sexta-feira, 14 de maio de 2010

Boa noite, pessoal da luta!

Caros colegas,

Passei o dia todo fora, sem poder mexer no blog e por isso muitas mensagens não foram publicadas mais cedo. Mas, estamos de volta.

Quero dialogar com vocês algumas coisas que tenho conversado e observado com muitas pessoas do nosso movimento.

A primeira e mais importante: a unidade do nosso movimento é fundamental. Nada deve permitir que nós estejamos divididos, ainda que tenhamos opiniões diferentes sobre os encaminhamentos da luta, pois isso faz parte da nossa luta.

Outra coisa: este movimento, pela sua força, pela sua ousadia, e considerando o cerco neoliberal autoritário deste governo - que domina a mídia, a justiça e vários outros instrumentos de terror e pressão - já pode ser considerado um movimento vitorioso. Nós, que construimos esse movimento, todos nós, somos vitoriosos e devemos ter orgulho da nossa luta!

Isso porque demonstramos a nossa capacidade de organização, mobilização e luta. Depois de muitos anos desarticulados, muita gente - eu inclusive - julgava que a nossa categoria havia perdido a capacidade de reagir, que estava morta. Ledo engano. Os educadores de Minas buscaram energia no mais profundo de sua alma e construiram a esperança de uma conquista que os governos e as leis não foram capazes de proporcionar. Ninguém pode roubar isso de nós!

Estamos abrindo o caminho para conseguir a valorização enquanto profissionais da Educação e o respeito enquanto cidadãos e seres humanos, com todos os direitos que foram conquistados nos últimos séculos por pessoas lutadoras como nós.

Este governo - e qualquer outro - não vai nos derrotar!

Na nossa luta, camaradas, às vezes precisamos rever as nossas estratégias para atingir os objetivos principais. Isso faz parte de uma guerra, de todas elas. Não se vence um inimigo poderoso como este governo - que compra a mídia, corrompe a justiça, tem apoio de grandes grupos econômicos, etc - sem usar de métodos e estratégias de luta adequadas para cada momento. Sem essa visão, podemos nos prender a uma forma única de luta e com isso deixar escapar o conteúdo da nossa luta, por não termos conseguido compreender bem a nossa realidade.

Por isso, neste final de semana e na segunda-feirta, gostaria que todos os leitores deste blog refletissem sobre tudo o que fizemos e sobre quais as novas estratégias podemos usar para fazer avançar a nossa luta frente às realidades criadas pelo governo.

O nosso cenário tem alguns elementos que devem ser considerados:

a) o nosso movimento é forte, tem grande adesão - não total, infelizmente -, já dura 36 dias, realizou feitos heróicos que merecem ocupar as melhores páginas da história de lutas libertárias de Minas e do Brasil;

b) nós fomos capazes de continuar a greve quando a justiça decretou a sua ilegalidade, conseguimos arrancar espaços na mídia amordaçada, conseguimos uma liminar impedindo as demissões (isso antes que outro desembargador considerasse nossa greve ilegal) e forçamos duas reuniões de negociação com um governo que tem como princípio não negociar nada com grevistas e com movimentos sociais;

c) mas, sofremos uma segunda derrota na justiça que não pode ser desprezada: três infelizes desembargadores negaram o recurso do departamento jurídico do sindicato que defendia o cancelamento da sentença que considerava nossa greve ilegal. Nesse país surrealista e dominado por uma estrutura jurídico-política sempre contrária aos trabalhadores, prevaleceu a vontade do senhor de engenho atualizado, no caso, o governante de plantão em Minas;

d) este fato abriu caminho para o governo preparar demissões de designados, podendo até mesmo, do ponto de vista jurídico, abrir processo administrativo contra servidores efetivos. A direção do Sind-UTE conseguiu barrar este processo na reunião que teve com o governo recentemente. Mas, este acordo não é permanente e muito provavelmente será suspenso pelo governo caso a greve continue - pois, ele está condicionado ao retorno ao trabalho. Não quer dizer que o governo vá demitir em massa ou de forma selecionada imediatamente, mas pode lançar mão deste mecanismo;

e) contra essa possibilidade, já que a greve foi considerada ilegal, devemos estabelecer as nossas estratégias de defesa. Esse é um ponto que eu gostaria que todos pensassem a respeito. Devemos analisar a disposição de luta de todos, conversar com os colegas e encontrar soluções coletivas e não isoladas, pois a dispersão isolada representaria uma grande perda para este movimento tão maravilhoso;

