da mídia pressionam e chantageiam deputados, ministros do STF, governadores e até presidentes da república. Não vou negar: nem Lula, nem Dilma tiveram coragem de enfrentar esta mídia. Isto era coisa para gente de muita coragem, como o ex-líder Leonel Brizola, um dos poucos que encararam a toda poderosa Rede Globo, que por isso teve sua carreira política prejudicada.

Mas, penso que o governo federal da Dilma, sob a pressão dos de baixo, pode pelo menos aprovar um decreto, uma resolução, ou uma medida provisória voltada para a valorização da imprensa alternativa. Em nome da pluralidade, em nome da diversidade cultural - atacada pelo monopólio da mídia -, em nome, enfim, do apoio ao pequeno ou médio produtor de comunicação. Bastaria dar o exemplo de cima, estabelecendo que pelo menos 60% das verbas publicitárias estatais e do governo federal seriam direcionadas de forma republicana para este fim. Isto daria para criar um milhão ou mais de novos meios de comunicação (criar ou apoiar os existentes): as rádios comunitárias, os blogs, os jornais de bairro e do Interior. Seria uma verdadeira revolução nas comunicações e ninguém poderia acusar o governo de estar censurando a imprensa. Hoje, no Brasil, quem faz censura é a mídia tucana - Globo, Itatiaia, Folha de São Paulo, revista Veja, Band, Estado de Minas, etc. É esta mídia que atenta contra a democracia brasileira, contra a pluralidade de ideias, contra a diversidade cultural tão rica existente no Brasil.

Para esta mídia, é preciso que o Brasil afunde para se justificar as medidas "impopulares" defendidas pelo tucanato. Simples assim.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

                       ***


Sugestões de consulta na Internet:

- Blog Viomundo
- Jornal GGN
- Diário do Centro do Mundo
- Blog Escrevinhador
- Blog do Miro
- Blog do Mello
- Revista Forum
- Blog O Cafezinho
- Blog Cloaca News
- Blog Conversa Afiada
- Blog Tijolaço
- Blog Socialista Morena

- Blog Maria Fro
- Blog da Cidadania 
- Carta Capital
- Telesur ao vivo

- TV NBR (do governo Federal)
- Portal EBC

sábado, 17 de maio de 2014

Educadores de Minas aprovam greve; blogueiros realizam encontro nacional


Educadores de Minas aprovam greve para o dia 21. No Brasil: blogueiros realizam o 4º Encontro Nacional com a presença de Lula e temas importantes em debate


Um outro olhar sobre a Copa do Mundo.

Um outro olhar sobre a Venezuela.


Vou começar o novo texto da semana falando da greve dos educadores de Minas, que foi marcada para iniciar no próximo dia 21. Como todos sabem, não pertenço mais formalmente aos quadros da categoria dos educadores de Minas. Mas, de forma alguma estou totalmente alheio ao presente e aos destinos da Educação pública e especialmente da realidade dos educadores de Minas. Durante quase 10 anos atuei como professor e como militante, por melhores condições de trabalho e salários mais dignos para todos os educadores,  como condição essencial para uma educação de qualidade. Especialmente nas duas últimas greves da categoria, a de 2010 e a de 2011, respectivamente de 47 e 112 dias, participei ativamente, ao lado de centenas de combativos colegas de todo o estado de Minas, que muito me orgulham. Considero que tenha valido a pena ter participado dessas duas grandes greves e não hesitaria em participar de uma terceira grande greve tendo em vista as condições em que os educadores de Minas foram e continuam tratados - mal tratados, aliás, pelo estado, com a carreira destruída, o piso salarial burlado e o salário praticamente congelado. O governo não tem vergonha de anunciar na mídia bem paga que a Educação de Minas é a melhor do planeta, enquanto paga apenas dois salários mínimos de teto para os professores. Vergonhoso.

Mas não quero incentivar ninguém a fazer nada, principalmente por não poder mais participar pessoalmente das lutas. Caberá a cada educador refletir sobre o que fazer, sempre lembrando de uma coisa básica que aprendemos logo que iniciamos a militância social: união e luta! Sem unidade e sem luta, não há conquistas. E claro que esta unidade não nasce pronta. É preciso ser construída na própria luta. Uma outra coisa: o governo joga pesado para desunir a categoria, porque sabe que a categoria dos educadores unida poderá arrancar qualquer conquista, inclusive política e eleitoralmente falando, já que são 400 mil educadores, entre aposentados e na ativa. Daria para colocar ou tirar governo, eleger grande bancada de deputados, fazer mudar as leis e impor outras normas em favor dos educadores e da Educação. Mas esta grande quantidade de pessoas, desorganizada e sem consciência social crítica, não é capaz de fazer valer a sua força. Vira alvo fácil da manipulação da mídia. Não quero apontar culpados por esta situação, até porque são muitos - nós todos, inclusive, temos uma parcela de culpa. Mas, nunca é tarde demais para se repensar uma realidade, e mudá-la.

Para contribuir com este momento que os educadores de Minas vivem, reproduzo abaixo dois textos que encontrei na Internet de dois professores que merecem o nosso respeito: Gílber Martins Duarte e Marly Gribel. Seria interessante que em cada escola os educadores pudessem discutir a sua realidade e buscasse compartilhar com os demais colegas as muitas opiniões e leituras que se fazem. Evitando os interesses egoístas e buscando sempre construir a unidade em torno dos interesses comuns. Este é o caminho da vitória, sempre. Contem com a nossa solidariedade e apoio moral.

     ***





O outro tema da semana que trago, em breves palavras, é o 4º Encontro Nacional dos blogueiros progressistas, que acontece neste final de semana em São Paulo. Tenho acompanhado parte dos debates aqui de casa mesmo. Pude ver uma parte da fala do ex-presidente Lula, que defendeu - finalmente - o marco regulatório da mídia, coisa que deveria ter feito quando foi presidente. Infelizmente, os organizadores do evento não conseguiram viabilizar uma transmissão ao vivo não artesanal, como de fato aconteceu. A nossa esquerda é simplesmente melancólica quando se trata de usar bem as tecnologias disponíveis. A direita, é claro, dispõe de capital e dos meios de comunicação para transmitir suas ideias 24 horas por dia. E a esquerda, quando realiza um encontro com boa qualidade, inclusive com a participação de pessoas como o líder do MST, do ex-presidente Lula, entre outros, não consegue viabilizar uma transmissão de qualidade. Vergonhoso para todos nós esta situação. Até a mídia Ninja, quando quer - por falar nisso, o movimento Fora do Eixo participou do evento - consegue coisa com mais qualidade.

