Hoje é o dia em que o governo deve apresentar a proposta preliminar de alteração salarial dos educadores de Minas.
Esperamos que esta proposta altere substancialmente o piso e o teto salariais dos trabalhadores da Educação da rede estadual de ensino de Minas Gerais.
Foram oito anos de arrocho salarial, dando sequência a outros tantos de igual achatamento dos salários dos educadores.
Neste período, após muita enrolação na esfera federal, aprovou-se o piso do magistério em 2008 no valor de R$ 950,00. Um valor muito aquém da importância que a própria elite política, costumeiramente cínica, atribui à Educação e aos profissionais da educação.
Somos o povo do futuro, que vive de brisa no presente e das promessas de um amanhã que nunca chega!
O valor atualizado do piso que deveria ser pago, mas não é, é de R$ 1.312,00.
Infelizmente, no Brasil do século XXI a realidade é outra. Os estados mais ricos da federação - São Paulo, Minas e Rio -, que deveriam dar o bom exemplo e pagar os melhores salários para os trabalhadores da Educação, são aqueles que dão o pior exemplo.
Em Minas Gerais, após oito anos de choque de gestão, combinado com um longo período de crescimento econômico - muito mais em função dos bons ventos da economia mundial e nacional - os servidores da educação não viram os resultados de tanto sacrifício feito.
Agora seria o momento do governo mineiro repartir melhor o bolo da receita que cresceu e tem sido usado para obras faraônicas ou em benefíco de algumas carreiras do estado, ou de grupos minoritários, aí incluídos os poderes legislativo e judiciário, as empresas terceirizadas e a imprensa.
Os educadores de Minas precisam receber um incentivo em forma de política clara de recuperação salarial, a começar por um substancial aumento nos vencimentos básicos e no teto salarial. Não é possível aceitar de forma acomodada que professores com curso superior recebam piso salarial de R$ 550,00 e teto (total do salário) de R$ 935,00. Isso é uma vergonha para Minas Gerais e para o Brasil, saber que os professores do segundo estado mais rico da União recebem menos que dois salários mínimos.
Da minha parte, pessoalmente, acho que isso só vai passar por uma verdadeira mudança através de grandes mobilizações sociais, como a greve de 47 dias que corajosamente realizamos. Mobilizações regionais e nacionais, que arrastem toda a comunidade para a luta; que passem por cima das direções sindicais que não se perfilarem com o sentimento de indignação da maioria dos trabalhadores; que enfrentem e derrotem, se necessário for, a polícia, o judiciário, os políticos profissionais, a mídia vendida e todos quantos entrarem no nosso caminho, tentando impedir a valorização da Educação pública e dos seus profissionais.
Mas, aguardemos o dia de hoje para ver o que será apresentado. Esperamos que o sindicato não deixe para revelar publicamente a proposta do governo somente na assembléia do dia 17. Isso seria um gesto de desrespeito à categoria, que nós acreditamos que não ocorrerá.
Devemos receber as informações, discuti-las na base com o mesmo calor com que travamos as mais renhidas batalhas durante a nossa histórica greve de 47 dias e nos preparar para novos embates. Inclusive a disputa de outubro, que será tanto mais importante quanto a percepção que tivermos daquilo que os candidatos reservam para a Educação pública num futuro próximo. Porque o nosso presente continua uma tragédia.
Só a nossa luta, colegas, com todas as dificuldades e ameaças sofridas, recompôs um pouco a nossa crença num horizonte diferente para as carreiras da Educação. Quiçá o dia de hoje possa soprar os ventos numa outra direção, marcada por um real processo de valorização dos educadores. Do contrário, estaremos prontos para desembainhar as nossas espadas e desafiar o mundo, com seus faraós e senhores de engenho.
O povo a que relegam para o futuro, quando e se acordar, pode alterar o desfecho dessa história, com outra história, aquela, construída por todos nós, os de baixo. Lembramos aqui o poeta Bertold Brecht:
"Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem".
Entre 2010 e 2012, este blog estava a serviço dos profissionais da Educação de Minas. Posteriormente, o blog ampliou os temas, sempre na defesa das melhores causas. A partir de outubro de 2023, demos especial destaque à corajosa resistência do povo palestino contra o sionismo e o imperialismo. Além disso, produzimos um combate sem trégua ao capitalismo, apresentando como saída a construção de uma outra relação social, solidária, horizontal, mundial: comunista. (contato: euler.conrado@gmail.com)
Trabalhadores da Educação, vamos parar Minas Gerais dia 17. Se TODOS aderirem à paralisação será um CHOQUE DE GESTÃO NO GOVERNO Anastazia/Aécio, eles estão contando que nós não conseguiremos nos mobilizar. Vamos mostrar nossa força!
ResponderExcluirOBS: Euler acesso seu blog pelo menos 4 vezes ao dia, é o melhor lugar para me manter informada.Obrigada pelo belo trabalho realizado. Ah, você mereceu receber o salário sem cortes.
Olá Professor Euler, parabéns pelo Blogue. A internet 2.0 precisa ser usada cada vez mais pra denunciar os desmandos e mentiras dos governos que incistem em nos prejudicar. Sou servidor municipal de Itajubá, da Educação, estamos solidários à luta do sindUTE. Grande abraço e até a vitória!
ResponderExcluirOlá Euler,
ResponderExcluireu sempre copio, para imprimir e colar na minha escola, os seus textos que são objetivos e muito esclarecedores. Tudo bem? Eu também, sempre os envio por email, a partir do próprio blog, para aqueles professores mais interessados.
Eu gostaria mesmo era que toda a nossa classe, ou pelo menos uns 80% dela, em toda Minas Gerais,
tivesse a possibilidade de te acompanhar todos os dias. Aí sim, seríamos unidos e fortes como nunca foi, algum dia, alguma classe...
Como você mesmo escreveu "...só a nossa luta com todas as dificuldades e ameaças sofridas, recompôs um pouco a nossa crença num horizonte diferente para as carreiras da Educação. Quiçá o dia de hoje possa soprar os ventos numa outra direção, marcada por um real processo de valorização dos educadores."
Eu, como todos nós, sempre seremos esperançosos... E que DEUS tenha piedade de nós!!! É meio piegas mas é o que me ocorreu agora. Agradeço muito seus comentários que, como alguém já disse, são sempre de muito alento e conforto, não deixando que nos sintamos sozinhos(as) e inseguros(as).
Euler,
ResponderExcluirNa primeira proposta só consta os professores,
será que eles excluíram os demais?
Dê uma olhada...
http://blog.educacao.mg.gov.br/wpracs/blog/category/grupo-de-trabalho-see-seplag-sind-ute/
Abraços a todos