terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ato público dia 15 contra as demissões e ameaça de remoção


Neste dia 15, quarta-feira, a partir das 17h, acontece o ato público em protesto contra as demissões do governo do afilhado do faraó no bairro Vila Esportiva, em Vespasiano. O nosso blog havia mencionado que a SRE Metropolitana C dera uma pequena recuada em relação ao meu caso e ao de uma colega da Lei 100. Mas, o diretor da nossa escola esteve reunido hoje a tarde com a diretora-chefe da SRE Metropolitana C e duas inspetoras e elas confirmaram que serão mantidas as demissões e que a colega da Lei 100 - que está em licença médica - deverá procurar outra escola assim que voltar a trabalhar. E que no meu caso, de acordo com o diretor, as inspetoras pediram para que ele me comunicasse que eu estou "excedente" na escola - o que não corresponde à realidade -, mas que a SRE Metropolitana C vai providenciar a minha transferência compulsória.

Quanta arrogância, quanta falta de respeito para com os servidores públicos. O pior é que são incoerentes e pessoais - portanto, não republicanas -, pois mandaram o diretor me avisar, mas não passaram nada por escrito. Portanto, estou "avisado" de que a minha permanência na escola tem os dias contados. Uma ausência total de compromisso com a qualidade da Educação, com as comunidades atingidas e com o quadro de servidores de carreira da Educação. Pois, saibam as sras inspetoras - cujos nomes ainda não mencionarei aqui, mas, fá-lo-ei assim que julgar necessário - que não conquistei o meu cargo através de favores políticos e que, tal como todos os demais servidores da Educação, mereço (merecemos) ser tratado com mais respeito.

Não fosse o governo do faraó e do afilhado, que além de um fiasco em matéria de relacionamento humano, costuma dar guarida a essas práticas, especialmente na área da Educação, pessoas como muitas inspetoras e diretoras que conhecemos seriam convidadas a se retirar ou assumir outra função, jamais na área da Educação. Esta é uma área que requer sensibilidade, tolerância, respeito aos sujeitos envolvidos e acima de tudo compromisso ético com a Educação de qualidade para todos.

As práticas de demissão e remoção de professores, de forma unilateral e a partir da metade do ano, constituem um grave prejuízo para a vida dos estudantes (como bem relatou o nosso colega João Paulo no seu depoimento no post abaixo), para a vida dos servidores e para toda a população. Tudo em nome de uma economia porca, inclusive em vão, pois gastos fúteis são realizados aos montes pelo governo. Só com a mídia, para construir uma imagem daquilo que não existe, gastaram quase um bilhão em oito anos. Com a Cidade do Faraó, outros dois bilhões. E por aí vai.

As demissões no meio do ano não se justificam, pois as verbas da Educação não são reduzidas neste período do ano; pelo contrário, quem acompanha os repasses do FUNDEB verá que os últimos meses do ano geralmente são aqueles que ocorrem os maiores repasses. Além disso, quando se muda o pessoal de uma escola, não imaginam os/as especialistas distanciados do cotidiano escolar o estrago que se faz para a implementação de políticas pedagógicas.

A escola e o seu quadro de servidores são uma espécie de patrimônio cultural, material e imaterial, que está presente na vida dos moradores da comunidade, que partilham neste espaço os mais expressivos e ricos momentos de suas vidas. Quem não traz na lembrança a convivência com os mestres, como parte da memória da vida individual e coletiva? Ao manter sob pressão e ameaça de demissão e remoção os educadores, o Governo de Minas cria um quadro de insegurança e contribui para que esta carreira seja vista como a última opção para quem está de fora.

Não bastassem os péssimos salários que os dois governos do faraó e do afilhado nos legaram, além das condições de trabalho que pioram, na medida em que aumentam as cobranças e as pressões sem oferecer condições adequadas, ainda somos obrigados a conviver com essas práticas arrogantes de chefias.

Infelizmente, os poderes constituídos neste país são aqueles que criam as leis para serem cumpridas dependendo de quem se beneficiará ou será prejudicado pelas mesmas. Não há conduta republicana nos poderes do Brasil, e menos ainda em Minas Gerais, terra de coronéis e faraós. Não fosse assim e a lei que proíbe demissões e remoções de servidores em épocas de eleição seria respeitada. Mas, por aqui, pratica-se o erro já contando com a morosidade ou conivência por parte da justiça. Ou até mesmo com a dificuldade que os trabalhadores têm de contratar advogados para cobrar na justiça direitos que deveriam ser respeitados pelos governos.

