quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Debate na Band confirma a necessidade dos de baixo reelegerem Dilma presidenta do Brasil




Minas Gerais dá o melhor exemplo para o Brasil: é Dilma na cabeça e no coração, para continuar com mais empregos, aumentos reais de salários, mais investimentos em educação e saúde - com a grana do Pré-sal que Aécio e Marina querem entregar para os gringos -, e mais políticas sociais em favor dos de baixo.


No dia 26, terça, aconteceu o debate entre os candidatos à presidência da República do Brasil. Para mim ficou claro que a candidata dos de baixo é a presidenta Dilma, e vou explicar as razões desta minha convicção.

Primeiro, algumas considerações gerais: o formato do debate, com muitos candidatos, não ajuda muito a aprofundar os temas. Segundo, a bancada de jornalistas da Band é da extrema direita, do mesmo nível do pessoal da Globo, da Itatiaia - com exceção, nesta, de Eduardo Costa e Carlos Lindenberg, que geralmente têm tido posturas mais independentes.

Agora, a análise. É preciso estar muito atento ao conteúdo das propostas dos candidatos. Muitas vezes a pessoa tem um desempenho na oratória que deixa a desejar. Isto é forma, não conteúdo. Entre os três candidatos com maiores chances - Dilma, Marina e Aécio - talvez a presidenta Dilma tenha sido aquela com o mais fraco desempenho no aspecto formal, ou seja, ela não tinha as frases decoradas, como Marina e Aécio, até porque ela era a única que detinha (detém) o peso e a responsabilidade de governar um país como o Brasil. Aécio e Marina (e Luciana Genro, entre outros) podem prometer a vontade, chutar os números, desenhar uma realidade que não existe. Dilma, ao contrário, precisa ficar centrada em dados reais e nas realidades das milhares de obras já realizadas ou em andamento, além de apresentar uma visão do todo.

No aspecto formal, até que Aécio Neves se saiu bem no debate. Gaguejou menos que de costume e teve um desempenho típico de um parlamentar da oposição. Mas, no conteúdo, deixou claro duas coisas: que seu programa é neoliberal autêntico (o da Marina seria a cópia); a segunda coisa, é que ele apresenta a realidade de Minas que só existe na imaginação dos tucanos e na propaganda paga. Tem que ter muita cara de pau para falar que Minas tem a melhor educação básica do Brasil, a melhor saúde, os melhores índices de segurança, e por aí vai. Os professores de Minas talvez tenham os piores salários do país. Aécio e Anastasia aplicaram enorme arrocho salarial aos educadores, que praticamente bancaram o choque de gestão, voltado para construir a Cidade Administrativa, além de aeroportos.

Esta tal "Poupança jovem" que Aécio diz que implantou em Minas atingiu um percentual ínfimo: 1% das cidades mineiras. Isto lá é exemplo a ser repassado para o Brasil? Totalmente diferente da Bolsa Família de Lula e Dilma que tiraram 30 milhões de pessoas da miséria e da fome; ou do Mais Médicos, que atendem a 50 milhões de brasileiros; ou do Minha casa minha vida, que já beneficiou quase dois milhões de famílias; ou do Pronatec, que incluiu oito milhões de jovens. Aécio diz que o Poupança Jovem para poucos garantiria R$ 1.000,00 de poupança por ano. Isto dá uma média de R$ 83,33 mensais, valor menor do que os R$ 100,00 mensais que o Governo Federal paga pelo ProJovem, sem nem sequer mencionar este programa, já que são tantos os que Dilma e Lula desenvolveram.

Além da realidade fantasiosa de Minas Gerais, que Aécio pintou, doeu nos ouvidos quando ele fez uma defesa da liberdade de imprensa, e que esta estaria ameaçada pelo governo do PT. Aí é demais, né pessoal? Minas Gerais é o estado que melhor personifica a ditadura midiática existente no Brasil. Em 12 anos de governo Aécio-Anastasia, praticamente não se ouviu uma crítica profunda registrada contra o governo tucano na imprensa mineira. Toda ela submetida ao controle do grupo tucano, assim como a maioria do legislativo, boa parte do judiciário, o TCE e o Ministério Público - com as devidas e honrosas exceções.

Marina Silva, falemos dela agora. Uma candidata que parecia nas nuvens, tal o descolamento da realidade brasileira. Surfando ainda nas ondas no necrotério de Eduardo Campos - endeusado este pela mídia tucana, que desejava que Marina crescesse nas pesquisas, mas nem tanto, já que agora ela ultrapassou o preferido da direita. Marina não apresentou uma proposta concreta sobre qualquer assunto. Só teoria. Disse apenas que pretendia unir o Brasil, e escolher as melhores cabeças. Ela quer unir o PT e o PSDB, quer unir quem sabe o PSTU e a extrema direita. Ela simplesmente aboliu a luta de classes no Brasil e no mundo: basta a vontade do governante para que todos se unam e vivam em paz e harmonia eternamente. Devia ser candidata a Papa (se fosse católica), ou a bispo de igrejas evangélicas, mas nunca a presidência da República.

Marina Silva fala em "visão estratégica" como se isso tivesse o condão de resolver todos os problemas do Brasil. Ela não tem um partido político forte que dê sustentação a um possível governo Marina, já que não conseguiu sequer fundar o partido Rede e se hospedou no PSB, que em boa parte do Brasil está coligado com os tucanos, assim como antes, nacionalmente, era base de apoio do governo Dilma. Ora, que política "nova" é esta que se associa a conhecidos quadros da direita brasileira? Como ela não tem equipe própria e partido, diz que vai governar com os melhores dos tucanos e dos petistas. Um desrespeito até, já que com esta afirmação ela já escolheu quem são os melhores e os piores entre tucanos e petistas.

Acontece que este papo de melhores e piores é mera ladainha vazia. Política é compromisso com interesses, que são contraditórios. Você precisa escolher um lado. Dilma e Lula nunca negaram que tiveram que fazer acordos com setores dos de cima para garantir a governabilidade, já que não têm maioria no congresso nacional. Mas, nunca esconderam também que têm um lado, que é dos pobres, dos de baixo.

