quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Um 2015 com lutas e conquistas para todos... os de baixo



Atualização em 09/01/2015: Piso dos educadores é reajustado em 13%... Mas, não em Minas, outro país: A presidenta Dilma e o novo ministro da Educação deram reajuste de 13% no piso salarial dos profissionais do magistério para 2015, que passou para R$ 1.917,00. Ainda é pouco, mas o índice foi o dobro da inflação de 2014. Isso para uma jornada de até 40h, para o profissional com formação em ensino médio. Se Anastasia e Aécio não tivessem destruído a carreira dos educadores de Minas, este reajuste seria muito bem vindo. Vejamos. Mesmo aplicando a proporcionalidade para a jornada de trabalho de 24h, um professor com formação em ensino médio e início de carreira teria direito a um salário de R$ 1.150,00. Como a grande maioria dos professores tem curso superior, pelo antigo plano de carreira, destruído pelos tucanos, o salário inicial seria de R$ 1.712,00. Isto somente como valor do vencimento básico. Sobre este valor inicial seriam aplicadas as gratificações, como quinquênios e biênios, além das progressões (3%  a cada dois anos). Muito provavelmente, um professor que tivesse entre 10 e 15 anos de carreira receberia, por um cargo apenas, entre R$ 2.400,00 e 3.500,00. Mas, pela regra atual, do subsídio, o governo pode até alegar que já paga o piso, como faziam os tucanos, cinicamente, e ainda diziam que pagavam até mais que o piso. Isto depois de haver burlado descaradamente a Lei do Piso, nas barbas de um ministério público omisso e de um legislativo totalmente conivente com o golpe contra os educadores. E uma mídia absolutamente comprada. Espera-se, a partir de agora, que o novo governo dê início a um processo de valorização dos educadores. Na minha opinião pessoal, uma medida saneadora e a curto prazo, seria aplicar o reajuste de 13% nos valores atuais dos subsídios. Mas, a médio prazo, a maior conquista seria restabelecer um vencimento básico decente (talvez o valor do piso nacional cheio) e os percentuais da antiga tabela - 22% para cada promoção na carreira e 3% para cada progressão, reajustes que o governo tucano tirou apenas dos educadores. Já seria uma grande conquista para os próximos anos.

P.S.: A notícia publicada no jornal O Tempo, neste link aqui, mostra que o governador Pimentel está disposto a negociar melhores condições para os educadores de Minas. E que o compromisso de pagar o piso, feito em campanha, permanece de pé. Vamos acompanhar e cobrar, mas sem esse discurso de oposição tucana derrotada, que torce para que tudo dê errado.

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Um 2015 com lutas e conquistas para todos... os de baixo

Nas últimas horas de 2014, não pretendemos aqui fazer um balanço geral do ano que se encerra. Soa meio pretensioso, até, querer resumir 365 dias num único texto, ainda mais considerando as diferentes realidades de cada pessoa, de cada grupo, de cada estado, de cada país, enfim. Mas, alguns acontecimentos marcaram mais fortemente o ano de 2014. Vamos conferir?

O ano começou – quase como os contos infantis, rs: “Era uma vez, tudo começou assim...” - mas, dizia, o ano começou com a ressaca das grandes mobilizações de junho de 2013. Dois acontecimentos marcantes estavam previstos para 2014: a Copa do Mundo e as eleições para os governos estaduais, deputados, senadores e sobretudo para a presidência da República.

As elites brasileiras se prepararam para transformar estes dois acontecimentos num só. Usando a sua mídia golpista, era para dar tudo errado na Copa do Mundo, para que a população chegasse às eleições disposta a eleger qualquer tirano que se apresentasse como salvador da Pátria – desde que expulsasse o PT do governo.

Além disso, era para a economia ter dado tudo errado: a inflação tinha que ultrapassar os 10%, o desemprego tinha que aumentar, os salários tinham que parecer defasados com a inflação em alta e o Brasil tinha que ter a cara do discurso da mídia: um fiasco total.

Se alguém tivesse tido o trabalho de gravar as previsões de economia de Rita Mundim da Itatiaia, de Carlos Viana também  da Itatiaia, da Urubóloga da TV Globo também conhecida como Miriam Leitão, ou dos colonistas – assim mesmo C-O-L-O-N-I-S-T-A-S  como: Merval Pereira, Willian Waack, Arnaldo Jabor, Alexandre Garcia, Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, entre tantos outros, veria que o Brasil acabou. Fechou para balanço. Na previsão da mídia golpista brasileira, há 12 anos que o Brasil encontra-se no abismo.

O problema é que os números
reais não batem com a previsões catastróficas dessa mídia. O desemprego tem sido mantido nos mais baixos índices do mundo; o salário mínimo tem tido aumentos reais – alô mídia, para 2015 o salário mínimo será de R$ 788, com reajuste acima, portanto, da inflação! –, os programas sociais retiraram milhões de pessoas da miséria e da fome; as políticas públicas possibilitaram que milhões de pessoas tivessem acesso à casa própria, ao sistema de saúde, aos cursos superiores e ao ensino técnico. Claro que precisa melhorar mais e mais em todas as áreas, mas, o Brasil está muito longe de ser o desastre anunciado a cada minuto por jornalistas muito bem pagos para detonar o país e os interesses da maioria da população.

Portanto, na agenda das elites
, a Copa tinha que ter sido um fiasco. Não foi. Foi um sucesso em termos de organização e de apoio da população, que apesar do bombardeio midiático, soube separar o que é política e o que é esporte. O único fiasco foi a Seleção Brasileira, que perdeu de 7 a 1 para a Alemanha, mas aí por culpa dos esquemas mafiosos que existem no futebol brasileiro – e dos quais a mídia se beneficia largamente. O Brasil deve ser o único país do mundo que muda os horários dos jogos por causa das novelas de uma TV.

A elite esperava
que houvessem novas manifestações de rua durante a Copa do Mundo, como acontecera em junho de 2013. Contudo, o cenário já era outro. Em parte, porque o governo federal teve uma atitude de diálogo com lideranças das manifestações. Foi desse diálogo que nasceu o programa Mais Médicos. Além disso, os manifestantes traziam demandas muito diferenciadas, e muitas delas estavam ligadas aos problemas regionais. Problemas de segurança, de saúde pública, de moradia, de mobilidade urbana, denúncias de corrupção, que a mídia tentou colocar tudo na conta do governo federal. Não colou. O povo não é idiota.

Em 2014 as manifestações
não se repetiram. Ficou evidente que o legítimo movimento, nas tintas da mídia, tinha ganhado ares de manipulação golpista de direita. Mesmo havendo a participação da esquerda, era evidente que a aposta das elites era a de criar um país fragmentado, dividido e pedindo socorro a qualquer um. Foi num clima de aparente desastre e fragmentação interna que os países do Oriente Médio e da África (alguns) foram praticamente reduzidos a pó. Com o apoio da CIA, da OTAN, de mercenários e de grupos de rapina do Ocidente, que querem isso mesmo, que os povos dos países ditos emergentes vivam em guerra interna, para que elas, as elites dos países ricos, com seus aliados colonizados de cada país neocolônia, continuem usufruindo das nossas riquezas humanas e materiais.

Se dependesse da mídia
brasileira, o Brasil já teria se tornado uma colônia dos EUA, assim como acontece hoje com o México, “tão longe de Deus e tão perto dos EUA”. Se dependesse do tucanato, que representa a direita, e de sua mídia, herdeira dos piores interesses, o Brasil já teria privatizado tudo e colocado os trabalhadores brasileiros como escravos assalariados, sem direito algum, a não ser o de trabalhar para enriquecer alguns poucos, e de morrer, claro.

Felizmente, o Brasil
com o governo Dilma e com a capacidade crítica da maioria do nosso povo, continuou avançando nas políticas sociais, sem cortar os direitos trabalhistas fundamentais: férias, 13º salário, direito à aposentadoria, direito à greve e a aumentos reais de salários, direito à jornada de trabalho de 8h – podendo reduzir, com luta, claro -, direito, enfim, a sonhar com um mundo diferente, mais igual, menos voltado para o egoísmo consumista próprio do capitalismo.

Isto significa
que estamos no paraíso? Claro que não. Há muito o que conquistar. O Brasil continua sendo um dos países mais desiguais em matéria de distribuição de renda. A Educação pública e a saúde precisam melhorar. As políticas voltadas para a mobilidade urbana precisam mudar radicalmente, com foco num transporte público de qualidade e barato. Mas, apesar desses e de outros problemas, houve grandes avanços, como já dissemos antes aqui. Nos limites do capital, é difícil sonhar com o paraíso.

Os governos do PT pecam terrivelmente pela incapacidade de se comunicar diretamente com a população brasileira. A mídia golpista nada de braçada durante o ano todo, pois não existe contraponto às baboseiras que eles dizem. A não ser através da Internet, em blogs como este e outros tantos, onde demarcamos o terreno e procuramos apresentar outras versões para os fatos que se apresentam ou que são apresentados como verdades absolutas.

Como a Copa deu certo, e tudo indicava que Dilma seria facilmente reeleita, as elites já tinham nas mangas das mãos e dos pés uma nova cartada. Ou mais de uma. Ou a combinação de várias. Mal começou o processo eleitoral, e a Globo lançou uma novela das 9h da noite. Uma novela que poderia ter sido intitulada desde o começo assim: “Eles sabiam...”. Mas, a Globo preferiu manter o suspense, com capítulos da novela de horror sendo exibidos a cada dia com uma nova revelação seletiva – sempre contra o PT, Dilma e Lula. Começava ali a chamada Operação Lava Jato, pronta para transformar a principal empresa do país, símbolo da resistência, da nacionalidade e da luta de muitas gerações, em foco de corrupções e bandalheiras.

