domingo, 27 de maio de 2012

Um recorte do cotidiano: o descaso das elites político-empresariais contra os de baixo

  
Um recorte do cotidiano: o descaso das elites político-empresariais contra os de baixo

O cenário político nacional não traz novidades, já que as práticas de corrupção e os jogos de poder com óbvio conteúdo golpista não constituem nenhuma novidade. Não existe, entre os membros da elite política dos diversos partidos, uma demarcação clara de quem sejam os amigos - e inimigos - do povo pobre. Aliás, a grande maioria de todos os partidos e seus agentes é claramente inimiga dos de baixo. Formam maiorias eventuais para atingir seus objetivos nos legislativos corrompidos, ligados aos interesses dos de cima - do latifúndio, dos grandes empresários, dos tecnocratas das máquinas estatais -, mas se omitem ou cortam os direitos dos de baixo.

O que aconteceu com a Educação básica nos últimos anos, no Brasil e muito especialmente em Minas Gerais, foi uma clara demonstração do descaso generalizado das elites para com os direitos dos de baixo. Encenaram a implantação de um piso salarial nacional que seria uma espécie de redenção, após décadas de salários de fome para os educadores. A prática, contudo, demonstrou que tudo não passou de um engodo, uma farsa orquestrada pela elite político-empresarial, para tentar justificar publicamente um pseudo interesse por esta área. Eles não têm compromisso com a Educação básica, que é aquela que teoricamente deveria proporcionar um ensino de qualidade para milhões de famílias de baixa renda. Ao destruírem a carreira dos educadores e não pagarem nem mesmo o ridículo valor do piso salarial enquanto vencimento básico, os governantes de Minas e do Brasil deram um atestado de papel passado da total falta de compromisso com os direitos e os interesses dos de baixo.

Mas não é apenas na Educação que ocorre este descaso. Em todas as áreas sociais - moradia popular, Saúde pública, transporte coletivo, lazer e cultura - é grande e notória a falta de investimentos. Os governantes das elites conseguem financiamentos para erigir em poucos meses prédios, rodovias, estádios de futebol, viadutos, mas não têm essa mesma agilidade quando o investimento é voltado para o ser humano, mais especificamente para os de baixo.

O resultado disso é que temos um país que se torna "rico" de acordo com o seu PIB, enquanto a grande maioria da população continua vivendo e sobrevivendo em condições de penúria. Sobrevivem de bolsa família ou da oferta de "serviços" de morte que o tráfico oferece aos garotos das periferias do país. A elite rica usufrui de cenários paradisíacos em hotéis de luxo, viagens internacionais, ou condomínios fechados que tentam apartar e esconder a dramática realidade social existente. Realidade esta que eles alimentam diariamente quando sonegam aos de baixo o direito à moradia, à saúde, à Educação de qualidade, ao transporte coletivo decente. E até mesmo aos direitos democráticos conquistados em renhidas lutas, como o direito à greve, o direito a manifestar
diferentes opiniões.

No tocante à Educação básica, nossa área, considero que esteja praticamente destruída, em Minas Gerais com maior força - em função da deliberada política do faraó-candidato-à-presidência e seu afilhado -, mas também em todo o país, com a conivência do governo federal. Sem carreira, sem piso, com salário de fome, não há presente para a Educação básica, e muito menos futuro, já que o pré-sal é mais ou menos o equivalente às promessas de um futuro promissor que as elites, há séculos, pronunciam quando se dirigem aos interesses dos de baixo. A nossa melhor morada, no dizer dos de cima, será conquistada quando não mais existirmos fisicamente.

Enquanto isso, caminho pelas ruas da cidade, deparando-me o tempo todo com moradores de rua que enfrentam as noites frias e violências de toda ordem; nos metrôs ou nos ônibus superlotados o que mais conta é o calor humano, untado pelas conversas quase sempre apetitosas, que trazem os fazeres, os encontros e desencontros das famílias dos de baixo. De uma gente valente, que sobrevive e tem esperanças, apesar do peso de chumbo que carregam (carregamos). Este peso representado por uma elite político-empresarial cínica, que passa os dias e noites conspirando contra os de baixo, solapando o pouco de espaço democrático conquistado, e se apropriando dos recursos que deveriam retornar para os trabalhadores em forma de melhores condições de vida e salários mais dignos. Um dia tudo isso mudará, quando nós, os de baixo, percebermos a nossa força e aprendermos a construir, no nosso cotidiano, os instrumentos coletivos de luta, de resistência e de conquistas.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!
 