Na tarde deste sábado, teve destaque o apoio à revolução bolivariana na Venezuela, inaugurada com o ex-presidente Chávez. De fato, este é um tema que a mídia golpista trata segundo os interesses do grande capital e dos EUA. É preciso apoiar a Venezuela, que vive grandes mudanças sociais. Na América Latina, a Venezuela representa um avanço nas conquistas sociais, no retorno ao sonho de um mundo melhor para todos.E por isso mesmo é atacada 24 horas por dia pelo imperialismo norte-americano e pela direita de lá e de cá. E uma coisa que o debate revelou: a importância de se eleger no Brasil um governo que dê apoio ao presidente Maduro na Venezuela, ao presidente do Equador, da Bolívia, da Argentina, enfim, de todos os países cujos governos representam um avanço progressista em favor dos de baixo. No Brasil, a reeleição de Dilma representa este reforço na direção das conquistas sociais, contrariando o imperialismo.

Portanto, quem defende o retorno das medidas impopulares como arrocho salarial, desemprego em massa, choques de gestão com cortes de direitos dos servidores públicos, estado mínimo para os serviços públicos em favor dos de baixo e máximo para os de cima, fiquem à vontade para eleger os tucanos ou afins. O imperialismo norte-americano agradece o apoio. Agora, quem deseja continuar com os avanços sociais inaugurados com o governo Lula e Dilma, mesmo fazendo críticas e exigindo mudanças, não há outro caminho que não seja o da reeleição da presidenta Dilma. Já disse aqui que respeito os colegas que defendem o voto nulo, mas não concordo com esta atitude na atual conjuntura. Acho que o voto nulo, nesta conjuntura, favorece a direita golpista brasileira e mundial, mas tudo bem, cada qual tem o direito de fazer a leitura que quiser do contexto em que vivemos. Alguns consideram que Dilma e Aecio e Eduardo são tudo a mesma coisa. Miram-se em exemplos isolados para estabelecer o julgamento: são todos iguais! Mas, será mesmo?

Outro dia li na blogosfera (não leio mais os jornais das elites) que uma pesquisa feita entre os grandes empresários dava em torno de 80% de preferência pelo candidato do tucanato; e que o candidato neto de Arraes ficava com cerca de 17%; e que Dilma ficou com os restantes 3%. Ou seja, a elite brasileira tem um lado, que não é o do povão sofrido do Nordeste, ou dos assalariados de todo o Brasil. Um outro dado: a família mais rica do país, dona de uma fortuna de R$ 60 bilhões (60.000.000.000,00!), segundo a revista Forbes, é a dos Marinho, dona da Rede Globo, que claramente sempre foi anti-petista, anti-Lula, anti-Dilma. Mesmo que Lula e Dilma tenham feito de tudo, em nome de uma suposta governabilidade, para agradá-los. Eles sabem o que representa um governo que pode ser pressionado pelos de baixo e que realiza políticas sociais para o povão. Essa gente - o grande capital, a Globo, etc. - sempre apoiou o golpismo, o arrocho salarial, as medidas anti-povo, para que sobre cada vez mais para os de cima. Ainda mais agora que, finalmente, Lula e Dilma começam a defender o marco regulatório da mídia - que representará o fim do monopólio da mídia golpista - seguramente os barões da mídia vão jogar pesado na derrota da presidenta Dilma.

Se você quer ajudar os barões da mídia, o imperialismo norte-americano, o fim das políticas sociais, o desemprego em massa, a privatização da Petrobras, fique à vontade para votar no tucanato ou votar nulo. Agora, se quer que haja continuidade nas políticas sociais, com aumento real no salário mínimo e mudanças e melhorias em várias áreas - na Educação, na saúde pública, na política de moradia, na mobilidade urbana, no fim do monopólio da mídia, etc. - então ajude a reeleger a presidenta Dilma e una-se às muitas lutas e movimentações dos de baixo em favor dos nossos interesses comuns.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

       ***

GREVE na Educação em Minas - só resta esta alternativa.


        Por: Marly Gribel*

Não resta mais nenhuma alternativa para a categoria - só a greve. É lamentável tudo que vem ocorrendo com o funcionalismo público, mas a situação nossa é de tamanha gravidade, de extremo desrespeito e descaso do governo do PSDB com a  educação, com a lei,  que fica impossível ficar indiferente, inerte e assistir passivamente a este circo e cerco.

E digo lei porque não respeitam nem as coisas mínimas-  Coisas pequenas como o direito a progressão prometida e não paga, o direito a férias-prêmio suspensa este ano.  Nem estas migalhas previstas em lei são cumpridas. Para não falar no  fim da nossa carreira com o subsídio, que  congelou definitivamente os salários. De uma imoralidade tão aviltante que não cabe mais nenhuma dúvida. Nem a "mesa de negociação" para enganar tolos, nem isto foi feito pelo governo.

Seria muita pobreza de nossa parte aceitar isto de cabeça baixa. É chegada a hora do levante... Quantos serão os insurretos? não sabemos. Mas eles tem que surgir e permanecer acreditando na justiça e no direito e alimentando os sonhos... Não acredito em greves movidas por pequenos grupos ou baseadas apenas num parecer de um grupo, mas, acredito num concurso de agentes  que alavaquem a greve e  argumentem ostensivamente com o governo e também com o sindicato, entendendo o sindicato como um instrumento para a garantia de direitos e não para manipulação de interesses, sejam eles quais forem. Os agentes principais não são eles, somos nós.

