segunda-feira, 31 de maio de 2010

Colega de luta analisa resultados da greve

A foto acima é de uma grande manifestação dos educadores de São Paulo durante a greve que lá durou um mês. Encerrou justamente no dia em que a nossa teve início. Eu olhava para esta foto e pensava: que pena que em Minas a categoria está tão desmotivada, até para lutar. Qual o quê! Após 08 de abril, os colegas de SP é que devem olhar para Minas quase com o mesmo sentimento que eu tive. Mas, ainda haveremos de reunir todas as forças e parar o Brasil. (Euler)

O nosso colega Igor Andrade, professor da rede estadual em Belo Horizonte e uma das lideranças da nossa greve analisa o nosso movimento citando o que considerou "conquistas" do movimento.

Antes de transcrevermos o texto, quero dizer que a nossa greve teve a característica de revelar um número muito grande de lideranças, que tomaram iniciativas as mais diversas para reunir os colegas e pressionar o governo, a mídia e toda a comunidade. Igor foi uma dessas lideranças. Seu e-mail, que transcrevemos a seguir, corresponde à expectativa que uma parcela expressiva da categoria alimenta, de que a luta continuará e que a nossa greve foi um marco para alterar a qualidade dessa luta. Então, vamos ao e-mail do Igor:


"Houve conquistas isso é inegável

A NOSSA LUTA APENAS COMEÇOU. EM BREVE SERÃO NECESSÁRIOS NOVOS EMBATES, PARA QUE NOS PRÓXIMOS ANOS POSSAMOS RECUPERAR O QUE PERDEMOS EM 8 ANOS DE AÉCIO-ANASTAZIA.

Muitos podem falar que não ganhamos nada do que reinvidicamos, mas a luta não acabou. Mesmo que não saia nada nestes 20 dias que a comissão trabalhará (digamos que é certo que saia alguma coisa, só não sabemos se será pouco ou alguma coisa razoável), muita coisa foi conquistada:


1- Mostramos que a educação vai mal, bem mal e que não estamos satisfeitos, contrariando as propagandas governamentais dos últimos anos;

2- Mostramos a toda sociedade que o profissional da educação em MG não é valorizado, sendo a greve o assunto mais comentado nas notícias dos sites jornalísticos; divulgamos nosso salário-base, o que colocou a sociedade a nosso favor.

3- Mostramos a força de uma categoria que não se subjugou à prepotência do governo, à incoerência da justiça (uma vergonha!), as mentiras de uma mídia comprada; enfrentamos tudo que não se via há muito tempo com as ameaças do Governo.


4- Fizemos o governador e equipe recuarem por algumas vezes (NÃO NEGOCIAMOS COM GREVISTAS/DEMITIREMOS OS PROFESSORES EM GREVE/ OS PROFESSORES NÃO RECEBERÃO PAGAMENTOS);


5- Revelamos algumas mentiras proferidas pelo governo (OS PROFESSORES JÁ RECEBEM O PISO/ GRANDE PARTE DAS ESCOLAS NÃO ESTÃO EM GREVE/ NENHUM ESTADO DO BRASIL PAGA O VALOR DE R$ 1.312,00);

6- Mostramos que tanto a imprensa quanto a justiça estão a serviço do governo; enfrentamos a todos e fizemos alguns meios de comunicação, mesmo que de forma forçada, a cobrir o nosso movimento de forma correta.

7- Colocamos o medo no governador, que até fugiu de compromissos em que estaríamos presentes; sua agenda passou a não ser divulgada, e até no EXPOMINAS no debate com os presidenciáveis ele não compareceu.


8- fortalecemos nossa categoria, sabendo que agora nossos novos governantes nos tratarão com no mínimo, mais respeito.


9- Há oito anos não se tinha uma greve tão longa e sem corte de ponto, revertemos isso e o Governo para nos convencer recuou e o pagamento foi mantido. Os deputados da base do Governo tiveram que assumir seu compromisso com a categoria, foram as nossas assembleias e confrontaram o Governo que eles sempre apoiaram a nosso favor.


VAMOS FICAR VIGILANTES E ACOMPANHAR A COMISSÃO, BEM COMO O PROJETO DE LEI QUE DESSA COMISSÃO SERÁ ENVIADO PARA A ALMG E VOTADO ATÉ O COMEÇO DE JULHO

Igor Andrade"

domingo, 30 de maio de 2010

Um domingo de muito trabalho e poucas novidades


Só agora, às 20h deste domingo de final do mês de maio pude acessar a Internet e iniciar algumas leituras. Primeiro vem as mensagens do blog, claro. As pessoas que visitam este blog são impressionantes. São do meu time, o time da luta, da resistência, da coragem de enfrentar inimigos poderosos, como o faraó e os seus.

E se apenas agora a noite pude acessar a internet é porque durante todo o dia estive ocupado, trabalhando. Quisera fosse uma ocupação de lazer, como a de ontem, na confraternização com os colegas. Mas, na vida de um professor da rede estadual de Minas, qualquer bico que apareça temos que pegar, para pagar as contas. No caso, eu e mais um bom número de educadores aplicamos provas na faculdade existente em Vespasiano.

Este tipo de trabalho tem suas vantagens: é um dia só (e como as horas demoram a passar!), de 07h da manhã às 18h, com direito a duas horas de almoço - com almoço pago, refrigerante, cafezinho e água mineral - e o pagamento sai no mesmo dia, no final do serviço prestado. Um dia por lá vale mais ou menos quatro dias de trabalho como professor. Outra vantagem é o contato com estudantes, ainda que muito discretamente, a gente acaba conhecendo diferentes universos de uma juventude com grandes expectativas e idéias na cabeça. Por último, o trabalho ao lado de colegas educadores e de outras áreas afins.

Se estivesse recebendo o piso salarial que almejamos na greve, dificilmente dedicaria meus domingos para outra coisa que não fosse o lazer, o prazer, o amor, a poesia e tudo mais a que os seres humanos têm direito. Ou até mesmo ao estudo e à pesquisa acadêmica, que ajudariam na minha formação e consequentemente seria bom para os alunos.

Mas, professor nas Minas do faraó Neves e seu substituto é assim: educador para sobreviver precisa pegar bicos por fora. Tenho um colega educador que durante a greve trabalhou como ajudante de pedreiro e pintor. É sério, não estou de gozação. E ele me disse que o que ganhava por dia era mais do que o seu salário de professor.

Nada contra um salário justo para pedreiro, pintor, eletricista, bombeiro, trocador de ônibus, mototaxista, ajudante de pedreiro, carregador de móveis, auxiliar de qualquer coisa. Todos eles mereciam ganhar mais do que ganham, seguramente. Mas, já ganham mais do que um professor com curso superior nas Minas do faraó Neves, do seu substituto e das suas assessoras para assuntos aleatórios.

Um outro dia mesmo um mototaxista me parou na rua e me disse: "Pô, cara, fiquei sabendo que vocês voltaram a trabalhar sem nenhuma conquista. Pô, que sacanagem. Cês tão com mêdo de quê? Pelo que eu fiquei sabendo sobre o salário de vocês, até eu ganho mais, e qualquer coisa que vocês fizerem por aí vão ganhar mais do que um professor". Uma das duas filhas dele foi minha aluna no Machado e ele sempre elogiava o nosso (nosso, no coletivo mesmo, de todos os professores) trabalho.

Expliquei pacientemente pra ele que a luta é assim mesmo. Nem sempre se consegue tudo numa batalha, mas que a nossa luta vai continuar e nós haveremos de arrancar conquistas aí pela frente. Sem falar que enfrentamos uma muralha. E ele respondeu:

- É, uma coisa vocês provaram: que sabem lutar. Acho que é a única categoria que faz uma greve tão longa assim nos tempos atuais. Nem os metalúrgicos conseguem mais igualar a vocês.

É importante dizer que o referido amigo mototaxista já foi metalúrgico, participou de greves da categoria e, quando perdeu o emprego - não por causa das greves, mas pelo enxugamento da folha de pessoal por parte das grandes empresas de todos os ramos da economia - ele transferiu-se para esta outra atividade, por conta própria. É um lutador também e sabe valorizar a luta comum travada por todos os trabalhadores assalariados.

E o domingo vai deixando pra trás este rastro de trabalho-que-professores-de-minas-precisam fazer-para -sobreviver (.com.br), enquanto escrevo estas mal alinhavadas palavras e já penso se vou para cama, ver um filme antes do sono chegar, ou se pesquiso algo interessante na Internet, talvez uma velha canção ou algum texto escrito com arte.

Antes, contudo, pra não dizer que não falei de flores, ou de espinhos, recordo aqui alguns e-mails que recebi, dando conta de que a secretaria da Edcuação vai abrir concurso público pagando salário de R$ 3.720,00 para 40 horas e R$ 1.380,00 para uma jornada de 20 horas. Calma gente, claro que isso não é nas Minas do Faraó, mas em Brasília. Com a roubalheira toda que fizeram por lá - e que veio à tona - ainda conseguem pagar o piso e mais alguma coisa para professor, coisa que por aqui, nas terras do faraó, com roubo ou sem roubo, professor é tratado como objeto sem valor, sem utilidade

Mas, outubro vem aí gente e nós vamos ver quem é sem utilidade para o povo mineiro. E, só pra arrematar estes dois dedos de prosa: que pena que o faraó não quis aceitar a candidatura a vice do cacique tucano. Seriam três, numa cajadada só que nós derrubaríamos! Ô dô!

sábado, 29 de maio de 2010

Confraternização e muito ânimo para continuar a luta



Neste sábado, durante a manhã e a tarde e parte da noite aconteceu um importante momento de confraternização entre dezenas de educadores de São José da Lapa e Vespasiano que atuaram durante a nossa histórica greve.