Ardilosamente, a mídia brasileira detonou a Petrobras como se tudo ali fosse um antro de bandidos. Na prática sabemos que o que aconteceu na Petrobras, e que vem de longe, de longa data, é a reprodução das práticas corriqueiras da grande maioria das empresas e dos governos brasileiros, de todas as esferas. O suborno, o superfaturamento, a corrupção estão presentes no nosso dia a dia, infelizmente. E já começa com a forma privatizada de financiamento das campanhas eleitorais. Para fazer uma obra, a empresa privada tem que garantir o caixa dois que financiará os políticos que intermediaram aquela obra. E aí aparecem os diretores, os técnicos mais envolvidos, o aparato policial e judicial, enfim, há muita gente envolvida em milhares de esquemas ilícitos em todo o país, de cima a baixo.

Corrigir toda essa podridão
leva tempo. É preciso mudar a cultura de um país. É preciso mudar sobretudo essa desigualdade social, que está na raiz das práticas do levar vantagem, do tirar proveito, do aceitar o suborno, enfim, coisas que têm a ver com a ética, com a moral, mas que têm também uma raiz social. Nada disso tem a ver com o nosso povo ou com qualquer outro povo. Tem a ver com o sistema capitalista, egoísta, parasitário, que estimula a esperteza, a safadeza, e pune os honestos. Quem é  honesto no nosso mundo geralmente é punido. Quem é esperto, costuma se “dar bem”, segundo a ótica capitalista. É isso que queremos para nós e para nossos irmãos e filhos e netos e sobrinhos?

Mas, a mídia não está
preocupada com as futuras gerações. Eles pensam somente neles e nos seus (deles). E por isso eles vivem dizendo que vão se mudar para Miami. Ora, façam-nos este favor! Mudem-se para Miami, ou para Paris ou para a P.Q.P – com o perdão dos nossos poucos e civilizados leitores. O ex-cantor Lobão, por exemplo, fez essa ameaça e depois das eleições, com a vitória da Dilma, desistiu e ficou aí desfilando em SP e pedindo o Impeachment da nossa presidenta. Nada mais ridículo. Até Aécio, que teria marcado um ato de protesto em SP, se deu conta do ridículo e preferiu curtir as praias de Santa Catarina. Este ambiente de festas, praias, noitadas, é literalmente a praia dele.

Assim, chegamos ao final de 2014 com as seguintes definições: Copa do Mundo bem organizada, Dilma reeleita, apesar de Marina Silva, morte de Eduardo Campos (outra novela da Globo), escândalo da Petrobras, capas da Veja; e, o mais importante para Minas: os tucanos derrotados nas terras de Tiradentes, Drummond e Guimarães Rosa. Enquanto isso, a mídia continua desejando o fim do mundo para o país. Incluindo a privatização da Petrobras e do pré-sal, que é o sonho da mídia e da elite que ela representa. Ou seja: muita coisa boa e essa coisa negativa que é a mídia golpista, desagregadora do nosso povo. Construir uma outra mídia deveria ser o principal sonho de TODOS o brasileiros, pois esta mídia que está aí tem sido a principal causa de todos os problemas do Brasil – da violência   cotidiana às crises setoriais e acredito que até pessoais. Muita gente se deprime só de ouvir essa mídia. Muitos empresários, depois de ouvirem os comentários dessa mídia, simplesmente desistem de investir aqui. Ora, quem quer investir num país que a mídia diz que está cada vez pior, que tudo vai dar errado, que já estamos no abismo e só mostra coisas negativas?

E olha que os índices reais – não aqueles apontados pelos urubólogos da mídia – estão muito bem, obrigado. O desemprego em baixa, a inflação está sob controle, os salários não estão congelados – a não ser os dos educadores de Minas, graças ao choque de gestão tucano. Temos fortes reservas em dólares e grande capacidade de investimentos, além das nossas enormes riquezas humanas e minerais.

E a mídia é muito cara de pau para falar em crise, pois ela tem recebido, de todos os governos, inclusive o federal, a maior BOLSA-MÍDIA do país. Só o governo federal e suas estatais repassam mais de R$ 1 bilhão por ano em publicidade para sustentar uma mídia que ataca o Brasil e o povo brasileiro todos os dias. Em Minas, no apagar das luzes, o governo tucano liberou parcialmente os gastos com publicidade nos últimos 12 anos – em números atualizados daria em torno de meio bilhão de reais, pelo menos, excluídos os gastos da Copasa, Cemig e outros. Os maiores beneficiários desses gastos publicitários foram: a TV Globo, claro, a Rádio Itatiaia, claro, também, e o jornal Estado de Minas, obviamente, mais do que claro. A diferença é que, no plano federal,  a mídia recebe publicidade e maltrata o governo que lhe paga. Esta mídia deveria assumir que o governo federal do PT é o mais democrático do mundo, pois apanha calado, sem reação, e ainda paga para isso. Já em Minas e SP com os tucanos é totalmente diferente. Eles pagam caro, com o nosso dinheiro, mas exigem uma fidelidade canina por parte da mídia. Que segue essa exigência de bom grado, já que seus proprietários e diretores e editores, na sua maioria, pelo menos, comungam com os ideais neoliberais dos tucanos. Além do golpismo, que está no DNA da mídia brasileira, apoiadora do golpe de 1964, e omissa em relação às práticas lesivas aos interesses da população brasileira naquele período.

Enfim, desejamos aos nossos queridos e queridas leitores um 2015 com muitas conquistas e muitas lutas. Especialmente para os de baixo. Não toquei em temas internacionais, mas posso adiantar que o cenário não é dos melhores. Contudo, a humanidade dos de baixo está viva, e pronta para resistir, para lutar e buscar novos caminhos para o mundo. No Brasil e na América Latina, pelo menos, as forças progressistas têm obtido conquistas importantes. Apesar do crescimento da direita golpista no Brasil e na região, é fato que houve um período de muitas conquistas sociais graças aos governos mais ligados aos movimentos sociais e às demandas sociais.

Que em 2015 os de baixo se organizem mais e melhor para conquistar seus (nossos) direitos. E que possamos construir uma outra mídia, independente, popular e de esquerda. E que os educadores de Minas obtenham importantes conquistas salariais e na carreira, já que o novo governo estadual assumiu compromissos com a categoria durante as eleições. E que o governo Dilma cumpra também as linhas gerais do seu programa. Nada de pessimismo antecipado, pessoal. O jogo a partir de 2015 ainda nem começou e já tem gente cantando derrota. É gostar de sofrer. É ser tão masoquista quanto a mídia que intoxica a mente dos brasileiros. Nós somos otimistas. E acreditamos que haverá sim muitas conquistas nos próximos anos, e não podemos achar que tudo se resolverá de uma hora para outra, no primeiro dia do ano.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Uma outra mídia é possível... em Minas, e no Brasil



Atualização em 28/12 - domingo: Ministros da Dilma - Muita gente ficou surpresa com o novo ministério da presidenta Dilma. Confesso que eu não. Porque não esperava que ela colocasse nos ministérios uma equipe completa de esquerda. Dilma foi eleita com um amplo leque de apoios, que vai da esquerda até setores da direita fisiológica. Ela não tem maioria no Congresso Nacional, a não ser quando negocia ministérios e favores e verbas parlamentares para obras. Isso faz parte do jogo democrático, ou da democracia limitada que nós, brasileiros e brasileiras, conseguimos construir até agora. Além disso, Dilma está sob forte pressão no congresso e sobretudo da mídia golpista, que não se cansa de tentar privatizar a Petrobras e envolver a presidenta Dilma e Lula no chamado escândalo da Petrobras. Escândalo que, como dissemos, precisa ser apurado até as últimas consequências, e não apenas quando respinga em políticos do PT. Mas, voltando ao ministério. Considero que Dilma tenha montado este primeiro ministério para enfrentar a crise interna no Brasil - a mídia - o principal causa da crise -, os golpistas no congresso, na PF, na Justiça, enfim, é um ministério político para garantir a chamada governabilidade. E a partir daí é que deve estar concentrada a nossa preocupação: quais serão as linhas gerais da política do novo mandato Dilma? Se cumprir os compromissos de campanha, investindo mais em Educação pública, em Saúde, na manutenção e fortalecimento dos programas sociais, na não privatização da Petrobras, no conteúdo nacional e social do pré-sal, e no início de uma regulamentação da mídia - para que seja democratizada - e nos aumentos reais do salário mínimo, tudo bem. Terá o apoio crítico de parcelas crescentes da população. Ministros de estado obedecem ordens e seguirão às determinações da presidenta Dilma.