***

Em tempo: Não deixem de ler e de acompanhar ao blog da nossa combativa comandante Marly Gribel. Nesta semana, Marly publicou, além de um texto reflexivo, mais um vídeo, que apresenta uma rica leitura da nossa realidade nos últimos séculos, do Renascimento aos dias atuais. Uma aula de qualidade, apesar do salário de fome que o governo de Minas paga aos professores.

sábado, 19 de maio de 2012

Os ataques à Educação são parte integrante da miopia política de uma elite imbecilizada

Os ataques à Educação são parte integrante da miopia política de uma elite imbecilizada

Minas e o Brasil têm assistido a permanentes ataques dos governos neoliberais à Educação básica, à saúde pública, às áreas enfim de lazer e cultura. Aliás, não se trata de uma invenção nacional, mas de uma cópia de práticas semelhantes das políticas ditadas pelos países ricos, hoje igualmente mergulhados em profunda crise. É sempre bom relativizar a palavra crise. Em crise o capitalismo se encontra, talvez desde o seu surgimento, já que se trata de um sistema que se autodestrói quando se reproduz. Mas a crise não é igual para todos: nós, os de baixo, pagamos o maior preço por uma crise que não foi gerada por nós.

Em Minas Gerais, por exemplo, os educadores estão pagando caro pela irresponsabilidade administrativa de um desgoverno de 10 anos, que em nome de um choque de gestão conseguiu levantar fundos para bancar obras faraônicas caríssimas, e de duvidosa utilidade, enquanto destruiu a carreira e as perspectivas de presente e de futuro para milhares de profissionais da Educação, e de milhões de alunos. A violência, o crime organizado, aumenta a cada dia, enquanto os problemas sociais, como a falta de moradia, são tratados como caso de polícia. É esta gestão que um dos candidatos a presidência da República quer apresentá-la como alternativa para o Brasil. Alternativa para quê? Para destruir o país, deve ser, aprofundando o fosso que separa os ricos dos pobres.

Mas, a desastrosa política realizada em Minas, que custou o fim da carreira dos educadores do ensino básico, não está isolada. Em todo o Brasil se percebe a mesma prática, a mesma lógica de destruição das políticas sociais e dos direitos ditos democráticos, da cidadania, conquistados em duras lutas. Tem sido cada vez mais comum a criminalização dos movimentos sociais, até mesmo com a execução sumária de lideranças dos trabalhadores, como é comum acontecer na área rural. E se é verdade que o governo do PT inaugurou importantes intervenções no combate à miséria e à fome, não é menos verdadeiro que se omitiu e vem se omitindo, tal como os governos neoliberais, em relação à Educação básica, por exemplo, que seria um dos pilares para o real resgate social de uma expressiva
parcela da população pobre. A Educação básica, enquanto estiver subordinada a interesses menores, regionais, que priorizam os acordos politiqueiros com empreiteiras e patrocinadores de campanha eleitoral, em detrimento do social, não produzirá qualidade. Era para se tratar a Educação básica como política e causa nacional, especialmente no que diz respeito à carreira, salário, formação continuada e condições de trabalho dos profissionais da Educação. Mas isso custa investimento, que o governo federal, de forma demagógica, lança para o pré-sal. De forma caricaturesca, o pré-sal simboliza a pré-história (embora conceitualmente não se recomende utilizar tal expressão) da Educação, uma volta à estaca zero, já que a promessa de realização para um futuro incerto é o mesmo que nada, tendo em vista a urgência atual de salvar a Educação pública ameaçada de morte.

A Saúde, a Educação e a moradia para os pobres não podem esperar por pré-sais, ou por sacrifícios ditados por políticas de choque de gestão, voltadas para beneficiar minorias privilegiadas. Não se cobra dos de cima este mesmo pesado fardo imposto aos de baixo. Mas até quando os de baixo vão tolerar esta pesada carga que as elites políticas, na sua habitual cretinice, jogam nas costas do povo pobre?

É evidente que tal política, apesar de conveniente aos interesses imediatos dos de cima, é burra, inclusive para os de cima, pois provoca a destruição da convivência social, banaliza a vida, entorpece as mentes com um consumismo predatório, sustentado por uma ideologia individualista, de concorrência de mercado, cuja essência desmerece os avanços e as conquistas culturais alcançadas pela humanidade ao longo dos tempos. Se não acordar a tempo, o Brasil pode se tornar um país loteado por bandos de gangsteres, que farão os grupos mafiosos da Itália ou do Japão parecerem infantis. Se juntarmos a banalização da vida humana, com a ideologia individualista embutida nesta disputa cega de mercado, a destruição das políticas sociais - incluindo a Educação básica - e o cinismo destes governos que sobrevivem de efeitos midiáticos - de uma mídia cada vez mais emporcalhada -, a resultante é algo explosivo, que já se vive no cotidiano.