O encontro aconteceu na confortável residência do casal de educadores Vicente e Preta, em São José da Lapa, onde fomos recebidos com muito carinho.

Foi um momento também de trocar idéias, ouvir as opiniões sobre aquilo que os bravos guerreiros da nossa greve captaram no contato cotidiano com os alunos, os pais de alunos e até com alguns educadores que não aderiram à greve.

Notei algumas coisas comuns: todos os que participaram do nosso belo movimento estão de cabeça erguida e elevada autoestima. Ao contrário de outras greves, não ouvi ninguém dizendo: nunca mais participo das greves na educação. Pelo contrário. As pessoas já estão dizendo que se não houver uma melhora no salário pelo menos para o início de 2011, que o governante que tomar posse nos aguarde!

Quanto ao atual governo, é certo que ninguém ficará omisso nas eleições de outubro de 2010. Vamos devolver com a mesma moeda, recusando aqueles que trataram a Educação pública e os educadores com descaso.

O contato com os alunos no geral foi positivo. Muitos questionaram, alguns até ironizaram, mas depois de uma conversa a maioria ficou do lado dos educadores. Muitos reclamaram por não terem sido chamados previamente a participar das lutas. De fato, na próxima mobilização, é preciso envolver mais os estudantes e os pais de alunos, para que a greve assuma uma dimensão ainda maior.

Quando as fotos dos assessores diretos deste blog chegarem vou publicá-las. No momento estou sem máquina fotográfica, pois comprei uma máquina digital no Oiapoque (shopping Oi) há três anos e ela funcionou bem durante uns dois anos, mais ou menos. Durante a greve ela imitou o dono e entrou de greve, também, não funcionando nem com reza brava. Ainda bem que quase todos os colegas têm uma máquina ou um celular com câmara fotográfica, já que o meu é igual a pai de santo: só recebe chamadas.

Mas, que alegria ver o rosto de tanta gente bonita e combativa. Claro que faltaram muitas pessoas, até porque, se todos comparecessem, a casa do colega Vicente ia virar uma assembléia. Ia dar até polícia. Vespasiano e São José da Lapa, tal como aconteceu em centenas de cidades mineiras, estiveram presentes com muita força e disposição nesta greve.

Falei pro João Martinho que nós temos que organizar um mural da greve com todos os documentos, panfletos, faixas e fotos produzidos durante a greve e colocar na frente da subsede do SindUTE de Vespasiano e São José. Pra deixar bem grande e destacado, na porta da rua um memorial da histórica greve dos 47 dias dos educadores de Minas. E quanto ao livro da greve, que alguns cobraram de mim, vou tentar organizar. Que não seja um liiivro, mas que seja pelo menos uma coletânea com textos que postei aqui no blog e também com inúmeros e ótimos depoimentos dos educadores que participaram do movimento. Não dá para desperdiçar essa experiência histórica de rara beleza e coragem.

Churrasco, cerveja, guaraná, arroz, vinagrete, um mousse de maracujá feito por Carminha - o churrasco ficou sob o comando do Hélio, esposo da companheira Claudia, e o arroz e o vinegrete teve um toque das colegas Celina e Preta. Tudo delicioso. Claro que bastaria a companhia das/dos combatentes para tornar qualquer comida simples um verdadeiro banquete.

Quando estava indo embora, por volta das 16h, acabava de chegar a colega Sílvia, uma das grandes guerreiras da nossa greve. Acabou que nem pude conversar muito com ela. Mas, nem precisava. Nós nos comunicamos até por transmissão de pensamento. Eu lhe pergutei:
- E aí companheira, firme na luta?
Ela respondeu:
- Já estou pronta para fevereiro de 2011.

Precisa dizer mais alguma coisa? Ah, antes que eu me esqueça. Um novo encontro, ainda sem data marcada, ficou agendado para a residência da colega Luiza, também em São José da Lapa. Pelo visto, nada mais vai separar esta turma. Nem vou citar o nome de todos que passaram por lá, porque a gente sempre esquece de alguém. As fotos, quando os assessores do blog enviarem para mim, falarão mais e melhor a este respeito.

De tudo, afinal, só uma frase: a luta continua, colegas! Agora e sempre!

A justiça e a mídia precisam respeitar os cidadãos


Um dos maiores empecilhos da nossa greve foi a ação negativa da justiça mineira. Contrariando o que diz a Lei Federal, desembargadores declararam a nossa greve ilegal por considerar a educação um serviço essencial. A Lei de Greve - 7.783 - discrimina muito claramente quais são as áreas consideradas essenciais. De maneira alguma, nem de forma indireta, a Educação é considerada essencial para o legislador. Claro que nós, os educadores e a sociedade a consideramos mais do que essencial. Mas, a lei não trata assim a Educação e cabe à justiça aplicar o que está na lei e não interpretações que contrariam esta lei, para servir a vontade dos governantes de plantão.

Chamo a atenção deste tema porque nos últimos tempos a justiça no Brasil e especialmente em Minas tem sido o principal instrumento de coerção e criminalização dos movimentos sociais. Praticamente todas as últimas greves em Minas foram consideradas ilegais, o que na prática significa a cassação de um direito constitucional. A justiça, que deveria primar pela proteção dos mais frágeis, dos oprimidos, acaba se tornando o seu oposto, uma espécie de entulho dos tempos da ditadura militar.

Já não basta o papel também negativo da mídia mineira e nacional, igualmente usada ao belprazer dos mais espúrios e incofessos interesses, que manipula, mente e cria versões junto à população, sem oferecer qualquer possibilidade de defesa por parte dos atingidos. No caso, os trabalhadores da Educação ou quaisquer outros setores oprimidos da comunidade.

A nossa greve deu uma resposta bem adequada para estes setores que trabalham claramente contra os de baixo, num total desrespeito à inteligência das pessoas e até ao bom senso. Através de grandes mobilizações de massa conseguimos abrir espaços na mídia e não cumprimos durante quase um mês a determinação da justiça para que voltássemos ao trabalho. A ilegalidade não era nossa, mas deles!

Claro que tanto no poder judiciário quanto na mídia existem profissionais sérios, comprometidos com a ética, que não se vendem, não aceitam favores e benesses do poder, não são influenciados pela pressão da mídia e dos governos ou poderosos e merecem todo o nosso respeito, mesmo quando nos criticam.

No caso em tela - a ilegalidade da greve dos educadores pela essencialidade da educação - para ser consequente com esta decisão, ao mesmo tempo em que declarou a greve ilegal, o desembargador deveria mandar o governo pagar um salário mais justo aos servidores que prestam esse serviço essencial. Pois, não combina você não poder fazer greve por prestar um serviço essencial e ao mesmo tempo receber um salário de fome. São coisas incompatíveis.

O desembargador ainda teve a infelicidade de dizer que reconhece a legitimidade das reivindicações salariais, mas que... aí a vem decisão contrária a greve. É o mesmo que dizer: eu reconheço que vocês sofrem muito com os salários, mas vocês estão proibidos de protestar contra este sofrimento. Ou seja, um absurdo que eles seguramente não aceitam para eles, os desembargadores.

Aliás, há algum tempo os desembargadores mineiros protestaram contra o estabelecimento de um TETO salarial de R$ 22.100,00, dizendo que com isso os novos juízes acabariam recebendo os mesmos valores daqueles juízes mais antigos, que acumularam benefícios e gratificações na carreira. E isso foi justamente o que fez o governo mineiro contra os professores, ao criar um teto de R$ 850,00, que passará para R$ 935,00. Eu disse teto, favor não confundirem com piso, que varia entre R$ 369,00 a 550,00 respectivamente para o professor com esnino médio e com ensino superior.

Por isso, devemos incluir na pauta das nossas lutas cotidianas a crítica permanente ao papel que assume a justiça mineira e brasileira e também a mídia. E com isso avançar para que haja uma mudança estrutural nessas duas áreas, o que passa pela democratização dos meios de comunicação e também por maior transparência e controle social da justiça. Para que seus membros também possam ser punidos por eventuais decisões que claramente contrariam a legislação vigente e ferem os interesses dos de baixo.

A sociedade não pode ficar refém de determinados aparelhos ou instrumentais que solapam os direitos e as garantias constitucionais duramente conquistados pelo povo brasileiro. Muito sangue e muito suor foram derramados para que conquistássemos as liberdades que hoje alguns, de forma leviana e golpista, tentam nos privar. E isso nós não podemos admitir.

A justiça mineira especialmente, mas não somente, e a mídia, igualmente regional e nacional, precisam aprender a respeitar a inteligência e a paciência dos cidadãos, especialmente os de baixo, que são (somos) aqueles que produzimos todas as riquezas desse país e do mundo.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A criminalização dos movimentos sociais em Minas


O jornalista Eduardo Costa foi um dos poucos que defenderam os educadores durante a nossa histórica greve. Acabei de receber um e-mail do colega Igor Andrade dando conta de que o assunto da chamada "judicialização" (que eu chamo de criminalização) dos movimentos sociais foi abordado pelo referido jornalista em artigo no site da Rádio Itatiaia.

Quem puder visitar e opinar no link abaixo seria bom, inclusive para dar um depoimento de agradecimento ao jornalista, mesmo não concordando com tudo o que ele escreveu.

Apesar da mídia amordaçada, ainda há Jornalistas em Minas!

Clique aqui para acessar o texto citado.

A inspiração que vem das ruas e dos blogs


Pessoal da luta - minhas palavras são dirigidas sempre para o povo da luta - escrevi outro dia uma resposta para vários comentários que recebo neste blog. Disse que saboreio cada palavra que leio dos comentários, mesmo quando não posso, geralmente por falta de tempo, responder a cada um deles.

