Foi hoje, dia 13, tal como estava marcado, o ato dos servidores públicos de Minas para protestar contra o descumprimento da palavra empenhada e assinada pelo faraó e seu afilhado. Prometeram pagar o reposicionamento agora em julho e não cumpriram. Jogaram tudo para o ano que vem, como fizeram com as novas tabelas salariais dos educadores. Pois sim!
Quando cheguei na praça Afonso Arinos, centro de BH, por volta de 14h15, encontrei alguns conhecidos combatentes da Educação. Inicialmente parecia pouca gente. Cheguei a comentar: não vai dar nem pra sair em passeata. Quando cheguei tinha em torno de 500 pessoas. O ato começou ali mesmo, inicialmente, e alguns oradores se revezaram.
Neste meio tempo, aproveito para rever conhecidos e amigos. Encontro com João Martinho e André, dois guerreiros de Vespasiano que a partir daquele momento passaram a integrar meu esquema pessoal de segurança. Mais adiante vi uma de minhas manas, que apareceu com vários colegas para apoiar o protesto contra o não pagamento do reposicionamento.
Encontrei uma turma super bacana do interior, que conheci nas mobilizações na ALMG, só que me esqueci do nome da cidade e dos colegas - uma delas acho que é Loriene, se não me falha a memória - e tem falhado ultimamente. Uma turma simpática, combativa, sempre presente na luta. No próximo encontro eu vou levar um bloco e anotar tudo direitinho, nome por nome, da cidade e dos colegas, pois a memória anda falhando. E não fica bem para um candidato a presidente em 2014 andar esquecendo assim o nome das lideranças.
Depois encontrei com dois candidatos ao governo de Minas, coisa mais chique do mundo, não? Não é todo dia que você esbarra frente a frente com dois postulantes ao governo das Minas Gerais. Fábio Bezerra, do PCB, e Vanessa Portugal, do PSTU, dois companheiros educadores, que merecem todo o nosso respeito. Como o encontro com os dois ocorreu em momentos diferentes, acabou acontecendo um desencontro de agendas: os dois candidatos nos convidaram - ao João, ao André e a mim - para uma atividade neste final de semana.
O PCB vai realizar um encontro intersindical, para avaliar as lutas sociais e propor encaminhamentos. Já o PSTU realizará um seminário para discutir pontos do programa de governo. Aos dois eu disse: se der eu vou, não garanto, pois uma parte dos nossos sábados está tomada pela reposição das aulas e a outra parte, bom, aí só Deus sabe o que pode acontecer. João Martinho, por exemplo, costuma viajar para o sítio na Serra do Cipó. Muito chique para o meu gosto. O André mora em BH, e talvez pra ele seja mais fácil. Já no meu caso, há muitas coisas pendentes na minha agenda pessoal, além da incerteza que tenho em relação ao minuto seguinte. Mas, se der eu apareço, camaradas!
Aliás, o encontro que tivemos com a Vanessa (a Portugal, não confundir com outra Vanessa!) foi algo atípico. Em plena manifestação já na Praça Sete, após a passeata que ocupou uma pista da Afonso Pena, a candidata distribuía pessoalmente um material do partido e da campanha do PSTU. Ao chegar onde nos encontrávamos ela cumprimentou o João Martinho, que é conhecidíssimo em toda Minas e pelo Brasil afora, que, como estava no meu esquema de segurança, foi logo me apresentando:
- Vanessa, este aqui é o Euler.
E ela me cumprimentou, indagando:
- Ah, então você que é o Blog do Euler?
- Não, Vanessa, eu sou o Euler do Blog do Euler.
Eu disse aqui, em outra oportunidade, que este blog estava provocando um conflito de identidade. Risos a parte, o colega André acabou dizendo que é parente da prefeita de Betim, dando a deixa para que Vanessa fizesse uma análise das políticas realizadas pelo PT naquele município e em geral, no Brasil afora. Mas, calma gente, não foi uma crítica azeda, mas amena.
Logo depois, o Rogério Correia foi quem passou por nós, deixou o material de campanha e prosseguiu, não sem antes cobrar de João Martinho uma visita a Vespasiano. João respondeu que já havia um cabo-eleitoral do Rogério Correia dizendo que o levaria até a minha cidade. João olhou pra mim tentando conseguir alguma autorização para a entrada do Rogério na cidade e eu acenei positivamente: tudo bem, João, libera. Depois que o candidato do PMDB-PT e o afilhado do faraó passaram por lá, não há mais sentido algum impedir a passagem de qualquer outro candidato.