A nossa esperança, portanto, não é o pré-sal, nem fórmulas mágicas de "gestão eficiente" de um estado que serve aos ricos, mas a capacidade dos de baixo de resistirem e de se unirem para defender os interesses coletivos e individuais da maioria da população. Contra os ataques de uma elite política imbecilizada, os de baixo precisam resistir, se organizar e lutar! 

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

 
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Rômulo (pelo NDG, na Assembleia de Diamantina): 

Companheiras e companheiros,

Estive ontem na Assembleia Estadual do Sind-UTE em Diamantina e, apesar de não ter a memória fotográfica do nosso amigo Euler, vou tentar fazer um breve relato da atividade.

Avaliei previamente que pela distância de BH a Diamantina (300km) ficaria pesada a viagem em um dia só. Não deu outra. Saímos às 07 horas da sede do sindicato e chegamos já na primeiras horas de hoje (domingo). Pesa muito ainda a nossa disciplina com horários, mas penso que isso é assunto para depois.

Por outro lado, para mim foi possível sentir só um pouquinho do que passaram os bravos guerreiros dos rincões de Minas, que durante a heróica greve de 2011, chegavam a viajar uma vez por semana nesse batidão.

Chegamos no final da reunião do Conselho Geral e ainda consegui inscrever para apresentar propostas de luta. O NDG é um movimento combativo, espontâneo, coletivo e não tem nada de paralelo ao Sind-UTE. Ele está dentro e fora do Sindicato e quando está dentro tem a função de levar as melhores propostas de luta para a categoria de acordo com a realidade vivida.

Reafirmei que vivemos tempos do "plantar". Exaltei o belo trabalho de politização dos alunos realizado pela companheira Marly Gribel de MOC e que o mesmo deve servir também de exemplo. Saudei a alocação dos Out-Doors (antes tarde do que nunca), mas ponderei que o mesmo deveria ser mais direto e não muito recheado. A denúncia está correta, mas sugeri outra forma. Segundo a direção, as peças já estão prontas e no inicio dessa semana serão colocados em BH e RMBH.

Sugeri uma massificação do documento "dossiê da educação". Que o documento chegue em todas as escolas estaduais de Minas. Sugeri que uma nova tiragem da carta aberta "A realidade das escolas em Minas" fosse tirada e organizada uma nova programação de panfletagem.

Passou a proposta defendida por nós de organizar (em função da comemoração de 01 ano do inicio da Greve de 2011) um Dia Estadual de dialogo com a Comunidade Escolar. Será no dia 11/06, onde cada educador, trabalhará um texto comum em sala de aula. Esse texto resgatará a necessidade da luta por uma educação pública de qualidade para o povo trabalhador e a denúncia das políticas nefastas dos governos para com a educação pública.

Assembleia esvaziada, em torno de 500 trabalhadores, que contou com uma boa atividade cultural (peça teatral) que pode e deve ser reproduzida nas escolas. Observei o desinteresse de uma parte de educadores que aproveitaram a tarde turística em Diamantina, mas também vi inúmeros companheiros concentrados em buscar soluções para nossa luta.

Foi aprovada a continuidade da regionalização das Assembleias (mas já é preciso fazer um balanço crítico), colocar na balança mesmo, pois se tem aspectos importantes é preciso avaliar a repercussão política. Sendo a próxima Asembleia será dia 16/06 em Divinópolis.

O período atual é de acumulação de forças e de cobrança pela base.

Eu não ouvi informes de avanço no campo da batalha judicial (acerca do piso e da devolução do que nos foi roubado).

O NDG, não de forma paralela, trabalha para voltar a força de luta em cada escola. Participe, Organize-se e Lute!