Hoje achei por bem transcrever alguns comentários que recebi recentemente, que trazem idéias, sugestões, desabafos e análises para que possamos refletir coletivamente sobre os mesmos.

É importante frisar que a nossa luta continua. Mesmo que a mídia já nem toque mais no assunto. Nós vamos continuar falando o tempo todo da nossa histórica luta, da realidade da Educuação pública em Minas, da nossa realidade enquanto profissionais mal remunerados, das incoerências na postura dos poderes constituídos, etc.

Hoje, por exemplo, ouvi na Rádio Itatiaia que o governador de São Paulo vai dar aumento no salário da Polícia Militar de lá. Gozado, pensei que a lei que disseram que proibe aumentos nessa época valia para todo o território nacional. Mas, lembrei-me de algo importante: Minas é uma província à parte, onde o faraó reina absoluto, com direito à cerimoniais de lava-pés por parte da justiça, do legislativo e da mídia.

Mas, vamos aos comentários que mencionei, deixando claro que todos os outros têm a mesma importância. Aqui vai apenas uma pequena seleção e em outras postagens vou transcrevendo mais alguns.

......

Anônimo disse...

A imprensa de Minas é simples. Não apresenta algo além do futebol, da entrevista com um profissional de saúde e alguns crimes no trânsito e assaltos. Em síntese: insinua a violência, a mentira, total ausência de criticidade. Dedica tempo excessivo aos esportes, como se em Minas Gerais não tivesse problemas de fome, doenças, greve na educaçao, juventude nas drogas, crise no sistema habitacional, enchentes e descaso à população pelos políticos que a ela reivindicaram seus votos essenciais pela passagem das eleições. É a imprensa ideológica, a serviço do governo, a mesma que divulga shows, faz sensacionalismos, emite propragandas falsas, do faraó, claro! O faraó voltou ! Ele voltou ! Não tinha saído !!! Reinou às escondidas!!! Não ao Faraó!!!

Marta Regina disse...

Euler,obrigada por este espaço. Que ele não desapareça.
Hoje acordei com uma frase na cabeça e acho que devemos ter um lema para as campanhas políticas que virão, pois os candidatos que votaram contra o piso salarial irão em nossas cidades pedir votos, que tal recebê-los com uma faixa com estes dizeres:Somos PROFESSORES, você votou CONTRA nós, agora é NOSSA VEZ.
Lance uma campanha para escolhermos a melhor frase e para que ela seja nossa bandeira.
Marta Regina- Oliveira-MG

Circe Reis disse...

Euler,
Eu ouvi na CBN, hoje, que o Aécio irá com o AnastaZISTA (rsrsrsrs...) às cidades do interior de Minas para ver se consegue avalancar e melhorar o índice de aceitação do mesmo para as eleições.
Acho que é uma ótima oportunidade para que voltemos à ativa mostrando aos eleitores quem realmente é este sujeito que nos faz de palhacos
há anos e anos.

Elaine disse...

Olá Euler , foi com muita dor no corãção q ontem retornei à sala de aula. Ontem , pois a minha escola nem esperou para nos reunirmos antes. Foi logo avisando aos alunos q já haveria aula. Mas, fiquei emocionada também ao perceber q muitos entenderam a nossa luta e estão do nosso lado. Mesmo com uma imprensa suja e comprada , não teve como esconder, maquiar a realidade do salário em Minas. Todos reconhecem q nosso salário é absurdamente baixo. Espero verdadeiramente q continuemos assim, unidos e q o sindicato não se manifeste somente em ano eleitoral.Na situação em q estamos , precisamos parar, pressionar TODOS OS ANOS, para que não piore o que já etá muito ruim.Talvez se já estivéssemos unidos dessa forma, parando, protestando há mais tempo não estaríamos na situação calamitosa que vivemos atualmente.
abraços,

João Paulo Ferreira de Assis disse...

Apoiado Professor Euler. Eu também já ouvi, ou melhor, já li, uma opinião no blog Cremilda dentro da escola, a me dizer que melhoria salarial para os professores não garante a qualidade de ensino. Eu discordo e apresento argumentos, chegamos a começar uma discussão dentro do melhor nível, eu opondo meus argumentos, mas de repente os outros comentaristas deixaram de comentar e a discussão morreu. Eu mostrei que uma carga horária menor e um salário maior, com dedicação exclusiva, melhoraria a qualidades das aulas.

Denise disse...

Euler,
Os seus posts dispensam comentários. São sempre ótimos. Só para constar, eu fui com a minha filha de 9 anos na Bienal do Livro. Rapaz... que vergonha! Eu tinha comigo R$60,00 (esperava voltar com boa parte do dinheiro). Com este valor eu tive que pagar as passagens (02 de R$2,30; 04 de R$1,80 e 02 de R$1,65), paguei R$ 15,00 para entrar. Você está fazendo a conta? Nem vi a cara dos livros e já gastei R$15,00. Um pouco de exagero, nada. Pois tenho que deixar reservado o retorno. Portanto, eu tinha R$ 49,00 para investir no conhecimento da minha filha. Que ginástica. Andei para encontrar algo que eu pudesse comprar. Que não fosse aqueles livros infantis (crianças de 0 a 6 anos). Não encontrei nada interessante. Então resolvi comprar um dicionário (que estava com o preço ótimo) R$19,00, e um outro que que custou R$39,00 sobre o corpo humano (muito bom). Tá fazendo a conta? Chego numa banca resolvo comprar um livro para mim (eu já tinha até lido o livro "xerografado"). Só sei que gastei o que eu tinha. E joguei R$52,00 para o "F U T U R O". Será que a operadora vai aceitar? Já que no vencimento não terei o meu minguado salário?
Abraço a todos.
Se for para perseguir o Faraó é só chamar.

Graça Aguiar disse...

Euler parabéns pelo ótimo artigo. Realmente, a realidade dos profissionais do magistério é sempre despachada para o futuro, já estou ficando complexada, me sentido protagonista do Juízo Final. Sobre essa indefinição a tudo que nos diz respeito foi tema do meu artigo “Nem anjo nem sacerdote: apenas seres de carne e osso ...” postado em meu blog – S.O.S. Educação Pública http://soseducaopblica.blogspot.com .
Só somos notados no presente quando servimos de bode expiatório para justificar as deficiências produzidas pela incompetência das autoridades responsáveis pela educação.
Gostaria de parabenizar a todos os colegas professores e professoras de Minas Gerais, pelo exemplo de dignidade, cidadania e responsabilidade para com a Educação , pois é esse o significado da greve que a mídia cativa insiste em negar.
Abraços,

Shayane disse...

Oi Euler, sou aluna de Cristina sei que os professores são pouco valorizados, estou do lado dos professores, os governates desse estado não se importam com os alunos, muito menos com professores. Para fazer propagandas mostrando o suposto avanço de Minas e para construir o centro adiministrativo eles têm dinheiro, mas para pagar um salário justo aos professores que tanto tempo dedicam a arte de educar, eles falam que não tem. Ficam dando várias desculpas e tentando jogar os professores contra o sindicato e tambem a população contra os professores.
Abraços

Anônimo disse...

amigo Euler, nesse kit de sobrevivência muito bem lembrado acrescento um auxílio aluguel . Se outras categorias tem por que nãoo a educacão? Nós também moramos com esse minguado salário enquanto políticos , desembargadores, policiais têm garantido o acesso à moradia. Educador também faz parte da sociedade brasileira de acordo com a Constituição FederaL.

Cristina Costa disse...

Euler,
Só para completar neste Kit, além dos citados pelos colegas acima, o que vc acha do "Auxílio Segurança"? Afinal de contas, tem muito professor trabalhando em área de risco e sendo ameaçado em plena sala de aula.
Adorei sua sugestão!!!!
Mas ela tem que ser para 2010!!!!
Não se esqueça disto!
Para 2011, eu já estou lançando e defendendo a tese do Sindicado já começar a avisar ao Governo e Deputados que, na hora que forem fazer e votar o orçamento para 2011, separem os recursos necessários para atender ao nosso PISO, senão não iremos começar o ano letivo de 2011. É a única forma que vejo, para conseguirmos um salário no mínimo dígno!

Eliane disse...

Eu seria muito bem atendida por esse kit, sou arrimo de família que sustenta 04 bocas, mais doentes em casa com remédios controlados e outros caros, tenho que ajudar minha filha na faculdade, moro de favor em barração emprestado pela minha mãe e pra completar, recebo cesta básica do Centro Espírita, estou indo e voltando da escola de carona no ônibus. Salve meus anjos guardiães!
Sem eles não sei como viveria. Por isso choro em ser uma PEDAGOGA, SEM TETO, SEM COMIDA E SEM CONDIÇÕES PARA DAR ASSISTÊNCIA COM DIGNIDADE À MINHA FAMÍLIA E TER QUE ANDAR DE CARONA NO ÔNIBUS PARA IR E VOLTAR DA ESCOLA. E DIZEM QUE PAGAM BEM... O salário só sairá dia 28 ou 30 de junho.Vou continuar indo e voltando de carona. O dia que não der não vou à escola. DEPOIS DO RELATADO, QUE CONDIÇÕES PSICOLÓGICAS E EQUILÍBRIO O PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO DEVE TER QUANDO SEU ALUNO NÃO QUER APRENDER, NÃO QUER FAZER ATIVIDADES, ASSISTIR SUAS AULAS, QUER SÓ ATRAPALHAR E VC QUANDO QUER AJUDÁ-LO ELE TE MANDA TOMAR NO ..., IR PARAR NO VAZO SANITÁRIO E OUTROS LUGARES? E A CULPA É DO EDUCADOR, QUE NÃO SABE SER CRIATIVO, NÃO TEM UMA METODOLOGIA E DIDÁTICA DE ACORDO COM O INETRESSSE DO SEU ALUNO??????? É LASTIMÁVEL, MAS É A PURA VERDADE E RELIDADE QUE NOS ENCONTRAMOS. SOU PIOR DO O SEM TERRA QUE RECEBE APOIO DO GOVERNO E DE OUTROS. ACHO QUE VOU VIRAR SEMTERRA, TALVEZ ASSIM PODEREI CUIDAR MELHOR DA MINHA FAMÍLIA...

