Diário de bordo - Minas, Br, 28.02.2010 Dilma e o Chile
O domingo começou com duas notícias, entre outras: uma boa e outra ruim. A notícia boa é que a Dilma não para de crescer nas pesquisas e já está tecnicamente empatada com o Serra: de dezembro a fevereiro a diferença entre os dois caiu de 14 para 4 pontos percentuais. Dilma tem 28% das intenções de votos e Serra caiu de 37 para 32%, segundo o Datafolha. Em breve Dilma estará na ponta, pois ninguém em sã consciência quer o retorno da turma de FHC ao governo Federal. A não ser, é claro, aqueles que preenchem os requisitos que estão na coluna aí ao lado, no tópico "advertência".
Já a notícia ruim fica por conta do terremoto no Chile, que teria provocado destruição e mais de 300 mortes. O povo chileno, assim como a população do Haiti - que também foi vitimada por este desastre sísmico - merece toda a nossa solidariedade. Politicamente, uma parcela expressiva dos eleitores chilenos caminhou para trás, recentemente, ao eleger um candidato da direita por pequena margem de votos. Logo o Chile, que passou pela traumática experiência de uma ditadura imposta pelo fascista Pinochet e sua gangue, deveria ter aprendido um pouco com sua própria história. Mas, a par da opção política eleitoral de uma parcela da população, é preciso separar as coisas e neste momento reforçar a necessidade de apoio e solidariedade a toda a população chilena.
Na Internet há teorias segundo as quais os tremores de terra no Haiti e agora no Chile teriam sido provocados pelos EUA através de uma arma com este potencial. São as chamadas teorias conspirativas, que as pessoas vão criando para justificar o que não podem explicar, ou por não aceitarem a realidade. Há até quem diga que foi um castigo dos céus, pelo fato de ter, uma parcela da população, votado na direita. Bobagem, né gente. Trata-se de um desastre natural, pela posição geográfica chilena, que sempre sofreu com sisos, tremores de terra por se encontrar no círculo do fogo, onde as placas tectônicas estão em movimento contínuo de convergência. A movimentação das placas ocorrida ontem dissipou energia equivalente a 27 mil bombas atômicas, de acordo George Sand França, chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB).
As próprias construções no Chile são feitas para suportar um certo grau de tremor de terra, mas desta vez foi muito forte, ocasionando as destruições de que tomamos conhecimento. Que a natureza seja mais generosa, e que os governos e as pessoas e os grupos organizados possam prestar solidariedade aos chilenos e demais povos que necessitarem. E que, pelo amor de Deus, essa imprensa medíocre não use o argumento ridículo - como fizeram no caso do Haiti - criticando o governo Federal por enviar ajuda financeira e material para outros países, dizendo que tem muita gente no Brasil precisando de ajuda. Ora, tenham paciência, né? Os problemas no Brasil não serão resolvidos caso o governo deixe de enviar as ajudas internacionais, mas estas podem fazer a diferença na situação de emergência que vivem povos abalados por terremotos, como o Chile ou o Haiti. Um abraço a todos e até amanhã.
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