Rômulo


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SERVIDORES ADMINISTRATIVOS DAS ESCOLAS DE IBIRITÉ CONTINUAM EM GREVE
 Por Renan Mendes
 
Cerca de um mês após o magistério de Ibirité encerrar uma greve, agora são os servidores administrativos das escolas municipais que estão de braços cruzados desde quarta-feira, 16.
Auxiliares de secretaria, biblioteca e administrativos, além de serventes e secretários escolares, reivindicam redução da carga horária para 30 horas semanais e reajuste salarial de 22%. Atualmente a jornada é de 37 horas semanais, sendo 25 horas de segunda a sexta e oito horas durante um sábado por mês. A paralisação atinge mais de 75% das escolas. Alegando suposta “ilegalidade” da greve, a prefeitura ameaça punir trabalhadores com substituições, cortes do abono, retirada de pontos na avaliação de desempenho e demissões.
Declaração do secretário de governo Hervê de Melo, feita em mesa de negociação, de que a categoria “coça o saco (sic) ao invés de trabalhar”, provocou revolta e deixou ainda mais evidente o desrespeito com a categoria. Particularmente quando se tornou público que o prefeito de Ibirité, o vice e doze secretários consomem anualmente mais de R$ 2 milhões só em salários. Os vencimentos de Lárcio Dias, chefe do executivo, ultrapassam R$ 23 mil por mês, quantia bem superior às que recebem os prefeitos de São Paulo (R$ 20 mil), Belo Horizonte (R$ 19 mil) e Rio de Janeiro (R$ 13, 3 mil).
O Sind-UTE de Ibirité intensificou a mobilização nas escolas, esclarecendo pais, alunos e população sobre a legitimidade e legalidade do movimento. “A greve só aconteceu depois que a prefeitura se recusou a negociar com seriedade. Mesmo assim, todas as exigências da lei 7783/89 foram cumpridas. Não há como argumentar que a greve é ilegal”, afirma Rafael Calado, diretor da entidade. “Ilegal é a pressão, a truculência e as ameaças que a prefeitura está fazendo. Tais práticas atentam contra o exercício do direito de greve, garantido por lei, e serão denunciadas ao Ministério Público do Trabalho”, diz o sindicalista.
Amanhã, 23/5, às 14h, em frente à prefeitura de Ibirité, haverá nova assembleia da categoria para deliberar sobre os rumos da greve.
Mais informações:

Rafael Calado: (31) 8713-4527
Sind-UTE Ibirité: (31) 3533-2713
Expedita Fernandes: (31) 8462-8887
Fotos: Renan Mendes 

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Frei Gilvander denuncia ameaça contra a vida dele

Frei Gilvander denuncia ameaça contra a vida dele


Em e-mail que acabo de ler, numa nota divulgada para toda a mídia, de autoria do nosso amigo Frei Gilvander, observamos uma terrível ameaça à vida de Gilvander. Algo inadmissível num país cuja aparência é de um estado de direito com democracia e respeito às liberdades de opinião, consciência, e de ir e vir.


Eis o que diz o e-mail de Gilvander, que primeiro aborda a questão dos sem-teto:



"Frei Gilvander:





RELEASE URGENTE PARA A IMPRENSA e a SOCIEDADE DE MG, 16/05/2012, quarta-feira, às 07:30h, de frei Gilvander.
3º dia de acampamento na porta da prefeitura de Belo Horizonte, na Av. Afonso Pena.
As 350 famílias sem-teto despejadas da Ocupação Eliana Silva, no Barreiro, em Belo Horizonte, MG, continuam acampadas pelo 3º dia na entrada da prefeitura de Belo Horizonte, na Av. Afonso Pena. 
Agora às 9 horas o povo sairá em passeata da prefeitura até à Assembleia Legislativa, onde às 11:00h haverá Audiência Pública na Comissão dos Direitos Humanos para tratar do despejo e das reivindicações das 350 famílias despejadas da Ocupação Eliana Silva, no Barreiro.
Após a Audiência Pública haverá, na Praça da Assemblia Legislativa, uma Assembleia dos moradores para definir os próximos passos da luta.
Pedimos a presença da imprensa no local. Pedimos também às pessoas de boa vontade que se façam presentes e levem alimentos, cobertores e as coisas principais necessárias para o viver cotidiano para lá para o povo do MLB - Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas.
Obs.: Ontem, dia 15/05/2012, às 19:05h, quatro homens em atitude suspeita estavam no portão de entrada da casa de frei Gilvander, fora de um Uno branco, que estava com as portas abertas. Um dos homens tinha um cacete grande na mão. Quando dois freis chegaram de carro, eles entraram no Uno, fizeram manobra e se evadiram do local. Nesse horário, frei Gilvander deveria chegar em casa, mas como teve que ir em outra reunião não chegou. Os dois freis estranharam muito e ficaram com medo. Denunciamos isso como tentativa de atentar contra minha vida: vida de frei Gilvander. Vamos denunciar isso e exigimos apuração e garantia de minha integridade física e. Frei Gilvander Moreira.
  CONTATOS PARA MAIORES INFORMAÇÕES:


Ligue para Leonardo Péricles: celulares: (31) 9133-0983 ou (31) 9331 4477 ou (31) 9716 5356.
Elcio  Pacheco (advogado): (31) 9767 3596
Frei Gilvander Moreira, da CPT, cel.: 31 9296 3040.
Abraço. Frei Gilvander."