Pollyanna disse...

Amigos, professores, só gostaria de dizer que embora a luta não tenha terminado, vencemos uma batalha. As mentiras que fomos obrigados a engolir se tornaram públicas. Ganhamos apoio. A mídia, mesmo de forma discreta, mostrou a nossa luta. Em um daddo momento não era mais possível esconder. Abrimos nossos contracheques, a população viu a ameaça que parecia intocável em seu templo: o governador. O q não podemos agora é desistir de lutar. Mas encerro essa batalha de cabeça erguida. Chorei ontem ao ver nossos alunos chegando cantando " o professor é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo". Pessoal, ainda não temos a valorização financeira, mas demos um show para nossos alunos no que se refere a luta de uma classe. Quem pensa que a inconfidência mineira só serviu para matar Tiradentes, não enxerga q ali nasceu nossa independência. Não ganhamos a guerra ainda, mas a semente está plantada. Como disse a Beatriz: "o próximo governador pensará duas vezes antes de tentar nos desmoralizar mais". A greve acabou. Não conseguimos o piso, ainda. Mas ganhamos o respeito de nossos alunos e a admiração de nossos amigos, pais e conhecidos que hj voltam a nos enxergar. Hoje, após muitos anos, senti voltar em mim o orgulho em poder dizer minha profissão: Sou professora, e com muito orgulho!
Pollyanna

Anônimo disse...

Euler, na votação final votei pela suspensão da greve, mas agora estou arrependido pois ouvi entrevista da sec. Renata dizendo que tudo que for definido pela comissão só terá validade em 2011. Isso é brincadeira. A direção do sindicato não informou que seria 2011. Isso me faz pensar que não vai dar em nada. Quero só ver assembléia de junho para comunicar o resultdo dos trabalhos dessa comissão quando for dito que so valerá para 2011.
Antonio - Santa Luzia.

Ivone disse...

Sinceramente não entendi o recuo. O último encontro foi imenso, estudantes foram mostrados, demonstrando o apoio aos professores e exigindo qualidade de ensino. A sociedade se tornou consciente e receptiva as reivindicações da classe. Acredito que a ilegalidade e a multa tenha sido relevante para este fim, sem atingir o nosso objetivo inicial. Vamos ser criticados por aqueles que desde o início acharam que não ia dá em nada. Infelizmente estavam certos pois a negociação estabelecida foi para um fim sem retaliações, o objetivo principal nao foi muito definido.
Mas o poder é assim... injusto. E aqueles que acreditam no nosso ideal , na nossa formação universitária, devem permanecer com o espirito de luta, para juntos conseguirmos o reconhecimento da nossa importância como profissional.
Abraços a todos


Anderson,Professor de Matemática da EE Machado de Assis disse...

Euler,
Concordo plenamente com você, mesmo que o resultado desse movimento não ter sido o esperado, precisamos manter a união e ir em busca de conquistas.
A LUTA CONTINUA COMPANHEIRO...

Rosane disse...

Na Ilha da fantasia...

Hoje voltei as atividades em minha escola.Infelizmente, minha escola ficou dividida.
Alguns professores ficaram em greve e na luta.Alguns de pijama e a maior parte trabalhando.
O que mais me chamou atenção foi a forma com que nós, os grevistas fomos recebidos pelos colegas não-grevistas: era como se nada tivesse acontecido, era como se nos estivéssemos dado aula no dia anterior. Todos com um sorriso falso na cara, fingindo que nada aconteceu. Nenhum comentário, nenhuma pergunta, todos felizes,"anastesiados", alienados.
Nestes quase 50 dias fomos massacrados, humilhados, a imprensa nos achincalhou, contaram mentira, a justiça e o governador utilizaram de todas as formas truculentas possíveis e hoje nos voltamos e nada... Fiquei apavorada.
Lembrei na hora de uma série dos anos 70 ou 80 - “A Ilha da Fantasia”. Nesta série tinha um anão chamado Tatu, que recebia as pessoas e todos os sonhos eram realizados.
Parecia que eu estava numa outra dimensão. Me senti uma tola. Os comentários na sala dos professores variavam entre venda de lingerie, Avon, o último capítulo da novela, receitas, nomes de xampu...Pirei...
Enfrentei estradas para ir nas Assembléias, fiquei “p da vida” com os menganha em São João Del Rey e na Praça da Liberdade, acompanhei as rádios locais e da capital , passei email pra todo mundo que conhecia, tirei copias e copias de contra cheques, ajudei nos varais de informações, escrevi para varias TV e rádios que falavam mal da greve, escrevi em blogs, ou seja: dei minha contribuição nesta greve. Pra defender esta classe de alienados?
Estou pensando seriamente em enfiar a minha viola no saco e me mandar do magistério. Que futuro terão os alunos que passam na mão destes professores “anastesiados”?
Como os meninos vão exercer sua cidadania? Como eles vão aprender a lutar por seus ideais?Como eles vão pensar?
Desculpem meus colegas se faço uso deste espaço para me lamentar mas hoje estou muito decepcionada com minha profissão, entrei nesta há 19 anos pensando que iria ajudar a formar opinião...que nada.Se não me cuidar vou ser engolida e também "anastesiada".
Viva a Escola da Ilha da Fantasia!

Zana. Profª de Geografia da rede Estadual e Municipal de Ouro Preto.

Rosilene disse...

" Uma coisa é certa: cada vez mais me convenço de que nós todos fomos banhados por uma experiência que é única e que forma a nossa consciência, molda nossos valores e nos tempera para novas lutas."
Euler, usei aí suas palavras porque elas dizem extamente o que vivenciei. A sabedoria vem mesmo é da vivência e não da mero recebimento de informações.


Uma segunda pergunta difícil...



Perguntar não ofende, dizem. E como vivemos em plena democracia e num perfeito estado de direito, com as garantias asseguradas, inclusive a da liberdade de imprensa, deveriam ter perguntado, também, ao faraó, ao substituto e ao ex-gvernador da provínica:

- Nobres cavalheiros, conseguiriam os senhores viver com o salário de R$ 830,00 durante um mês inteirinho a partir de junho de 2010?

Quanto custa uma imprensa de aluguel?


O faraó e seus asseclas

O faraó voltou e finalmente deu uma entrevista coletiva, acompanhado do substituto e do ex-governador da Província. Falou sobre temas eleitorais. Eles podem falar de política, os trabalhadores escravizados, não.

- A greve é política! Acusou a imprensa.

Ahhhhhhh, a imprensa... que imprensa? Aquela. Ela estava lá, cobrindo o retorno do faraó. E em nenhum momento, nenhum repórter ousou fazer uma perguntinha básica, do tipo:

- Faraó, o que vossa eminência achou da revolta dos 47 dias dos educadores?

Nada. Nem uma menção sequer. É como se o problema da Educação discutido nos últimos 50 dias na província não tivesse nenhuma relação com o Faraó.

Oficilamente, parece que na província de Minas nada aconteceu. É o preço que se paga para o silêncio de uma imprensa que adora criticar a dita falta de liberdade de imprensa em Cuba e na Venezuela.

Por aqui, onde no papel reina a democracia e a liberdade de opinião e de imprensa, ninguém quis fazer perguntas difíceis para o faraó, pois isso não estava no combinado.

E viva a nossa democracia! Viva a nossa justiça! Viva a nossa liberdade de imprensa!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Imagens do dia! E a imprensa do faraó.


Façam um bom uso deste balde de lixo

Agora que a greve acabou, o jornal do faraó fala todo dia da gente. Ontem anunciou na capa, com letras garrafais: A C A B O U. Hoje, falou sobre a reposição das aulas, que será, segundo o jornal, aos sábados. Na matéria da página interna o título é "Reposição sacrifica alunos". Estou comovido com a preocupação deste e de outros jornais, revistas, rádios e TVs com a Educação pública em Minas e no Brasil.

Geralmente abrem espaços para "especialistas" botarem a culpa de todos os problemas da educação e do mundo pra cima dos professores. Gente que nunca pisou numa sala de aula da periferia dos grandes centros urbanos arrota lições de como deve ou não deve ser uma "boa" aula. Ninguém merece, né gente?

E ainda tem alguns caras de pau que dizem: a qualidade do ensino não tem nada a ver com o salário. Eu ouvi isso de um "professor" (com todas as aspas) em palestra a serviço de uma dita conceituada empresa de consultoria, que presta serviço para as redes municipais de ensino. Claro que ele não cobra salário de professor. Lógico que não ouvi aquilo calado. E contestei. Daí pra frente ele mudou um pouco o discurso, pelo menos naquele local (em Vespasiano, há uns cinco ou seis anos).

Um outro especialista, cujo nome nem me lembro, veio direto de São Paulo para falar do "modelo" de bom profissional. Falou por mais de uma hora, não abriu espaço para qualquer pergunta - e olha que falou sobre a importância do professor saber ouvir os alunos, coisa que, ao que parece, ele não aprendeu a praticar - e nem tocou no assunto salário.

Vejo às vezes as comissões do Senado, da Câmara, das assembléias legislativas, quando falam na Educação, repetem sempre a mesma ladainha, que é importante pagar um salário melhor para os professores e blablablá. Os radialistas repetem: que absurdo, que se pense pelo menos para o futuro... sempre o futuro...