Entendo sindicato como mecanismo de organização, não como mecanismo de manipulação. Se manipulam é porque permitimos, se no passado recente  negociaram paralelamente com o governo  sem ouvir a categoria é porque permitimos. Se conduzem de forma errônea as estratégias de luta , também permitimos. Os espaços de discussão não podem se resumir exclusivamente nas decisões do conselho geral, elas tem que iniciar e  encerrar na Assembléia de rua. As últimas foram decididas pelo Conselho geral com o empurrão de deputados ditos de " esquerda" .


Beatriz fez suas últimas considerações na Rádio Itatiaia. Colocou todos os problemas que a categoria enfrenta, omitiu alguns, mas os principais estão colocados e, pelo volume  e pela gravidade e pela nossa dignidade não resta mais saída para nós : não existe argumentos contrários, só a greve poderá romper esta tensão.

A assembléia está marcada, dia 15 e o indicativo de greve também. Que nos resta nesta noite escura e agonizante? Temos dúvidas em relação a este sindicato? Inúmeras. Mas sempre penso que forças contrárias são capazes de romper forças estratificadas. O sindicato chama a greve e nossa responsabilidade enquanto educadores e avaliar nossa situação, nosso compromisso com a educação  e entender que o que move as lutas não são grupos isolados e sim a  ação coordenada de todos para o bem da coletividade.  Que surjam forças capazes de arrancar politicamente o que nos foi usurpado.

Forças que mobilizem novas ações políticas, porque a greve é política, visto que somos seres políticos. Política, porque fomos massacrados sistematicamente uma década por um mesmo grupo político: O PSDB e seus aliados no Parlamento e, temos que dar respostas. Chegou a hora: são tempos de eleição.

Em tempo: me encontro de licença e buscando o ajustamento funcional, visto que me aposentei de um cargo ano passado após 27 anos de serviço. Obviamente, após 27 anos de profissão o esqueleto fica danificado e me encontro em tratamento. Nunca driblei uma greve em Minas Gerais. Fiz todas  e só me retirei da praça no último suspiro da categoria, mesmo quando toda a escola já havia recuado. Estou à disposição da categoria para avaliar, denunciar e criticar.

*Marly Gribel - Professora de história, pós-graduada em história geral pela UFMG e em Novas Tecnologias na educação pela UNIMONTES; ativa participante e liderança dos movimentos de luta dos profissionais da Educação de MG; liderança do NDG.


      ***

21 de Maio: GREVE dos TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

 
              Por: Gílber Martins Duarte

Mesmo avaliando que a maioria da categoria dos trabalhadores em educação de Minas Gerais parece não estar demonstrando disposição de fazer uma GREVE de massa nesse momento; mesmo tendo sido impedido de participar da última Assembleia Estadual do Sind-UTE/MG por conta do assalto ao ônibus que eu e meus companheiros de caravana do Triângulo Mineiro sofremos, quando nos dirigíamos a BH – Assembleia Estadual, esta, em que eu colocaria novamente minhas preocupações quanto à deflagração da GREVE nesse momento, fruto do quadro baixo de mobilização que temos percebido nas escolas –; enfim, mesmo com essas observações, que, em nome da minha honestidade e da minha verdade militante, não posso esconder jamais da categoria, acato e acho que todos os sindicalizados deveriam acatar a decisão votada por maioria na Assembleia Estadual do Sind-UTE/MG que optou pela GREVE nessa conjuntura.

Por que acatar a decisão de fazer GREVE votada pela maioria presente na Assembleia Estadual do Sind-UTE/MG? Porque um sindicato de trabalhadores só é forte quando os sindicalizados acatam as decisões votadas coletivamente por maioria nas suas Assembleias Decisórias. Isso não quer dizer que temos de silenciar nossas discordâncias em relação à maioria, principalmente quando achamos que a maioria está EQUIVOCADA.

Em outras palavras, em nome da democracia operária do Sind-UTE/MG, mesmo estando impossibilitado de estar na última Assembleia Estadual, discutindo nossa discordância com essa proposta de GREVE nesse momento, não podemos e não vamos FURAR A GREVE votada por maioria na última Assembleia Estadual do Sind-UTE/MG, mesmo preocupados com a possibilidade de que essa GREVE não obtenha vitórias concretas para nossa classe, já que a conjuntura das escolas, bem possivelmente, aponta para um movimento de luta de uma pequena minoria. Para nós, Socialistas Livres, na luta de classes não há espaço para amadorismos: GREVE tem de ser de massa. GREVE de minoria não tem chances de obter vitórias concretas. Ponto.

Por fim, gostaríamos de dizer que entendemos que a GREVE é uma importante tática de luta para tentar abrir negociação perante qualquer governo. Nisso, todos os lutadores do Sind-UTE/MG tem acordo. Sem luta não há nenhuma possibilidade de conquistas. Com o governo do PSDB de Minas Gerais não seria diferente: só com muita luta podemos abrir negociação favorável aos trabalhadores em educação. Com as ressalvas acima colocadas, portanto, chamamos a todos a aderir à GREVE que se inicia no dia 21 de Maio. Se a maioria das escolas parar, podemos ter alguma chance de abrir negociação sobre PAGAMENTO DO PISO; DESCONGELAMENTO DA CARREIRA; DIMINUIÇÃO DOS DANOS PARA QUEM É DA EXTINTA LEI 100; MELHORIA DO IPSEMG; POSSE PARA OS CONCURSADOS EM TODOS OS CARGOS VAGOS DIVULGADOS NO ÚLTIMO EDITAL; VOLTA DA EDUCAÇÃO FÍSICA E ENSINO RELIGIOSO; MAIS FUNCIONÁRIOS NAS ESCOLAS. O crescimento ou congelamento do movimento grevista é que determinará o avanço ou o recuo da GREVE na próxima Assembleia Estadual do Sind-UTE/MG, a se realizar no dia 28 de Maio. Por enquanto, a hora é de INICIAR A GREVE no DIA 21 DE MAIO. Vamos à luta!

*Gílber Martins Duarte – Militante Socialista Livre do CSL/CAEP – Sind-UTE/Uberlândia/MG – Doutor em Análise do Discurso/UFU – Professor da Rede Estadual de Minas Gerais – Membro MEOB – CSP-CONLUTAS.