Frente de esquerda - Já se fala muito na formação de uma frente de esquerda para enfrentar a direita golpista. Esta frente reuniria diversos partidos de esquerda e movimentos sociais, sindicais e estudantis. Seria uma boa iniciativa para reocupar as mobilizações de rua, que ultimamente têm sido ocupadas por bandos de neofascistas, saudosistas da ditadura. A rua é do povo, e especialmente dos de baixo, que transitam nela à pé e de ônibus diariamente. Essa elite privilegiada que resolveu marchar por alguns minutos pelas ruas é um corpo estranho. Claro que eles têm direito também de irem para as ruas. Mas, as ruas são do povão, não tenhamos dúvida disso. E é preciso que os de baixo não se deixem manipular pelo discurso enganoso da direita golpista e de sua mídia. A direita só tem um discurso: contra a corrupção, embora seja a mais corrupta de todos. O problema é que eles controlam os meios de comunicação e com isso abafam todos os casos dos escândalos envolvendo os tucanos, desde a privataria tucana, que teve o apoio da mídia, e que foi a maior entrega de patrimônio público para os interesses privados. A corrupção na Petrobras é um pingo no Oceano se comparada com o que o país perdeu com a privataria tucana. Empresas como a Vale do Rio Doce, CSN, rede ferroviária nacional, entre outras, que valiam juntas centenas de bilhões de reais foram praticamente doadas para grupos privados nacionais e estrangeiros. E a mídia se calou e se cala até os dias atuais. E o que dizer do Trensalão tucano de SP? E do mensalão tucano de Minas, anterior ao chamado mensalão do PT, o qual não se provou haver nenhum centavo de dinheiro público, ao contrário do mensalão tucano de Minas? Mas, isso a mídia não diz nada, pois os tucanos são inimputáveis. Pausa para o café da manhã. Daqui a pouco escrevo algumas linhas sobre o novo governo de Minas.

Governo de Minas - A vitória de Pimentel em Minas, derrotando os tucanos, teve um simbolismo todo especial. Agora é preciso acompanhar e cobrar os compromissos de campanha, especialmente com os educadores de Minas, que foram maltratados pelos tucanos. Mas, não se deve cobrar com irresponsabilidade. Quando leio em alguns comentários que algumas pessoas já estão contra o governador antes mesmo dele tomar posse, percebo que aí não se trata de educadores, mas de pessoas ligadas aos tucanos, que ainda estão ressentidas com a derrota nas urnas. Calma, pessoal. Deixa o Pimentel tomar posse primeiro, fazer um levantamento das contas - na verdade deveria fazer uma auditoria - e em seguida apresentar suas diretrizes políticas para os quatro anos de governo. Isto sem falar que os tucanos e sua base de apoio na assembleia legislativa estão deixando o governo de cofres vazios e sem sequer aprovar o orçamento do estado para o ano de 2015. Como consequência disso, Pimentel terá que governar o primeiro ano do seu mandato com limitações orçamentárias e legais. Claro que se espera que ele estabeleça um novo diálogo com  os profissionais da Educação, e que assuma metas claras visando restabelecer direitos e conquistas em relação à carreira dos educadores, às condições de trabalho e aos salários, principalmente, que estão defasadíssimos. É vergonho um professor com 15 anos de casa continuar ganhando de salário bruto em torno de dois salários mínimos. No município de BH, um professor com este tempo de carreira e com um cargo apenas - e jornada de 22h30 - não ganha menos que R$ 3 mil reais. Então é preciso que haja uma revisão geral nas carreiras dos educadores e substancial melhoria salarial. Não acho que isso acontecerá no primeiro ano do mandato de Pimentel - pode e deve ser um ano de conquistas para os próximos anos. Mas, é preciso que pelo menos ocorra a correção salarial este ano de acordo com a inflação. Se houver conquistas substanciais na carreira e nos salários para os próximos anos a categoria terá motivos para comemorar. Além da comemoração que já ocorreu com a derrota dos tucanos. Fora dessa perspectiva me parece demagogia, ainda que todos tenham a liberdade de querer o céu. Para quem passou 12 anos de arrocho salarial durante os governos tucanos, esperar um pouco mais, claro que com luta e com conquistas reais, não será tão doloroso assim. Finalmente, caso se perceba que o governo tenha o mesmo comportamento dos tucanos, aí só restará uma nova luta para derrubá-lo. Simples assim. Mas, nada de antecipar essa luta sem nem mesmo dar a chance ao novo governo de mostrar a que veio. 




O grande cantor cubano Pablo Milanés

Atualizações em 20/12 - sábado: CUBA - Finalmente o decadente império norte-americano resolveu reatar relações com Cuba, após anos de criminoso isolamento. Os coxinhas brasileiros adoram citar Cuba como se fosse uma terrível ditadura, que massacra o seu próprio povo. Nada mais falso. Cuba é um país pobre, com cerca de 11 milhões de habitantes, mas cujo povo, sob a liderança de Fidel, Che e outros, conseguiu a proeza de transformar uma ilha que funcionava como balneário dos ricaços norte-americanos em uma nação com mais igualdade e justiça social. Enquanto os países ricos exportam guerra, tanques, destruição, inclusive econômica, Cuba exporta médicos para o mundo inteiro. Há muito que Cuba exterminou com a fome, a miséria, o analfabetismo em seu país. Claro que tem seus problemas internos - quem não os tem? A nossa presidenta Dilma foi muito criticada por ter financiado, com dinheiro do BNDES, o porto de Mariel em Cuba. Foi um ótimo negócio para o Brasil e para Cuba. Cuba ganhou um porto, que é estratégico para eles. O Brasil fortaleceu os laços com o país latino-americano e ganhou milhares de empregos. A mão de obra usada para construir o porto foi quase toda brasileira. As matérias primas e equipamentos, quase todos da indústria brasileira. O empréstimo feito para as empresas que construíram o porto terá que ser pago normalmente, como acontece com qualquer empréstimo bancário. Foi um ótimo negócio para o Brasil. Se os EUA pudessem teriam feito o mesmo, e os coxinhas daqui iam aplaudir, porque têm complexo de vira-lata colonizados. Adoram elogiar tudo o que os EUA e  os países ricos da Europa fazem e criticam tudo o que o Brasil e os vizinhos latino-americanos realizam.

UNASUL - Por falar nisso, nossa mídia também vira-lata e colonizada não deu o menor destaque para o encontro entre os presidentes dos países da América do Sul em Quito, capital do Equador. Houve avanços significativos, inclusive aqueles voltados para fortalecer as democracias na América Latina, e criar uma escola para a área da defesa, substituindo a escola criada pelos EUA para treinar oficiais na cartilha do golpe e do neofascismo. A implantação da cidadania sul-americana, que garantirá o direito a qualquer cidadão de livre trânsito, e trabalho, e estudos, em todos os países da região, foi outro importante passo. Viva a América Latina. A mídia colonizada brasileira não deu também a menor bola para o encontro dos BRICS aqui no Brasil, que criou um banco internacional. Quando os EUA e países ricos da Europa dão uma declaraçãozinha qualquer a mídia daqui reproduz o dia inteiro nos noticiários. Êta povo colonizado, gente, essa elite brasileira! Eles trabalham contra o Brasil e só sabem falar em crise interna, que o país está quebrando, que a inflação vai disparar, que o mundo vai acabar. Êta povo mau agourento, o dessa mídia serviçal das elites colonizadas. Mas, enquanto isso, engulam, senhores: a inflação de 2014 ficou dentro da meta prevista pelo governo; o desemprego, abaixo dos 5%, o que caracteriza pleno emprego. Isto apesar da violenta crise internacional e do bombardeio midiático seletivo em torno da questão do escândalo da Petrobras.

DIPLOMAÇÃO - E não é que até hoje os tucanos não aceitaram a derrota nas urnas tanto no Brasil quanto em Minas? Tentaram que tentaram impedir a diplomação da presidenta Dilma e do agora governador Pimentel. Não adiantou. A maioria da população já se pronunciou nas urnas, rompendo o cerco midiático que os tucanos detêm país afora, inclusive em Minas. Viva o povo brasileiro, que não se ajoelhou perante o terrorismo chantagista da mídia golpista e votou pela continuidade de mudanças sociais, no plano federal, e por mudanças profundas no plano estadual. É hora agora dos novos eleitos tomarem posse, governarem e cumprirem o que prometeram.

MINAS - Um dos compromissos de campanha de Pimentel é com os educadores de Minas. Claro que ele não fará mágica, e não adianta cobrarem que ele devolva tudo o que foi retirado e corrija todos os problemas acumulados em 12 anos num passe de mágica. O importante é que haja clara sinalização do que se pretende fazer. A abertura de canais de comunicação, por exemplo, será um passo importante. E depois, dar respostas claras aos muitos problemas criados na área durante a gestão tucana. Vou enumerar alguns: a) a devolução da carreira destruída, b) o pagamento do piso salarial nacional, c) o restabelecimento de critérios que valorizem os servidores de carreira, d) o estudo, com carinho e atenção, da situação dos servidores contratados mais antigos, e que não podem ser jogados na rua, e) a real democratização na educação pública, sem a prática de perseguição, de mandonismo de cima para baixo, e estabelecendo mecanismos institucionais de diálogo permanente. Pimentel vai pegar um pepino, um estado quebrado, a verdade é essa. Mas, com boa vontade, com diretrizes políticas corretas, e com uma ajudazinha da presidenta Dilma, acho que será possível construir um bom governo para o bem de Minas Gerais. Vamos torcer para que seja assim. E cobrar também, claro, sem esse tipo de cobrança vazia, do tipo "ah, é tudo a mesma coisa", que isso não contribui com nada.


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Uma outra mídia é possível... em Minas, e no Brasil

Terminadas as eleições, com a derrota acachapante de tucanos e linhas auxiliares – tipo Marina Silva e pastores de direita – é hora de recolocar uma questão central para a democracia brasileira: a construção de outra mídia.

Desde que a ditadura
civil-militar foi parcial e formalmente derrubada no Brasil em 1985, a democracia implantada vem sendo constantemente ameaçada. Uma das principais causas dessa ameça que paira sobre a nossa frágil democracia é o monopólio da mídia nas mãos de poucos grupos ou famílias comprometidas com o golpismo, com o neoliberalismo, com o imperialismo norte-americano e com tudo de ruim, em desfavor da grande maioria do nosso povo.