Acho que deveríamos fazer o seguinte pacto: como os nossos salários estão colocados para o futuro, vamos também colocar as nossas aulas para o futuro. Eles nos pagam a mixaria atual a título de subsídio a fundo perdido, nós arranjamos algum outro bico para sobreviver e quando resolverem nos pagar um salário digno nós passaremos a lecionar.

Esta é a única profissão que nem Marx estudou. Karl Marx estudou a compra da força de trabalho dos operários pelos patrões, revelando a fonte de riqueza e exploração do capital sobre o trabalho. Mas, o caso do professor é sui generis. O serviço é prestado sem a contrapartida necessária para a sobrevivência, que, de acordo com os governantes, será pago no futuro. Logo, a relação trabalho agora X um salário melhor no futuro é coisa que só as Minas do Faraó Neves e o Brasil de Serra, Dilma e Lula conhecem.

Deveriam pelo menos transformar o nosso salário futuro, aquele que prometem pagar algum dia, em dívida pública do estado. Assim, pelo menos receberíamos parte dos bilhões de juros que pagam aos banqueiros, empreiteiras, grandes empresários, etc.

Mas, como mudei de assunto, pois falava sobre o jornal do faraó, que agora descobriu a rede estadual de Minas, volto dizendo que: senhores jornalistas, se não for para destacar as condições de salário e de trabalho dos educadores de Minas e do Brasil, favor não mencionarem o nosso nome em vão. Não somos Deus, longe disso, mas também não queremos ser lembrados por quem não tem autoridade moral para falar da nosa realidade, geralmente contra os educadores. Quem sabe os editores deste e de outros veículos não se habilitam a lecionar no nosso lugar?

Um pacote para salvar os educadores no presente


O Governo de Minas (as Minas do faraó) diz que não existem condições para dar qualquer aumento dos vencimentos dos educadores para este ano - como não houve no ano passado, no retrasado e nos últimos 10 anos, pelo menos.

O palco da nossa luta foi temporariamente transferido das mobilizações de massa para uma comissão paritária (como disse o nosso colega do COREU Wladmir Coelho, grande orador e escritor: que nome!) entre o sindicato e o governo.

As vítimas, no caso, os educadores, não conseguirão sobreviver com alguma dignidade com o salário líquido de R$ 830,00 até 2011 ou 2012. Por isso, até que paguem o nosso piso, sabe-se lá quando, o blog está propondo um pacote emergencial de sobrevivência. Ele é simples e bem objetivo. Observem:

a) isenção total das contas de água, luz e telefone para os educadores de Minas,

b) um vale-gás no valor de R$ 40,00 (na época de FHC, amigo do Faraó, o gás custava R$ 28 e ele pagava um vale-gás no valor de R$ 14,00. Como era difícil partir o botijão de gás ao meio, a família comprava o gás mês sim, mês não. Neste, a comida era crua mesmo, afinal, que luxo é este de famílias pobres quererem comida cozida todo dia?!,

c) isenção total de transporte. Bastaria mostrar a carteirinha de professor e pronto: entra e sai em qualquer lotação,

d) auxílio-fardamento. Claro que os professores não usam farda, como a polícia, que recebe 40% do salário de polícia para o fardamento; nem usa terno, como os deputados que recebem auxílio-paletó (não sei se é 3 ou 4 mil reais); mas, professor não anda nu. Tem que comprar roupas e sapatos. Pelo menos. Logo, um auxílio-roupa cairia bem, e

e) finalmente, entrada franca nos teatros, cinemas, estádios de futebol, pois educador também é gente e merece um pouco de lazer aos domingos - já que os sábados estarão ocupados com as reposições das aulas.

Fica registrada aí, portanto, a nossa sugestão de um pacote emergencial para ser negociado pela tal comissão paritária. Assim, para o futuro, aquilo que a Comissão acordar. Para o presente - porque ninguém vive de futuro, minhas contas são todas para este mês, algumas para hoje, outras para ontem - este pacote do blog do Euler para os educadores.

E aí, o que vocês acham?

Em tempo: Ah, já ia esquecendo de uma coisa importantíssima: reivindicamos ainda o mesmo Kit-sobrevivência para os desembargadores de Minas. Principalmente para aqueles que votaram a ilegalidade da nossa greve. Coitados, eu fiquei até com dó quando soube o valor do teto salarial deles. Pensei até em fazer doações com parcela do meu minguado piso. Por isso repito: não deixem de cobrar o mesmo pacote para os mal remunerados representantes da justiça (que justiça!) mineira.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A luta continua, colegas, agora e sempre!



Após a publicação do texto que escrevi ontem a noite, depois da assembléia estadual dos educadores, muitos colegas comentaram. No dia seguinte, uma das minhas irmãs, que não é educadora e de certa forma torcia discretamente para que a greve acabasse, disse-me que, angustiada, quase não conseguiu dormir. Outras mensagens, por e-mail, expressaram um sentimento de apoio e ressaltaram a necessidade de manter a luta.

Quero dizer aqui que tenho profundo respeito por todos os que participaram da nossa luta, independentemente da posição que assumiram na assembléia. A luta política e social é assim mesmo: temos que respeitar a opinião alheia. Cada qual com suas razões, legítimas e sinceras. Temos que praticar o aprendizado da convivência com a diferença. Isso nos mantém unidos e fortalecidos para novos embates.

Esta semana ainda desejo, aos poucos, publicar fotos e textos comentados sobre o nosso movimento. Haverá, no final de semana, um encontro entre todos os participantes da greve das cidades de Vespasiano e São José da Lapa. Uma confraternização entre colegas e também amigos, que nos tornamos. Espero que os colegas façam o mesmo nas diversas regiões de Minas.

Este saldo de unidade e de respeito pelo outro ninguém pode nos roubar. Nem tampouco os muitos momentos em que desafiamos e vencemos as gigantescas engrenagens dos poderes estabelecidos nas Minas Gerais. Deste ponto de vista, posso dizer com segurança: não nos quebraram, não derrotaram a nossa resistência. Em muitos momentos, enfrentamos corajosamente e vencemos.

A questão salarial ficou pendente. Não tivemos a vitória esperada. Mas, a nossa luta assumiu muitos outros significados, para além da importante questão salarial. Balançamos muitos interesses e desafiamos estruturas tidas como intocáveis. E com isso conquistamos respeito.

E tenho a convicção de que cada um de nós que lutou já não é mais o mesmo. Somos parte de um grande movimento de educadores, que num dado momento foi capaz de realizar enormes mobilizações, desafiando tudo quanto se imagina impossível enfrentar. Este pedaço de flor, qual semente que se espalha pelo chão, está plantado no jardim da nossa alma. E isso, colegas, governo nenhum vai nos roubar.

Um forte abraço e estaremos aqui, juntos com vocês, na luta cotidiana por uma realidade diferente, uma educação de qualidade, com a valorização profissional e um mundo melhor, com pessoas melhores, que nós provamos ser, em construção.

.....

E a seguir, uma mensagem que recebi por e-mail da colega e amiga Cristina, outra lutadora do nosso movimento, que faz um desabafo e ao final um pedido. Acho que ela ainda nem publicou esta mensagem no blog dela, mas tenho certeza de que ela não se importará com a minha atitude de repartir o texto dela com outros colegas:

"Bom dia, meus antigos e novos companheiros e amigos professores de luta!!!

Esta noite, tive um pesadelo horrível!! Acordei gritando e em prantos que a maioria dos profissionais da Educação que estavam na Assembleia de ontem, votaram para acabar com a greve! Sem a nossa principal reivindicação o PISO salarial ter avançado um milímetro nas negociações... !!! EU GRITAVA, GENTE E O SALÁRIO???? O PISO????COMO FICAM????

Meu marido me sacudiu, consolou e me vez voltar a triste realidade que não foi um pesadelo, que realmente a greve tinha acabado.

Confesso que fiquei até confusa na hora: "Meu Deus então é verdade!" Acordei de madrugada e cai na TRISTE realidade.

Pensei, pensei e cheguei à conclusão que o pior de tudo no meu caso, foi voltar para casa somente com minha amiga Ana Patricía, longe dos meus amigos de luta!

Sem ninguém para desabafar, ouvir, trocar ideias (senti pena do coitado do marido dela).O celular foi meu melhor amigo naquele momento de dor! Ligava sem para os meus afetos: marido,irmã, mãe,amigo(A)s,mães de amigas minhas,cunhada,até pro meu sogro, para quem estava no ônibus de Vespasiano e São José da Lapa sem sem quantas vezes....!!!!

A solidão que senti doia tanto que incomodava profundamente meu corpo, meu coração, doia na alma!!! Estar longe de meus companheiros de caminhada e luta era tudo que não poderia acontecer comigo!!! Eu me conheço!!!...

Como eu queria me teletransportar para aquele ônibus e estar perto dos meus companheiros de caminhada e luta!!! Compartilhar minhas desilusões, frustações, impotência e tantos sentimentos que nem sei classificar, com aqueles que estavam realmente juntos comigo o tempo todo!


Mas agora, depois do susto... Penso e tenho a convicção que se quisermos mudar este cenário e recuperar a nossa dignidade verdadeiramente, devemos ser claros com o nosso Sindicato!!! Não vamos aceitar sermos manipulados MAIS, NUNCA MAIS....

SE NÃO CONSEGUIRMOS O PISO, DIGO E REPITO
, PISO, NÃO DEVEMOS COMEÇAR O ANO LETIVO EM 2011!!!!
ATÉ QUE NOSSO SALÁRIO SEJA REAJUSTADO!
NÃO DEVEMOS COLOCAR MAIS NADA , NADA NA PAUTA DE REIVINDICAÇÕES- ESTA É A MINHA SUGESTÃO PARA O SINDICADO.