Esta questão fica clara quando se fala sobre o atual e momentâneo baixo crescimento econômico do Brasil. Marina, Aécio e Luciana Genro atribuem esta realidade ao governo Dilma, como se fosse meramente um problema de gestão interna da economia. Dilma foi a única que tocou na ferida: o mundo vive uma grande crise. A economia capitalista é interligada. Os países, as empresas, dependem de mercados externos, de insumos, de tecnologia que estão espalhados pelo mundo. Então, uma grande crise mundial claro que interfere nas realidades nacionais. A China cresceu menos nos últimos anos; os EUA e os países ricos da Europa praticamente tiveram crescimento zero nos últimos anos. Mas, qual é o grande diferencial Dilma-Lula e os tucanos diante da crise internacional? Esta é a pergunta fatal que os jornalistas de direita da Band jamais fariam.

As diferenças essenciais diante da crise mundial são claras: na era FHC o Brasil quebrou três vezes, vivia de pires nas mãos mendigando empréstimos ao FMI; gerou desemprego em massa, elevou os juros até as nuvens, congelou salários e privatizou (doou) as estatais brasileiras para o capital privado. Lula e Dilma, ao contrário, garantiram os investimentos que geraram milhões de empregos, mantiveram os aumentos salariais reais - sobretudo do salário mínimo - acima da inflação. Com isso criaram uma enorme massa de consumidores, aquecendo o mercado interno e enfrentando a crise externa. Tudo isso apesar do pessimismo e da campanha do contra, feita pela mídia tucana em todo o Brasil.

Na questão da Petrobras, citada pelo candidato Aécio como se fosse uma vergonha para o Brasil, Dilma deu uma aula no candidato tucano: mostrou que a Petrobras cresceu 10 vezes mais de 2002 (último ano do governo FHC) até os dias atuais; que já dobrou a produção de Petróleo; que descobriu o Pré-sal, cujos impostos serão colocados a serviço do Brasil nas áreas da Saúde e da Educação. O que os tucanos querem é que a Petrobras pareça frágil e corrompida, para que justifique a privatização desta empresa estratégica para os destinos do Brasil.

A candidata Luciana Genro fez o discurso da esquerda mais radical na forma. Eu sempre menciono aqui este negócio de radicalismo na forma, descolado do conteúdo. Ela tentou - aliás, Marina também tentou - se apropriar do movimento de protestos de junho de 2013. Quase todo mundo, aliás, tenta se apropriar deste movimento, que foi um movimento em parte, apenas, espontâneo, e em grande parte dirigido por grupos, inclusive de direita golpista e nazista. Mas, havia sim, um protesto legítimo contra várias coisas no Brasil: em relação à mobilidade urbana, exigindo mais investimento na Educação e na saúde, contra a corrupção, por mudanças radicais na política, no judiciário, etc. Os candidatos da oposição não têm autoridade moral para reivindicarem estes protestos como seus. O governo Dilma nunca fez isso. Ao contrário: foi a única que foi para a TV reconhecer a legitimidade daquele movimento e tentou firmar várias pactos com algumas das muitas lideranças daquele movimento. Deste contato, nasceu o Mais Médicos e uma proposta de constituinte exclusiva para reformar a política institucional brasileira, proposta esta que foi rechaçada pela oposição, que não quer mudar coisa alguma, a não ser para piorar a situação para os de baixo.

Luciana estava numa situação cômoda, de poder atirar para todos os lados, pois não tem a responsabilidade de governar um país como o Brasil, com heranças malditas de séculos, grupos de rapina atacando o governo diariamente através de uma mídia golpista, e mesmo assim resistindo, como faz a presidenta Dilma. A esquerda brasileira, se tivesse  compromisso histórico com o povo pobre brasileiro, deveria se unir a Dilma e construir um projeto de governo mais popular, mais à esquerda, ao invés de tentar derrubá-la, o que, nas condições atuais, beneficia apenas a direita, o imperialismo norte-americano, os golpistas.

Dilma mantém uma política internacional que impõe respeito aos poderosos e se associa aos países vizinhos e mais pobres que o Brasil. Vejam o exemplo de Cuba, que a direita adora citar como se fosse um demônio. Enquanto os EUA exportam guerra e destruição em todo o mundo, com sua política externa imperialista, Cuba exporta médicos para vários países. Só no Brasil são 11 mil médicos que trabalham com a maior dedicação e amor ao povo pobre. São formados para servir a humanidade dentro do príncipio internacionalista, nas melhores tradições do comunismo de Marx. Claro que Cuba tem problemas internos, principalmente em função do covarde bloqueio econômico imposto pelos EUA há várias décadas. E o Brasil, desconhecendo este bloqueio, foi lá, financiou a construção de um grande porto, feito com equipamentos brasileiros, mão de obra brasileira, gerando, portanto, emprego e renda para o povo brasileiro e ajudando obviamente o povo cubano a enfrentar o bloqueio dos EUA e seus aliados.

Os outros candidatos - Fidelis, Pastor Everaldo -, à exceção de Eduardo Jorge, que teve uma postura ética, decente, estavam ali para atacar o governo Federal e defender as propostas mais reacionárias da direita golpista. São linha auxiliar dos tucanos. Assim como Marina Silva também, que já aparece nas pesquisas a frente de Aécio Neves. Caso o candidato original dos tucanos não consiga reverter esta onda criada pela mídia com a morte de Eduardo Campos, seguramente ele será colocado em segundo plano pela própria mídia. Aécio é apenas o candidato preferido do grande capital, da direita golpista, enfim, mas não é o único. Se tiver que usar a candidatura Marina Silva para tentar derrotar Dilma e Lula, claro que a direita não vai desperdiçar esta oportunidade. Mesmo porque Marina Silva é uma candidata fácil de ser manipulada ou derrubada. Lembra muito Collor de Mello ou Jânio Quadros, ambos sem uma forte sustentação partidária, com aparência de independência, mas claramente ligados aos interesses dominantes. Jânio e Collor foram eleitos numa onda moralista, de um suposto combate à corrupção e aos privilégios, que são campanhas eternas da direita do mundo inteiro. Logo a direita, que representa o grande capital, que sonega impostos bilionários, que apregoa salários congelados e políticas de choques contra o povo pobre.