Não tenho o menor receio em dizer que o Brasil dos de baixo só não está melhor em função do bombardeio ideológico que a chamada grande imprensa submete o povo brasileiro. Basta ler as manchetes dos jornais e revistas, ou ouvir algum comentarista da Globo, da Band, da Itatiaia, do SBT, entre outros. Todos eles, com raríssimas exceções, estão ideologicamente ligados aos interesses das elites dominantes. Todos eles despejam diariamente notícias negativas sobre o Brasil e escondem os avanços, muitos deles importantes, como a redução da miséria, a retirada do Brasil do mapa da fome, entre outras.

Uma imprensa com este grau de concentração nas mãos de um grupo que é anti-povo não pode resultar em coisa boa. São milhares de notícias negativas sobre o Brasil, sobre os programas sociais, sobre as lutas sociais, sobre os movimentos sociais, todos eles criminalizados como se fossem bandidos. Até as questões essenciais, como a divisão do orçamento público dos governos, deixam de ser discutidas. Quanto se gasta com as políticas sociais e quanto se gasta com juros de pagamentos de dívidas públicas? Seria importante que a sociedade discutisse este tema, entre outros.

O governo federal, sob a liderança do PT, ainda que em aliança governamental com setores da direita fisiológica, tem sido vítima diária deste bombardeio da mídia golpista. Não se trata aqui de uma informação irresponsável da minha parte, não. Um minucioso estudo feito por pesquisadores da UERJ, que ficou conhecido como “Manchetômetro” (veja o link aqui), revelou, durante a campanha eleitoral, o altíssimo percentual de notícias e manchetes negativas contra o governo Dilma e contra o PT, enquanto os partidos e governos de oposição e seus candidatos eram poupados.

Claro que não precisaria de nenhum estudo científico para chegar ao mesmo resultado do Manchetômetro. Basta ouvir a Rádio Itatiaia, ou a Band News, ou a Rede Globo em quaisquer dos seus veículos (e são muitos) e será possível perceber a carga de ódio ideológico dos comentaristas contra o PT, contra a presidenta Dilma, contra Lula, contra os movimentos sociais, contra o povo brasileiro, enfim.

As raízes deste posicionamento ideológico de direita e neoliberal da mídia brasileira podem ser encontradas lá no golpe civil-militar de 1964. Praticamente toda a grande mídia – à exceção, na época, da TV Excelsior e do jornal Última Hora –, apoiou o golpe de 1964. A Rede Globo, por exemplo, se tornou o império que é atualmente graças ao golpe de 1964, ao qual apoiou, do qual se beneficiou e ao qual sobreviveu. A Folha de SP, da mesma forma, não só apoiou na linha editorial, como emprestou seus automóveis para a ação dos bandos de terroristas de estado travestidos de órgãos da repressão policial.

Mas, além deste vínculo
ideológico com a direita golpista, que durante 20 anos perseguiu, prendeu, torturou, exilou e executou centenas de cidadãos que se opuseram ao golpe e a seus desdobramentos, os  coronéis da mídia defendem também os seus interesses de classe, ligados aos de cima. Os donos da mídia do Brasil são grandes empresários, ricaços, que não têm qualquer compromisso com a história do povo brasileiro. Estão preocupados é com o faturamento de suas empresas de comunicação, como qualquer outro negócio, e sabem que este faturamento é sempre mais generoso quando se relacionam com governantes de direita e neoliberais. Não que os governos como os do PT também não sejam generosos com a mídia. Pelo contrário: Lula e Dilma nunca cortaram a bilionária bolsa-mídia que enche os cofres dos grandes meios de comunicação. O que aliás é uma grande falha, ou covardia, dos governos do PT.

Mas, os donos da mídia não se contentam com a generosidade publicitária dos governos do PT. Eles querem mais. Para eles, é um absurdo que se invista alguns bilhões de reais com bolsa família para os pobres, e com outros programas sociais. Este dinheiro, na visão da direita golpista brasileira, deveria ser usado para os projetos dos ricos, dos banqueiros, dos empreiteiros, entre outros.

Além disso, os donos da mídia – e os jornalistas que aparecem com destaque comungam com suas ideias, do contrário não seriam contratados por eles – são ligados aos interesses do capital mundial. Não é à toa que defendem a privatização de tudo, que são contrários à reserva de mercado para a frágil indústria local, que são a favor de uma política externa aliada aos EUA e aos países ricos da Europa. É uma mídia colonialista, que não saiu ainda do Brasil colônia, quando éramos apenas fornecedores de riquezas para os países ricos.

Quando o PT, com todos os seus equívocos e covardias e fraquezas, ainda assim desenvolveu uma política interna de fortalecimento do mercado nacional, com aumentos reais de salários e maiores investimentos em programas sociais, a mídia brasileira não o perdoou. No manual neoliberal, política de estado boa é aquela que combina choque de gestão, ajuste fiscal, superavit primário,  e controle da inflação baseado no arrocho salarial e no desemprego em massa. Foi este o receituário defendido por Aécio Neves com 100% de apoio da grande mídia brasileira.

No momento atual,
a mídia tenta quebrar a maior empresa estatal brasileira, a Petrobras. As práticas de corrupção e superfaturamento agora – vejam bem, somente agora, no governo Dilma – apuradas, denunciadas e com prisões de grandes empreiteiros, na verdade não são de agora. Sempre existiram. Aliás, são práticas comuns em todo o Brasil e em praticamente todas as obras públicas. Não sou louco ou irresponsável de afirmar que em 100% das obras licitadas ocorrem práticas de superfaturamento, caixa dois, corrupção, propina, etc. Não cometeria um erro desses. Mas, que é público e notório que na maioria das obras contratadas pelos governos das diversas esferas, dos diversos partidos, isto acontece já de longa data, ninguém pode negar.

Toda essa propaganda midiática sempre contra o governo Dilma e Lula não passa de mais uma covarde tentativa de desgastar o governo Dilma e de colocar nas costas de um partido político o peso de toda uma prática lesiva aos interesses públicos, que é realizada por praticamente todos os partidos, à exceção talvez do PSTU e do PSOL que não governam em nenhum estado, ainda. A corrupção no Brasil é um grande problema, sem dúvida. E é cultural, até. Ela existe não apenas por parte de agentes públicos, não. Ela  existe inclusive no nosso dia a dia, quando, de alguma forma, os cidadãos tentam levar vantagens para auferir ganhos ilícitos. Muita gente deixa de declarar corretamente o imposto de renda; outros apelam para o suborno do guarda da esquina; enfim, de muitas formas ocorrem práticas que não são as mais republicanas. A mídia brasileira, de maneira alguma tem autoridade moral para cobrar de qualquer governo uma postura decente. Ela compactou com a ditadura, ela compactua com práticas de corrupção e desvios da oposição golpista, ela blinda governos com os quais tem afinidade ideológica e de interesses de classe. Enfim, a mídia brasileira é golpista – haja vista o que ela apronta durante as campanhas eleitorais – e foi condescendente com práticas que hoje ela condena.

Vou dar um exemplo, no âmbito do caso Petrobras. A mídia pouco divulga que foi durante o governo FHC que se quebrou a regra comum ao serviço público da exigência de licitações para contratação de bens e serviços. Está certo que a quebra dessa regra em 1988 por FHC foi mantida por Lula e por Dilma, mas esta iniciativa, que está na raiz do atual escândalo na Petrobras, nasceu no governo FHC. O próprio ministério público reconhece que as denúncias feitas pelos delatores – que são bandidos confessos – vêm de longa data, anteriores aos anos dos governos do PT.

Não estou aqui defendendo nenhum partido em relação às práticas de superfaturamento e caixa dois. Quem errou, tem que pagar. Mas, é fato que estas práticas são antigas e estão ligadas ao sistema de financiamento de campanha eleitoral, que é caríssimo e requer dinheiro que os partidos não têm por fontes próprias e legais. Todos os candidatos mais fortes na corrida eleitoral receberam dinheiro das empreiteiras que agora estão denunciadas pelo escândalo na Petrobras. Foram doações legais, é o que consta. Embora seja dinheiro legal, contabilizado, fica claro que o sistema eleitoral brasileiro está sendo mantido com dinheiro superfaturado das obras públicas. E é isto que precisa mudar.

Aí eu pergunto a vocês
: quem não quer mudar isto? Os tucanos, por exemplo, não querem. O PT e os partidos de esquerda querem. Aliás, a maioria dos ministros do STF já votou pelo fim do financiamento de campanha pelas empresas. Contudo, o ministro Gilmar Mendes, indicado por FHC e um claro defensor dos tucanos na alta corte brasileira, pediu vistas da ação e está postergando seu voto, impedindo, com isso, que seja proclamado o resultado final. Isto, a mídia golpista não esclarece ao povo brasileiro.

A mídia faz uma verdadeira novela seletiva dos escândalos na Petrobras, com o claro objetivo de quebrar a Petrobras, de entregar o Pré-sal para os gringos e de colocar na conta do governo Dilma toda a responsabilidade para as denúncias seletivas que a mídia faz.

Isto constitui uma irresponsabilidade e um desserviço ao país e ao povo brasileiro. Primeiro, porque é justamente no governo Dilma que a Polícia Federal teve autonomia para investigar este e outros casos de corrupção e propina – que a mídia não noticia, como é o caso do Trensalão dos tucanos em SP. Segundo, porque a mídia faz uma denúncia seletiva, escondendo as ligações mais profundas das empreiteiras com práticas semelhantes em todo o país, nas diversas esferas de poder, e envolvendo políticos de vários partidos, inclusive do PSDB. Terceiro, a mídia não esclarece ao povo brasileiro que estes esquemas estão ligados ao sistema eleitoral vigente, baseado no financiamento privado de campanha eleitoral. A própria mídia ganha muito dinheiro com este esquema, pois indiretamente ela acaba obrigando os governos a fazerem enormes campanhas publicitárias para não perderem apoio popular.