VOU FALAR ISTO, NA REUNIÃO QUE TEREMOS NA ESCOLA HOJE ÀS 13:00 HORAS PARA JOÃO MARTINHO E CLAUDIA LUÍZA E TODOS QUE ELÁ TIVEREM.

ESTAREI ENVIANDO UM EMAIL PARA O SINDUTE COM ESTA SUGESTÃO!!!

NÃO COMEÇAR O ANO LETIVO 2011, CHEGA DE PROMESSAS, CHEGA!!!!!!!
TEMOS QUE TER CORAGEM E COMPETÊNCIA PARA MOBILIZAR NOVAMENTE A NOSSA CLASSE E O SINDICATO SER HONESTO A PONTO DE NOS FALAR CLARAMENTE ATÉ QUE PONTO ELES ESTÃO DISPOSTOS A ENFRENTAR OS DONOS DO PODER SEM DESISTIR E RECUAR NO MEIO DO CAMINHO, PORQUE SENÃO ACABOU MESMO A CATEGORIA!!!!

O GRANDE, CALOROSO E FRATERNO ABRAÇO QUE GOSTARIA DE TER DADO A TODOS VOCÊS QUE FICARAM ATÉ O ÚLTIMO SUSPIRO, EU DEIXO AQUI AGORA!!!!.

Cristina Costa, professora de Matemática da E.E. Padre José Senabre" Vespaiano

( AINDA BEM QUE TEMOS "CTI" NA NOSSAS ESCOLAS)"

Após 47 dias de greve, jornal divulga: ACABOU


Depois de um período de 47 dias de greve, que o jornal Estado de Minas pouco noticiou e chegou até mesmo a "esconder" passeatas e atos públicos, eis a notícia que saiu estampada na capa do "grande jornal dos mineiros" (com todas as apas):

"
A C A B O U
Em assembleia ontem professores da rede estadual decidiram encerrar a greve, iniciada em 8 de abril e declarada ilegal pela Justiça no último dia 4. Eles firmaram um acordo com o governo de Minas, que se comprometeu a criar uma comissão para estudar a reivindicação salarial da categoria. Hoje, encontros regionais vão organizar a volta ao trabalho, a partir de amanhã, e definir como será o calendário de reposição das aulas."

E viva a liberdade de imprensa... na lua!

No ares das Minas do faraó ela continua domesticada e amordaçada.

P.S.: Destaque para a fala da secretária Renata Vilhena, logo após a assinatura do documento entre o sindicato e o governo:

“O reajuste salarial só virá em 2011, por questões legais. O governo cedeu em tudo que poderia, mas nas questões legais agimos conforme manda a legislação.” (Jornal E.M., 26.05.2010)

terça-feira, 25 de maio de 2010

O faraó voltou e a revolta acabou

No texto anterior, na condição de escriba que não vende a pena, havia anotado:

"E que venha o faraó, pois os escravos que deixara antes do longo passeio pelos mares muito antes d'antes navegados, já não são os mesmos! Nem os mares, nem os escravos."

Devo confessar: os mares seguramente não são os mesmos, mas os escravos, talhados pela cultura de dominação faraônica, nem sempre conseguem se libertar. Não todos, talvez.

A tarde de hoje deu mostras de que há mais coisas entre o céu e a terra do que a nossa pobre filosofia possa imaginar. Minha imaginação é quase sempre fértil, embora a ingenuidade dos que sonham acordados quase sempre entorpece a visão.

Olhei para um lado, depois para o outro e vi um mar de gente. Pensei: vai ser a passeata mais bonita de toda a greve. E olha que nós fizemos muitas, belíssimas passeatas, atravessamos quarteirões, ocupamos praças, avenidas, rodovias, pisoteamos o gramado dos catelos do faraó. Desafiamos o mundo: a justiça, a mídia, o governo do faraó. Quase alcançamos o paraíso!

Quanta ousadia dessa gente. Escravizados por um sistema que empastela a todos como se numa máquina a moer jogassem os corpos despidos. No tronco de uma árvore, quando levavam chibatadas, os escravos se contorciam de dor e ao mesmo tempo de um ódio que seria vingado, algum dia.

Quando se rebelava era certo o castigo. Tempos outros os que vivemos. O castigo fora sutilmente aparado para que os escravos amotinados não o sentissem. Sem corte de ponto, sem demissão, anistiados.

A justiça do faraó determinara que a revolta era ilegal, portanto, uma ação de foras-da-lei. Um crime, talvez. A céu aberto, praticado por multidões. Generosamente, o faraó aceita dar o perdão para que tudo volte como dantes no quartel de abrantes.

Mas, aquela multidão me incomodava. Muito rosto novo, o que chega a ser interessante, quando as novas adesões despertam para a luta. Me lembrei do nosso ônibus, com a turma mais combativa da Revolta dos 47 dias. Pode ser que tenha tido outras turmas iguais, admito. Mas, não mais combativa do que a nossa. A turma de São José da Lapa e de Vespasiano, muitos que eu pude conhecer melhor nesse convívio dos dias de rebeldia. Coragem, desprendimento, ousadia, total entrega e paixão pela luta em prol das causas libertárias. Se dependesse dessa turma, a greve nunca acabaria. Não sem antes o faraó ter que negociar e ceder o que pedimos, ou algo próximo do que pedimos.

E foi com esse material humano, que se formou no combate e na entrega e no contato com tantas outras turmas feitas do mesmo material, que eu convivi nos últimos 47 dias. Não vou citar os nomes das dezenas de guerreiros com os quais partilhei os mais valentes combates dos últimos tempos, porque cometeria o pecado de esquecer um ou outro. O que seria imperdoável.

A Revolta dos 47 dias dos mais de 100 mil escravos educadores mineiros pode se inscrever nas páginas mais bonitas da história das lutas libertárias, já havia registrado isso aqui.

Mas, no meio do caminho tinha um faraó, com seu substituto imediato, suas assessoras, sua dócil mídia, seu fiel parlamento e sua servil justiça. E quando ele chegou de longa e demorada viagem, a ordem era: parar a revolta, custe o que custar.

Na última semana, todas as escaramuças foram lançadas na cabeça dos amotinados. Tão forte a pressão que gerou há duas ou três semanas um começo de acordo de cessar fogo. Os revoltosos em assembléia decidiram: nada de trégua! Queremos mais pão, terra e paz.

Opa! Mudei de século. Quem levantava essas bandeiras eram os revoltosos de Outubro de 1917 na Rússia dos czares, de Lênin, de Trotsky e de Stálin. Com os pés no chão, por aqui não se fez uma revolução, mas uma rebeldia por um piso mais justo. Um chão de casa com mais pão, mel e leite.

Os comandantes da revolta se reuniram com os representantes do substituto do faraó. Nem o faraó, nem o substituto se humilhariam a ponto de sentar-se à mesa com os representantes da ralé. Que ficam por aí a brigar por um chão de casa com um pouco mais de comida. Coisa outra são os fiéis juízes do faraó, que brigam por teto acima de 20 e tantos, quase perto dos trinta dinheiros. Com estes sim, o faraó se reúne e cede.

Olhei novamente para os lados. Cheguei a pensar: com tanta gente assim, acho difícil que a batalha acabe aqui. Já vi batalhas acabando por falta de gente, mas já vi também grandes exércitos perdendo as batalhas para pequenos grupos de guerrilheiros. Mas, eu via, como escriba de uma certa idade e experiência, que a cara daquele exército não era de quem quisesse permanecer na luta.

A voz da coordenação mudara o tom. Se nas primeiras assembléias de amotinados rufavam os tambores e os gritos de guerra e os compromissos em prol do pão e do mel, naquela, havia algo estranho no ar.

Os poucos gritos de guerra vinham de raras vozes, boa parte delas ao meu lado. A direção começara o evento já preparando o terreno para o fim dos embates, fazendo um esforço para que os guerreiros não se sentissem derrotados.

Vocês serão anistiados pelo crime de revolta em praça pública; ao voltarem para o trabalho, não receberão mais chibatadas do que de costume. E o pão? Gritava um. E o mel? Indagava outro. E o leite? Perguntava um outro. Todo este pacote de sobrevivência incluído na cesta do piso, no chão da casa, seria ainda discutido com os representantes de terceiro escalão do substituto do faraó.

Vinte dias, mais 10, ou 05, sei lá, para que uma comissão formada por ambos os lados do combate possa apresentar algum resultado. Para este ano ou para o futuro, o que parece mais provável. Quem vive de sonhos, pode esperar mais um pouco: dois, três, quatro, dez anos, por que não?

Afinal, haviam duas opções: manter a luta até a vitória, correndo todos os riscos que estavam colocados desde o primeiro dia da revolta, ou suspender a revolta, em troca de uma carta de intenções que os assessores do faraó produziram juntamente com a direção dos amotinados.

Por 60% dos votos, um pouco mais, um pouco menos, dos quase 20 mil revoltosos presente ali no pátio, foi aprovado o fim da batalha. Mesmo que ainda o documento de intenções não estivesse assinado pela parte dos representantes do substituto. Mas, vão assinar. Por tão pouco, não valeria a pena, para eles, esticar um pouco mais a corda no pescoço dos revoltosos.

Assim, no final da tarde, que teve até arco-iris como um falso sinal dos céus, as bandeiras foram recolhidas, os tambores guardados e no lugar da passeata de mais de um quilômetro, a volta para casa, recolhendo os cacos do que sobrara.

Devo confessar: se tivesse voltado sozinho para casa seria agora a pessoa mais infeliz do mundo. Pelo menos até amanhã, pois nada como uma noite de sono para retomar as energias e refazer os sonhos. Mas, já se dizia que uma andorinha sozinha não faz verão.