Comentário do Blog: Queremos expressar aqui a nossa solidariedade ao Frei Gilvander e fazer coro à denúncia contra qualquer tipo de prática que atente contra a integridade física dos cidadãos. Chamamos atenção para esta recorrente prática de perseguição aos lutadores sociais e aos movimentos de luta pela terra, pela casa própria ou por salários e carreira mais dignos. Estamos diante de governos neoliberais, que não têm compromisso com o povo pobre e têm apostado na quebra dos direitos democráticos conquistados através das lutas sociais.  Os educadores em especial devem discutir essas questões com os alunos, pais de alunos e com os colegas. Precisamos conquistar condições dignas de trabalho, salário mais justo, o cumprimento da Lei do Piso, e assegurar também direitos democráticos, hoje ameaçados por governos saudosistas da ditadura civil-militar.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

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Nota do Blog: Sem pedir licença à comandante Marly Gribel, reproduzo aqui o seu novo e brilhante texto:

Instalou-se neste país (Brasil) Uma "Comissão da Verdade" sobre os períodos sempre presentes da Ditadura no Brasil. A Comissão vai ter acesso aos documentos secretos dos anos de 1946 em diante. Foi bastante questionado este longo período, visto que o período da ditadura militar de 1964 era mais relevante do ponto de vista de prováveis punições e pedidos de indenizações pelas famílias prejudicadas e sofridas deste país cruel. Mas não. Ampliou-se o período de tal maneira, que para concluir os trabalhos vai levar uns cem anos. É assim que a verdade aflora no Brasil- a longo prazo.

A presidenta chorou... patético. Ela não conhece os porões sinistros de tortura do governo  Anastasia, ou melhor, ninguém no Brasil quer ver- mas as Escolas públicas mineiras viraram lugares sombrios, tristes de trabalhar, um muro de lamentações e lágrimas.

Nunca nestes 26 anos encontrei tanta desesperança no meio da minha categoria sofrida. Há um vazio que se instalou entre nós - a grande maioria dos meus amigos, ou estão afastados -  de licença médica ou em depressão e desânimo. Eu sou uma das poucas ovelha do rebanho que ri toda manhã com os alunos e tramamos juntos passeatas, histórias, danças e releituras de obras clássicas.

E todos os dias eu clamo a categoria à luta: na escola, no blog, no facebook e de tanto clamar, meu apelo foi ouvida no exterior e ganhei amigos poderosos que todos os dias me ajudam na rede mundial a divulgar as verdades ocultas deste país que vive de aparência e de mentira. O Brasil de fato é este: educação sem qualidade, salários aviltantes  pagos aos mestres, saúde completamente desmantelada em todo o país, moradias populares caóticas( Montes Claros teve um sério problema com uma chuva de 50 minutos nas moradias populares - no programa "Minha casa minha vida",onde as mesmas foram inundadas, destelhadas e rachadas) e o famoso bolsa-esmola, inclusive vai ser ampliado, para contemplar os eternos miseráveis do Brasil de fato.


Para piorar ainda mais a situação dos mineiros o Frei Gilvander é ameaçado de morte, isto porque luta pelos sofridos e abandonados deste país. Atualmente o frei está denunciando e protegendo 350 famílias sem teto despejadas da ocupação Eliana Silva, no Barreiro, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Mas a presidenta chorou e é isto que será repassada ao mundo- mais uma farsa para encobrir os reais problemas do Brasil - de Cachoeira e corrupção mil.

Para finalizar, gostaria de enviar um abraço fraterno a Cindy, uma jovem do exterior que todos os dias conspira na rede mundial - solidária a nossa dor. Por aqui mesmo, nas terras brasileiras poucas vozes falam a nosso favor!
"

Fonte: http://gribelm.blogspot.com.br/

domingo, 6 de maio de 2012

Rotinas que atravessam o horizonte


Rotinas que atravessam o horizonte

Bem cedo ainda, logo depois que o sol desponta no horizonte, pego o ônibus com destino à Capital dos mineiros. Meu tanque de guerra, como já dissera aqui, é municipal, não se permitindo às nuances de um trânsito caótico, no qual se tornara os grandes centros urbanos. E Vespá, apesar do crescimento populacional e econômico, continua sendo aquele arraial por onde percorríamos quando criança, subindo e descendo os morros, nadando nos córregos e ribeirão, e dando dribles curtos nas peladinhas de final de tarde, coisa hoje impensável.