Portanto, fica cada vez mais claro que nós, os de baixo, precisamos de uma outra mídia. Claro que hoje nós temos a Internet com os blogs “sujos” que fazem um importante contraponto aos golpismos da mídia e dos agentes públicos envolvidos nas conspirações contra o governo eleito legitimamente. Mas, a força da Internet ainda não alcança um percentual desejável para se contrapor ao cerco midiático imposto pela mídia golpista. Seria preciso que houvesse pelo menos um grande jornal nacional, uma ou mais revistas, uma ou mais rádios e TVs controlados por pessoas independentes, progressistas, de esquerda.

Esta é uma verdadeira frustração da minha parte, e acredito que da parte de centenas de cidadãos brasileiros. Os governos ditos de esquerda não tiveram a coragem de patrocinar a criação de uma mídia independente, uma mídia popular, que fortalecesse uma escola de jornalismo não vinculada a estes grupos que são verdadeiras máfias midiáticas.

Portanto, coloco aqui o desafio por parte dos governos do PT e também por parte dos movimentos sociais, dos sindicatos, das entidades estudantis, enfim, de todos os que lutam por um Brasil mais justo, menos desigual, menos dominado por gangsteres de colarinho branco. É preciso construir uma outra mídia para se contrapor à mídia golpista. Não é preciso abolir a mídia que existe aí, não. Que ela dispute as publicidades de mercado, já que ela é tão favorável à privatização de tudo. Aliás, todos nós deveríamos questionar o discurso dessa mídia que só fala em privatização e neoliberalismo: por que vocês não abrem mão das verbas publicitárias das estatais e dos governos federal, estaduais e municipais?

Até mesmo para fortalecer as lutas sociais, as demandas dos trabalhadores – como a dos educadores de Minas – seria importante que houvesse uma mídia independente. Quem não se lembra dos boicotes que nós sofremos durante as nossas greves, e de como a mídia se omitiu durante a destruição das carreiras dos educadores pelo governo tucano em Minas? Ou de como o piso salarial nacional foi burlado em Minas e no Brasil, com o silêncio cúmplice da mídia? Ou de como o direito de greve, pisoteado por alguns desembargadores, não foi questionado através da mídia?

Uma mídia popular e independente teria outra postura. Não estaria vinculada aos interesses de nenhum governo e defenderia os interesses dos de baixo. Poderia e deveria até apoiar um governo popular e de esquerda que fosse ameaçado pela direita. Como é o caso do governo Dilma, ameaçado o tempo todo pela mídia, pelo congresso, pelo TSE, enfim, pelos senhores de engenho dos tempos atuais.

A população brasileira precisa deste contraponto diário ao noticiário que é produzido pela mídia golpista. Do contrário, não demorará muito para que a direita forme o seu exército fascista e tome o poder, no voto, ou através dos tribunais, ou pela força. A direita cresceu muito em representação parlamentar. E a fonte deste crescimento é a mídia golpista com sua versão anti-povo, anti-Brasil, anti-governo Dilma, anti-movimentos sociais. Eles atacam diariamente os defensores dos direitos humanos, e tratam as questões sociais de forma rebaixada, como se pudéssemos resolver tudo implantando uma linha dura, leis duras, repressão e tortura. Nada mais falso.

No fundamental dos problemas brasileiros está a desigualdade, a ausência de políticas públicas de qualidade na Saúde, na Educação, na moradia, no transporte público. Como o estado brasileiro trata mal aos de baixo, claro que o resultado é o aumento da criminalidade, da violência provocada por um tipo de disputa de mercado chamado tráfico de drogas. Sem opção adequada de trabalho, escola, lazer, cultura, muitos acabam se dirigindo para o crime organizado. Mas, não sejamos hipócritas: os crimes cometidos pelos de cima são bem maiores, bem mais nocivos ao povo brasileiro do que os recortes de notícia sensacionalistas com os chamados bandidos das “periferias” do país. Somente em sonegação de impostos, por exemplo, que a mídia nem toca neste assunto, o país perde bilhões de reais anualmente, mais até do que o que se perde com a corrupção. Quantas escolas e postos de saúde e hospitais e moradias deixam de ser construídos anualmente por conta da sonegação feita pelos de cima, principalmente?

Então, pessoal
, é preciso construir uma outra mídia para construirmos também uma outra cultura no país. Uma cultura de respeito ao próximo, de solidariedade, de valorização das coisas boas que são feitas no cotidiano das pessoas; de incentivo às milhares de práticas de ajuda mútua; de formação de uma visão de Brasil mais humanista, menos repressora, mais voltada para a justiça social, menos neoliberal, mais voltada para a inclusão de todos, e menos voltada para pequenas elites privilegiadas; que respeite as diferentes correntes de pensamento, que valorize os muitos fazeres cotidianos, e não apenas o consumismo como um fim em si mesmo.

Nos próximos anos, vou cobrar isso de Pimentel, da Dilma e dos movimentos sociais e das pessoas com as quais convivo diariamente. É preciso construir uma mídia alternativa, popular, independente, de esquerda, para se contrapor ao cerco midiático da mídia golpista.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

                                    ***


 Grande camarada Bambirra - Presente! -, com quem tive a honra de conviver nas lutas políticas no início dos anos 80.

 Acima (E), Bambirra Júnior, parecidíssimo com o pai, e a jornalista Maria Auxiliadora Bambirra, viúva do homenageado.

 O diretor Wladmir, acompanhando a entrevista na rádio da escola.


Do nosso amigo e professor da rede estadual Wladmir Coelho, que é diretor da E.E. Coração Eucarístico, recebo a importante notícia a seguir:

Espaço Cultural “SINVAL BAMBIRRA

A Escola Estadual “Coração Eucarístico” recebeu a visita da jornalista Maria Auxiliadora Bambirra e Sinval de Oliveira Bambirra Júnior.


Durante a visita a viúva do ex-deputado Sinval Bambirra concedeu entrevista à Rádio Escola Conexão e participou de uma roda de conversa com alunos do ensino médio, professores, a representante da ONG Internet sem Fronteiras e estudantes de comunicação do UNI-BH.


A comunidade da Escola Estadual “Coração Eucarístico” prestou ainda uma homenagem ao líder operário criando o  Espaço Cultural “Sinval Bambirra” .

https://www.facebook.com/pages/Escola-Estadual-Cora%C3%A7%C3%A3o-Eucar%C3%ADstico/236743823086563?ref=hl


Comentário do Blog: Parabéns ao Wladmir, aos professores, aos alunos e demais educadores do Coração Eucarístico, além dos familiares de Sinval Bambirra. No início dos anos 80, fui amigo e companheiro de lutas do Bambirra, um destacado combatente social. Líder sindical dos tecelões, foi deputado estadual pelo antigo PTB de Jango e Brizola, tendo sido cassado com o golpe de 1964. Foi exilado político, sofreu torturas, mas jamais abandonou as causas populares em defesa do nosso povo. Os profissionais da Escola Coração Eucarístico, ao prestar esta homenagem ao valoroso Bambirra, faz um importante resgate da nossa história recente. Das Minas que resistiu ao golpe - lembro aqui que o Wladmir já homenageou também o jornalista José Maria Rabêlo, fundador do jornal Binômio, e outra importante liderança de esquerda que foi exilado, retornou ao Brasil com a abertura política e, juntamente com Brizola, Bambirra, João Luzia e Theotônio dos Santos, entre outros, continuou a luta por transformações sociais e políticas no país. 
                                    ***

sábado, 29 de novembro de 2014

Minas quer mandar tudo para a... São Paulo e Brasília e Paraná




Porque hoje é sexta-feira de um Black Friday para inglês ver, resolvi escrever este post só para mineiro ver. Minas se cansou dos tucanos. 12 anos foram dose cavalar. Por isso nas eleições de 2014 os mineiros deram um rotundo NÃO ao governo tucano. Mas, que implicações tem essa derrota? Que significados, quis dizer?



Na minha modesta avaliação sociológica e antropológica, Minas mandou uma clara mensagem para o Brasil e para os mineiros que moram em Minas: não queremos mais tucanos. Xô, xô, pessoal, vão cantar em outra freguesia. Por exemplo? Em São Paulo e Brasília. São Paulo mostrou que adora os tucanos, mesmo debaixo de uma seca danada. São 20 anos de tucanos governando aquele estado e eles quiseram manter o mesmo governo. É dose mais que cavalar. Merecem.



Por isso achamos por bem sugerir a quem se interessar pela sugestão que será dada, que os tucanos de Minas se dirijam em massa para estes três lugares: SP e Brasília e Paraná. Eles vão gostar. Hão de gostar. Os paulistanos adoram os tucanos. E os brasilienses odeiam os petistas. O Paraná também, tanto que criaram por lá até uma investigação na Petrobras na véspera das eleições para beneficiar os tucanos. Não funcionou 100%, mas bem que eles tentaram. Logo, serão muito bem recebidos os tucanos que baterem asas para aquelas paragens.



Aliás, dois tucanos mineiros de alta plumagem foram transferidos para Brasília: os dois ex-governadores que implantaram o choque de gestão. Eles já estão lá, no senado, atazanando ou se preparando para tal, a defender a experiência do choque de gestão que transformou Minas Gerais no paraíso da Terra. Pelo menos na propaganda midiática.



