quinta-feira, 6 de maio de 2010

Site eletrônico da SEE omite decisão que impede demissão

O avô não faria uma cara boa para o neto. Mesmo não gostando de servidor público tal e qual o neto, no governo de Tancredo, em 1984, após 17 dias de greve os trabalhadores da Educação conquistaram: biênio de 5% (que o neto cortou para os novos servidores), progressão horizontal, acesso automatico para P1 a P2 e salário mínimo para auxiliares de serviços gerais.

O site eletrônico da Secretaria Estadual da Educação (clique aqui para conhecê-lo) não publicou a decisão juducial do desembargador do TJMG que impediu qualquer forma de demissão de contratados, ou a designação de novos servidores para substituir os trabalhadores em greve.

Mas, em compensação, o referido site já publicou com destaque a decisão de um outro desembargador, que considerou a nossa greve ilegal. Esta atitude é no mínimo estranha. Afinal, as duas liminares foram conseguidas na Justiça mineira. Qual o motivo deste tratamento diferenciado?

Esta atitude dá exatamente a medida do descompromisso do governo Aécio-Anastasia com a democracia e com a transparência. A SEE-MG poderia até publicar e criticar a medida que não lhe favorece - embora ficaria difícil justificar o injustificável. Ou então não deveria publicar nada, já que não se dispõe a aceitar o debate democrático.

É mais um gesto infeliz de um órgão que vai se revelando incapaz de defender os interesses dos educadores e da Educação pública de qualidade em Minas Gerais, revelando-se muito mais como órgão de coerção, de intimidação, que lembra a triste época dos governos ditatoriais.

Os ares da aludida liberdade mineira, que é cantada aos quatro ventos, vão se perdendo - eu me lembro em 1984, quando estava no meio de um milhão de pessoas, ali na Afonso Pena, na campanha das Diretas-já!, e ouvia o discurso de Tancredo Neves, então governador de Minas, que iniciava a sua fala assim: "Mineiros, o primeiro compromisso de Minas é com a liberdade!".

Pois é, na Minas Gerais do neto de Tancredo e de Anastasia, liberdade vai se tornando uma palavra oca. E a forma como o governo vem tratando o movimento dos trabalhadores da Educação é um exemplo deste empobrecimento moral e ético das coisas em Minas.

3 comentários:

  1. Só queria pedir para vcs, não lembrarem somente dos auxiliáres de serviços e professores, mas das especialistas que só entram no rol da palavra educadores. Sou Especialista em Educação Básica nível A, ralo muito na escola, pois temos que assumir várias funções.Meu vencimento básico é de R$460,44 o que melhora um pouquinho são os quinquênios(10%), não tenho ninguém para me ajudar a sustentar minha família e recebo um salário líquido de R$560,00 por mês( isso quando não varia para menos), para manter um marido enfartado que utiliza medicamntos caros, meus remédios e de uma filha com eplepsia e outra que ainda está estudando. Morro de trabalhar e ganho cesta básica para ter alimentação para 15 dias. Dobrar a jornada de trabalho jamais,pois o estado não permite e por aí vai. Isso é uma vergonha nacional........... Obrigada pela oportunidade. Eliane

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  2. Por que não vamos assentar na rua, com boné nas mãos pedir ajuda à população, a qual depende da educação, para complementar nossos salários? Nós somos considerados babás de seus filhos enquanto trabalham e nunca educadores. Vc sabe que repassaram para nós todas as responsabilidades, tia, tio , mãe, vó, vô etc. O Estado, diretores, inspetores cobram de nós esta postura. Diga se não é verdade? Vamos convidar a Superintendente e inspetoras para trabalhar em nossas funções por um mês e receber o nosso salário para suportar tudo que passamos; não só com alunos, mas com todos e com suas exigências..... Eliane

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  3. Euler me desculpe os erros, escrevi no calor da revolta.........Só agora reli minha escrita. Eliane

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