A bordo do ônibus, às vezes superlotado, vou pensando no que o destino reservará para a nossa categoria. O ônibus, um dragão de aço, sacoleja daqui e dali, espreme, pula e solta, fumegante, os gases que entorpecem os olhares e o pensar. Além das narinas. Mas logo chegamos ao primeiro destino: o metrô. Salto de um veículo para o outro em poucos minutos. O metrô também já se encontra cheio neste horário. Não há política pública para o transporte coletivo. E nem mesmo para o privado, do tal veículo particular que se multiplica de forma desproporcional à capacidade de fruição dos mesmos - e dos pedestres, principalmente - nos espaços das vias públicas.

O metrô sacoleja menos, tem um ar de coisa de gente fina, ou melhor, de país "civilizado", com as devidas aspas. Mas é só o ar mesmo, ou seja, a aparência, porque quase sempre, nos horários de pico, ele está superlotado, como acontece com os ônibus. E nós bem ali, nos espremendo uns aos outros, balançando os nossos corpos, nessa frenética dança ao som de melodias diferentes, mais próximas do samba do que do axé.

O proletariado se encontra todos os dias neste batido de ida e volta para a casa. No meu caso, além da jornada diária que ocupa o dia, ainda tem uma segunda jornada, que ocupa também a noite. Coisa comum aos professores. Ao todo, passo quase 16 horas por dia fora do bunker. Há uma disputa contínua nesta correria, para ver quem consegue um lugar para se assentar. Vale um bom descanso e até uma soneca. Mas esta é a menor disputa e o menor dos problemas. Às vezes rola um papo, uma troca de ideias, uma queixa deste ou daquele problema pessoal ou social. No geral, contudo, as pessoas permanecem em silêncio. Isto quando não estão ligadas ao celular, que adquiriu um status de acompanhante inseparável, capaz de proporcionar a comunicação com os entes, familiares ou de amizade, um pouco de música, notícia, jogos, etc. Uma pequena máquina com a cara das gerações atuais, formadas na individualidade do ser. Ou no ser individualizado. Nos meus tempos de Arraial, as coisas eram partilhadas ombro a ombro, discutidas pessoalmente, olho no olho. Não que não existissem manifestações e disputas pessoais, individualismos e tudo mais; mas era diferente. Não vou dizer que era pior ou melhor, apenas que era diferente.

Nessas idas e vindas diárias, vou observando os diferentes modos de se comportar das multidões que se juntam e se dispersam rapidamente, sem que consigam construir uma compreensão comum dos problemas enfrentados, uma teia que nos ligue a objetivos comuns. A impressão primeira que se passa é a de que está tudo errado, tudo mal planejado, ou quem sabe planejado para funcionar assim mesmo. Penso: por que investem tão pouco em transporte coletivo, caro e de má qualidade? Por que investem tão pouco em educação, saúde e moradia? Claro que nós todos conhecemos uma resposta pronta, da inversão de prioridades, voltada para servir aos interesses dos de cima. Mas será que os de cima se dão conta de que com estas políticas estão construindo o seu túmulo? E os de baixo, o que fazem para mudar? Aparentemente, passam por estes percalços por que querem, pois poderiam mudar o mundo se quisessem. Ou será esta uma leitura simplista demais da minha parte?

Enquanto isso, tudo parece invertido: o transporte coletivo é um caos, a escola pública (e a privada, nem se fala) não forma cidadãos críticos e não remunera adequadamente aos profissionais; a saúde pública funciona precariamente, o déficit habitacional é crescente, a terra continua concentrada em poucas mãos, o PIB (produto interno bruto) produzido por todos, ou pela maioria, é distribuído majoritariamente para alguns poucos. Neste quadro, compete aos políticos profissionais, a pouco espinhosa tarefa de fazer parecer aquilo que não é: tudo será resolvido nos próximos anos, dizem. Há décadas que vêm resolvendo tudo. Para eles, pelo menos.

Mas, enquanto se tenha crédito para financiar a TV LCD de 50 polegadas, ou o carro do ano - para a felicidade dos banqueiros que se entopem de dinheiro -, e ainda sobra algum para a rodada de cerveja no início do mês com os amigos; ou para a visita ao estádio de futebol, tudo se resolve na mesa de boteco, pois ninguém é de ferro. Afinal, a Copa do Mundo está chegando. Novos estádios de futebol serão entregues, qual império romano, para oferecer circo e pão, e com isso desviar a atenção do povo dos seus reais problemas.