Enquanto isso, o ato acontecia, com um número já bem expressivo, mas não tanto quanto os atos dos educadores. Na passeata eu achei que havia em torno de 1.200 pessoas. Mas como gosto sempre de ouvir uma segunda opinião, perguntei ao Gilbert do PSTU, que passava por perto naquele instante quantas pessoas ele achava que haviam ali. Ele olhou para trás, depois virou o rosto pra frente e disse: umas 1.500 pessoas. Tá fechado, disse.
No carro de som do Sind-UTE, os representantes dos sindicatos dos servidores de Minas se revezeram. Como não conheço a maioria deles, só guardei o nome dos que eu conheço pessoalmente: a coordenadora do Sind-UTE, Beatriz, que falou em nome dos educadores e mandou o recado contra o governo de Minas que não cumpre o que promete e "fica dando choque nos servidores"; e o Romualdo, que eu conheci ainda na minha infância política, e que lá estava com a barba branca puxando as palavras de ordem. O pior é que eu converso com o Romualdo nos atos dos servidores de Minas e nunca lhe pergunto qual sindicato ele representa. Sei que não é o da Educação. Taí mais uma coisa que eu vou anotar, na próxima vez que encontrar com ele. O fato é que o Romualdo, tal como eu, tem uma ligeira descendência [na verdade, neste caso o correto é dizer "ascendência", como me corrigiu o Romualdo em seu comentário] árabe. Claro que a ascendência dele deve ser de uma linhagem mais moderada, talvez de católicos ortodoxos ou de grandes comerciantes. A minha, ao contrário, seguramente tem sangue palestino do Hamás, ou de libaneses do Hezbollah. Nada menos do que isso, seguramente.
Ali por perto também encontramos a companheira Rosa, meio que de passagem, sempre despertando entusiasmo e disposição de luta entre os colegas. No carro do som, anotamos a presença do deputado Padre João, que teve papel destacado na greve dos educadores.
O ato foi importante, mesmo não havendo um número mais expressivo de servidores, como seria o desejado. Mas, conseguiu demarcar terreno, mostrando para uma parcela de BH que não se deve confiar em quem não cumpre o que assina. Não percebi a presença da imprensa durante o ato. Pode ser que tenha aparecido e desaparecido. Vejamos amanhã se algum órgão da mída mineira, que divulgou com destaque o anúncio do reposicionamento em dezembro de 2009, terá coragem agora de cobrar do governo uma explicação para o não pagamento daquilo que foi prometido, assinado e divulgado.
Após as falações, buzinaços e apitaços, colocaram o Hino Nacional e em seguida o encerramento do ato. Nos despedimos e logo após fui de encontro ao enlatado vermelho, aquele dragão de aço que cospe fumaça e engole pessoas nas quebradas, de que falei em outra parte deste blog. Não sei o que nos aguarda para os próximos meses. Mas, devemos estar prontos para o combate.
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Links relacionados ao tema na mídia burguesa:- Jornal O Tempo
- Jornal Alterosa 2ª Edição
Leia também o Boletim Informa Nº 16 do Sind-UTE
Olha, tudo que o Sindicato fizer agora será um fiasco.O descrédito, infelizmente, tomou conta da maioria dos educadores.Vamos aguardar o ano que vem pra ver que bicho vai dar...Será cachorro, galo, veado? É difícil adivinhar...Abraços da palpiteira que nada sabe mais.
ResponderExcluirO meu velho camarada Euler se equivoca apenas em uma coisa: certamente a minha ascendência é mais radical que a dele, rs.
ResponderExcluirGrande Romualdo, combativa liderança dos servidores de Minas!
ResponderExcluirClaro que as minhas "raízes", vamos dizer assim, contêm mais componentes de radicalidade do que as suas, rsrs. Mas, como vc conviveu um período de tempo próximo de mim, essa diferença de origem ficou reduzida, embora não totalmente, kkkk.
Um forte abraço, camarada, força na luta e parabéns pela sua atuação!
Euler
Eliane, colega de luta, que desânimo é esse, minha filha?
ResponderExcluirLevanta a cabeça, camarada, e vamos pra luta! Os educadores de Minas têm motivos de sobra para se orgulharem da corajosa luta que travaram (travamos) contra esse governo. Arrancamos novas tabelas salariais para janeiro de 2011; obrigamos o governo a pagar antecipadamente a reposição das aulas, sem corte de ponto; revelamos para a sociedade mineira e nacional a real situação da Educação e dos educadores de Minas,etc.
Temos motivos de sobra para nos orgulharmos da nossa luta e nos unirmos em torno do sindicato, como um importante instrumento dessa luta.
Não conquistamos tudo o que queríamos, mas também não fomos derrotados e arrancamos conquistas importantes.
Vamos em frente, nos organizando e nos preparando para os novos embates.
Um forte abraço,
Euler