Entre 2010 e 2012, este blog estava a serviço dos profissionais da Educação de Minas. Posteriormente, o blog ampliou os temas, sempre na defesa das melhores causas. A partir de outubro de 2023, demos especial destaque à corajosa resistência do povo palestino contra o sionismo e o imperialismo. Além disso, produzimos um combate sem trégua ao capitalismo, apresentando como saída a construção de uma outra relação social, solidária, horizontal, mundial: comunista. (contato: euler.conrado@gmail.com)
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Passeata-gigante dos educadores ocupa o centro de BH
Ao completar 21 dias de greve na rede estadual de ensino, os trabalhadores em educação de Minas deram (demos) uma enorme demonstração de força. Em assembléia concorrida, ocorrida na tarde de hoje, dia 29, no pátio da ALMG, cerca de 20 mil educadores aprovaram a continuação da greve por tempo indeterminado.
Após a assembléia estadual, os trabalhadores da educação saíram em passeata até a Praça Sete, ocupando toda a área central de BH. A passeata-gigante atravessou vários quarteirões com manifestantes empunhando as bandeiras do Sind-UTE e gritando palavras de ordem. Nas ruas e nos prédios, os moradores aplaudiam e jogavam papel picado pelas janelas, numa clara demonstração de que o discurso mentiroso do governo não está convencendo a ninguém. A população apóia a luta dos educadores e o governo mineiro já começa a sentir o desgaste de querer enfrentar e tentar intimidar os trabalhadores.
Um acontecimento sintomático pode ser percebido num gesto ocorrido na altura da rua São Paulo com Goitacazes, quando uma senhora idosa rasgou o jornal Estado de Minas em vários pedaços e jogou pela janela. Pode até ser que ela tenha desejado apenas lançar papel picado em apoio ao movimento, mas também pode ter tido um duplo sentido, neste caso, de crítica ao jornal mineiro, que não tem publicado praticamente nada sobre a greve dos educadores. Por que será?
Mas, o dia também foi marcado por rumores de que haveria cortes do salário e demissão dos contratados, de acordo com um ofício da SEE-MG para os diretores de escola. Num total desrespeito aos mandamentos legais, que proibem a demissão de servidores em greve e a contratação para substitui-los, o governo mineiro achou que, fazendo terrorismo típico da época da ditadura militar poderia enfraquecer o movimento. Ledo engano.
A resposta foi inversa: o movimento ficou ainda mais fortalecido, e a prova disso foi a grande participação na assembléia e na passeata. Havia um ambiente claro de disposição coletiva de querer que a greve continue até que o governo negocie o piso profissional salarial com o sindicato. E como dissemos em outro texto neste blog, o tempo urge contra os governantes-candidatos - Aécio e Anastasia.
Na próxima semana, a mobilização continua, com atos previstos para segunda-feira em toda Minas Gerais, e na quarta-feira, dia 05 de abril, nova assembléia-gigante em Belo Horizonte.
A orientação aprovada na assembléia, que precisa ser acompanhada pelos 220 mil trablhadores em educação, é a de que a greve continua, firme e forte, e que todo esforço deve ser feito para ampliá-la ainda mais. Cada subsede, cada comando de greve deverá acompanhar as escolas afim de barrar qualquer tentativa de intimidar os trabalhadores em greve.
O Departamento jurídico do sindicato já está tomando as providências cabíveis para derrubar a orientação dada pela SEE-MG, segundo a qual os diretores deveriam publicar editais convocando novos contratados para substituir os trabalhadores em greve. Em Vespasiano e São José da Lapa os diretores das escolas firmaram acordo no sentido de não aceitarem a orientação dada pela Secretaria da Educação, de constar na folha dos trabalhadores em greve a falta ao serviço por motivos injustificados. Eles pactuaram que vão constar como sendo faltas por motivo de greve. Este posicionamento dos diretores merece o aplauso dos trabalhadores da educação, pois resgata em parte a autonomia que o governo de Minas retirou das direções escolares.
O que ficou evidenciado é que não vai demorar muito para que o governo Aécio-Anastasia perceba que não está lidando com um movimento fraco, que retorna ao trabalho diante de qualquer ameaça. Desta vez é diferente. Não é este o cenário atual: a greve está forte, os trabalhadores estão (estamos) indignados com oito anos de achatamento salarial, e não há mais tempo para que o governo promova manobras para iludir a categoria. Agora, é pagar o piso ou pagar o piso. Fora isso, a greve continua, firme, até a vitória.
Links da grande mídia associados ao tema:
- TV Alterosa
- jornal O Tempo
- Portal Uai
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Olha só Euler uma amiga que trabalha no Renato Azeredo me ligou e disse que na reunião que teve com a diretora os designados foram informados que se não voltarem a trabalhar na segunda-feira serão dispensado, todos ficaram com medo e irão voltar. Ela está quebrando o acordo firmado pelos diretores da região. Que tal o pessoal do sindicato ir lá dar uma palavrinha com ela??
ResponderExcluirAbraço
Karina-Prof.Física(Elias Issa)