Mas, a onda Marina, do mesmo jeito que cresceu, foi inflada artificialmente, pode cair a qualquer momento. Se acontecer antes das eleições, Aécio volta para o segundo da fila. Se se mantiver e ela for eleita - o que acho pouco provável - tornar-se-á presa fácil dos grupos de rapina, entre os quais, aliás, já se destaca o grupo Itaú. E com a sua proposta de juntar todo mundo, ela certamente colocaria os filhos de Roberto Marinho no Ministério das Comunicações, e Armínio Fraga (ex-presidente do BC da era FHC e nome mais forte de um suposto governo Aécio) para o Banco Central. E toma arrocho salarial disfarçado de "ajustes necessários" para colocar a casa em ordem - em ordem, bem entendido, para os de cima.

Portanto, não resta dúvida. Se a maioria do povo brasileiro tiver o mínimo de bom senso e discernimento, além de capacidade crítica, vai eleger Dilma no primeiro turno. Para continuar as políticas de pleno emprego, de aumentos reais de salários, de manutenção e ampliação das política sociais - Bolsa Família, Mais Médicos, Minha casa minha vida, Pronatec, Prouni, Luz para todos, Ciências sem Fronteiras, entre outros, além da política externa não alinhada aos EUA e aos países ricos da Europa, todos eles exportadores de guerras e sugadores das riquezas dos outros povos. Ah, já ia me esquecendo deste último ponto: em plena crise mundial, ao invés de mendigar empréstimos ao FMI, como faziam os tucanos, Dilma criou um banco internacional com os BRICS, para financiar o desenvolvimento autosustentável.

Viva o Brasil dos de baixo! Dilma presidenta, para enfrentar os de cima!

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

                           ***



Sugestões de consulta na Internet:

- Blog Viomundo
- Jornal GGN
- Diário do Centro do Mundo
- Blog Escrevinhador
- Blog do Miro
- Blog do Mello
- Revista Forum
- Blog O Cafezinho
- Blog Cloaca News
- Blog Conversa Afiada
- Blog Tijolaço
- Blog Socialista Morena
   
- Blog Maria Fro      
- Blog da Cidadania
- Carta Capital
 
- Mauro Santayana  
- TV Brasil Internacional  
- TVT - sindicato metalúrgicos ABC paulista
- Telesur ao vivo
 
- TV NBR (do governo Federal)

- TV do Governo Venezuelano  
- Press TV do Irã  
- RT - Russia Today - em espanhol 
- Portal EBC

sábado, 16 de agosto de 2014

A exploração eleitoreira da morte de Eduardo Campos


O Brasil inteiro ficou impactado emocionalmente com a trágica morte do então candidato a presidência da República pelo PSB Eduardo Campos. Liderança política jovem, neto do ex-governandor de Pernambuco Miguel Arraes, Eduardo Campos tinha pela frente uma carreira política promissora, que infelizmente foi interrompida por uma fatalidade. Dificilmente Eduardo Campos conseguiria sucesso nas eleições presidenciais deste ano, mas certamente semearia as condições para alçar voos mais altos num futuro próximo. Todos nós, portanto, mesmo não apoiando politicamente Eduardo Campos, ficamos sentidos com o seu falecimento prematuro. E nos somamos ao coro de solidariedade e pêsames aos familiares do então candidato.

Contudo, o que está acontecendo neste momento é vergonhoso: uma exploração eleitoreira da mídia em cima do cadáver ainda quente do ex-candidato Eduardo Campos. Não esperaram sequer a realização dos funerais de Eduardo Campos para apostarem num "novo" cenário eleitoral, aí incluindo a candidata a vice do PSB, Marina Silva. Claro que é um direito legítimo de Marina Silva se candidatar ao cargo de presidência da República. Ela é vice da chapa de Eduardo Campos e tem um histórico conhecido, uma vez que foi candidata nas eleições de 2010. Sua candidatura seria um acontecimento até natural, diante do ocorrido.

Mas, a mídia tucana está explorando o fato de maneira vergonhosa, desrespeitosa até, tanto com a memória do ex-candidato Eduardo Campos, quanto com a inteligência do povo brasileiro. Está na cara que se trata de uma exploração eleitoreira. Criaram - Band, Globo, Itatiaia, os jornais e revistas que seguem a linha editorial destes meios - um clima novelesco, um dramalhão para tentar comover o Brasil, tal como fizeram por ocasião da morte de Tancredo Neves e de Ayrton Senna.

Claro que a mídia não está produzindo este clima apenas em homenagem ao falecido. Enquanto ele esteve ao lado de Lula e Dilma, durante muitos anos, da mesma forma que Marina Silva, a mídia nem citava o nome desses personagens - dele e de Marina. No momento em que saíram das asas do PT (em parceria ou como filiado), e se apresentaram como candidatos à sucessão presidencial em oposição ao PT, aí sim, caíram nas graças da mídia tucana e golpista.

A jogada da mídia, representante dos tucanos e banqueiros, é calculada. Ela procura desesperadamente uma forma de derrotar Lula e Dilma. Até as manifestações de junho de 2013, a presidenta Dilma aparecia nas pesquisas com uma vantagem absoluta sobre qualquer outro candidato. Os protestos de junho provocaram uma verdadeira mudança no cenário político brasileiro. Ficou claro para todos que o Brasil, graças em grande parte às políticas de Lula e Dilma, tornara-se já um outro Brasil, e que era preciso avançar mais, e mudar. Contudo, as mudanças reclamadas nas ruas não eram necessariamente uma mudança do governo federal, mas reformas que atingissem problemas antigos da república brasileira. Por exemplo: os privilégios na vida política; a corrupção e a sonegação de impostos pelos mais ricos; maiores investimentos na mobilidade urbana, na saúde, na educação, além, é claro, da necessidade de aprimorar ainda mais os programas sociais do governo federal.

As manifestações de junho de 2013 foram contra todas as lideranças políticas, embora a mídia tucana tenha tentado canalizar estes protestos somente contra o PT. A população brasileira, contudo, não caiu nesta ladainha vazia da mídia tucana. Prova disso é que os candidatos da oposição ao governo federal não conseguiram alçar voos mais altos nos índices de preferência dos eleitores. E a presidenta Dilma foi a única liderança política que não se escondeu e foi para a TV reconhecer a legitimidade dos protestos de rua e convidar as lideranças dos movimentos sociais para um diálogo. Foi a partir destas manifestações e deste diálogo que nasceu, por exemplo, o programa Mais Médicos - que agora o candidato tucano declara que tem prazo de validade, e que vai mandar de volta pra casa os médicos cubanos. Claro, para ele que não precisa de médicos do SUS, é fácil agradar a elite endinheirada do Brasil e dos EUA - o preconceito contra Cuba hoje em dia, depois da Guerra Fria, é coisa de uma direita muito retrógrada mesmo, mais do que a média. Só uma parte atrasada da elite brasileira, acostumada a se desinformar com a revista Veja e com os comentaristas da Globonews é que continua estacionada no tempo, enxergando em Cuba o próprio demônio.

