quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Há 41 anos era covardemente abatido o líder revolucionário Carlos Marighella


No dia 04 de novembro de 1969 o líder revolucionário Carlos Marighella foi cercado e executado numa emboscada montada pela polícia da ditadura militar na rua Alameda, 800, em São Paulo. Marighella era considerado o inimigo número um da ditadura militar.

Sua vida e trajetória política estão ligadas ao compromisso com a luta dos oprimidos. Militante do Partido Comunista desde a juventude, Marighella foi preso mais de uma vez e barbaramente torturado durante a ditadura de Getúlio Vargas. Após o golpe civil-militar de 1964 foi baleado e preso. Posteriormente, já na clandestinidade, ajudou a organizar a resistência armada ao regime militar. Rompeu com o PCB, que adotara uma linha de resistência não-armada, e fundou a ALN - Ação Libertadora Nacional -, que recebeu apoio de Cuba, e a adesão de centenas de jovens estudantes e militantes de esquerda e se tornou a maior organização guerrilheira do Brasil.

Influenciado pela Revolução Cubana que ocorrera em 1959 e também pela resistência do Vietnãn à invasão do imperialismo norte-americano, Marighella passou a defender a formação de guerrilhas como meio para derrotar a ditadura militar e livrar o Brasil, especialmente os trabalhadores rurais e urbanos, de um regime que perseguia, prendia, torturava e executava aqueles que se opunham ao governo dos militares, que estava no poder a serviço de banqueiros, do latifúndio, do grande capital nacional e internacional.

O clima de polarização ideológica herdado das disputas entre as superpotências militares que emergiram do pós-guerra - EUA e URSS - contrbuía para a radicalização na forma de luta entre esquerda e direita. Não havia espaço para a manifestação democrática de idéias e de atuação política. Marighella encarnou o desejo de parcela de uma geração, a de 60, marcada pela rebeldia e pela busca de novos paradigmas e caminhos que superassem as muitas formas de exploração engendradas pela reprodução do capitalismo.

Na década de 60, o baiano Carlos Marighella já era conhecido como verdadeiro mito para a esquerda brasileira. Em parte por causa do seu passado de lutador incansável, de coragem sem limite, que passou por torturas as mais cruéis sem se dobrar e sem entregar um único colega. Fora personagem também de romance do escritor Jorge Amado, quando este militava nas fileiras do Partidão (como ficou conhecido o antigo PCB). Foi eleito deputado para a Constituinte de 1946 e como os demais parlamentares comunistas, logo teve o seu mandato cassado.

Com o golpe de 1964, o dirigente comunista assumiu posição diferente do seu partido, rompendo com este em seguida e se empenhando na organização armada. Foi executado por um grupo de policiais comandado pelo chefe do Esquadrão da Morte, delegado Fleury, conhecido pela frieza e crueldade com que torturou os revolucionários presos entre as décadas de 60 e 70.

Marighella foi emboscado num encontro que teria com dois frades dominicanos, que faziam parte do seu esquema pessoal de contato com a comunidade, já que ele vivia na completa clandestinidade. Foi cercado e executado sem qualquer possibilidade de defesa. Não teve tempo para lançar a guerrilha rural que planejara. Na prática, a guerrilha urbana, dividida em vários agrupamentos de esquerda, estava praticamente dizimada. Desligada da população, sem instrumentos de comunicação e de contato com os trabalhadores e estudantes, sem apoio popular, enfim, a guerrilha foi derrotada política e militarmente.

Mas, o legado deixado por revolucionários como Carlos Marigella, que deram a sua vida em prol dos de baixo, não pode ser esquecido. Enquanto muitos se calaram e até enriqueceram durante o regime militar, houve quem resistiu, entregando-se, de forma apaixonada e despojada, a uma aventura humana cuja morte era quase certa. Não era qualquer coisa ser comunista, revolucionário, anarquista, num tempo marcado pela cruel perseguição aos opositores do regime militar.

Quando hoje o Brasil elege uma mulher presidenta da República, que além de tudo fora uma guerrilheira que resistiu bravamente à ditadura militar, não podemos deixar de reconhecer que a luta daqueles revolucionários não foi em vão. E Carlos Marighella ocupará sempre um lugar de destaque na memória de todos os que sonham com um mundo mais justo e livre de toda forma de opressão.

* * *

P.S. Há uns seis anos, mais ou menos, escrevi um texto pequeno, com cerca de 60 laudas, que pretendia transformar num pequeno livro, intitulado "Baiano Travesso", que tinha na figura de Carlos Marighella o tema central. Mas, embora fizesse referência a vários livros publicados sobre este personagem, não fiquei satisfeito com parte da narrativa e com o desfecho do texto que escrevi. Uma hora desta vou reescrevê-lo e quem sabe publicar aqui no blog para a apreciação dos colegas internautas. Quem sabe?

P.S.2: Para conhecer um pouco da biografia de Carlos Marighella, clique aqui.

* * *

Incorporo ao texto central
o comentário do nosso colega professor Rômulo.


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Rômulo:

Trecho do Poema 'Liberdade', escrito por Marighella durante sua prisão em São Paulo. Carlos Marighella fora preso e barbaramente torturado pela polícia de Filinto Muller, durante o Estado Novo de Vargas.

"Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,
que não exista força humana alguma
que esta paixão embriagadora dome.
E que eu por ti, se torturado for,
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo a murmurar teu nome”.