Minha indignação, portanto, é perceber o quanto essas pessoas que assumem postos de chefia brincam com as nossas vidas; não nos respeitam e é por isso que a Educação pública no Brasil e em Minas em especial se encontra dessa forma. E eles sabem disso; e não estão nem aí, pois quem precisa de educação pública são as famílias de baixa renda. Cabe a nós decidirmos se vamos aceitar esta realidade, ou se vamos lutar contra ela.

O ato do dia 15, na Vila Esportiva, pode se tornar uma primeira manifestação dentre muitas outras que faremos: contra a política de perseguição e de choque aos educadores de Minas por parte do desgoverno do faraó e afilhado.

* * *


Transcrevo abaixo os comentários de solidariedade dos colegas educadores, aos quais agradeço em meu nome e dos meus colegas. Recebi também a manifestação por e-mail do colega Igor, que justifica a sua ausência no ato por ter compromisso no mesmo horário, mas que vai participar do próximo ato. Nas ruas da cidade, encontrei também com a vereadora do PT de Vespasiano, Adriana Lara, que justificou sua ausência por ter agenda marcada para outra atividade no mesmo horário, mas disse que vai acompanhar as próximas movimentações.

Assim que voltar do ato vou postar aqui os nossos relatos de costume. Fiquem agora com as manifestações dos colegas aqui no blog:


"Professora do Interior:

Indignação; é o mínimo que posso sentir diante dessa situação. Nem adianta falar sobre os prejuízos causados aos alunos (parece que isso não tem importância mínima para os autores desse teatro). Algo que nós, professores de outra região possamos fazer, além de denúncias em sites, e-mails, e Msn?. Nossa solidariedade nesse momento é pouco. Necessário alguma ação. Sensação de estar virando as costas para colegas que estão sempre na batalha pela classe. Torcendo muito para que a comunidade aí dê todo apoio ao ATO.

Se surgir alguma ideia de ação que possamos praticar em solidariedade e apoio, de algum colega, da parte do professor Euler...favor colocar por aqui.

FORÇA!!!!e espero que vocês contem com ajuda do Sindicato nessa hora.

Abraços fraternais.

Ivone."


"Anônimo:

Euler, Bom dia!

Com certeza isto está acontecendo porque voce incomodou muito com o seu blog durante a greve, e esta foi a maneira suja encontrada pelos poderosos de fazer calar esta voz, mas não conseguirão. Eles desconhecem a força que nós educadores temos. Força sempre nesta sua jornada. Torço para que tudo se resolva. Abraços."


"Anônimo:

GREVE E PARALISAÇÃO NAO ADIANTA MAIS POR ESSE ANO. ACHO QUE DEVIAMOS FAZER PASSEATA DE PROFESSORES E BOCA A BOCA NO FINAL DAS AULAS COM PAIS E ALUNOS. ADESIVAR OS CARROS COM HÉLIO COSTA OU OUTRO CANDIDATO... QUERENDO OU NAO SOMOS EXEMPLOS DE PROFISSIONAIS PERANTE A COMUNIDADE."


"MARIA DA GRAÇA:

Caro Amigo

Transmita a todos os educadores desta escola a minha solidariedade e as minhas congratulações pela coragem de lutar pela Educação Pública, defendendo a si e a sociedade da arbitrariedade e da ganância dos grandes senhores, que insistem em manter o povo nos grilhões da ignorãncia e da escravidão.

Achei excelente a proposta do comentário acima, fazer passeatas de educadores planfletando e através do boca a boca conscientizar e mostrar para a sociedade o que a mídia insiste em ocultar. Já estou até vendo os cartazes! Nós professores não podemos mais nos calar diante do sucateamento da Educação Pública.

Força, coragem e determinação

Graça Aguiar".