Passado aquele clima golpista do pós-manifestações de junho de 2013, a mídia concentrou seu foco de ataque na Copa do Mundo. Previu que o Brasil ia acabar, que não haveria Copa, que os estádios iriam derreter durante os jogos, que os aeroportos (ah, os aeroportos... esta palavra está quase proibida na mídia tucana) ficariam abarrotados, congestionados, e finalmente, que nenhum turista viria ao Brasil com medo do clima de terror instalado pelas lentes da mídia tucana. Contudo, nada disso aconteceu. A Copa do Mundo foi um sucesso, apesar do péssimo desempenho da Seleção Brasileira no jogo contra a Alemanha. O Brasil saiu com a imagem fortalecida mundialmente durante a Copa, reconhecida, esta, como a Copa das Copas. E só não foi ainda melhor por conta dessa torcida do contra feita pela mídia "brasileira", aspas, com sua associada internacional.

Como a mídia tucana não conseguiu derrotar o governo federal nem nas manifestações de junho, e menos ainda durante a Copa, ela passou a apostar novamente no clima de terror econômico, na criação de um ambiente de pessimismo, para tentar ajudar aos candidatos da oposição, notamente Aécio Neves e o então candidato Eduardo Campos. Até o momento da morte de Eduardo Campos, esta estratégia não estava funcionando. A presidenta Dilma continuava na frente nas pesquisas eleitorais, com o dobro de intenção de votos de todos os outros candidatos somados. E com a proximidade do início da campanha eleitoral gratuita na TV e rádio, e mais a entrada de Lula em campo, a tendência era a de que Dilma ganharia logo no primeiro turno.

Foi neste cenário muito ruim para os golpistas e sua mídia tucana, que acontece a trágica morte de Eduardo Campos. Alguns cidadãos chegaram até a imaginar que algo estaria por trás deste acontecimento, que caíra como luva para a mídia tucana. Tudo indica, no entanto, pelo menos até o momento, que foi mesmo uma fatalidade do destino. Mas, a mídia tucana não perdeu tempo em tentar transformar esta fatalidade a que todos estamos sujeitos, num acontecimento capaz de mudar o cenário eleitoral. Imediatamente, ao mesmo tempo em que quase "santificou" Eduardo Campos, a mídia começou a lançar Marina Silva na nova candidata do PSB à presidência. E os comentaristas tucanos da mídia passaram a prever uma mudança radical nas eleições, como se a entrada de Marina Silva fosse algo muito novo na vida política do país. O que não é verdade.

Então, reparem a jogada novelesca: Eduardo é santificado pela mídia tucana, que passou mais de uma década sequer sem mencionar o nome dele nacionalmente, enquanto ele esteve ao lado de Lula e Dilma. Tal como fizera, aliás, com o avô dele, Miguel Arraes, outra liderança política de esquerda que a mídia nunca fez questão de prestigiar. Ao mesmo tempo, dizíamos, que a mídia tenta transformar o falecido Eduardo Campos numa espécie de modelo para o Brasil, procura associar este espólio político à candidata Marina Silva. Nos cálculos da mídia tucana, Marina poderia turbinar a oposição e levar as eleições para o segundo turno. Para a mídia, não importa que no segundo turno, caso haja, o escolhido a enfrentar a presidenta Dilma seja o candidato preferido das elites, Aécio Neves, ou mesmo a própria Marina Silva. O importante, para a direita, é derrotar Lula e Dilma, e com isso, todo um projeto político e social que vem avançando lentamente, mas com significativas conquistas para os de baixo.

Com Lula e Dilma, nestes últimos 12 anos, todos os índices melhoraram: o desemprego diminuiu aos mais baixos índices do mundo, mesmo com crises externas; a inflação se manteve dentro do previsto, entre 4% e 6% ao ano; o PIB manteve um crescimento entre 2% e 7%, também apesar da enorme crise internacional; os salários tiveram aumentos reais acima da inflação, sobretudo o salário mínimo. Tudo isso contrariando a lógica da política neoliberal, que só prevê arrochos salariais, privatizações (doações de patrimônio público) e desemprego em massa como solução dos problemas macroeconômicos. Dilma e Lula impuseram outra lógica, rompendo, em parte, pelo menos, a doutrina neoliberal da era FHC, cujo mandato de oito anos deixou o Brasil de qautro perante o capital internacional, ao FMI e aos EUA. O Brasil quebrou três vezes durante os governos dos tucanos. No último ano de FHC, a inflação estava altíssima, os juros na lua, o desemprego em alta, enfim, Lula pegou um governo praticamente quebrado.

A realidade atual é totalmente diferente. O Brasil tem um conjunto de políticas sociais - Mais Médicos, Bolsa Família, Prouni, Ciência sem fronteiras, Luz para todos, Pronatec, Minha casa minha vida, entre muitos outros, que não apenas diminuíram e muito o sofrimento do nosso povo pobre, como ajudaram a incrementar a economia interna, injetando recursos através do consumo de massa, e formando, portanto, um enorme mercado interno. Milhões de brasileiros passaram a comprar seu carro próprio, a frequentar shoppings centers, aeroportos (ah, já ia me esquecendo... não se pode falar em aeroportos em Minas!), enfim, a viajar para o Brasil e para o mundo, como "nunca dantes" acontecera.

Claro que falta muito o que avançar e conquistar. Por exemplo: na educação básica. É preciso garantir um salário mais justo e uma carreira decente para os educadores. Coisa que os estados e municípios, na sua maioria, já se mostraram incapazes de fazer, seja por não tratarem a Educação como prioridade (caso do governo de Minas), seja por falta de recursos mesmo (caso das cidades mais pobres). Por isso considero necessário que o governo federal assuma a Educação básica, pelo menos a folha de pagamento dos educadores. Com os recursos do pré-sal - que os tucanos sonham em privatizar, juntamente com a Petrobras, mas não conseguirão -, e novos aportes a partir do PNE (Plano Nacional de Educação) que prevê 10% do PIB para a Educação, será possível sonhar com melhorias nesta área tão desprezada por governantes. E tão importante para a vida dos cidadãos.