Um dia, contudo, diziam os antigos, a casa cai, e pode ser que as cobranças adquiram outras perspectivas; pode ser que a multidão dispersa se encontre nos interesses comuns, na sua identidade comum, e queira se apropriar dos seus direitos: ao piso e à carreira para os educadores; a uma saúde decente, educação de qualidade, moradia para todos, transporte público eficiente, menor jornada de trabalho, terra para os sem-terra, menos poluição, melhor repartição do pão, e um circo de entretenimento com verdadeiros artistas do povo, e não de palhaços travestidos de deputados, senadores, desembargadores, governadores, prefeitos, presidentes e outras figuras mais.

Quando estou quase chegando ao desfecho dessa trama, desperto-me do pesadelo com o sacolejar do transporte coletivo, ônibus ou metrô. É hora de descer e caminhar rumo ao destino que nos reservaram, ainda que estejamos, quase sempre, remando contra a corrente. Eles, os de cima, são muito poderosos; até o momento em que nós, os de baixo, nos dermos conta da nossa força.

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!


P.S. Bravos e bravas guerreiros/as da Educação: muitos têm generosamente lembrado de mim para encabeçar uma chapa da oposição contra a atual direção do sind-UTE. Já disse antes, aqui, que o melhor nome para esta tarefa seria o da combativa colega Marly Gribel. Mas, a comandante Marly tem razões pessoais para não aceitar esta tarefa. Então pensei que a melhor solução seria trabalhar uma proposta coletiva, reunindo as lideranças do NDG - que são muitas - para compor uma chapa, de forma colegiada, da qual eu faria parte com orgulho, mas sem que me atribuam qualquer papel de destaque. Mesmo porque não seria uma chapa simplesmente para vencer a eleição - sabemos o quão é quase impossível vencer uma máquina profissional e azeitada para se perpetuar no poder, pelo poder. Teríamos o papel de reorganizar e unir a categoria em torno de uma proposta comum de luta, num trabalho de base longo e permanente, a demonstrar que a categoria está viva e se prepara para continuar e fortalecer a lutar por seus (nossos) direitos espezinhados e sonegados pelo governo.


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Frei Gilvander: 
 

Em Belo Horizonte, caveirão para os pobres que lutam.
Cerca de 300 famílias jogadas ao relento sob uma noite fria.
Gilvander Luís Moreira[1]

Ai daqueles que pisam nos pobres, que tripudiam sobre a dignidade de crianças recém-nascidas, de idosos, de deficientes e indefesos, todos pobres!