"João Paulo Ferreira de Assis:

Prezado amigo Professor Euler

Eu acho que o Anônimo das 20:23 está certo. Pois não vejo aqui na jurisdição da SRE de Barbacena nenhum movimento para demitir contratados e nem remover excedentes para outras escolas. Seria interessante que a companheira Ivone informasse se existe essa tendência no âmbito da SRE de Conselheiro La... e a companheira Vanda Sandim nos informasse o mesmo quanto à SRE de São João del Rei.

Veja companheiro Euler como as coisas estão à matroca em Minas Gerais. Enquanto o afilhado do faraó quer mandar vários companheiros embora, os jogadores do time dele, Atlético, no dia 05/09, depois de perderem o jogo para o São Paulo, entregando-o em cinco minutos, FESTEJARAM RUIDOSAMENTE COM BATUQUES E CANTORIAS A DERROTA DO TIME PARA O SÃO PAULO, QUE O MANTEVE ENTRE OS QUATRO ÚLTIMOS. Esta notícia consta no Supernotícia de 2ª feira, dia 13, página 29, coluna do Chico Maia. Agora é para se perguntar ao Anastasia e ao Gustavo Valadares (que são atleticanos), se é JUSTO MANDAR EMBORA PROFESSORES QUE CUMPREM CONDIGNAMENTE O SEU DEVER, ENQUANTO O ATLÉTICO MANTÉM ESSES MERCENÁRIOS (MUITO MAIS BEM PAGOS DO QUE NÓS) NO SEU ELENCO. Duvido que eles consigam respondê-la a contento.

Atenciosamente, João Paulo Ferreira de Assis."




"Luciano História:

João, o Aecio é cruzeirense e o que isso melhorou para nós nesses 8 anos? Na verdade eles (faraó e afilhado) jogam tudo no mesmo time, o BMG (banqueiros mensalão governam).

Não escutei menhuma noticia demissão e remoção arbitrária aqui em Janaúba. Euler, estão querendo te calar amigo virtual. Mais do que nunca, força nessa luta caro amigo."


7 comentários:

  1. Professora do Interior15 de setembro de 2010 às 00:23

    Indignação;é o mínimo que posso sentir diante dessa situação. Nem adianta falar sobre os prejuízos causados aos alunos( parece que isso não tem importância mínima para os autores desse teatro).Algo que nós, professores de outra região possamos fazer, além de denúncias em sites, e-mails, e Msn?.Nossa solidariedade nesse momento é pouco.Necessário alguma ação.Sensação de estar virando as costas para colegas que estão sempre na batalha pela classe.
    Torcendo muito para que a comunidade aí dê todo apoio ao ATO.
    Se surgir alguma ideia de ação que possamos praticar em solidariedade e apoio, de algum colega, da parte do professor Euler...favor colocar por aqui.
    FORÇA!!!!e espero que vocês contem com ajuda do Sindicato nessa hora.
    Abraços fraternais.
    Ivone

    ResponderExcluir
  2. Euler, Bom dia!
    Com certeza isto está acontecendo porque voce incomodou muito com o seu blog durante a greve, e esta foi a maneira suja encontrada pelos poderosos de fazer calar esta voz, mas não conseguirão. Eles desconhecem a força que nós educadores temos. Força sempre nesta sua jornada. Torço para que tudo se resolva. Abraços.

    ResponderExcluir
  3. GREVE E PARALIZAÇÃO NAO ADIANTA MMAIS POR ESSE ANO. ACHO QUE DEVIAMOS FAZER PASSEATA DE PROFESSORES E BOCA A BOCA NO FINAL DAS AULAS COM PAIS E ALUNOS. ADESIVAR OS CARROS COM HÉLIO COSTA OU OUTRO CANDIDATO... QUERENDO OU NAO SOMOS EXEMPLOS DE PROFISSIONAIS PERANTE A COMUNIDADE.