Falta avançar também na área da Saúde, na melhoria da mobilidade urbana, e numa reforma política que só será possível com uma constituinte exclusiva. Ah, e acabar com este criminoso monopólio da mídia, razão das maiores mazelas existentes no Brasil. A população brasileira continua vítima de programas de baixo nível, seja com o jornalismo de péssima qualidade, com programas policiais que só trazem coisas negativas e baixo astral para o cotidiano dos brasileiros, além de outros programas e novelas, sempre reforçando valores egoístas, pessimistas e de desconfiança em relação ao próximo. Nosso povo é vítima dessa chantagem da mídia 24 horas por dia, e é até um milagre que ainda consiga resistir heroicamente.

É preciso também investir mais e melhor nas moradias populares, tirando das mãos das empreiteiras a iniciativa de construção das casas populares. Hoje, um apartamentozinho de 40 m2 é vendido a R$ 150 mil, um verdadeiro absurdo, já que o custo de construção deve estar em torno de R$ 1 mil reais o metro quadrado, ou menos. Ou seja: jamais poderiam vender um apartamento de 40 m2 por mais que R$ 60 mil. Mas, para isso é preciso que os governos entrem na jogada. Deixar para a iniciativa privada, tão adorada pelos neoliberais, resultará na especulação imobiliária e em preços cada vez mais elevados. Como sempre repete o nosso amigo Frei Gilvander, ninguém aguenta a cruz do aluguel ou viver de favor na casa de parentes. É preciso que haja políticas públicas mais ousadas na área da moradia popular. Minas, por exemplo, é um péssimo exemplo, pois não tem política habitacional para os mais pobres. Quantas casas populares foram construídas pelo governo de Minas nestes últimos 12 anos? Praticamente nenhuma. Daí a existência de tantas ocupações, que se tornam legítimas, quando os governos se omitem. O governo federal até que tem investido bastante nesta área, com o Minha casa minha vida - são quase 2 milhões de casas construídas nos últimos anos. E Dilma tem anunciado mais 3 milhões de moradias para os próximos 4 anos. Mas, é preciso aprimorar este programa, para que ele não seja apropriado pelas empreiteiras e para que os assalariados de baixa renda tenham condições de adquirir sua casa própria com prestações mais suaves. E também para que force os governos municipais e estaduais a desenvolverem políticas habitacionais em favor dos de baixo.

Enfim, o povo brasileiro não permitirá que a mídia interfira novamente na vontade da maioria, com chantagens emocionais e climas novelescos, como é comum acontecer nestes momentos decisivos para a vida brasileira. O que está em jogo é muito maior do que um cenário emocional plantado pela mídia. O Brasil é uma potência que não pode retroceder. Toda a América Latina, que tem avançado nas políticas sociais, depende muito de governos progressistas no Brasil. Hoje, um novo cenário se articula mundialmente com os BRICS, e o Brasil tem uma participação fundamental neste novo desenho internacional - que se contrapõe ao imperialismo norte-americano e às políticas neoliberais. Com Lula e Dilma, o Brasil continuará avançando interna e externamente. E os de baixo têm que fazer a sua parte, de votar e cobrar. É preciso que haja mobilização e pressão popular para que as políticas públicas sejam cada vez mais voltadas para os interesses da maioria da população e não para o mercado. Então combinamos assim: Dilma e Lula com vitória no primeiro turno, para calar de vez a mídia golpista, e os de baixo se organizando e pressionando para arrancar novas conquistas.

Um forte abraço  a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

                         ***

 
Sugestões de consulta na Internet:

- Blog Viomundo
- Jornal GGN
- Diário do Centro do Mundo
- Blog Escrevinhador
- Blog do Miro
- Blog do Mello
- Revista Forum
- Blog O Cafezinho
- Blog Cloaca News
- Blog Conversa Afiada
- Blog Tijolaço
- Blog Socialista Morena
   
- Blog Maria Fro      
- Blog da Cidadania
- Carta Capital
 
- Mauro Santayana  
- TV Brasil Internacional  
- TVT - sindicato metalúrgicos ABC paulista
- Telesur ao vivo
 
- TV NBR (do governo Federal)

- TV do Governo Venezuelano  
- Press TV do Irã  
- RT - Russia Today - em espanhol 
- Portal EBC

 

domingo, 3 de agosto de 2014

O genocídio contra os palestinos envergonha a humanidade e mostra o terror do sistema capitalista





A cultura ocidental
dominante adora apresentar filmes do Holocausto contra os judeus, como sendo o pior genocídio contra um povo, quase que o único, o que está longe de ser verdadeiro. Muitos genocídios foram realizados ao longo dos últimos séculos desde o surgimento do sistema capitalista. Os negros africanos e os índios latino-americanos, por exemplo, foram vítimas, durante séculos, de todo tipo de massacre, escravização, destruição de suas culturas, humilhação e matança generalizada. Os judeus certamente se inscrevem, até a Segunda Guerra Mundial, como um dos povos vítimas das mais duras perseguições e massacres.

Contudo, nos dias atuais, justamente o estado que diz representar os judeus, Israel, protagoniza uma das mais vergonhosas ações de genocídio contra um povo indefeso. Gaza é um dos pequenos pedaços de terra do que sobrou da ocupação israelense no antigo território da Palestina. A Faixa de Gaza tem área total de 365 Km2, que vive cercada pelo exército israelense, que mantém um bloqueio criminoso, proibindo a entrada de comida, de máquinas, de remédios e de assistência humanitária, até, aos quase dois milhões de palestinos que ali residem. Para se ter uma ideia do tamanho do território de Gaza: se você pegasse um ônibus no centro de Vespasiano até o centro de Belo Horizonte - cerca de 40 km - você já teria atravessado todo o território de Gaza. Juntamente com o território da Cisjordânia, Gaza foi o que restou da antiga Palestina para os seus antigos moradores.

