domingo, 25 de abril de 2010

Greve é greve: nada de assinar o ponto!

Tenho recebido e-mails de colegas professores questionando sobre a prática de alguns educadores que, dizendo-se em greve, continuam frequentando as escolas, assinando o ponto, mesmo sem a presença de alunos. Em todas as assembléias da categoria este tipo de denúncia tem sido levantada e a posição do sindicato é clara: greve é greve, gente, é paralisação mesmo, um direito constitucional que não requer autorização de direção ou do governo.

A prática de assinar o ponto sem aulas contraria todos os princípios e objetivos propostos. Primeiramente porque, não havendo alunos em sala de aula, os dias letivos terão que ser repostos de acordo com as negociações que o sindicato fará ao término da greve e do calendário que cada escola elaborar. Segundo porque pode passar uma informação falsa para a Secretaria da Educação, que, ao consultar as direções das escolas sobre os profissionais em greve poderá usar este dado como sendo de uma escola que não aderiu à greve.

Além disso, querer assinar o ponto como forma de não ter o dia cortado é uma maneira cômoda de participar da greve, quando todos os outros colegas estão correndo o risco de ter o ponto cortado. Ou seja, não é um ato legal, nem politicamente correto.

Aliás, sobre a questão do corte do ponto, é bom que se esclareça que este tema não foi abordado pelas secretárias da Educação e do Planejamento, respectivamente Vanessa Guimarães e Renata Vilhena, na reunião que tiveram com a direção do Sind-UTE. O corte de ponto PODE OU NÃO acontecer, dependendo das negociações que ainda serão feitas entre o sindicato e o governo. Mas, quem está em greve sabe que existe este risco. Da mesma forma que o governo precisa cumprir a previsão constitucional de assegurar pelo menos 200 dias letivos para os alunos matriculados. Logo, dure a greve o tempo que durar, o governo terá que negociar a reposição com os profissionais em greve: seja não cortando o ponto e cobrando o calendário de reposição, ou tendo que pagar aquilo que cortou.

De qualquer forma, a greve precisa continuar e se fortalecer pelas razões que temos discutido. O movimento está forte, com grande adesão, o ano eleitoral favorece o movimento e a realidade dos educadores de Minas, dramática, não nos premite outro horizonte que não seja o de continuar a nossa luta, até a vitória!

E para finalizar este texto, transcrevo a seguir a mensagem de mais uma professora,
publicada neste blog, companheira de luta, profissional dedicada e preparada, e que por razões de saúde não tem participado diretamente das manifestações, mas tem estado em contato com os colegas professores. É a nossa colega Maria Cristina Costa, que escreveu o seguinte:

" EULER, GOSTARIA DE ACRESCENTAR UM ASSUNTO QUE ESTÁ ME INCOMODANDO MUITO.....

TIVE NOTÍCIAS DE FONTES FIDEDÍGNAS QUE PROFESSORES DA NOSSA REGIÃO INCLUINDO BH, QUE DIZEM ESTAR DE GREVE ESTÃO INDO À ESCOLA ASSINAREM O PONTO (NÃO SEI DIZER SE ESTÃO CUMPRINDO O HORÁRIO) PARA NÃO PERDEREM O DIA COM O COMPROMISSO DE REPOREM DEPOIS!!!

AÍ VEM MEU QUESTIONAMENTO:

ESTES PROFESSORES ESTÃO DE GREVE OU NÃO???

POIS PELO QUE POUCO SEI, É QUE A "SEE" OLHA O NÚMERO DE GREVISTAS PELO LIVRO DE PONTO FORNECIDO PELAS ESCOLAS. OU NÃO????

VOCÊ PODERIA ME ESCLARECER ESTA DÚVIDA????

MAIS UMA VEZ PARABÉNS PELO BLOG, POSTS E COMENTÁRIOS.

Cristina- professora que está impedida e incoformada de não poder participar das manifestações por motivo de saúde, pois estou em tratamento justamente na quinta-feira (à tarde) que era o único dia que tinha disponibilidade (dia de minha "folga").

PORQUE A SAÚDE DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO É OUTRO ASSUNTO QUE PARA O NOSSO GOVERNO TAMBÉM NÃO TEM IMPORTÂNCIA!!!!"


. . . .

P.S. Só para lembrar a todos que amanhã, dia 26.4, tem mais um professor que vai falar no programa "Chamada Geral - Eduardo Costa", às 13h, na Rádio Itatiaia.

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