       ***

Sugestões de consulta na Internet:

- Blog Viomundo
- Jornal GGN
- Diário do Centro do Mundo
- Blog Escrevinhador
- Blog do Miro
- Blog do Mello
- Revista Forum
- Blog O Cafezinho
- Blog Cloaca News
- Blog Conversa Afiada
- Blog Tijolaço
- Blog Socialista Morena

- Blog Maria Fro
- Blog da Cidadania 
- Carta Capital
- Telesur ao vivo

- TV NBR (do governo Federal)
- Portal EBC

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Brasil: uma democracia ameaçada pela mídia e por setores do judiciário




 




   Já havia publicado meu texto quando encontrei estes vídeos com a fala de José Dirceu, antes da sua prisão em regime fechado (embora seja condenado em regime semiaberto, já que foi absolvido da acusação de quadrilha). As críticas que ele faz à mídia, ao judiciário, à direita, enfim, com sua tradição de golpismo, são consistentes. Publico as três partes do vídeo, pois somente através dos blogs será possível encontrar o contraponto ao monopólio de uma mídia cada vez mais de pensamento único.

A passagem dos 50 anos do golpe civil-militar de 1964 é relembrada por muitos. Além de tudo de ruim que representou aquele acontecimento de triste memória, procura-se comemorar uma suposta vitória da democracia, do estado de direito, da república, enfim, sobre o regime ditatorial. Contudo, cada vez mais a realidade brasileira se parece em muitos aspectos com um filme repetido. Antes, tomando emprestado as palavras do grande pensador Karl Marx, como tragédia; agora, como farsa.

O Brasil vive um momento de golpismo. O ambiente geral encontra-se envenenado por uma mídia irresponsável, que apoiou o golpe de 1964, e que, desde a abertura, após o fim formal da ditadura, vem atuando no cotiano dos brasileiros como um entrave para o avanço das conquistas e dos direitos da maioria pobre da população.

Este ano então, quando o governo federal e a representação no congresso nacional estão em disputa, a mídia cria um clima de caos, de crise, como se o Brasil vivesse o pior momento da sua história. O que nem de longe é verdadeiro. A história recente do Brasil, nunca é demais lembrar, experimentou, durante a era FHC, vários momentos de  crises reais. Numa combinação bem ao gosto do receituário do FMI, o Brasil dos de baixo conviveu com grande desemprego, salários arrochados, juros altíssimos, direitos dos servidores e dos demais trabalhadores sendo cortados todos os dias e nenhuma perspectiva de melhora. Este foi o retrato de um país, cujo governo, na época, doou boa parte do patrimônio líquido para grupos de rapina nacionais e estrangeiros. Com a total subserviência da mídia, que criticava aspectos secundários para fazer parecer que vivíamos uma democracia, quando de fato, a própria existência deste monopólio da mídia representa a não existência de uma real democracia.

Com todos os defeitos e todas as concessões feitas, a vitória de Lula no final de 2002 conseguiu estancar em parte - em parte, frisa-se - a total entrega das riquezas do Brasil para os setores privilegiados do grande capital e do agronegócio. Ao desenvolver políticas sociais mais agressivas, incluindo o aumento real do salário mínimo, o governo federal da era Lula patrocionou uma aceleração da economia, gerando emprego, e uma distribuição de renda que, se não é ainda a que se deseja, pelo menos colocou em movimento milhões de pessoas que antes se encontravam abaixo da linha da pobreza.

A mídia golpista, representante do atraso, do neoliberalismo, nunca aceitou estas políticas sociais em favor dos de baixo. Para esta mídia, o Brasil deveria continuar eternamente como o país de uma ínfima minoria rica, uma classe média boçal, que viveria das sobras das elites, e uma maioria pobre com tratamento ao estilo do período colonial brasileiro, ou seja, enquanto escravos a servirço das elites. Para a mídia golpista, o Brasil teria que continuar uma colônia dos EUA e dos países ricos da Europa. Foi contra isto, aliás, que o ex-presindete Jango se voltou, defendendo reformas de base que incluía, além de reforma agrária, o controle da remessa dos lucros do capital estrangeiro.

A mídia golpista que ajudou a derrubar Jango é a mesma, praticamente, que hoje tenta derrubar Lula e Dilma e emplacar um candidato fantoche das elites, que defenda "medidas impopulares" para agradar as elites. Medidas como: arrocho salarial, juros mais altos, privatização da Petrobras - a única grande estatal que escapou da privataria de FHC -, entre outras medidas. Para as elites, governo bom é aquele que segue o receituário neoliberal.

O Brasil atual, por exemplo, tem muitos problemas, incluindo a histórica desigualdade social. Que é própria do capitalismo, mas que pode ser reduzida, desde que haja políticas de estado voltadas para este fim. O PT desenvolveu algumas destas políticas com os seus programas sociais já citados aqui - Bolsa Família, Mais Médicos, Minha Casa Minha Vida, Prouni, Pronatec, Luz para todos, etc. Contudo, é bom esclarecer, nem de longe o PT e o governo federal mexeram nas verdadeiras estruturas que mantêm os privilégios das elites dominantes. Entre estas estruturas, podemos citar a manutenção do monopólio da mídia nas mãos de meia dúzia de famílias. Como é que nós podemos considerar um país com 200 milhões de habitantes como sendo democrático quando TODOS os meios de comunicação estão concentrados nas mãos de meia dúzia de famílias? Quem as elegeu para terem este poder? Poder este inclusive de decidir unilateralmente sobre as principais coisas do país?

Pois é esta mídia, com seus comentaristas bem pagos, que faz a cabeça de milhões de pessoas diariamente. Eles têm o poder de eleger e derrubar presidentes da república, como já fizeram mais de uma vez, aliás. Têm o poder de estimular práticas de linchamento, como está acontecendo agora, graças a alguns programas policiais e de comentaristas irresponsáveis, que são reproduzidos nas redes sociais e que estimulam o "fazer justiça com as próprias mãos" contra as pessoas do povo simples. Ninguém estimula os cidadãos a quebrarem os bancos por cobrarem taxas absurdas de juros bancários, que levam centenas de milhares de brasileiros à falência. Mas, estimulam os pobres a se matarem, como se o vizinho da esquina, que está tão sofrido quanto os demais moradores, fosse o culpado de tudo.