f) a outra questão é relacionada ao salário. O governo tem acenado que não vai fazer um reajuste geral dos salários e nem pode pagar o valor do piso de R$ 1.312,00, que é o que nós reivindicamos. Mas, tem declarado que está disposto a incorporar determinadas gratificações ao piso através de uma comissão entre o sindicato e o governo. A denominação que se dê a um aumento de salário é o menos importante, desde que ocorra um aumento significativo no piso e no valor final do nosso salário. E com data prevista para que isso ocorra;

g) analisando todos estes elementos é possível construir uma estratégia de fortalecimento do nosso movimento que garanta a curto e a médio prazos um salário mais justo, além das conquistas já obtidas, como o não corte do ponto (mesmo que seja pago de uma só vez em folha separada), a garantia de não demissão de nenhum educador que participou da greve, concurso público, eleição de direção escolar, entre outros.

Sabemos que a questão salarial, juntamente com a manutenção do emprego são duas coisas sagradas para os trabalhadores que vendem a sua força de trabalho para sobreviver. A nossa estratégia deve estar voltada para assegurar essas duas coisas como eixo da nossa luta. A nossa greve, através das nossas estratégias de luta, deve assegurar esses direitos e ampliar as nossas conquistas.

Vamos todos refletir sobre essas questões. Ao pessoal de Vespasiano e São José da Lapa: reunião extraordinária com novos informes e análises na segunda-feira, às 17h, na subsede do sind-UTE (rua Bahia, 77, Célvia, Vespasiano, MG, 3621-0456).

E a todos os companheiros da luta: é muito importante refletir individualmente e em grupo com todos os colegas e não deixar de comparecer à assembléia estadual que será realizada na terça-feira, 18 de maio, no pátio da ALMG em BH.

Nos encontramos lá e aqui no blog. Um abraço e força na luta até a nossa vitória!!!

6 comentários:

  1. Euler, recebi o comentário abaixo no meu blog, veja se vcs estão sabendo de alguma coisa, do que se trata:


    Eliane disse...
    O jornalista da TV Bandeirantes colocou a disposição do Sindicato às 13 horas, para falar da causa dos professores e vc sabe o que acontece? Não compareceu ninguém do Sindicato pra dar entrevista ou nos defender. Por que será? Pau na cabeça do Sindicato. Por que não compareceram até hoje. O jornalista está indignado. Queremos uma satisfação do Sindicato, caso contrário nós iremos à TV Bandeirantes nos defender, já que o Sindicato parece estar passando pro outro lado. Estou muito brava e caso o Sindicato não se pronuncie, vou colocar a denúncia no ar.............

    14 de maio de 2010 20:42

    Respondi o seguinte:

    Cristina Costa disse...
    Eliane,

    Não entendi seu comentário.
    Vou até me informar melhor a respeito.
    Que Jornalista??? Agendou com quem????
    Como vc ficou sabendo????

    Isto é muito sério se for verdade, pois estamos pelejando para ter uma oportunidade de falar coma imprensa e esclarecer para a sociedade a nossa causa e denunciar vários equívocos ditos pelo Governo...

    Estou realmente surpresa...

    14 de maio de 2010 23:08


    QUANTO AO SEU TEXTO, EULER, TENHO QUE REFLETIR... PENSAR... É UM JOGO DE QUEBRA DE BRAÇO COMO JÁ ANTES...

    MAS A PRINCÍPIO TEM QUE TER ALGO DE CONCRETO A NÍVEL SALARIAL PARA AGORA, SENÃO...