Nesta nova incursão do treinado e bem equipado exército israelense contra este território cercado e dominado, um verdadeiro campo de concentração a céu aberto, estamos assistindo a um massacre, um genocídio, a matança criminosa de centenas de crianças, mulheres e idosos. Os tanques e mísseis de Israel já destruíram hospitais, escolas, milhares de casas, as fontes de energia e estradas; mas, o pior: já mataram quase dois mil palestinos, feriram milhares, e expulsaram de suas casas quase meio milhão de palestinos, desesperados, com suas vidas destruídas.

Aliás, os palestinos que vivem em Gaza já tinham a sua vida quase destruída. Imaginem morar num bairro ou numa cidade cercada por um exército inimigo, que controla ou impede a saída e a entrada de pessoas, de alimentos,  de máquinas. Que proíbe a relação dos habitantes deste território com o mundo, e que transformou esta área numa espécie de prisão a céu aberto? Parte dos habitantes que ali residem pode, no máximo, sair durante o dia para prestar serviços aos judeus e retornar a noite, sempre sob total controle e vigilância, como se faz com prisioneiros que cumprem prisão em regime semi-aberto. O que você faria se vivesse num lugar assim, sabendo que antes, até bem pouco tempo, seus pais e avós e bisavós e tataravós eram os donos de toda a Palestina?

Imaginem se um outro povo - por exemplo, os norte-americanos - resolvessem que o Brasil agora é território dos EUA e que, dos 200 milhões que moram aqui, uma parte será expulsa para os países vizinhos, e os que resistirem e quiserem permanecer aqui serão TODOS colocados em um ou dois territórios separados entre si? Ficariam uns 70 milhões no Espírito Santo e uns 70 milhões em Sergipe. Outros 60 milhões de brasileiros seriam expulsos. E estes territórios viveriam cercados, com total controle do exército norte-americano, que impediria qualquer forma de autosubsistência do antigo povo que habitava o Brasil. O que você faria se vivesse assim, nestas condições?

Pois é mais ou menos isso o que acontece com os palestinos hoje, que vivem em Gaza. E o mais vergonhoso é saber que o exército deste estado invasor, Israel, é formado por judeus cujos pais, avós e bisavós e tataravós foram vítimas do holocausto nazista e de muitas diásporas, desde Roma Antiga. E por ironia da história, desde o surgimento do Islã e do império islâmico que dominou uma vasta área desde a Ásia Central até a Península Ibérica, durante muitos séculos, foram os muçulmanos que estabeleceram melhores relações com os judeus, que conviveram com eles, que não obrigaram que eles se tornassem "cristãos novos" para sobreviverem. Ao contrário do Império Romano antes, do Ocidente cristão durante séculos na Europa, dos pogroms na Rússia dos czares, e finalmente do holocausto nazista. Os judeus foram vítimas de todos estes impérios, menos do império islâmico.

E é justamente o governo que diz representar o povo judeu que hoje pratica este massacre contra os palestinos, que são árabes, na sua maioria muçulmanos, e que conviveram na Palestina pacificamente com os judeus durante décadas.

Querer agora atribuir ao Hamas a culpa por este novo massacre é uma piada de mau gosto. O Hamas surgiu quase como organização humanitária, que prestava serviços assistencialistas ao povo palestino, e que inicialmente, para fazer frente ao Fatah - organização do falecido líder palestino Yasser Arafat - recebia até apoio camuflado dos israelenses. Quando o Hamas cresce e se torna uma expressão política organizada dos palestinos de Gaza, passam a ser perseguidos e cassados como qualquer outra organização que se recusa a aceitar aquela forma sub-humana de vida dos palestinos. Qualquer organização palestina que defenda o direito do seu povo de se constituir enquanto nação é imediatamente taxada de terrorista pelo governo de Israel e pela mídia ocidental. Mas, afinal, quem são os terroristas ali?

Os foguetes do Hamas são feitos de forma artesanal, com misturas químicas e materiais que se encontram quase que em qualquer loja de produtos agrícolas. O estado de Israel, ao contrário, desenvolveram, com a ajuda do seu aliado incondicional e protetor - EUA - um sofisticado sistema de defesa contra os foguetes do Hamas que torna praticamente nulos os efeitos destes ataques. De cada 1000 foguetes lançados por Hamas em territórios que antes eram deles e agora estão ocupados por assentamentos judaicos, apenas um ou dois acertam algum alvo distante. Raramente chegam a causar algum estrago. Dos milhares de foguetes lançados, provavelmente tenha causado duas ou três vítimas. Ou seja, até um assalto a mão armada em qualquer rua do Brasil ou dos EUA ou dos países da Europa é capaz de provocar mais mortos e feridos do que os foguetes do Hamas.

Mas, a covarde imprensa ocidental, praticamente toda ela conivente com o massacre em Gaza, transmite as notícias como se ali acontecesse uma guerra entre dois estados, como se o Hamas fosse um poderoso grupo terrorista capaz de destruir a humanidade, até. Os cinquenta e poucos soldados israelenses que morreram até agora, após a incursão militar do exército de Israel em Gaza, foram vítimas da consequência desta incursão num território densamente povoado. Nem de longe isto se compara com o massacre de civis palestinos desarmados, crianças, mulheres, idosos e até enfermos nos hospitais, todos dizimados covardemente, com a conivência de governos do Ocidente - EUA e países ricos europeus à frente, mas não somente.

Numa guerra você tem dois ou mais exércitos que se enfrentam, todos com algum nível de estratégia, de equipamentos, de poder fogo. Em Gaza não há uma guerra, mas um genocídio, um massacre covarde contra seres humanos. Fico impressionado com a insensibilidade de alguns comentaristas que se dizem jornalistas. Alguns aqui de Minas mesmo, que chegam a defender Israel e a dizerem que no Brasil morre mais gente durante o ano do que o número de palestinos mortos em Gaza. Nada mais pobre, desumano e canalha do que uma comparação infeliz como esta. Os mortos num Brasil de 200 milhões de habitantes têm várias origens: briga entre vizinhos, disputa de ponto de droga entre traficantes, assaltos a mão armada, acidentes no trânsito, enfim, coisas próprias de um sistema mundial chamado capitalista, que transforma o dia a dia das pessoas numa disputa pela sobrevivência desigual e desumana. Mas, é totalmente diferente de um massacre deliberado e concentrado de um poderoso exército contra um povo cercado, desarmado, dominado, humilhado durante anos e anos.