Até mesmo quando cria este ambiente negativo, de caos, de desordem, para tentar desgastar politicamente o govenro federal, de forma irresponsável, a mídia acaba gerando um clima de ódio, de desesperança, de descrença em tudo, que só contribui para gerar o desespero e a dor entre os familiares. Tem sido muito comum as pessoas, até mesmo próximas da gente, dizerem que se sentem em pânico ao saírem de casa, dado ao clima de terror que a mídia tem criado e alimentado no país.

Não vou negar aqui que o PT e o governo federal tenham a sua culpa nisto também. A primeira culpa é a de não terem lutado pelo fim do monopólio desta mídia. Hoje, a democracia brasileira está ameaçada por um grupo de elite que controla esta mídia a serviço dos piores interesses. É um momento delicado porque a população está desorganizada, não há mais um partido político, como havia o PT e outros no passado, a canalizar o descontentamento. Hoje, este descontentamento pode ser conduzido para qualquer direção. Inclusive para uma nova ditadura fascista, que vai resultar num massacre de milhares de pessoas simples do povo.

Ou então, pode ser canalizado também para uma candidatura de direita, a serviço destes mesmos interesses golpistas, o que representaria um novo retrocesso na história do Brasil dos de baixo. Todas as lutas e conquistas democráticas estariam ameaçadas, aliás como já estão. Não podemos dizer que vivemos um regime democrático com um estado de direito em funcionamento, com os direitos individuais resguardados. Basta ver o que acontece no Brasil para sentir que as instituições ditas democráticas não estão funcionando. O STF, graças a ação do atual presidente daquela corte, virou uma espécie de autarquia da mídia e de partidos da oposição. Reparem a perseguição a que as lideranças do PT que estão presas - José Dirceu e Genoino - vêm sofrendo nas mãos do presidente do STF. Uma perseguição covarde, que agride direitos individuais - José Dirceu foi condenado sem prova alguma a regime de prisão semiaberto e continua em regime fechado há seis meses, sem direito a trabalhar durante o dia fora da prisão. No afã de manter Dirceu atrás das grades, o presidente do STF está alterando a jurisprudência acerca do regime semiaberto, o que poderá prejudicar mais de 100 mil presos que cumprem pena em regime de trabalho externo, para a ressocialização.

Genoino, cujo único patrimônio material é a casa em que morou com sua família - isto após vários mandatos como deputado federal - teve negado o direito de prisão domiciliar, ele que tem quase 70 anos e encontra-se com grave doença, que requer cuidados especiais. Barbosa age como carcereiro do PT, mas em relação às lideranças do PSDB envolvidas em falcatruas, o STF trata com total delicadeza. Continuam todos impunes, alguns até se candidatando por aí. E a mídia finge que eles nem existem.

Eu disse que o PT havia errado nessas situações todas. Nem vou mencionar como destaque o fato de Joaquim Barbosa, até então um ilustre desconhecido, ter sido indicado ministro do STF pelo então presidente Lula, que desejava colocar um negro naquela alta corte sempre formada por brancos de olhos azuis. Este gesto de Lula está sendo retribuído pelo ministro que virou herói da mídia com um tratamento antipetista que nem a direita mais golpista até agora teve coragem. Talvez somente a revista Veja e a Globo tenham tido atitudes assim, tão antipetistas. Mas, o principal erro do PT não foi apenas a indicação do ministro Barbosa. A omissão em relação ao monopólio da mídia talvez tenha sido o erro mais grave, e todos nós estamos sofrendo as consequências deste erro, ou omissão, ou covardia, ou tudo junto. Governante tem que ter coragem, sobretudo para enfrentar os de cima, os privilegiados. Ser governante para sacanear com os de baixo, como faz a maioria dos governantes, não tem mérito algum. A mídia protege, os barões do dinheiro retribuem, enfim, eles acabam se protegendo. Difícil mesmo é estar do lado do povo pobre e lutar contra os de cima.

Apesar destas limitações todas, os governos de Lula e Dilma promoveram avanços, e não é à toa que a mídia golpista ataca este governo 24 horas por dia, enquanto blinda os governos tucanos. Aqui em Minas mesmo a gente sabe muito bem como são as coisas. A mídia não fez uma crítica sequer contra os 12 anos de governo tucano. E nem vou dizer que foi por censura por parte do governo. Não. Foi uma autocensura dos donos desta mídia, que não só receberam generosa remuneração por isto, como também por terem afinidades ideológicas com o projeto de governo dos tucanos. Então o que vimos e continuamos assistindo é: nenhuma crítica ao governo do estado e ataque sistemático ao governo Dilma. Mesmo recebendo publicidade do governo federal, o que constitui até um certo mau caratismo, já que não assumem que têm um partido definido. Deveriam assumir publicamente que são não jornalistas ou comentaristas ou editores e diretores de rádios e jornais, mas MILITANTES do PSDB. Mas não. Fingem que são "neutros", cinicamente, enquanto claramente defendem um lado e atacam o outro.

Aqui no Blog, por exemplo, que não somos uma concessão pública, assumimos publicamente nossa postura política, declaramos o nosso voto, as nossas críticas, e não fazemos rodeios para enganar ninguém. Claro que entre os nossos leitores e visitantes as opiniões são diferentes, o que respeitamos.

Agora, em maio, o Brasil se aproxima de mais um evento de alcance internacional, que é a Copa do Mundo. O país do futebol, que sempre festejou nas ruas a participação da seleção brasileira nos mais diversos países, agora, que a Copa será realizada aqui, estamos assistindo a um clima negativo, como se houvesse um campeonato de um esporte que nenhum brasileiro gosta. Impressionante o que a mídia e setores da classe média que não aceitam uma certa mobilidade social dos de baixo são capazes de fazer. Mais uma vez podemos dizer que o governo federal errou em não se comunicar melhor com a população sobre as obras da Copa. Quantas pessoas foram beneficiadas, quais as melhorias foram produzidas e qual a importância deste evento para o Brasil? Prevaleceu durante um tempo o mito de que os gastos com a Copa foram maiores do que os gastos com a Educação e com a Saúde. O que é falso. Hoje começam tardiamente a aparecer os números, que dão conta de que a maior parte das obras foi financiada, e que estas obras geraram milhares de empregos, e que se não houvesse essas obras estes recursos não seriam canalizados para a Saúde e para a Educação. Recursos do BNDES - banco -, por exemplo, são usados para financiar os mais diferentes projetos, tendo em vista a geração de empregos e lucros. Educação e Saúde vêm de outra outra fonte do orçamento público. No caso da Educação, nós sabemos bem que enquanto não houver a federalização da folha de pagamento, não haverá mudança substancial na realidade dos educadores. São muito diferentes as realidades dos municípios e estados, e também o compromentimento dos governantes com esta causa.