    ResponderExcluir
  4. João Paulo Ferreira de Assis15 de setembro de 2010 às 14:49

    Prezado amigo Professor Euler

    Eu acho que o Anônimo das 20:23 está certo. Pois não vejo aqui na jurisdição da SRE de Barbacena nenhum movimento para demitir contratados e nem remover excedentes para outras escolas. Seria interessante que a companheira Ivone informasse se existe essa tendência no âmbito da SRE de Conselheiro La... e a companheira Vanda Sandim nos informasse o mesmo quanto à SRE de São João del Rei.
    Veja companheiro Euler como as coisas estão à matroca em Minas Gerais. Enquanto o afilhado do faraó quer mandar vários companheiros embora, os jogadores do time dele, Atlético, no dia 05/09, depois de perderem o jogo para o São Paulo, entregando-o em cinco minutos, FESTEJARAM RUIDOSAMENTE COM BATUQUES E CANTORIAS A DERROTA DO TIME PARA O SÃO PAULO, QUE O MANTEVE ENTRE OS QUATRO ÚLTIMOS. Esta notícia consta no Supernotícia de 2ª feira, dia 13, página 29, coluna do Chico Maia. Agora é para se perguntar ao Anastasia e ao Gustavo Valadares (que são atleticanos), se é JUSTO MANDAR EMBORA PROFESSORES QUE CUMPREM CONDIGNAMENTE O SEU DEVER, ENQUANTO O ATLÉTICO MANTÉM ESSES MERCENÁRIOS (MUITO MAIS BEM PAGOS DO QUE NÓS) NO SEU ELENCO. Duvido que eles consigam respondê-la a contento.
    Atenciosamente, João Paulo Ferreira de Assis.

    ResponderExcluir
  5. Caro Amigo

    Transmita a todos os educadores desta escola a minha solidariedade e as minhas congratulações pela coragem de lutar pela Educação Pública, defendendo a si e a sociedade da arbitrariedade e da ganância dos grandes senhores, que insistem em manter o povo nos grilhões da ignorãncia e da escravidão.

    Achei excelente a proposta do comentário acima, fazer passeatas de educadores planfletando e através do boca a boca conscientizar e mostrar para a sociedade o que a mídia insiste em ocultar. Já estou até vendo os cartazes! Nós professores não podemos mais nos calar diante do sucateamento da Educação Pública.

    Força, coragem e determinação

    Graça Aguiar

    ResponderExcluir
  6. http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=94356

    Professores estaduais fazem manifestação contra demissões e remanejamentos em Vespasiano

    Moradores de Vespasiano, na região Metropolitana de Belo Horizonte, fizeram uma manifestação na noite desta quarta-feira (15) em frente a uma escola no município, contra a demissão e remanejamento de professores.

    De acordo com a professora da escola, Núbia Araújo, mais de cem pessoas, entre moradores, professores e alunos de Vespasiano, além de alunos e representantes da comunidade de Venda Nova, estiveram no local protestando contra a medida.

    Segundo outro professor, Ramón Teixeira, que é um dos demitidos, a escola estadual Cesec Vila Esportiva atende alunos de todas as idades em ensino supletivo fundamental e médio para mais de 900 pessoas. Cerca de 90% dos funcionários teriam sido remanejados ou demitidos, segundo o professor, no dia 8 de setembro.

    A maior reclamação dos protestantes, segundo os professores, é porque as demissões e remanejamentos aconteceram justamente em período eleitoral, quando a legislação proíbe este tipo de atitude.

    Apesar do tumulto provocado pela manifestação, de acordo com a Polícia Militar de Vespasiano, o protesto foi pacífico
    Por causa do horário da manifestação, a assessoria de comunicação do Governo do Estado, está tentando uma posição oficial da Superintendência de Educação, mas até o momento não deu retorno sobre as manifestações e denúncias dos professores.

    ( Mesmo que os jornais as vezes estejam bloqueando comentários,não desistam de enviá-los...eles serão lidos por alguém).E As vezes algum jornalista decide honrar a profissão e dar publicidade às denúncias.).Parabéns Jornal O TEMPO!!!!

    ResponderExcluir
  7. Euler, boa noite, é dificil ser professor num estado onde sobressaem os covardes. Isto mesmo, são covardes os que nos pisoteiam amparados pelo poder e, também aqueles que temem por serem incompetentes e sempre estarem dependendo do favor alheio. Vários profissionais da educação são oportunistas e não possuem espírito de corpo, este é o grande problema com relação à falta de respeito que os governantes nutrem por nós, somos covardes demais. Cada um que defenda o seu quinhão, e o resto que se esploda. Sei de seu trabalho e de sua disposição, te conheço de Vespasiano(terra do coronelismo) e teatro da covardia de nossos companheiros, em breve entrarei em contato.

    ResponderExcluir