O choro coletivo, marcado pelos brados de bravos guerreiros, que lutaram até o último momento pela manutenção da batalha contra as tropas do faraó, trouxe um pouco de conforto. No ônibus de volta pra casa, o abatimento dos que foram vencidos pelas próprias fileiras do exército de escravos da educação, foi dando lugar a um sentimento de valores recuperados.

O orgulho de ter lutado a boa luta, desde o primeiro instante; a honra de ter lutado ao lado de tanta gente bonita, corajosa e valente. Alguns discursos, meu inclusive, do Vicente, do João Martinho, do Carlos Alberto, da Adriana, da Cláudia Luisa, da Carminha, da Cristina, do Alex, opa... eu disse que não citaria nomes dos guerreiros. Dos discursos, os mais eloquentes foram os do silêncio.

Ao final da jornada, uma conclusão: a guerra não terminou. A batalha foi praticamente vencida por uma máquina de guerra e de moer gente, que preparou terreno para a volta do faraó. Faltaram várias coisas. A direção, que teve momentos épicos, não conseguiu se desvencilhar do cerco das tropas inimigas. Quase não ofereceu resistência no final e fechou um acordo que jogou para um futuro incerto as lutas pelo pão, pelo mel e pelo leite. E a maioria da base de guerreiros, por livre opção, escolheu que era o momento de guardar as espadas, antes afiadas e prontas para o combate.

Certo mesmo é que outras lutas virão. Talvez não tão bonitas e emocionantes quanto os 47 dias da nossa revolta, cujo desfecho deixou a desejar. Mas, quem sabe, nos próximos embates a gente consiga se vingar, recuperando tudo aquilo que nos tiraram, do pão que mata a fome aos ares da liberdade. Quando isso acontecer, espero estar ao lado da mesma turma com a qual partilhei os melhores momentos de lutas, de sonhos e de poesia.

Piso salarial já é pago em outros estados


Embora o Governo de Minas tenha veiculado matéria paga na mídia afirmando que nenhum estado do país paga o piso que os educadores de Minas estão reivindicando - R$ 1.312,85 -, vejam a matéria publicada hoje, dia 25, pelo jornal "O Tempo":

Controvérsia
Piso é pago em outros Estados

Levantamento da reportagem de O TEMPO apurou que alguns Estados do país já pagam a seus professores o piso salarial reivindicado pela categoria em Minas Gerais. A reportagem ouviu secretarias de Educação de vários Estados e verificou que pelo menos três deles pagam vencimentos básicos acima de R$ 1.312,85.

No Acre, os professores recebem R$ 1.675,79 mais as gratificações, para uma jornada semanal de 20 horas em salas de aula e 10 horas de planejamento. No Espírito Santo, a jornada é de 25 horas e eles recebem o piso de R$ 1.654,65.

No Distrito Federal, a secretaria confirmou os números do site do sindicato dos professores. O piso para uma jornada de 40 horas semanais (30 em classe e 10 para planejamento) é de R$ 3.720,24. O diretor do Sinpro/DF disse que o salário atrai professores de diversas partes do país. “Muitos mineiros prestam concurso e querem dar aulas aqui”.

O governo de Minas reafirmou, por meio de comunicado, que o piso nacional reivindicado pelo Sind-UTE, para uma jornada semanal de 24 horas de trabalho “se encontra fora da realidade brasileira e que nenhum Estado da federação paga o valor”. A Secretaria de Comunicação do Estado não quis comentar os valores. (TR)

Publicado em: 25/05/2010

Leia o texto integral, clicando aqui.

O retorno do faraó e a negociação com os educadores


Durante os últimos 48 dias os escravos estiveram em greve. Neste longo período, o Faraó estava, digamos, de férias, viajando pelo Velho Continente e deixando a batata quente para o substituto imediato.

Mas, os escravos se revoltaram, já não queriam mais amassar o barro e carregar as pedras nas costas em troca de uma vaso com pouca lentilha e nenhuma carne.

Com o anúncio do retorno do faraó, o substituto e seus assessores e colaboradores, dos três poderes, deram logo um jeito de apressar os passos da negociação com os insubordinados.

Afinal, não fica bem para o faraó pisar em solo antes fértil, mais fértil do que as margens do Rio Nilo, e que se transformara num caldeirão de mobilizações, protestos, denúncias e paralisações.

Para manter a fidelidade ao faraó, todas as forças foram mobilizadas contra os escravos rebeldes da Educação. Os propagandistas a soldo dos cofres públicos trataram logo de combater a rebeldia nas páginas de jornais, rádios e TVs.

A Justiça (que justiça!!!) fez das tripas o coração: abandonou o preciosismo com os termos da Carta Maior do país e decretou a rebeldia ilegal. Uma, duas, três vezes e quantas mais fossem necessárias, para dar um suporte dito legal para a prisão, a demissão e até para a tortura, se necessário, dos amotinados.

Era preciso agradar o faraó. E a justiça (ou parte dela) provou que sabe como fazê-lo. É bem paga para isso. Quer dizer, não deveria ser para isso, mas...

O legislativo (ah, o legislativo, ele existe?), depois de votar contra as leis de abrandamento da escravidão na educação, abriu as pernas, ou melhor, as portas da Casa Legislativa para que se buscassem às pressas, agora que o faraó está de volta, um acordo que colocasse um termo na rebeldia.

E o substituto imediato com suas assessoras diretas foram orientados a manter a chicote nas mãos, mas soprando promessas de um futuro de menor sofrimento para os escravos, a fim de conseguirem um final para a rebeldia.

O faraó está de volta e não quer ver multidões de escravos montando barracas pelas praças públicas do estado, a pedir doações para assegurar a sobrevivência ameaçada pelas leis draconianas e gestos de pressão do substituto.

Mas, à tarde, hoje, os escravos vão se reunir novamente e decidir se aceitam ou não os termos que prometem um futuro um pouco menos pior. Prometem, por exemplo, não bater tanto nos escravos a ponto de deixar a pele em carne viva; apenas uma dezena de chibatadas, coisa pouca, e a expectativa de um prato com mais feijão, sabe-se lá para quando.

Que venha o faraó, responsável pela realidade em que nos encontramos nas terras das Minas Gerais, onde obras como as pirâmides do Egito são construídas, enquanto faltam pão, mel e leite na mesa dos educadores e de milhares de outros escravos do serviço público.

E que venha o faraó, pois os escravos que deixara antes do longo passeio pelos mares muito antes d'antes navegados, já não são os mesmos! Nem os mares, nem os escravos.

Mídia já divulga nova proposta do governo para os educadores


No final da noite de segunda-feira, após a reunião entre o Sind-UTE e o governo, a mídia mineira divulgou alguns termos da nova proposta do governo para ser apreciada pela assembléia estadual dos educadores nesta terça-feira. Na verdade, esta proposta é aquela encaminhada pela direção do Sind-UTE ao governo após a reunião do dia 12.05 e que ele não havia concordado.

De acordo com a mídia (veja links abaixo) o governo oferece os seguintes pontos:

1) o não corte do ponto e o pagamento dos dias parados em folha separada, ainda em junho, mediante apresentação de calendário de reposição;

2) a formação de uma comissão paritária sindicato-governo para estudar a revisão das carreiras da educaação e incorporação de gratificações. A comissão teria o prazo de 20 dias para apresentar resultados e mais 10 dias para o governo enviar um projeto de lei ao Legislativo.

Estas e outras propostas estão condicionadas ao fim da greve e ao imediato retorno ao trabalho pelos educadores.

Pelo que foi divulgado pela grande mídia, não há nenhuma proposta concreta de aumento de salário para este ano, só a comissão que vai estudar a revisão de carreira, que ninguém sabe o que isso significa e nem para quando entrará em vigor a tal revisão de carreira.

Mas, vamos esperar os termos detalhados que o sindicato vai ler para os trabalhadores durante a assembléia para formularmos uma decisão. De imediato, a minha opinião já manifestada aqui é a de que as negociações deveriam ocorrer com a greve em pleno vigor, pois assim teríamos um instrumento de pressão sobre o governo.

A assembléia de hoje, dia 25, decidirá os rumos do nosso movimento.

Links associados da grande mídia:

- Portal Uai
- Hoje em Dia
- Blog do Benny

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Nesta terça-feira, 25, todos à assembléia estadual!


Ninguém pode faltar à assemléia estadual dos trabalhadores em educação de Minas, que se realizará amanhã, dia 25, às 14h, no pátio da ALMG.

Na oportunidade, a coordenadora do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, vai apresentar o resultado da reunião com a secretária Renata Vilhena, que acontece hoje, dia 24.

Esperamos que o governador Anastasia tenha tido bom senso - ele que cobrou bom senso dos professores - e tenha oferecido alguma proposta salarial concreta. Do contrário, vai ser difícil para a categoria voltar ao trabalho.

Amanhã também será um dia importante para traçarmos uma estratégia de luta caso o governo resolva contratar pessoas para substituir os trabalhadores em greve. Todos nós sabemos que não existem profissionais no mercado para substituir os mais de 100 mil educadores em greve. Ainda mais para ganhar esta mixaria que o governo de Minas nos paga.

Mesmo assim, é importante estarmos atentos para não permitirmos o enfraquecimento do nosso movimento, até que o governo ceda e pague um salário mais justo.

Os mineiros estão saturados das mentiras do governo, que a cada momento cria uma desculpa nova para não pagar o piso ou algo próximo do piso. Além disso, o governo até agora não ofereceu nenhuma proposta concreta, só desculpas e enrolação.

Os educadores esperaram pacientemente durante os dois mandatos do governo Aécio-Anastasia e receberam em troca descaso, humilhação e arrocho salarial. Agora, no final do mandato, eperava-se um último e único gesto de sensibilidade deste governo para com a Educação e a valorização dos educadores. Mas, parece que até isso está difícil.