No caso da saúde, nunca é demais lembrar que a oposição ao governo federal acabou com a CPMF que hoje estaria gerando nada menos que 40 bilhões de reais somente para a saúde. Um recurso que sairia principalmente das transações financeiras dos ricos, e que a oposição liderada pelo tucanato derrubou no congresso. O dinheiro público federal investido na Copa, inclusive nos projetos de mobilidade, representa em torno de R$ 8 bilhões. Somente com a Educação são gastos mais de R$ 100 bilhões anualmente. Claro que é preciso muito mais para que haja uma Educação de qualidade, com a valorização dos profissionais. Educação para mim é isto: valorização dos educadores em primeríssimo lugar. Tudo o mais vem como consequência. Pausa para rir um pouco - ou chorar, quem sabe - da propaganda do governo de Minas sobre "a melhor educação" do planeta existente neste território. Com professores ganhando dois salários mínimos, enquanto deputados e juízes ganham R$ 30 mil ou mais.

Claro que eu apoio as manifestações populares, inclusive as que ocorrerem durante a Copa - na minha opinião, não contra a copa, mas por políticas de mobilidade urbana, moradia popular, educação e saúde de qualidade, etc. Concordo com os manifestantes que protestam contra a tentativa de "higienização" social e urbana, jogando os moradores pobres para as franjas das regiões metropolitanas. Este embate - por melhores salários e condições mais dignas de vida para todos - é um embate de classe, sem rodeios. Em relação a isto não há que se tergiversar: é lutar e lutar para conquistar tais direitos. Mas, apesar disto, acho que a direita golpista e sua mídia vão tentar usar estes protestos de rua contra o governo federal, num período muito próximo das eleições. Quem participou das manifestações de junho de 2013 - eu participei pessoalmente de algumas marchas - pode perceber que havia um pessoal muito estranho, que nunca participou de movimento algum, e que era levado meio que pela onda das redes sociais, com um discurso muito moralista e conservador, beirando o fascismo em muitos casos.

Lógico que isto não é motivo para a esquerda e grupos afins abandonarem as ruas, de jeito nenhum. Mas é preciso estarmos atentos a estas movimentações e manipulações da mídia golpista, até para não nos tornarmos, a despeito de fraseologia revolucionária, meros "inocentes úteis" da direita. A melhor resposta dos movimentos sociais organizados seria a construção de comitês populares para discutir propostas para fortalecer as conquistas sociais e avançar, inclusive com a realização de uma assembleia constituinte exclusiva para mudar as regras políticas e este judiciário que temos e democratizar os meios de comunicação. No plano eleitoral, insisto na tese de que não há, no momento, outra alternativa que não seja reeleger a presidenta Dilma, que finalmente tem até despertado para algumas propostas que mencionei. O próprio PT começa a perceber que seu distanciamento do combate político contra a mídia resultará mais cedo ou mais tarde numa vergonhosa derrota, inclusive moral, já que o partido apanha calado da mídia, e se tornou por demais burocratizado.

Lutar pela democratização da mídia, pelo fim do partidarismo no STF, por amplas reformas políticas e estruturais, e pela continuidade das políticas sociais em favor dos de baixo é o dever de todos os que desejam um Brasil melhor e mais justo para todos, especialmente para os de baixo. Enquanto houver o monopólio da mídia e este sistema judiciário cujo presidente do STF manda mais que a constituição, nossa democracia estará ameaçada de morte.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

                             ***


  Sugestões de consulta na Internet:

- Blog Viomundo
- Jornal GGN
- Diário do Centro do Mundo
- Blog Escrevinhador
- Blog do Miro
- Blog do Mello
- Revista Forum
- Blog O Cafezinho
- Blog Cloaca News
- Blog Conversa Afiada
- Blog Tijolaço
- Blog Socialista Morena

- Blog Maria Fro
- Carta Capital
- Telesur ao vivo

- TV NBR (do governo Federal)
- Portal EBC

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Dois mauricinhos concorrem contra uma mulher de coragem, que enfrenta também toda a mídia golpista. Este é o cenário.






 Este vídeo, que circula nas redes sociais e entre os blogs progressistas - já que a mídia brasileira é toda tucana e abafa tudo -, mostra uma curiosa entrevista. Nela, um blogueiro ligado ao PT faz três perguntas a um senador do PSDB sobre CPIs. Principalmente agora, quando os tucanos mostram, no congresso, um fascínio todo especial pela CPI da Petrobras. A breve entrevista feita pelo cidadão Rodrigo Pilha mostrou o destempero do senador tucano, que, dizem, está cotado como candidato a vice-presidente da República pela legenda. O senador mostrou o que todos nós sabemos: só o PT apanha da mídia dia e noite e praticamente não reage. Quando as lideranças do PSDB são questionadas, elas perdem o rebolado, já que estão acostumadas a lidar com a mídia totalmente servil. O Pilha foi preso pela polícia do Senado e teve seu celular confiscado. No seu blog - https://www.facebook.com/botandoapilha - ele explica tudo. Por sua vez, o senador se defendeu através da imprensa dizendo que foi agredido com uma garrafa de água. O que vimos nos vídeos não foi bem isso. Vejam acima - no primeiro vídeo - como tudo começou.
 
Este ano, como sabem, haverá eleições para vários cargos. O mais importante deles, obviamente, é o da presidência da República. No páreo, estão três candidatos. Não se trata de uma escolha isolada, como se o Brasil tivesse surgido agora, do nada. Para uma escolha desta importância, há que se levar em conta toda a história do país, e mais especificamente, a história recente que envolve os projetos que cobiçam o governo federal. Quem são estes três candidatos que pleiteiam a conquista ou a permanência do governo?