E por falar em mídia, que tal se São Paulo comprasse a Rádio Itatiaia e os jornais mineiros? Prestaria um grande serviço ao estado de Minas. O blog propõe ao novo governador mineiro que ele faça uma troca com São Paulo: uma parte da água dos rios de Minas pela mídia mineira, inteira. SP recebe a água como doação, e, em contrapartida, aceita o encargo por compaixão, permitindo que a mídia mineira se instale por lá.



São Paulo tem experiência nessa relação com a mídia. Não foi à toa que o governo do estado de lá comprou sem licitação milhares de assinaturas da Veja e da Folha para distribuir nas escolas públicas e intoxicar ainda mais a cabeça de muitas gerações. Já não basta a TV dos Marinho, com sua dose diária de torcida contra o Brasil – contra a Copa, contra os programas sociais, contra os pobres, enfim –, e ainda temos que aguentar a mídia regional que reproduz e amplia a estratégia do golpe a conta-gotas: todo dia, um novo bombardeio contra o Brasil.



Mas, neste momento, não importa muito o que acontece no Brasil, já que Minas tem a possibilidade de exportar tucanos para SP e Brasília. Ou para o Paraná. Os tucanos mineiros têm muito o que ensinar e oferecer a estes irmãos de outros estados. Foi aqui que se desenvolveu a teoria do choque de gestão, através da qual se conseguiu transformar num passe de mágica um estado quebrado – pelos próprios tucanos – num estado de excelência, que apresenta os melhores índices mundiais em tudo: na saúde, na educação, na segurança, no lazer. Minas é um paraíso e só não descobriu isso quem tem a cabeça dura, que nem a deste blogueiro, que insiste em não ver o que a propaganda mostrou sem parar nos últimos 12 anos. Que teimosia a nossa.



Uma das coisas que os tucanos mineiros vão ensinar é como lidar com a Educação pública. Especialmente com os educadores. Minas conseguiu desenvolver a melhor educação pública do mundo tratando mal os educadores, confiscando seus salários, não pagando o piso, destruindo sua carreira e dividindo a categoria. Os policiais, por exemplo, que foram tratados com mais respeito, nem são citados como exemplo para o Brasil – e olha que eles dão um duro danado. Então, Minas desenvolveu a tese, ligada ao choque de gestão: trate mal ao servidor público e arranque dele o melhor desempenho.



Uma outra experiência que os tucanos vão exportar para SP, Brasília e Paraná, menos para os estados do Nordeste, que por lá não há espaço para os tucanos baterem asas, é como lidar com a mídia. Em 12 anos de governo, a mídia mineira simplesmente se comportou como a mais provinciana das mídias do mundo. Tamanha submissão e puxassaquice não se encontra nem entre mídias de governos imperiais. Impressionante. Nem acredito que seja apenas pelo dinheiro, não, pois o governo federal também despejou dinheiro de sobra na mídia e só colheu críticas e pessimismo. Não há um só dia, entre os 4.383 da longa gestão tucana em Minas, que não tenha se repetido a prática do ataque sem trégua e sem direito de resposta ao governo federal e a blindagem dos tucanos.



De uma certa forma, a mídia mineira provou que ela tem uma grande força, mas não consegue dominar tudo e todos com sua ladainha. Do contrário os tucanos governariam Minas ad infinitum. É verdade que os mineiros da Grande BH, mais assediados pela intoxicação mental midiática, mantiveram sua fidelidade aos tucanos. Já os mineiros do Interior de Minas, sobretudo do Norte – Minas, são muitas, gente, já dizia o escritor e poeta – puderam pensar de forma mais independente, sem essa ladainha quase evangélica ortodoxa malafasiana de comentaristas e cronistas e palpiteiros de toda ordem que aparecem na mídia.



Então, xô, tucanos, xô, abram caminhos para que o novo governo mineiro comece a governar e a mostrar serviço. Ele tem muitos compromissos para cumprir ao longo do mandato de quatro anos. O novo governo tem compromisso com os educadores, que esperam que se cumpra o piso salarial e se recupere a carreira perdida; tem também compromissos na área da Saúde pública, da mobilidade urbana e da moradia popular. Não pode decepcionar, senão será tocado daqui, como os tucanos.



Minas tem dado os melhores exemplos para o Brasil, eu tenho dito isso aqui. Foi Minas que derrotou os tucanos e beltranos nas eleições deste ano, desbaratando os muitos golpes que a mídia tentou dar na candidata Dilma; foi Minas que apresentou o melhor futebol do país, ficando com os dois principais títulos: o Brasileirão com o Cruzeiro e a Copa do Brasil com o Galão da Massa. Foram conquistas reais, para além daquelas conquistas midiáticas que a gente só vê na propaganda.



Minas só não fez mais, só não deu o melhor exemplo no crescimento econômico, por exemplo, por conta do choque de gestão tucano. O Nordeste, por exemplo, cresceu acima da média nacional, reduzindo as diferenças regionais. Viva o Nordeste, porta-voz do povo brasileiro, da alma brasileira. O Brasil, de um modo geral, e graças às políticas dos governos Lula e Dilma, também fez bonito: tirou o país do mapa da fome, reduziu, ainda que aquém do desejado, as diferenças sociais, incluiu muita gente na disputa de mercado. O PT fez quase que um choque capitalista no Brasil, sem ficar preso à ortodoxia neoliberal: aumentou os salários, o consumo de massa, o emprego, a renda, enfim, criou um mercado interno pra capitalista nenhum querer abandonar.



Esta história de querer se mudar para Miami é papo furado de empresário quase quebrado. O mundo inteiro quer disputar o mercado de consumo do Brasil. E muita gente quer ganhar sem risco, com o capital especulativo, que é aquele que come a maior parte da receita do país. Infelizmente, o PT não teve coragem para enfrentar este dragão do mal. Nem o do monopólio da mídia. Agora mesmo, esta briga pelo não cumprimento do superávit primário e ajuste fiscal, que os tucanos e sua mídia denunciam e ameaçam e xingam, nada mais é do que a luta para garantir os grandes lucros do capital especulativo.



A chamada dívida pública brasileira não tem nada de pública. É uma verdadeira privatização do dinheiro público, que deveria ser aplicado na Educação e na saúde, mas que escorre para o ralo da comedeira de banqueiros e afins que se apropriam do suor do povo brasileiro. Se o governo federal estivesse nas mãos dos tucanos, a única razão de ser deste governo seria bancar esta dívida do primeiro ao último dia de governo. E que se danem as políticas sociais. O PT pelo menos conseguiu transferir uma parte expressiva dos nossos impostos para as políticas sociais em favor de milhões de pessoas. Ponto para o PT. Pena que não tenha tido a coragem de enfrentar a mídia. Isso só o Brizola teve. Ah, e o Marighella também, que em plena ditadura militar, tomou de assalto uma rádio em SP para fazer um pronunciamento à nação brasileira. Depois disso, as rádios e TVs brasileiras nunca mais foram usadas para servir ao povo brasileiro. Foram assaltadas pelas elites dominantes. E pronto.



Agora, enquanto os tucanos mineiros arrumam as malas para Brasília, São Paulo e Paraná – pelo amor de Deus, tucanos, não desistam de se mudarem – a nossa presidenta Dilma começa a montar o novo governo. Indicou primeiro o ministério da área econômica. Dilma foi um pouco bíblica, digamos assim. Seguiu as palavras de Cristo, quando este disse: deem a César o que é de César. O controle macroeconômico da economia não poderia ser entregue para Luciana Genro por exemplo. O país quebraria na primeira semana. Isto é óbvio. Se a presidenta Dilma me indicasse para ministro da Fazenda, por exemplo, eu quebraria o Brasil em meia hora, talvez menos. Minha primeira medida seria cobrar as sonegações de impostos dos grandes empresários, incluindo das TVs e rádios. Pronto. Só aí eu aumentaria a receita em quase 100%. O problema é que eu seria derrubado antes da receita chegar aos cofres públicos. Enfrentaria uma campanha midiática pior do que a que Getúlio Vargas e João Goulart enfrentaram.



Dilma então está fazendo o seguinte – ela me contou isso por telefone, outro dia, numa das conversas que tivemos após as eleições. É o seguinte, Blog do Euler – disse ela – eu vou entregar dois ou três ministérios para a ortodoxia neoliberal, mais um ou dois para o agronegócio, e vou guardar os da área social para pessoas comprometidas com as políticas sociais. Quando os ministros começarem a brigar entre si, como sou eu que dou a última palavra, eu faço uma consulta ao povo brasileiro para saber o que decidir. Coloquei o Blog à disposição da presidenta para fazer tal consulta. Ela aceitou, então oficialmente este modesto blog vai consultar a população brasileira – menos os tucanos, que não se submetem às instâncias nacionais. O negócio deles é com os States. São muito chiques para aceitarem uma consulta de um blog qualquer, ainda mais neste aqui, mineiro, uai.



O problema é que, enquanto Dilma monta seu novo ministério para arrumar a Casa, tem gente pensando em desarrumar a casa. Gente da Casa Grande, que sonha em retomar o controle total do governo federal. Armaram o golpe de vários lados. Felizmente, desta vez Minas está fora do golpe, pois os tucanos foram convidados a sair daqui. Em 1964, por exemplo, Minas, governado pelo traíra do Magalhães Pinto, da UDN, foi o primeiro estado a se apresentar para o golpe, com direito a desfile militar e tudo mais. Puro exibicionismo barato. O golpe já estava armado desde os States e os políticos mineiros foram meros coadjuvantes de quinta categoria. Não levaram nada.