Quem não se lembra do massacre de Carandiru em SP, que já virou livro, filme e documentário? Ali, dezenas de prisioneiros foram executados covardemente pela polícia de São Paulo, totalmente armada e que atirou contra prisioneiros do estado brasileiro, sem chance de se defenderem. O que acontece em Gaza é uma espécie de Carandiru em escala ampliada. Os palestinos de Gaza são prisioneiros do estado de Israel, que está punindo coletivamente a quase dois milhões de seres porque uma organização tida como terrorista pelos EUA e Israel, e que defende o povo palestino, e que é parte deste povo, o Hamas, se atreveu a resistir e a lançar foquetes artesanais em resposta às milhares de arbitrariedades que o estado de Israel pratica diariamente contra os palestinos.

Não dá para ficar neutro numa história desta. Nem brasileiros, nem judeus que vivem fora de Israel - lá dentro existe uma lavagem cerebral com os judeus, o que faz com que mais de 90% daquele povo apoiem este massacre, embora haja uma heróica minoria que proteste contra o genocídio em Gaza. Assim como o povo norte-americano, que na sua maioria apoiou o governo dos EUA na invasão, ocupação e destruição do Iraque. Hoje, praticamente todos os países do Oriente Médio estão destruídos em função desta geopolítica criminosa dos EUA e dos países ricos da Europa. A vizinha africana Líbia, cujo povo tinha uma das melhores condições de vida da África, está destruída; a Síria, outro povo que vinha lentamente construindo o seu futuro, está dividida e destruída. Iraque e Afeganistão, igualmente destruídos. Por enquanto, praticamente o Irã, país de origem persa, com predominância do islamismo, ainda não foi destruído, embora os EUA não se cansem de conspirar, promover boicote, e programar a invasão e a destruição daquele povo.

A imprensa ocidental, formada por cretinos mercadores de opinião, com raras exceções, está com as atenções voltadas para a Ucrânia, que vive conflitos antigos, mas que vivia em relativa paz interna antes de sofrer as "tentações" e provocações dos países ricos da Europa e dos EUA. A Rússia mantinha relações com aquela antiga república soviética muito vantajosas para os ucranianos, dependentes que são das fontes energéticas dos russos. E que vendem o gás a preço abaixo do mercado para aquele país, coisa que não se imagina, por exemplo, acontecer numa relação entre EUA e qualquer outro povo do mundo. Aliás, a única exceção feita pelos EUA talvez seja justamente com Israel, cujo estado recebe doações de bilhões de dólares, treinamento militar e tecnologias de ponta. Por que será?

Claro, Israel é uma espécie de linha avançada dos EUA para a sua geopolítica de dominação no Oriente Médio. Israel é um estado que vive para a guerra, para o massacre, para incentivar ocupações e divisões no Oriente Médio. E contam com isso com a ajuda de alguns governos árabes daquela região, cujas elites lucram com a venda do petróleo e o financiamento das guerras. E a indústria bélica é uma das principais fontes de recursos dos EUA. Não se imagina a manutenção da economia norte-americana e dos países ricos da Europa num mundo sem guerra, sem destruição. A indústria bélica gera trilhões de dólares todos os anos, e sustenta campanhas eleitorais dos governos de direita, que em conjunto com os donos dos bancos e os aparatos estatais sustentam a mídia empresarial do mundo ocidental. Por isso vivemos este cerco midiático de opiniões quase consensuais entre as maiores redes de TVs, rádios, jornais e revistas. Inclusive no Brasil, com as Globos, Bands, Itatiaias, Vejas e Folhas, entre outras. Todos eles apoiando políticas neoliberais; todos eles justificando sob mil falsos argumentos o massacre contra o povo palestino; todos eles fazendo campanha diariamente contra os governos progressistas e populares da América Latina: Dilma no Brasil, Maduro na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador, Daniel Ortega na Nicarágua, etc., etc.

Por isso, pessoal, não me convidem mais para assistir, de uma hollywood igualmente dominada por estes interesses de minorias ricas, a qualquer filme sobre o holocausto. Não teria estômago, e passaria mal toda vez que me lembrasse do que muitos dos descendentes daqueles judeus estão fazendo agora contra os palestinos de Gaza, desonrando a memória daquelas vítimas. Sob o olhar cúmplice dos governos que têm algum poder militar e econômico e diplomático capaz de uma intervenção mais forte, como é o caso dos EUA e países ricos da Europa. Todos silentes, covardemente. Quem se manifestou contra? Justamente os governos do Brasil, Venezuela, Chile, Nicarágua, Bolívia, Equador. Além dos povos do mundo inteiro, claro. O que me torna neste momento orgulhoso de viver num país sul-americano, com os governos que temos atualmente, com todas as limitações conhecidas. Nossa América do Sul e Central, de Bolívar, de Sandino, de José Martí, de Farabundo Marti, de Zumbi dos Palmares, de Marighella, e, por que não, de Hugo Chávez, de Fidel, de Lula e de Dilma. Mas, acima de tudo, de um povo que sempre lutou, tais como os povos de todo o mundo, inclusive os europeus, os árabes, os africanos, e os judeus não defensores do massacre que faz o estado de Israel, entre outros.

Que a humanidade dos de baixo tenha a capacidade de esboçar alguma reação para impedir o extermínio total dos palestinos. Eu não sei o que sugerir aqui. Uma semana mundial de protestos, uma campanha por boicote aos produtos de empresas que apoiam o estado de Israel, uma pressão para que a ONU considere Israel um estado criminoso e oriente todos os países do mundo a romperem relações econômicas e diplomáticas com aquele estado (que sonho mais distante!). Enfim, a humanidade está assistindo a um massacre e não pode permanecer inerte, como se fosse algo natural, pois isto seria a aceitação da nossa total desumanização. Que o capitalismo já tenha nos desumanizados bastante, isto já sabemos. Mas, não podemos perder as últimas gotas de sensibilidade que nos unem à ideia de sermos... seres humanos.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!


P.S. Sobre o tema que escrevemos, e em solidariedade aos palestinos de Gaza, indico a leitura destes dois textos aqui e aqui e também o apoio a este ato aqui.