Interesses conflitantes, de classe, estão por detrás dos projetos em disputa. De um lado, nós temos dois candidatos que representam o neoliberalismo, a direita, o alinhamento automático às determinações do imperialismo norte-americano e países ricos da Europa. Do outro lado, temos uma candidata que representa a continuidade de uma política que vem sendo colocada em prática nos últimos 12 anos, desde que Lula venceu as eleições em 2002. Continuidade com mudanças, claro.

Dos dois principais candidatos das elites e da mídia golpista, ambos têm em comum o fato de não conhecerem a realidade social dos mais pobres. São, por assim dizer, filhinhos de papais, bem nascidos. Aliás, no caso deles, corrijo-me, são netinhos dos respectivos vovôs, que fizeram história na política brasileira. Tanto Tancredo Neves quanto Miguel Arraes tiveram uma postura de lealdade ao ex-presidente João Goulart, deposto por um golpe civil-militar em 1964, que representou enormes perdas para a maioria do povo brasileiro. Apesar de leal a Jango, Tancredo sempre foi conservador, nunca escondeu isso. O neto dele também não - nisto pelo menos ele tem coerência: assume que está a serviço dos de cima, defende políticas impopulares de "choques de gestão", cuja tradução prática é: arrocho salarial, corte de direitos dos servidores públicos, além da generosidade com a mídia, que faz uma autocensura para agradar ao chefe. Não sou destes que acreditam que o neto de Tancredo censurou a imprensa em Minas, não. Acho que os próprios proprietários, editores e jornalistas aceitaram o pacto do silêncio, sendo muito bem recompensados por isso. Ponto.

Quanto ao neto de Miguel Arraes, é chamado em alguns blogs "sujos" de traíra. E por que? Talvez porque ele tenha sido ingrato com o governo federal, com Lula e com a atual presidenta, que tudo fizeram pelo governador de Pernambuco, e ele retribuiu se juntando à oposição golpista. Tudo bem que a disputa de poder pode provocar estas mudanças políticas. É um direito dele escolher de que lado ficará. Mas, para quem se dizia de esquerda, para quem teoricamente teria um legado do avô a zelar, o neto de Arraes mandou às favas os princípios de lealdade, de amizade e de coerência.

E finalmente, temos a atual presidenta, cuja história é um pouco diferente. Mineira, militante de esquerda durante a ditadura, foi guerrilheira, lutou com armas nas mãos contra a ditadura, foi presa, torturada, mas apesar disto sobreviveu. Manteve-se no campo da esquerda, juntou-se primeiro a Brizola, grande liderança trabalhista, e depois ao PT de Lula. Foi a escolhida do Lula, quando a mídia conseguiu massacrar a imagem daquele que seria o sucessor natural do líder sindical, José Dirceu, hoje preso em regime fechado, quando sua pena foi em regime semi-aberto, com direito a trabalhar durante o dia, direito este que o presidente do STF, para agradar as elites e a mídia, tem-lhe negado.

Até hoje
a mídia ataca o governo federal e o PT dia e noite, focando o caso do "mensalão do PT", cujos autos não provoram outra coisa senão o conhecido caixa dois de campanha, praticado em todo o Brasil por todos os partidos. Mas, vocês viram no que deu o mensalão tucano de Minas. Todos estão impunes. E a mídia nem fala mais no assunto - nunca falou, aliás. A mídia também não fala nada sobre o trensalão tucano de SP, a crise na água naquele estado, e tantos outros casos de corrupção, privataria e desvios de dinheiro público envolvendo partidos da oposição ao governo federal. A mídia brasileira é golpista no nascedouro. E vai morrer assim. Bobo de quem acredita que ela pode mudar. Só se for para pior.

Mas voltando ao tema. A atual presidenta, ex-guerrilheira, mulher corajosa, foi indicada por Lula, cuja história todos também conhecem. Um nordestino que sobreviveu à fome, tornou-se operário metalúrgico, líder sindical do maior movimento grevista da nossa história recente, que praticamente deu o golpe de morte na ditadura. Depois das greves do ABC paulista, no final dos anos 70 do século passado, a ditadura civil-militar já não tinha mais como se manter. Veio a abertura controlada, teleguiada o tempo todo, e demorou ainda alguns anos até que aquele mesmo líder sindical chegasse ao governo federal. Ele, o primeiro operário da história do país a assumir a presidência da república; ela, a primeira mulher e ex-guerrilheira a assumir o mesmo cargo. Não admira que a direita brasileira, com a elitizinha cínica e acostumada a privilégios tenha ódio dos dois.

Não sou filiado ao PT, não pretendo me filiar a nenhum partido, e fico muito a vontade para defender ou criticar quem quer que seja. É um direito meu como cidadão. Aliás, tenho muitas críticas ao PT e  ao governo federal. Críticas à esquerda. Não concordo, por exemplo, com a manutenção das políticas iniciadas por FHC em relação à transferência de renda aos banqueiros, através do pagamento de juros da dívida pública, que já deveria ter sido submetida a uma auditoria isenta. Não concordo também com a omissão do PT e do governo federal em relação à mídia golpista e ao monopólio desta mídia. O governo federal manteve e mantém grandes somas em publicidade para alimentar estas cobras que atacam não somente o governo - o que até seria aceitável -, mas atacam os interesses dos de baixo, atacam o Brasil o tempo todo, como agora neste caso da Petrobras. Além disso, boa parte da militância e lideranças do PT se acomodaram com as conquistas de governos e parlamentos. Hoje, com as devidas exceções, são meros burocratas e estão distantes dos interesses do povo pobre que um dia defenderam.

