A propaganda paga do governo e a realidade

O Governo de Minas continua gastando nosso dinheiro com propaganda, ao invés de pagar um salário decente para os educadores. Ele mente muitas vezes. Mente quando diz que o sindicato não informou a categoria o teor do documento que o governo enviou para apreciação dos trabalhadores.

Deveria dizer, antes, que o governo combinou uma coisa e fez outra. Tanto que enviou mais de um documento e assim mesmo nenhum deles correspondia àquilo que fora combinado.

Mais do que a mentira, o governo subestima a inteligência dos trabalhadores em educação e da comunidade. É até compreensível. Se tivesse um pouco mais de respeito não precisaria gastar milhões com propaganda. Bastaria pagar um salário decente aos educadores e investir mais no social.

Além dos documentos que o governo enviou para o sindicato, que não apresentam nenhuma proposta salarial concreta, o governo mente novamente quando diz que já paga o piso nacional do magistério. Não paga e abaixo colocaremos o link do contracheque comum a um professor com curso superior, que divulgamos neste blog já há algum tempo, para que as pessoas possam conferir quem diz a verdade.

Além disso, o governo afirma que o piso reconhecido pelo MEC é de R$ 1.024,00 para uma jornada de 40 horas. Mentira. Não é o MEC quem define o valor e a jornada do piso, mas a Lei do piso, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República.

No que tange à jornada de trabalho, esta lei diz que ela deve ser de NO MÁXIMO 40 horas, isso porque as diferentes redes praticam jornadas distintas Brasil afora. Mas, nada impede aos governos de pagarem o piso integral para uma jornada de 15, de 20 ou de 24 horas, de acordo com cada realidade.

A lei, já se prevenindo contra governantes sem qualquer responsabilidade com a Educação, diz que pelo menos o valor do piso proporcional a cada jornada precisa ser assegurado. Reparem que estamos falando de um valor mínimo do piso em relação a uma jornada máxima.

Minas, como segundo estado mais rico da União, deveria dar o exemplo e pagar mais do que o mínimo (o piso é o mínimo), pelo menos, para a jornada existente. É o que já faz há um bom tempo, por exemplo, a Prefeitura de Belo Horizonte, que paga um piso (piso mesmo e não teto, como o Governo de Minas), no valor de R$ 1.470,00 para uma jornada de 22h30m. E convenhamos, isso ainda é pouco.

Além disso, Minas não paga nem o valor proporcional do piso de R$ 1.024,00 que, para a jornada de 24 horas, daria R$ 614,00 para o professor com ensino médio (PEB1). Este profissional em Minas recebe de piso apenas R$ 369,00, ou seja menos que um salário mínimo.

Mas, é assim, mentindo para a população, que o governo pensa que Minas avança. É preciso saber em que direção...


Conheça aqui o contracheque de um professor com curso superior em Minas Gerais

Leia também a boa crônica do colega Wladmir Coelho no blog do COREU. Clique aqui

Link sobre as negociações com o governo no jornal O Tempo

E aqui o governador Anastasia diz que não vai demitir ninguém. Será que vai cumprir o que diz?