P.S.2: A Veja, a Globo e seus iguais estão novamente atacando o governo federal e a Petrobras com a bobagem da CPI que a oposição tentou dominar no Senado e depois fugiu. Vejam que ridículo: fizeram um escândalo midiático em torno de nada. Isto mesmo: NADA. Ou seja, denunciaram que supostamente os dirigentes da Petrobras teriam recebido as perguntas que seriam feitas na CPI da Petrobras. Ridículo isto! Primeiro, porque a CPI é aberta para a participação de todos, inclusive da Oposição tucana, que foi quem criou a CPI. Será que os tucanos também mandaram as suas perguntas para os depoentes da Petrobras? Onde estavam os oposicionistas demo-tucanos, incluindo o senador candidato a presidência da República, que sequer compareceram às sessões da CPI para indagar aos dirigentes da Petrobras? Dirigentes estes que foram ao Congresso várias vezes, colocaram-se à disposição de todos, inclusive da mídia, e não deixaram uma pergunta sem resposta. Ora, esta mídia tucana está mesmo sem assunto e querendo desviar a atenção do Aecioporto, assim como desviou a atenção e blindou o "mensalão tucano", o helicóptero dos Perrelas, a falta de água em SP, o Trensalão em SP, a compra de votos dos deputados na era FHC, a privatização a preço de banana (doação) de grandes estatais brasileiras; etc., etc., etc. O Brasil não merece esta mídia GOLPISTA, canalha e manipuladora.

P.S.3: No âmbito da Educação, em Minas particularmente, a situação é das piores. O governo de Minas é o único responsável por isso. Não apenas por não pagar o piso salarial e destruir a carreira dos educadores - o que não é pouca coisa -, mas, também, por ter desorganizado a vida funcional dos trabalhadores da Educação. O governo desuniu a categoria, usou politicamente a Lei 100 prometendo o que não podia e prejudicando a milhares de pessoas. Agora, pessoal, só o tempo e uma reflexão coletiva e crítica da realidade da Educação e dos educadores de Minas poderão levar à superação deste quadro. Até para que haja esta reflexão é importante que as pessoas tenham uma leitura crítica do mundo e do Brasil e de Minas. Professor que não se informa, ou, o que pior, só se informa através da mídia tucana - Veja, Globo, Itatiaia, Estado de Minas, Folha, etc. - na prática viverá completamente alienado e defendendo os interesses dos de cima. É importante discutir os interesses coletivos, de classe, da categoria, e desenvolver uma luta comum, pois somente assim todos ganharão. Não acreditem em promessas, mas não deixem de comparar o passado político dos candidatos, e a quais projetos eles estão ligados, quem os apoia (com quem eles andam), enfim. E além de votar bem, é preciso participar também, cobrar, ir às reuniões e assembleias da categoria, organizar-se nos locais de trabalho. É assim que as coisas mudam para melhor. É assim que o Brasil está mudando para melhor - mesmo que a Educação em Minas esteja na situação que conhecemos.

P.S.4: A mídia tucana e golpista continua o seu plano maligno de detonar o Brasil e o governo Dilma. Vocês lembram o que eles fizeram antes da Copa: disseram que tudo daria errado. Mas, ao contrário, tudo deu certo, foi a Copa das Copas, apesar da seleção brasileira ter tido um desempenho medíocre. Mas, isto não é culpa do governo federal. Nem do povo brasileiro. Pode ser culpa da mídia, que cria expectativa e participa das negociatas que favorecem aos cartolas do futebol. Chegam até ao absurdo de alterarem o horário dos jogos para não prejudicar o faturamento com as novelas da Globo. Então, dizia, a mídia continua atacando o governo federal todos os dias, como se o Brasil estivesse numa crise sem fim. O que é falso. Se a economia no Brasil hoje cresce pouco, em parte se deve à crise internacional; e em grande parte se deve ao clima de pessimismo que a mídia alimenta diariamente para favorecer eleitoralmente o seu candidato. Claro que isso acaba prejudicando a economia, que depende também de expectativas positivias. Mesmo assim, apesar desta mídia de mau agouro, que torce contra o povo brasileiro, o Brasil, nos últimos 12 anos, exibe melhorias em todas as áreas. Durante o horário eleitoral certamente a presidenta Dilma poderá mostrar os gráficos, os bons resultados, e as obras que foram feitas, além dos inúmeros programas sociais. Dilma tem o que mostrar. É a única, aliás. O candidato de Pernambuco está perdendo nas pesquisas para Dilma em seu próprio estado. O candidato tucano, preferido dos banqueiros, da mídia golpista e do consenso de Washington, vai mostrar o quê durante a campanha? O aeroporto na fazenda do titio? A Cidade Administrativa? O arrocho salarial no bolso dos educadores? Mas a mídia tucana já decidiu que haverá segundo turno e empate técnico entre os dois candidatos - Dilma e Aécio. Falta combinar com os eleitores.
             
P.S.5: Recebemos pela Internet o vídeo que publicamos a seguir, que narra um pouco o cotidiano dos moradores da Ocupação Rosa Leão, ameaçada de despejo. Como sempre dissemos, uma solução negociada seria a melhor forma de lidar com o problema habitacional, que é um dos mais sérios problemas do Brasil, e especialmente de Minas, que não tem um projeto de habitação popular para os sem-teto.

Recebemos também este outro vídeo contendo uma entrevista feita por Frei Gilvander com o Padre Piggi, que denuncia os "grandes interesses econômicos" por trás do despejo das ocupações do Isidoro:

                

                           ***

Sugestões de consulta na Internet:

- Blog Viomundo
- Jornal GGN
- Diário do Centro do Mundo
- Blog Escrevinhador
- Blog do Miro
- Blog do Mello
- Revista Forum
- Blog O Cafezinho
- Blog Cloaca News
- Blog Conversa Afiada
- Blog Tijolaço
- Blog Socialista Morena
   
- Blog Maria Fro      
- Blog da Cidadania
- Carta Capital
 
- Mauro Santayana  
- TV Brasil Internacional  
- TVT - sindicato metalúrgicos ABC paulista
- Telesur ao vivo
 
- TV NBR (do governo Federal)

- TV do Governo Venezuelano  
- Press TV do Irã  
- RT - Russia Today - em espanhol 
- Portal EBC