Mao escreveu: "Todo o homem tem de morrer um dia, mas nem todas as mortes têm o mesmo significado. Embora a morte colha a todos igualmente, a morte de alguns tem mais peso que o monte Tai, enquanto que a de outras pesa menos que uma pena. Morrer pelos interesses do povo tem mais peso que o monte Tai, mas empenhar-se ao serviço dos fascistas e morrer pelos exploradores e opressores do povo pesa menos que uma pena."

A recente morte de Romeu Tuma, aliado de Lula/Dilma, chefe do DOPS Paulista nos anos 70 pesa menos que uma pena.

A Morte de Marighella tem o peso maior que a Chapada da Diamantina.

O capitalismo morrerá. O seu fim não tem data exata no calendário. A luta dos povos vai ser decisiva para a sua destruição. "Mariga" tinha uma convicção inabalável de que o socialismo é a única alternativa à barbárie capitalista. Apesar dos meus trinta e poucos anos de vida, provavelmente não estarei vivo. Mas como um humilde revolucionário venho aprendendo na luta que as ideias pelas quais Marighella e tantos outros viveram – essas sobrevivem às breves existências individuais.
"

* * *

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Anônimo:

Enquanto isso..na sala da IN-justiça...
"Atenção funcionários públicos de MG, civis e militares, da ativa e aposentados. Vem ai um novo "choque de gestão". Cuidado com seu salário."

Governo e oposição estão em guerra na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) por causa da mensagem do governador Antonio Anastasia (PSDB) que pede aos deputados da delegação para fazer mudanças administrativas no Estado. O texto foi lido no plenário na tarde desta quinta-feira (04).

A oposição alega que a Assembleia está perdendo seu poder ao delegar plenos poderes ao governador. Por outro lado, os governistas dizem que, se os parlamentares forem aprovar todos os intens da reforma administrativa proposta por Anastasia, vão perder muito tempo.

"Isso é uma coisa autoritária, inadmissível", afirma o deputado estadual Padre João (PT), líder da oposição na Assembleia.

"Se a gente for votar item por item desse projeto, nós vamos ficar aqui por quatro anos, a nossa legislatura inteira, e não saírá nada", diz o deputado Laffayete Andrada (PSDB).

O projeto segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça e deve ser votado na semana que vem.

FONTE: JORNAL O TEMPO

LAFFAYETINHO....trabalhar 4 anos...é muito né...assina o cheque em branco, fecha a assembleia. Viva a ditadura!!!! GRRRRRRRRRRRRRRR ehhhhh Minas geraissssss!!!!!
"

2 comentários:

  1. Trecho do Poema 'Liberdade', escrito por Marighella durante sua prisão em São Paulo. Carlos Marighella fora preso e barbaramente torturado pela polícia de Filinto Muller, durante o Estado Novo de Vargas.

    "Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,
    que não exista força humana alguma
    que esta paixão embriagadora dome.
    E que eu por ti, se torturado for,
    possa feliz, indiferente à dor,
    morrer sorrindo a murmurar teu nome”.

    Mao escreveu: "Todo o homem tem de morrer um dia, mas nem todas as mortes têm o mesmo significado. Embora a morte colha a todos igualmente, a morte de alguns tem mais peso que o monte Tai, enquanto que a de outras pesa menos que uma pena. Morrer pelos interesses do povo tem mais peso que o monte Tai, mas empenhar-se ao serviço dos fascistas e morrer pelos exploradores e opressores do povo pesa menos que uma pena."

    A recente morte de Romeu Tuma, aliado de Lula/Dilma, chefe do DOPS Paulista nos anos 70 pesa menos que uma pena.

    A Morte de Marighella tem o peso maior que a Chapada da Diamantina.

    O capitalismo morrerá. O seu fim não tem data exata no calendário. A luta dos povos vai ser decisiva para a sua destruição. "Mariga" tinha uma convicção inabalável de que o socialismo é a única alternativa à barbárie capitalista. Apesar dos meus trinta e poucos anos de vida, provavelmente não estarei vivo. Mas como um humilde revolucionário venho aprendendo na luta que as ideias pelas quais Marighella e tantos outros viveram – essas sobrevivem às breves existências individuais.

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  2. Enquanto isso..na sala da IN-justiça...
    "Atenção funcionários públicos de MG, civis e militares, da ativa e aposentados. Vem ai um novo "choque de gestão". Cuidado com seu salário."

    Governo e oposição estão em guerra na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) por causa da mensagem do governador Antonio Anastasia (PSDB) que pede aos deputados da delegação para fazer mudanças administrativas no Estado. O texto foi lido no plenário na tarde desta quinta-feira (04).

    A oposição alega que a Assembleia está perdendo seu poder ao delegar plenos poderes ao governador. Por outro lado, os governistas dizem que, se os parlamentares forem aprovar todos os intens da reforma administrativa proposta por Anastasia, vão perder muito tempo.

    "Isso é uma coisa autoritária, inadmissível", afirma o deputado estadual Padre João (PT), líder da oposição na Assembleia.

    "Se a gente for votar item por item desse projeto, nós vamos ficar aqui por quatro anos, a nossa legislatura inteira, e não saírá nada", diz o deputado Laffayete Andrada (PSDB).

    O projeto segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça e deve ser votado na semana que vem.
    FONTE: JORNAL O TEMPO
    LAFFAYETINHO....trabalhar 4 anos...é muito né...assina o cheque em branco, fecha a assembleia. Viva a ditadura!!!! GRRRRRRRRRRRRRRR ehhhhh Minas geraissssss!!!!!

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