Uma coisa, contudo, é criticar aquilo que se considera equivocado. Outra coisa, bem diferente, é dizer que tudo é a mesma coisa, o mesmo balaio de gatos, discurso simplista que já vi por aqui. Não é não. Não dá para comparar como coisas semelhantes governos claramente neoliberais, que tudo fazem para cortar direitos dos pobres e entregar as riquezas para os ricos, com governos progressistas, que, com todas as limitações e equívocos, não se acovardam no momento de aplicar políticas sociais em favor dos de baixo. E para não dizer que estamos só em palavras, vamos enumerá-las, a começar pelo Bolsa-Família. Um dos maiores programas sociais de combate à miséria e à fome, que retirou milhões de brasileiros de situação de mendicância. Quando a presidenta anunciou novo reajuste de 10% para este programa, a mídia golpista deu destaque ao custo que este reajuste representaria nas despesas públicas. Esta mídia é canalha. Ela não está preocupada com a situação das pessoas mais pobres que são beneficiadas por este programa. Para ela, esta despesa será paga pelos ricos, pela classe média, etc., e isto é inaceitável. Quando eles recebem bilhões em publicidade, nada dizem sobre o Bolsa-mídia; mas quando são os pobres que recebem uma ninharia, mas que representa um prato de comida a cada dia, aí aparecem com estes argumentos fajutos de que vai onerar os gastos públicos. O Bolsa-banqueiros, por exemplo, é muito maior do que o Bolsa-família, e quem paga a conta somos todos nós, do mesmo jeito. Por que não cortar então a Bolsa-Família dos ricos? Que tal Itatiaia, Globo, Band, Folha de SP, Estado de Minas, proporem o fim da Bolsa-Banqueiro? Mas não, eles preferem atacar os pobres, como sempre.

Outros programas de destaque: Mais Médicos (que levou médicos cubanos internacionalistas onde os médicos brasileiros não queriam prestar serviços - o que é um direito deles, mas é um dever também da presidenta resolver este problema); Prouni, Pronatec, Programas de cotas sociais e para os negros (justíssimo, que setores preconceituosos odeiam, desconhecendo a história do Brasil); de intercâmbio cultural com outros povos, Luz para todos, Minha Casa Minha Vida (que deveria ser reformulado, pois as empreiteiras estão especulando e fazendo subir absurdamente os preços dos imóveis), entre outros programas. 


Alguns dos projetos do PT não surtiram o efeito esperado. Um deles, o piso salarial nacional dos educadores. Pode ter representado uma melhora geral nos salários em regiões como o Nordeste, onde os profissionais recebiam um salário mínimo ou menos até. Mas, para a maioria dos profissionais, a realidade mudou muito pouco. Sobretudo em estados como Minas Gerais, que burlou a lei federal e até hoje não paga o piso salarial. A nossa tese é a de que o governo federal deveria federalizar a folha de pagamento dos educadores, com um piso decente e um plano de carreira igualmente decente. Sem isso, não haverá educação de qualidade para todos.

Além dos programas sociais, o governo federal desenvolveu, nestes últimos 12 anos, uma política de geração de empregos. Milhões de novos empregos foram criados, ao contrário da era tucana, quando qualquer crisezinha externa gerava arrocho salarial, redução no crédito para o consumo interno e aumento de taxas de juros. No vídeo que exibimos no último post ficou claro: na era FHC o Brasil quebrava toda vez que havia uma crise externa - na Rússia, no México, ou na "Conchinchina", no dizer do próprio FHC. Deus que livre o povo brasileiro de um improvável retorno deste time da era FHC que já anda desfilando pela mídia, dizendo que é preciso cortar salários, acabar com o reajuste anual do salário mínimo, etc. Nisto ninguém pode negar: durante a gestão de Lula e da atual presidenta, o salário mínimo tem sido corrigido anualmente acima da inflação. E esta política precisa continuar e ampliar até, pois a maioria da população trabalhadora assalariada e aposentados recebem entre um e três salários mínimos.

Portanto, não há dúvida que nesta disputa entre dois mauricinhos e uma mulher de coragem não podemos ficar alheios. Se se tratasse de três candidatos iguais, tudo bem, eu proporia aqui o voto nulo ou coisa afim. Mas não é assim não. Estão em disputa, de um lado, o projeto da presidenta, que desenvolve políticas sociais para os de baixo, que pode e deve melhorar, é claro, mas tem um lado, inclusive no plano internacional, sempre solidária às melhores causas na América Latina, no Oriente Médio, enfim, não se aliando aos interesses dos EUA e países ricos da Europa; do outro, o outro projeto, que reúne os dois outros candidatos, e é claramente neoliberal, pró-alinhamento automático aos interesses dos EUA, dos ricos, pró-privatização de tudo, da água, da luz, do ar que respiramos. Não dá para dizer que é tudo a mesma coisa. Que têm coisas em comum, sabemos que têm, mas não é tudo a mesma coisa.

Talvez o mais comum das coisas que têm é o fato de estarem ligados a mesma órbita do sistema capitalista com suas instituições e lógicas sempre a favor dos de cima. Mas não é contraditório defender o fim do capitalismo e a eleição de uma presidenta que no momento atual representa menos sofrimento para a maioria pobre. Contraditório, na minha opinião, é defender o fim do capitalismo em teoria, mas na prática contribuir direta ou indiretamente com a eleição de pessoas que colocarão em prática políticas contra a maioria pobre. Eu quero a emancipação dos trabalhadores, mas na prática vou contribuir para que haja arrocho salarial em prejuízo destes mesmos trabalhadores. Ah, tá bom, viu.

Portanto, enquanto o comunismo ou o socialismo ou anarquismo, ou o nome que queiram dar, não vem - e se vier algum dia será obra dos próprios trabalhadores e não de governos - não me resta outra alternativa, no campo institucional, que seja a de contribuir com a eleição de um governo comprometido com as políticas sociais em favor dos de baixo. Simples assim. Entre dois mauricinhos neoliberais e uma mulher de coragem, eu fico com esta. E vou cobrar mudanças e criticar tudo o que achar que deva criticar.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

                   ***
 Sugestões de consulta na Internet:

- Blog Viomundo
- Jornal GGN
- Diário do Centro do Mundo
- Blog Escrevinhador
- Blog do Miro
- Blog do Mello
- Revista Forum
- Blog O Cafezinho
- Blog Cloaca News
- Blog Conversa Afiada
- Blog Tijolaço
- Blog Socialista Morena

- Blog Maria Fro
- Carta Capital
- Telesur ao vivo

- TV NBR (do governo Federal)
- Portal EBC