Os educadores de Vespasiano e região terão ônibus à disposição, que ficará estacionado em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes às 13h. Os professores e demais interessados devem entrar em contato com a sede do SindUte local (telefone: 3621-0456) ou diretamente com João Martinho, Euler ou Alex.
O assunto sobre a paralisação estadual não foi mencionado pela mídia impressa mineira, mas na Itataia o tema foi abordado. Infelizmente a redação da rádio entrevistou a secretária da Educação, Vanessa Guimarães, mas não ouviu um representante do sindicato. A secretária Vanessa disse que neste momento não há margem orçamentária para reajustar os salários. Ora, em que momento nos oito anos de Governo Aécio Neves houve margem para valorizar a carreira dos professores?
O governo mineiro gosta muito de posar de certinho e cumpridor da Lei, dizendo que não fará reajustes que ultrapassem a lei de responsabilidade fiscal. Ora, e a Lei do Piso do Magistério, que foi aprovada em 2008 e até hoje não é colocada em prática aqui em Minas? Pelo visto, a lei só é cumprida quando interessa.
Ainda na rádio Itatiaia, novamente o jornalista Eduardo Costa, talvez a única voz independente naquela redação - e na mídia mineira em geral, diga-se - saiu fora da pauta da discussão e da babação de ovo comum ao governo Aécio e sugeriu ao agora governador Anastazia para visitar uma escola estadual e sentir o ânimo (ou seria o desânimo?) dos professores, e que a greve, ao contrário do que disse a secretária Vanessa Guimarães, pode ganhar força, sim. Muito bem, Eduardo Costa, ganhou mais um ponto com os professores e com a cidadania esclarecida.
Ontem, dia 05 de abril, a senadora Fátima Cleide, uma das poucas que defendem a carreira do magistério com seriedade, criticou da tribuna daquela Casa os governos que não pagam o piso e criam mecanismos cheios de penduricalhos para atingir artificialmente o valor do piso, sem praticá-lo como manda a lei.
E para encerrar o nosso breve texto de hoje, transcrevemos a Carta Aberta da professora Maria Arlinda Lopes de Oliveira, que nos chegou por e-mail. Além disso, indicamos também a leitura do texto escrito pelo professor Paulo Miquéias, no Blog do Paulão (veja na lista de blogs que recomendamos aí ao lado). Fiquem então com Deus e com a carta de Maria Arlinda:
" Vespasiano, 31 de março de 2010.
A quem interessar possa.
Entender e me fazer entender sempre foi uma preocupação que tive nos meus 33 anos de carreira como professora do Estado de Minas Gerais.
Porém, nos últimos dias estou questionando seriamente a minha capacidade de entendimento e até meu nível de inteligência, porque não estou conseguindo entender:
- Por que o magistério foi excluído do aumento de 10% dado pelo governo de Minas a todo o funcionalismo público estadual?
- Por que o atual governo do PSDB ignora o piso salarial do professor e coloca um limite vil e cruel a um teto de salário bruto inadmissível para o nível de serviços prestados pelo magistério?
- Por que o governo de Minas demonstra tanto desrespeito, para não dizer ódio, contra os professores?
- Por que o professor que trabalha o tempo todo estimulando o aluno para que ele se motive ao aprender, tenha que trabalhar sob altos níveis de cobrança e de pressão através de avaliações de desempenho que, até agora não o levou a nada, seja obrigado a trabalhar sem nenhum tipo de estímulo ou de esperança em dias melhores?
- Por que se gasta tanto dinheiro com propaganda e não se investe no salário real do professor?
- Por que o professor de níveis 1 e 2 pode ter piso salarial básico abaixo de um salário mínimo? Isso é constitucional?
Por favor, ajudem-me a entender porque não é possível para a classe do magistério ter condição de continuar seu trabalho, com um mínimo de dignidade, se não houver urgência em atendê-la em suas mais básicas reivindicações.
Atenciosamente,
Maria Arlinda Lopes de Oliveira – professora de História. "
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