    ResponderExcluir
  2. Fato: o governo não tem nada a perder em fazer jogo duro com os grevistas. No geral, quem não tem filho na escola pública, em parte de quem tem, quase todos os meios de comunicação e o poder judiciário mineiro estão mantendo a posição de aécio-anastasia. Se a greve se prolongar mais, ocorrerá, de verdade, uma iniciativa para a demissão sumária não só dos professores designados como dos efetivos. Haverá uma debandada para as escolas. Sou favorável a irmos até o fim. Mas isto só terá sucesso se mantermos, no mínimo, o atual grosso dos professores em greve. Esta coragem deve ser incitada na próxima assembléia com extrema força. Se ocorrer de voltarmos às aulas, daremos continuidade à greve estabelecendo um compromisso de total desobediência a SEE, visando à autonomia das Escolas. As aulas têm 50 ou 40 minutos? Daremos no máximo 30! O estado manda aplicar recuperações a rodo para que possa se gabar dos números positivos de aprovados? Seremos extremamente rígidos: 59 não é 60! Recuperação só no final do ano! Vamos acabar com a dependência! Uma disciplina dará, SIM, bomba! Vamos limitar o número de alunos nas salas de aula para 30 (tenho turmas com 50, 54...)! Com isso iremos força o governo a construir mais escolas, melhor aparelhadas. Muitos podem pensar que prejudicaremos os alunos. Ora, no mínimo, aluno esforçado e respeitador passa de ano. Os outros, que são muitos, que costumam ter a benevolência de certos professores (para não terem trabalho durante as férias) devem ser barrados para não engrossar a lista “positiva” anual do governo. Chega de professor “bonzinho”! Chega de professor pau-mandado de direção! Coragem ao professores que aprovam mesmo a contragosto, imposto pelo Conselho de Classe. Não podemos dar qualquer motivo para o governo se gabar nacionalmente de que a educação pública em Minas vai bem, pois, na realidade, NÃO VAI! Devemos propagandear o abismo que separa muitas escolas estaduais em Minas; as péssimas condições estruturais e a falta de segurança, além, claro, o salário miserável. Por fim, ainda pensando no pior, sugiro uma manifestação semanal gigantesca em BH, como já vem ocorrendo, para força o aumento salarial e mostrar que NÃO ESTAMOS VENCIDOS! O SISTEMA É MAL, MAS MINHA TURMA É LEGAL! FORÇA SEMPRE!

    ResponderExcluir
  3. Cara colega Cristina Costa.
    Lamento vc não ter assistido ao jornal da Bandeirantes sexta feira às 13 horas para ouví-lo. Eu e meu marido assistimos e acredito que outras pessoas também ouviram. Vá até lá e confirme a veracidade dos fatos. Acho que agora vc entendeu o que falei........... A antena tem que estar ligada quando a luta é importante. Ele disse que entregou um cartâo dele para UM MEMBRO DO SINDICATO, EM FRENTE A CIDADE ADMINISTRATIVA no dia da manifestação, colocando-se a dispoaição do Sindicato para manifestar-se,pois no dia não conseguiu fazer nehuma matéria. Corra atras e saberá, porque eu estou ligada e plugada. Entendeu agora...............

    ResponderExcluir
  4. Cristina Costa mando de bandeja.O nome do jornalista e apresentador do progarama refirido é: Ricardo Sabias. Para contactar com o mesmo ligue 3349 5346, de segunda a sexta feira a partir de 10h e 30 minutos. Este número é da produção do programa do jornalista Ricardo.
    Ajudou???????????????????????

    ResponderExcluir
  5. Concordo plenamente com sua fala Cristiane. Somos cobrados dos resultados positivos a qualquer custo tanto interno como externos.As agressões na escola são frutos das 11 (onze) oportunidades dadas pela escola o que leva o aluno a ter atitudes de irresponsabilidade, comprometimento escolar, falta respeito e outros, pois sabem que no final dará tudo certo. O que interessa realmente são números, estatísticas. O dito QUALITATIVO está sendo usado na hora errada, já que os suportes necessários e urgentes,nos faltam em tempo hábil. A cada momento mudamos de estratégias de acordo com SEE,sem darmos as vezes prosseguimentos ao que iniciamos.Então há de convir que teremos uma educação de má qualidade e o culpado é o pedagógico da escola que não sabe ser criativo com o que tem e não trabalha como equipe (Interdisciplinaridade, projetos e contextualização etc). São as palavras do momento. Sou fruto da educação tradicional e não da pedagogia do amor. Olha aprendi pra caramba e até hoje não me esqueci dos aprendizados daquela época. Gente, escola é coisa muito séria, ou ela forma cidadão ou marginal.

    ResponderExcluir
  6. 14 de maio de 2010 16:28
    Vanderlei disse...

    Bom, quanto aos dias de 12/05 em diante, concordo que estes não devam ser pagos, porque se vão colocar apenas "FALTA", não se repõe. Outra: isto que a colega Eliane citou é importante e grave: eu assisti o dia em que o referido jornalista abriu o espaço, mas não vi o dia em que ele marcou dia e hora para isso. Como o Sind-Ute pode perder uma oportunidade destas? Alguém pode aparecer e dar uma satisfação sobre isso?
    15 de maio de 2010 09:40

    ResponderExcluir