Justiça se faça, naquela época o avô do tucano que bateu asas para Brasília, embora resida no Rio, ficou ao lado de Jango no Congresso Nacional.Tancredo era conservador, do antigo PSD, mas não se uniu aos golpistas. Hoje, o tucanato dorme e sonha com o golpe. Vai para as ruas pedir a volta dos militares – nem os militares querem isso, mas meia dúzia de paulistanos saudosistas dos generais de pijama querem. No TSE, um outro golpe pode estar sendo armado por um tucano de carteirinha: Gilmar Mendes. É ele quem está analisando as contas de campanha do PT e de Dilma. Já convocou um batalhão de técnicos para auditar as contas. Imagino que até a CIA esteja lá, assessorando os técnicos “nacionais”. Se descobrirem uma vírgula fora do contexto, a mídia se incumbirá de provar que Dilma recebeu dinheiro dos Ets de Varginha.



No Congresso Nacional, que fica em Brasília, para quem não sabe, e para onde o tucanato de alta e baixa plumagem se dirigem em peso, mais um outro golpe está em andamento. Querem eleger um traíra – como tem traíras este país! – do PMDB para a presidência da Câmara Federal. E ele já declarou seu amor eterno à mídia golpista e que está à disposição do golpe. E pronto. Sem meias palavras.



Claro que essa gente ainda não combinou com os russos. Nós, por exemplo, aqui do Blog, não fomos convidados para o golpe. Nem a maioria do povo brasileiro. Então, é melhor que eles aceitem o resultado das eleições e se acostumem com a ideia de que Dilma ficará mais quatro anos no governo. Vão ter que engolir o “sapo barbudo” e de voz rouca, e que se for provocado, pode querer voltar em 2018. Isto se o blogueiro que escreve estas mal traçadas linhas não resolver aceitar o convite já formulado pela presidenta. Ah, não contei isso para vocês não? Então segura: naquele último telefonema que recebi da presidenta, ela me convidou para aceitar o desafio de sair candidato a presidente da República em 2018. Como eu sou bolivariano, e palestino, e muçulmano, e cristão da teologia da libertação, e marxiano (não confundir com marciano) de última geração, é bem provável que o tucanato entre em desespero quando o meu nome for apresentado. A Veja vai dizer que fui eu quem mordeu a maçã, e inventei o pecado. Então é melhor deixar o sapo barbudo mesmo, que já se acostumou a levar pancada de todo lado, e nem se despenteia por isso.



Então, para finalizar a prosa, ficamos assim: tucanos mineiros, xô daqui. Vão bater asas em SP, Brasília e Paraná. E nóis, cá de Minas, porque Minas são muitas, estamos de olho em tudo, rindo até as orelhas, com jeito de quem não quer nada com nada, mas querendo tudo. Tudo, neste caso, é mais e mais: mais mudança, mais salário para os de baixo, mais saúde pública de qualidade, mais investimento na Educação e no bolso dos educadores, mais emprego, mais e mais, nada de menos. Que este papo de ajustar as contas sempre em cima de nóis, os de baixo, é coisa de tucanos do choque de gestão. Não dá. Querem cortar gastos? Comecem pelos de cima: deputados, senadores, juízes, governadores, presidentes da república, vereadores, prefeitos, empreiteiros, banqueiros, a grande mídia, enfim, tem uma lista grande de gente grande, que prega o ajuste das contas, e que deve dar o primeiro exemplo. Então, presidenta Dilma, oriente os seus ministros a começarem os cortes pelas bolsas dos de cima: bolsa-banqueiros, bolsa-mídia, bolsa-parlamento nas três esferas, bolsa-justiça, bolsa-concessionários de ônibus, bolsa-empreiteiros, entre outros. Nada de mexer nas bolsas-famílias dos de baixo.



Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!



                                     ***


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Estilhaços do atual momento: corrupção na Petrobras, governo de Minas, novo governo de Dilma e a mídia golpista. Vamos conversar sobre isso?



Neste post quero passar por alguns temas que perturbam o dia a dia das pessoas comuns. Talvez incomodem mais ainda aos agentes políticos e outros envolvidos nas versões produzidas pela mídia, e fora dela. Comecemos pelo chamado escândalo da Petrobras.

A Petrobras é a maior empresa brasileira, de certa forma um dos principais símbolos da luta por um desenvolvimento não alinhado (com o imperialismo dos EUA e Europa) do Brasil. E justamente por ser uma grande empresa, que cresceu muito nos últimos anos, principalmente – cresceu 10 vezes nos últimos 12 anos – e pelo potencial de investimentos, a empresa se tornou cobiçada por todo lado.

Enquanto existir o sistema capitalista, é difícil se falar de qualquer empresa que não seja direta ou indiretamente controlada por interesses privados de grupos empresariais. A utopia de uma empresa controlada pelo povo, ou pelos trabalhadores, só será possível num outro sistema social, que já tenha superado as leis da mercadoria. Algo que ainda está distante da nossa realidade.

Nos marcos, portanto, do sistema vigente, a Petrobras é uma empresa estatal com participação privada. Na era FHC, é bom relembrar, quase que a Petrobras foi privatizada. Queriam até mudar o nome da empresa para Petrobrax, para cortar qualquer vínculo da história da Petrobras com o Brasil, e com as lutas dos trabalhadores pela apropriação das riquezas minerais do país.

O controle estatal da empresa, contudo, não garante que ela seja controlada de fato pela maioria do povo brasileiro. Uma parte substancial do que é faturado pela empresa na sua produção vai, de fato, para o povo brasileiro, através de impostos, de salários dos trabalhadores, e agora, com as regras do pré-sal, uma parcela do que for produzido vai diretamente para a Educação e para a saúde. Ponto para os governos Lula e Dilma, que não sucumbiram às pressões neoliberais que queriam entregar o pré-sal diretamente para os grupos estrangeiros.

Mas, boa parte dos recursos compõe os lucros dos acionistas, e uma outra parte, voltada para ampliação e investimentos, vai para empresas terceirizadas, ou para as empreiteiras, que tocam grandes obras, quase sempre superfaturadas.

Uma parte do dinheiro que essas empreiteiras receberam foi realmente investido nas obras, nos serviços, nos salários de milhares de trabalhadores, e nos impostos recolhidos. Contudo, uma outra parte significativa foi para o ralo da chamada corrupção ou caixa dois ou desvio de verbas, ou lucro superfaturado. Deem o nome que quiserem. Aqui não é um tribunal formal que exige rigor na qualificação e tipificação de cada crime para aplicar as penas. Estamos apenas analisando de passagem os processos que a mídia golpista vomita para a população de maneira sensacionalista e canalha, até.

Então, repassando o dever de casa, percebemos que a Petrobras presta relevantes serviços para o país. Na descoberta de petróleo, na produção, no desenvolvimento tecnológico, na geração de empregos diretos - quase 90 mil servidores -  e indiretos - acredito que mais de 100 mil empregos. E agora, com o Pré-sal, a Petrobras se coloca como um dos grandes instrumentos deste novo Brasil que os de baixo desejam construir, com mais investimentos em saúde pública, em educação de qualidade, etc.

Por que então a mídia, golpista, trata a questão do escândalo da Petrobras dessa maneira tão rasteira e partidária, sempre tentando atingir os governos Lula e Dilma, e sempre tentando apresentar a Petrobras como uma empresa sinônimo de corrupção? Um sensacionalismo barato, de terra arrasada, como se fosse o fim do mundo?

Esse julgamento premedito da mídia golpista não faz jus à grandeza numérica e qualitativa da Petrobras, e do significado que a empresa tem para o Brasil. Em 12 anos a Petrobras saiu da casa dos 10 bilhões de dólares para os 100 bilhões, podendo tranquilamente, em curto prazo, avançar para 150 bilhões de dólares no seu valor de mercado. Além disso, é uma empresa que detém o monopólio da operação do pré-sal, cujo valor das reservas em petróleo, segundo consta, ultrapassa a 5 trilhões de dólares. Podendo ser ainda maior.

Uma coisa é você dizer que há indícios de corrupção na Petrobras, que felizmente agora começam a ser apurados, investigados, e os envolvidos denunciados. E esperamos que sejam todos punidos. Isso deveria ser apresentado como uma coisa boa para a empresa e para o Brasil. Por paradoxal ou estranho que possa parecer, já que em tese se pode considerar como uma notícia ruim ter encontrado práticas de corrupção ou desvios de dinheiro na Petrobras.

Por que então poderíamos considerar que a revelação de práticas lesivas ao interesse público é uma coisa boa? Porque pelo menos agora, ao contrário do que acontecia antes, as coisas erradas estão aparecendo, o que possibilitará a sua correção. Já se admite a devolução aos cofres públicos de milhões de reais desviados.

A corrupção na Petrobras sempre existiu, desde o regime militar, passando pelos governos Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma. Qual a diferença, então? É que antes não se investigava nada, tudo era abafado e tinha-se a impressão equivocada de que não havia nada errado. É mais ou menos o que aconteceu com Minas Gerais nos últimos 12 anos de governos tucanos. Se julgarmos esses governos apenas pela propaganda da mídia, teremos a melhor impressão do mundo. Se, ao contrário, julgarmos pelo que de fato representou esse período tucano – de arrocho salarial para os educadores, de quase nenhum investimento na saúde, na educação, na mobilidade urbana, no saneamento, na habitação popular, enfim, em quase nada – veremos que a realidade é mais amarga do que a mídia tentou iludir o povão. As urnas, de certa forma, mostraram isso, com a maioria dos mineiros impondo uma tripla derrota aos tucanos: no governo do estado e na candidatura presidencial nos dois turnos.

