Reproduzo, a seguir, um artigo publicado hoje no jornal HOJE EM DIA, intitulado "Baixa remuneração ameaça profissão de professor".
Nunca é demais destacar o quanto a carreira de professor tem sido mal tratada por todos os governos, das três esferas da União - federal, estadual e municipal -, que primam por fazer eloquentes discursos em prol da educação, mas praticam a escassez de recursos para esta área.
São generosos com banqueiros, latifundiários do agronegócio, empreiteiros das obras faraônicas (que depois financiam suas candidaturas, como em Minas) e com a alta burocracia do estado, especialmente do judiciário e do legislativo, que são dóceis e coniventes com estes governos.
Mas, em relação à Educação básica, que é aquela voltada para a maioria pobre da população brasileira, oferecem migalhas, que somadas não atingem nem 5% do PIB brasileiro, para um universo de 50 milhões de estudantes e três milhẽs de educadores. É o retrato da má distribuição de renda no Brasil e do pouco caso dos governantes com as camadas populares, que são mal tratadas por uma educação pública sem qualidade, uma saúde pública igualmente sem qualidade, entre outros serviços a que esses setores de baixa renda não têm acesso.
Fiquem então com o texto mencionado:
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A pesquisa foi realizada em 18 escolas públicas e particulares de oito cidades do Brasil. Outros 9% mencionam a intenção de cursar disciplinas da Educação Básica, como Letras, História e Matemática – o que não garante, entretanto, que eles venham a se interessar pela carreira.
No ano passado, o Censo da Educação Superior descobriu que cursos ligados à formação de professores têm relação candidato/vaga alarmante: enquanto Medicina aponta uma média de 21,8 candidatos competindo por um vaga, os cursos de formação de professores não ultrapassam 1,4.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) assistiu de perto, nos últimos quatro anos, o desinteresse dos candidatos pela sala de aula. É como se os professores estivessem fugindo da escola. Para se ter uma ideia, em 2006, o curso de Letras caiu de 1.097 inscritos para 630; Ciências Biológicas, de 1.070 para 489; Geografia tinha 463 inscritos, quatro anos mais tarde recebeu apenas 210 inscrições. O curso de História caiu de 568 para 252 candidatos, e com Matemática não foi diferente: de 337 passou para 149 candidatos.
Os últimos números da Secretaria de Estado da Educação (SEE) mostram que Minas Gerais conta com quase 183 mil professores de educação básica atuando em 4 mil escolas estaduais. Anualmente, são gastos R$ 4,4 bilhões com educação. Mas, para quem escolheu ser professor, é preciso mais do que equações para se ter uma educação de qualidade e ver o retorno de profissionais para as salas de aula.
A coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, ressalta que a falta de salários atraentes e de planos de carreira que indiquem com clareza as perspectivas futuras, são elementos que interferem na escolha profissional dos jovens. “Ou mudamos esta realidade ou não atingiremos um nível mais elevado de desenvolvimento da sociedade”, avalia.
Nos últimos anos, as escolas têm recebido um tímido incentivo do Governo estadual, com livros didáticos de melhor qualidade, troca das carteiras e cadeiras nas salas de aula e até mesmo reformas recentes. O investimento, entretanto, não deixa de ser bem pequeno frente ao que a educação realmente merece e significa.
Professora estadual há 13 anos, a psicopedagoga Viviane Claudino afirma que a profissão vive um desafio, e enxerga um futuro nebuloso e nada promissor. “Já perdi as contas de quantas vezes assisti jovens professores chegando na escola, cheios de novas ideias, querendo mudar e melhorar a educação, mas as boas intenções sempre esbarram na burocracia e na falta de recursos”, lamenta.
Trabalhando com alfabetização de crianças há 15 anos, a professora Maria Cristiane Otoni sabe de cor as deficiências das escolas. “A cobrança não é proporcional ao que nos é ofertado.
O resultado é a bomba que explode nas mãos do professor. Temos que nos virar com os resultados exigidos, salas cheias, crianças que precisam de atenção, mas que, com todas as deficiências apresentadas, é impossível suprir”.
Fonte: Hoje em Dia
Vcs que visitam o blog do Euler..NOSSO BLOG...
ResponderExcluirtEM IDÉIA SE HAVERÁ FOLHA SUPLEMENTAR?? Pois alaguns verificaram o contra-cheque e constataram um desconto..referente a maio(acho). Mas o que ficou acertado?? Não estou entendo mais nada!!! Alguém q tiver informações a respeito e está na mesma situação..pronuncie-se aqui. Qual explicação pra tal desconto? Haverá folha extra?
Obrigado Euler!!!! Milhões de obrigado pelo espaço e as informações de sempre!!
Vocês sabiam que aquela anta do Lafaiete Andrada, é filho de um dono de universidade? Sabiam que o pai dele mandou fechar todos os cursos de formação de professores por falta de alunos? Antigamente a UNIPAC oferecia cursos de História,Pedagogia,Letras e Matemática, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Mater Divinae Gratiae, em Barbacena. Minha graduação de História, minto, de Estudos Sociais com o nome de História, foi feita lá. Hoje, ninguém mais quer estudar para professor. Necessita-se prestar o vestibular em São João del Rei ou Juiz de Fora, que têm universidades federais. Aquela fica a 55 quilômetros de Barbacena. Esta a 90. Pergunto: qual o pai que vai querer pagar despesas dos filhos, mesmo em universidade federal, para ganharem tal miséria? Ressaquinha, onde moro, está a 109 quilômetros de Juiz de Fora e 74 de São João. Senhora dos Remédios, onde nasci, está a 138 quilômetros de Juiz de Fora e 103 de São João. Valerá apena se deslocar a essas distâncias para estudar para professor? Mesmo que seja no campus da UFSJ que não sei se fica em Congonhas ou em Ouro Branco, para o estudante remediense seria assaz cansativo.
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