Debruçado nos resultados eleitorais que deram vitória à primeira presidenta da República da História do Brasil, Dilma Rousseff - no momento, e por um bom tempo, essa vitória sobre a extrema direita golpista brasileira sufoca e atenua todas as derrotas -, escrevo essas breves linhas.
Na verdade, falta-me inspiração momentânea. Todos nós estamos com certa dose de ressaca. Viemos de duas campanhas que tiveram grande importância em 2010 e que nos envolveram em maior ou menor grau.
A primeria delas foi a nossa maravilhosa revolta-greve dos 47 dias, que abalou Minas Gerais e colocou nada menos que cerca de 200 mil educadores em greve por um salário mais justo. Arrancamos um novo teto salarial de R$ 1.320,00 para janeiro de 2011, embora o governo tenha conseguido impor cortes dos quinquênios e biênios para uma parte da categoria que havia sido poupada na primeira reforma, ou melhor, no primeiro choque de gestão iniciado em 2003.
A segunda grande campanha foi a luta eleitoral, especialmente no segundo turno, quando houve a polarização da candidatura do Vampirão, encarnando toda a direita e o atraso mental existente no Brasil, contra a candidatura Dilma, portadora de uma proposta de continuidade das políticas sociais do atual governo federal e de novas reformas em favor dos de baixo.
Em 2011 estaremos atentos para retomar, de modo qualitativamente diferente, as mesmas campanhas, especialmente naquilo que converge para a luta por uma Educação Pública de qualidade para todos. Coisa que, na expressão direta - no papo reto, como dizem nos morros e comunidades do Brasil - da presidenta eleita significa dizer: pagar melhores salários para os professores. Sem rodeios, sem meias palavras, sem tergiversar.
Enquanto não chega esse novo momento, vamos acompanhando o assentamento das poeiras, com as muitas manifestações dos nossos colegas internautas, que nos honram com sua visita e seus comentários. Neste post, aproveitamos para transcrever dois comentários recentes dos combativos amigos e colegas professores Rômulo e João Paulo.
Boa leitura e boa noite para todos/todas, neste início de sexta feira, 12 de novembro, véspera de mais um feriado, o do dia 15, data em que se comemora a Proclamação de uma república que ainda precisa ser apropriada de fato pelos de baixo. Com muita luta, boa dose de coragem, sabedoria e união dos explorados.
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"Rômulo:
Estimado Camarada Euler,
Sem a intenção de desviar o assunto das novas tabelas e do concurso público (que julgamos ser de extrema importância para nossa luta), gostaria de dar um pitaco sobre os recentes acontecimentos que envolvem o "Novo ENEM".
O governo fala em fim do vestibular.
Ora, como pode o ENEM ser o fim do vestibular se para 4,6 milhões de inscritos há, no máximo, em todo o território nacional, trezentas mil vagas, e se as escolas melhor colocadas no ENEM nos últimos anos são exatamente as particulares com altíssimas mensalidades, inacessíveis para a maior parte dos filhos e filhas dos trabalhadores?
Fica essa reflexão, mais uma minhoca na cabeça.
Caramba, estava pesquisando de bobeira aqui na net e li que as provas são impressas pelo maior monopólio da indústria gráfica do planeta, o grupo norte-americano RR Donnelley Moore, com faturamento anual de US$ 7,2 bilhões e presença em mais de 30 países.
Eita!!!!!!!!!!!!
Pra completar o Lula disse que o ENEM foi um “sucesso extraordinário”. Imaginem se houvesse sido um fracasso! "
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"João Paulo Ferreira de Assis:Prezado amigo Professor Euler:
Andei ausente por uns tempos. De vez em quando é bom conceder-se um tempo. Infelizmente essa juventude envelhecida e envilecida é uma realidade principalmente em Belo Horizonte. E o que é mais espantoso, é que a juventude que mostra preconceito é oriunda do povo, pois enquanto o ensino público e gratuito da UFMG fica para as elites, o ensino particular e pago da PUC-MG fica para os alunos do povão. Pois bem, em janeiro, estava eu cursando mais um PREPES na minha vida, quando, conversando com um aluno (suponho que do Direito, que é o maior ninho de reacionários de direita que existe no meio universitário)ele começou a criticar a política social do governo Lula, e falou até em bolsa pqp (ele disse a palavra toda, por extenso).
Quanto ao Walter Navarro, já esperava isso dele, afinal ele já chamou a minha cidade, Ressaquinha, de cidade que fede. Não posso esquecer que a família dele, em Barbacena, combateu ferozmente a criação do Ginásio Estadual de Ressaquinha, em 1965 (hoje EE Galdino Ananias de Santana, nome do avô paterno do Patrús Ananias). Primeiro foram pressionar os deputados. Não conseguiram. Foram no Magalhães Pinto. E conseguiram que ele não assinasse a criação. Só que não contavam com a reação de Dom Oscar de Oliveira, Arcebispo de Mariana (tido por muitos como reacionário) que mandou um ultimatum para o Governador, que entre perder o apoio da família Navarro e o da Igreja Católica, preferiu perder o apoio da família. Não desistiram. A instalação foi marcada para o dia 10 de janeiro de 1966, e o Ginásio seria instalado pelo Dr. Bonifácio José Tamm de Andrada (pai do deputado Lafayette Andrada). O Dr. Bonifácio foi avisado que em Ressaquinha, ''nada e nem ninguém o esperavam''. E no entanto, todos os próceres estavam lá, inclusive o Cônego Nélson (celebrizado por Roberto Drummond em Hilda Furacão). Avisado, chegou em Ressaquinha e aos quatro minutos do dia 11 de janeiro de 1966 o Dr. Bonifácio Andrada declarou instalado o Ginásio Estadual de Ressaquinha. NOTEM BEM: INSTALADA DE MADRUGADA.
Cordialmente, João Paulo Ferreira de Assis. "
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Leiam ainda:
- Blog da Cris: "A QUE PONTO CHEGAMOS... "
- S.O.S. Educação Pública: "VERBA VOLTA PARA A EDUCAÇÃO"
- Sind-UTE - MG: "Deputados eleitos protestam"
- Mulher com Multifacetas: "Alunos de escolas públicas mineiras em desvantagem "
- Vi o Mundo: "Nicolelis: Só no Brasil a educação é discutida por comentarista esportivo"
Caro Euler que historia é esta da professora provocante de Vespasiano que ouvi falar.
ResponderExcluirUm abraço e que possamos ter um bom governo de Dilma. e que sejamos valorizados. Não precisa nem postar.