Mas, voltemos ao escândalo da Petrobras. Estamos assistindo ao desdobramento da chamada Operação Lava Jato, que na fase atual, pós-eleitoral, após a montagem seletiva e midiática da prisão de dois bandidos confessos, com capítulos de uma novela anti-petista, voltou sua atenção para os empreiteiros. Cinicamente, a mídia golpista apresenta a cada dia uma nova revelação do que seria a prática de superfaturamento e desvio de dinheiro da Petrobras com esses empreiteiros, seus operadores e suas ligações políticas. Mais uma vez, as revelações são feitas seletivamente, sempre contra o PT e seus aliados. Chegaram ao absurdo – tanto a mídia quanto os delegados e o juiz e os procuradores – de permitirem que um dos empreiteiros declarasse que repassou quantias para o PT, o PMDB, o PP e “mais alguns”. Vejam bem a dupla cretinice. Primeiro porque o empreiteiro, neste caso concreto, estava falando de repasses legais, caixa um, dinheiro contabilizado e legalmente doado. A mídia não esclareceu este fato, fazendo parecer que os partidos citados tivessem recebido dinheiro ilegal. A segunda cretinice foi não mencionar os partidos que estavam escondidos nas palavras “mais alguns”. Estes partidos são: o PSDB, o DEM, o PPS, o PSB, ou seja, toda a oposição golpista recebeu fartos recursos das empreiteiras que estão sendo denunciadas. Só no primeiro turno das eleições, calcula-se que elas – as oposições ao governo federal – abocanharam em doações nada menos que R$ 160 milhões dessas empreiteiras.

Mas, vamos alargar um pouco mais o nosso papo, coisa que a mídia não faz. Um cidadão que estiver voltando de Marte nesse instante, há de imaginar que apenas a Petrobras foi vítima de obras superfaturadas, corrupção e caixa dois. Ora, vamos deixar de cinismo, né pessoal? Tenham dó. Respeitem a inteligência dos cidadãos brasileiros. Eu desafio aqui, quem quer seja, a apontar uma única cidade do Brasil que não tenha realizado obras superfaturadas. E que essa prática não tenha alimentado o financiamento – caixa dois – de campanha de vereadores, prefeitos, deputados estaduais, deputados federais, governadores, senadores, e presidentes da República? O sistema político brasileiro está baseado nessa realidade de financiamento privado via caixa dois, que provém de obras superfaturadas ou empresas de ônibus, entre outras. É isso que a mídia golpista deveria extrair do atual escândalo da Petrobras e de forma educativa, defender uma reforma política que proíba o financiamento de campanha por parte das empresas, além de criar mecanismos de maior transparência e controle do processo eleitoral.

Mesmo que isso fosse realizado, não acabaria 100% com a corrupção. Nenhum país do mundo conseguiu essa proeza. Esta prática está no DNA do capitalismo. Mas, é inegável que ela pode ser coibida, reduzida, combatida com firmeza, desde que haja mecanismos para tal. Parece-me que o governo Dilma, ao contrário dos governos tucanos, tem feito avanços significativos nesse terreno. Coisa que a mídia golpista não reconhece.

O governo Dilma tem um problema sério de comunicação. De certa forma até compreensível, tendo em vista a imprensa que temos no Brasil – monopolizada na mão de meia dúzia de famílias inimigas do povo brasileiro. Fica difícil ter uma comunicação direta e esclarecedora com a população quando as TVs, rádios, jornais e revistas, 100% delas, ou quase, com seus comentaristas de aluguel, jogam contra o governo federal, contra os interesses do povo brasileiro, em favor da minoria privilegiada, interna e externamente.

A mídia é nossa inimiga, é preciso ter claro essa realidade, até que consigamos formar uma mídia alternativa, capaz de quebrar o cerco da Globo, da Band, da Itatiaia, da Veja, da Folha, enfim, de todos esses meios claramente serviçais do neoliberalismo e do imperialismo norte-americano. Todos esses meios de comunicação desinformam a população diariamente.

O escândalo da Petrobras, por exemplo, era para ser tratado como uma oportunidade de ouro - ou como se fosse uma nova reserva de petróleo -, não apenas para corrigir os erros naquela empresa, mas para estender esse combate a todos as práticas de superfaturamento e caixa dois em todo o Brasil. E mais: poderíamos estender isso ao combate à sonegação de impostos, coisa que a mídia esconde, já que não interessa a ela revelar que boa parte dos milionários brasileiros, incluindo os bancos e emissoras de TVs, com raras exceções, são sonegadores de impostos. O Brasil perde bilhões de dólares por ano com a sonegação de impostos, talvez mais até do que se perde com a corrupção.

Então todo o furor moralista da mídia golpista e dos políticos tucanos e afins contra a corrupção é falso, é enganoso, é seletivo, já que eles contemporizam com práticas semelhantes ou piores que acontecem no campo deles. A mídia fala no chamado mensalão do PT – que foi, na verdade, um caixa dois transformado em espetáculo midiático – , mas é incapaz de dar destaque ao mensalão tucano de Minas, que deu origem ao outro. É incapaz também de citar os outros escândalos envolvendo os governos tucanos, como: Privataria Tucana, reeleição de FHC com compra de votos dos deputados, Pasta Rosa, Trensalão de SP, entre outros. O próprio esquema da Petrobras, como já revelaram os procuradores de justiça, teria começado no mínimo há 15 anos, ou seja, na era FHC.

O doleiro que agora é apresentado pela mídia como operador do esquema que teria supostamente abastecido as campanhas do PT – e que, como vimos, abasteceu também as campanhas dos partidos da oposição – no passado operou para os tucanos. Inclusive já foi preso e passou pelo mesmo processo de delação premiada, só que os tucanos foram poupados, e continuam todos soltos, como disse a presidenta Dilma durante a campanha. Claro que a mídia não quer revelar o passado do doleiro. Nem tampouco quis revelar que o advogado do doleiro e bandido confesso tem ligações com os tucanos do Paraná, onde foi contratado em cargo comissionado no governo tucano. Segundo o procurador da Justiça Rodrigo Janot, ele, o advogado do doleiro, teria repassado informações seletivas para a mídia durante a campanha, visando prejudicar a candidata Dilma. Naquilo que chamamos de um esquema de golpe, muito mais nocivo ao país do que as revelações de desvios na Petrobras.

Já imaginaram se daquele esquema golpista envolvendo a mídia, as revelações seletivas dos bandidos confessos, as capas da Veja, a novela das 9 da Globo sobre o escândalo da Petrobras, enfim, se desse golpe tivesse resultado a vitória do candidato do tucano como quase aconteceu? O Brasil dos de baixo teria um prejuízo muito maior do que mil escândalos da Petrobras. Seriam quatro anos, pelo menos, de arrocho salarial, entrega do pré-sal, desestruturação dos equipamentos estatais – inclusive da própria polícia federal – além do total aparelhamento do estado, como se fez em Minas. Seria um grande retrocesso para toda a América Latina e também para a democracia brasileira, ainda jovem, apesar de passados quase 30 anos após a ditadura civil-militar imposta em 1964.

Nesse momento, e já tentando concluir o texto, que já se alongou por demais, o novo governo Dilma está sendo chantageado por diversas forças. No congresso nacional, no STJ, e até pela PF, cujos delegados, em parte, como é o caso da Operação Lava Jato, são claramente anti-petistas, como se revelou após as eleições. Mas, a maior chantagem contra Dilma ainda vem da mídia golpista, herdeira da ditadura e dos piores interesses.

Considero que a presidenta Dilma terá que agir em várias frentes para se fortalecer e realizar o governo que esperamos, em favor dos de baixo. Numa das frentes, ela deve agir com profissionalismo na relação institucional com os outros poderes – parlamento, MP e Justiça. Para isso precisa nomear bons assessores, gente séria, de caráter, e politicamente preparados para o debate e a formulação de propostas e negociações. Não dá para manter um Zé banana no Ministério da Justiça, ou um Ministro das Comunicações amigo da mídia golpista, ou deixar de nomear um bom interlocutor político.

Uma outra frente importante é a criação de canais de diálogo direto e permanente com os movimentos sociais, e também com as outras forças e personagens de esquerda. A base de sustentação do governo Dilma contra os golpismos será o povo nas ruas, na defesa das conquistas sociais e de novos avanços democráticos. A vitória de Dilma conseguiu aglutinar um grande movimento popular e progressista, muito além do PT, em oposição às forças da direita que o outro candidato representou. É preciso chamar esse movimento popular e progressista para o diálogo, para a construção coletiva de novas conquistas e para o enfrentamento, se necessário, contra as forças retrógradas.

Finalmente, é preciso construir uma mídia alternativa, que reúna TVs e rádios públicas, TVs e rádios comunitárias, além dos blogs, dos jornais de Interior, e das redes sociais, enfim, que sejam fortalecidas e formem uma robusta e verdadeira alternativa a essa mídia golpista que destrói o Brasil todos os dias. Uma mídia progressista, capaz de criar conteúdos próprios, e de abrir espaços para as diferentes correntes de pensamento e para a diversidade cultural existente no Brasil, coisa que não acontece atualmente. A mídia golpista passa apenas a opinião da Casa Grande. É preciso que a Senzala construa seus próprios meios de comunicação.

São essas as análises de passagem que apresentamos para a apreciação dos valentes leitores que visitam o nosso blog. Não falei especificamente dos desafios para o novo governo de Minas, mas em outra oportunidade abordaremos esse tema. E são muitos os desafios. A começar pela necessidade de uma imediata auditoria das contas públicas de Minas para que o povo mineiro, incluindo os servidores, fiquem a par da real realidade do estado. E também para que se possa construir novos caminhos, que contemplem as demandas específicas, especialmente dos educadores de Minas, e também outras, na saúde, na moradia popular, na mobilidade urbana, enfim.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

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