Por isso, sem proposta concreta de aumento de salário, a greve vai continuar e deve ganhar mais força ainda.

Até a nossa vitória, companheiros/companheiras!

Na propaganda, governo diz que ninguém recebe piso menor que R$ 935


É assim que Minas Avança. Na propaganda com atrizes globais. Mas, no salário dos educadores...

Vou iniciar o texto com um e-mail que recebi da colega professora Patrícia, que transcrevo a seguir, para depois comentar:

"Escutei, hoje pela manhã, uma reportagem na Jovem Pan tentando realmente jogar a população contra os educadores. Nela o governo afirma que não há nenhum educador que ganhe menos que cerca de R$900,00 mensais por 24 horas de trabalho semanais. Gostaria de saber quem são estes profissionais porque eu, Patrícia, professora de Biologia da Escola Estadual Machado de Assis, não recebo isto com quase 17 anos de magistério. Estou indignada com a forma desrespeitosa que o governo vem tratando uma questão que, como ele mesmo insiste em afirmar, é crucial para a população. Basta de manipulação! Começamos e vamos até o fim! "

É isso mesmo, Patrícia. A manipulação acontece a todo momento. Primeiro o governo finge que não sabe a diferença entre piso e teto. Já demos uma aula interdisciplinar sobre esta matéria aqui no blog, mas o governo tem dificuldade para aprender. E acha que todo mundo é igual a ele. Quando falamos em governo, claro que estamos nos referindo aos ocupantes eventuais do alto escalão do Palácio que dizem ser da Liberdade.

De maneira alguma o governo paga o piso de R$ 935,00 para os professores. Paga teto, que aliás, até este mês foi de R$ 850,00 e não R$ 935,00 como vem divulgando em matéria paga nas rádios e TVs. O piso mesmo, como sabemos, é aquele valor sobre o qual incidem as gratificações como biênio, quinquênio, pó-de-giz, etc, que os profissionais conquistam ao longo da carreira. Este piso é de R$ 369,00 para um professor com ensino médio e R$ 550,00 (já com o reajuste de 10%) para um professor com curso superior. Ou seja, um salário mínimo!


O governo Aécio-Anastasia deveria ter vergonha de dizer que paga o piso de R$ 935,00 para todos os professores. Primeiro porque não paga este valor como piso, mas como teto. Segundo, porque mesmo como piso, se o fosse, assim mesmo já seria uma vergonha para um estado como Minas Gerais.

E eles ainda se dizem preocupados com as crianças que estariam perdendo aulas e merenda. Deveriam é pagar um salário mais justo e investir mais na Educação pública.

A CNTE precisa dar mais apoio à greve dos educadores de Minas



Estamos em greve há 46 dias e chama a atenção a omissão da CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores -, em relação aos ataques que o sindicato e os educadores vêm sofrendo em Minas.

Houve apenas um momento em que a CNTE se manifestou, divulgando nota pública em que criticou o governo de Minas por este ter lançado mão de forma leviana de dados da CNTE para tentar justificar a política salarial de fome que se pratica em Minas.

Mas, foi só. A nossa greve já sofreu todo tipo de agressão e retaliação, seja da mídia, da justiça (que justiça!), inclusive colocando em risco um direito constitucional, que é o direito de greve e que atinge aos servidores da Educação de todo o Brasil. A CNTE se manteve em silêncio. Por que será?

Na questão do piso, tenho observado que a CNTE faz muito barulho junto ao MEC e a alguns deputados e senadores. Claro que isso é importante, mas deveria estar mobilizando os sindicatos filiados para que todo o Brasil se levantasse ante a sacanagem que alguns governadores fizeram ao impetrar uma ADIN contra a Lei do Piso. Mais sacana ainda tem sido o STF, que deu uma liminar em favor dos governadores inimigos da Educação pública e depois engavetou a matéria, não julgando o mérito.

Deveria a CNTE estar incentivando os sindicatos filiados a organizarem grandes mobilizações de massa, inclusive com caravanas semanais para Brasília, para pressionar o STF e o Congresso Nacional. É em função dessa situação mal resolvida, que envolve o Congresso e a Justiça, que governadores como o de Minas Gerais e outros, não praticam o que está escrito na Lei do Piso. Esta Lei (11.738/2008) manda pagar pelo menos o valor reajustado proporcional do piso (sem penduricalhos) a partir de janeiro de 2010. Isso não é feito em Minas.

Mas, este é um país onde as leis só funcionam quando beneficiam os de cima. Nós, trabalhadores, se quisermos garantir o cumprimento das leis já existentes em nosso favor temos que ir para as ruas, fazer greves e manifestações. Era isso que a CNTE deveria estar organizando com mais força.

Ao visitar o site eletrônico da CNTE não vemos nem uma linha sequer na página de abertura sobre o nosso movimento, que já se tornou talvez o mais importante do país. Na parte interna do referido site, no Quadro de Greves, o último registro feito pela CNTE sobre a greve em Minas foi do dia 27 de abril de 2010, portanto, há quase um mes!

Mesmo que a CNTE esteja apoiando com uma nota pública ou até realizando algum tipo de apoio nos bastidores, isso é muito pouco para uma entidade que se diz representante dos educadores de todo o Brasil e a qual o Sind-UTE é filiado.

Se a CNTE realmente deseja que se "faça valer a lei do piso" ela precisa fazer mais do que isso. Por exemplo: denunciar o que acontece em Minas, chamar a atenção do Brasil para a campanha midiática do governo contra os educadores, bem como tornar pública nacionalmente a política salarial de fome praticada pelo governo Aécio-Anastasia.

Fica registrada, portanto, esta crítica à CNTE, que está bem omissa em relação à greve dos educadores de Minas. Até quando?

Link da CNTE

Conheça aqui a Lei do Piso salarial profissional do Magistério

O que a mídia publica e o que deixa de fora


Todos nós, mineiros, já sabemos que a grande mídia está amordaçada por um enorme colar de metais que jorram sem cessar no bolso de alguns proprietários dessa mídia. Isso já não é novidade. E é claro que temos jornalistas sérios, que, apesar do cerco imposto por este governo, conseguem cavar pequenos espaços e praticam o bom jornalismo, que abre espaço igual para todas as partes e não mentem descardamente para a população.

Entre os jornais que mais omitem os fatos em relação à nossa greve está o jornal Estado de Minas, que seguramente vai pagar um preço altíssimo por isso: o da falta da credibilidade, coisa que dinheiro nenhum conseguirá cobrir.

Já o jornal O Tempo tem dado uma razoável cobertura para a greve, embora é nítida a diferença entre o espaço generoso que dá ao governo e o minguado espaço que oferece ao sindicato.

Na edição de hoje, o jornal O Tempo publicou alguns comentários que foram feitos no site do jornal. Mas, deixou de publicar os textos completos. Quem sabe por falta de espaços? Por isso, vamos ajudá-lo, publicando aqui no blog o que ele publicou no jornal impresso e o que deixou de publicar. Vamos lá:

No jornal impresso (JI):

"Em 2002, eu recebia o equivalente a três salários mínimos. Hoje, recebo R$500,48, menos que um salário. Minas Avança?
Júlia Leite
Belo Horizonte

No site de O tempo (original):

"Júlia Leite
Belo Horizonte
Vejam bem, em 2002 quando Aécio assumui eu recebia o equivalente a 3(três) salários mínimos. Hoje recebo R$500,48 menos que um 1(hum) salário. Minas Avança? E o choque de gestão????? Foi no bolso do funcionalismo público."
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JI: "Minas avança. Avança tão forte que esqueceu que há um povo sábio, que está calado há muito tempo e agora começou a falar".
Adriana
Vespasiano

Original: Adriana
Vespasiano
"Não adianta o goveno fazer papel de bonzinho, reunir, reunir e não apresentar a proposta para a maior reivindicação: mudança nas tabelas salariais. E, mesmo assim, depois de fazer uma proposta, seja ela qual for, a assembleia é que decidirá pelo sim ou pelo não. Por isto, acho difícil esta greve terminar 3a feira. Outro ponto, é preciso divulgar a tabela salarial, com abonos e outras vantagens, dos secretários, adjuntos e outros altos cargos do governo de Minas. Por que D. Renata e D. Vanessa não mostram seus demonstrativos??? Além disso, Minas investe alto em propaganda. Regina Casé e outros globais estão aí, para iludir o mineiro sem estudo, por isto educação não é e nunca será prioridade. Também pergunto, para que investir no educador se, apenas com determinações, é possível promover ao ano de escolaridade seguinte os alunos retidos, mesmo que isto seja realizado em abril. Minas avança. Avança tão forte que esqueceu que há um povo sábio, que está calado há muito tempo e agora começou a falar."
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JI: "Não concordo com essa greve pois o outro lado é colocado em segundo plano. Em especial os alunos, que se quiserem que esperem, e percam o ano letivo e suas férias. Contratação já"!
Marcelo
Conselheiro Lafaiete

Original: marcelo
Cons Lafaiete
"Não concordo com essa greve pois, o outro lado é colocado em 2º plano, em especial os alunos, que se quiserem que esperem e percam o ano letivo e suas férias que é de direito. Greve fajuta!! Contratação já!!!!!"
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JI: "Vocês têm todo o direito de lutar, mas sou estudante da rede estadual e estou ficando prejudicada..."
Mykaelle
Ipatinga

Original: Mykaelle
Ipatinga
"Vocês têm todo o direito de lutar pelo direito de vocês, eu sou estudante da rede estadual e estou ficando bastante prejudicada por estar sem aula... Mas eu sei que é um direito seus! Se tiver jeito só quero saber se vocês têm alguma previsão de volta ?!"

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Link da matéria original de O Tempo - clique aqui