Eu vi e nunca esquecerei. Vi e dou testemunho.
Vi os pobres se organizarem durante meses buscando se libertar da cruz do aluguel, que come no prato do pobre, que é veneno para quem ganha só salário-mínimo.
Vi os cansados da humilhação de sobreviver de aluguel dar um grito de liberdade: Pátria Livre! Venceremos!
Vi na madrugada do dia 21 de abril de 2012 cerca de 350 famílias sem-terra e sem-teto ocuparem um terreno que estava abandonado há mais de 40 anos.
Vi as cerca de 1.500 pessoas resistirem bravamente e não serem despejadas já no primeiro dia.
Via o MLB – Movimento de Libertação nos Bairros, Vilas e Favelas – coordenar a Ocupação Eliana Silva[2] com idoneidade, com participação ativa e paixão pelo próximo.
Vi durante três semanas, quase todos os dias, o povo, melhor dizendo, a comunidade que estava se formando na Ocupação Eliana Silva, grande lutadora da Ocupação Corumbiara, em Belo Horizonte.
Vi a sensatez da Dra. Moema, juíza de plantão, negar dia 21/04/2012, a reintegração de posse à prefeitura de Belo Horizonte, porque a área ocupada não tem registro, nem matrícula e nem está averbada. Até 1992 era terra devoluta do Estado de Minas Gerais.
Vi com tristeza da juíza Luzia – que deveria gerar luz, mas gerou trevas –, da 6ª Vara de Fazenda Pública Municipal, cancelar a decisão da juíza de plantão e, mesmo sem a prefeitura de Belo Horizonte comprovar ser a legítima proprietária e ter posse do terreno, em uma decisão ilegal mandou reintegrar a prefeitura na Posse do terreno, autorizando a polícia a usar a força, sem oferecer uma alternativa digna para as 350 famílias. A juíza se sensibilizou ao ouvir que a prefeitura tem a intenção de formar ali um Parque Municipal, mas não sabe ela que na região há um parque municipal que está abandonado.
Vi, acreditando na sensibilidade da juíza Luzia, ela pedir o cadastro das famílias e prometer fazer Audiência de Conciliação, mas não cumpria a promessa de buscar a conciliação. Sem deliberar sobre Embargos de Declaração, exigiu que o despejo fosse feito com urgência. Lá não havia coisas, mas seres humanos que precisam ser respeitados na sua dignidade.
Não vi, mas ouvi que o prefeito de BH, sr. Márcio Lacerda e seu procurador Geral, sr. Marco Antônio, pressionaram fortemente a juíza e desembargadores para que o despejo covarde fosse feito sem piedade.
Vi, às 01:20h da madrugada quando um oficial militar ligou no meu celular e, dizendo que não podia se identificar me disse: “Frei Gilvander, sou oficial militar.Estou chorando, não consigo dormir. Por um dever de consciência estou ligando para lhe informar que um fortíssimo aparato repressivo da PM cumprirá reintegração de posse e despejará a Ocupação Eliana Silva, do Barreiro, hoje cedo. Estou temendo que possa haver derramamento de sangue.”
Vi, após passar toda a madrugada em claro, às 07:00h da manhã do dia 11/05/2012, a polícia militar chegar e congelar toda a área no entorno da Ocupação Eliana Silva. Durante o dia inteiro quem saísse era proibido de voltar e quem vinha para se fazer solidário era proibido de entrar.
Vi chegar mais de 400 policiais da polícia militar e tropa de choque de MG.
Vi chegar ao lado da Ocupação Eliana Silva um Caveirão – um tanque de guerra -, que eu só tinha visto, via televisão, fazendo incursões em comunidades pobres do Rio de Janeiro.
Vi centenas de policiais armadas até os dentes, com gás lacrimogêneo, cães, cavalaria. Muita truculência e prepotência.
Vi e ouvi policiais dizendo que sem-terra e sem-casa devem ser moídos no cacete.
Vi, após 2 horas de tentativa de negociação, a tropa de choque atropelar algumas pessoas: mães com crianças; o Paulo, que levou uma cacetada na cabeça; a Dirlene Marques (economista da UFMG), que foi agredida por policiais ao tentar entrar na Ocupação simplesmente para ser solidária.
Vi, aliás, centenas de pessoas que vieram de longe para ser solidárias com as 350 famílias da Ocupação Eliana Silva serem barradas durante o dia inteiro sem poder ter acesso ao epicentro da operação de guerra que se desenvolvia.
Vi por várias vezes o helicóptero da PM fazendo vôos rasantes sobre a Ocupação com metralhadoras apontadas para o povo. Vi centenas de crianças chorarem e se abraçarem às mães com pavor daquele “pássaro” que ameaçava atirar nelas.
Vi muitas mães serem barradas pela polícia ao pedir para entrar na ocupação para pegar remédios para dar seus filhos que padeciam alguma doença.
Vi o povo da Ocupação Eliana Silva, sob a liderança do MLB, resistir bravamente de forma pacífica. Sentados todos diziam e repetiram o dia inteiro: “Daqui não sairemos. Só se for presos e algemados.”
Vi, com uma punhada no meu coração, policiais, garis e funcionários da prefeitura de BH quebrarem 350 barracas de lona preta que era a única casinha que as famílias tinham construído com muito carinho. Ao serem questionados, alegavam constrangidos: “Tenho que cumprir ordens, pois senão serei desempregado.”
Vi, com os olhos do meu coração, o prefeito de BH, sr. Márcio Lacerda, o Governador de Minas, sr. Anastásia, a PM de Minas, a juíza Luiza, o TJMG e muitos comparsas pisarem, tripudiarem, cuspirem no rosto dos pobres que têm a ousadia de não ser só força de trabalho para as classes média e dominante, mas lutarem, de forma organizada, para viverem com dignidade.
Vi vários veículos de a grande imprensa ouvirem só a versão da polícia que, com a maior desfaçatez diz: “Está tudo na normalidade. Estamos simplesmente cumprindo ordem. O povo vai ser levado para um lugar digno...” Isso é querer tapar o sol com a peneira. Pisar na dignidade dos pobres é normalidade? Tão bom seria se os pobres parassem de trabalhar para seus opressores! Cumprem ordem, sim, mas ordem injusta, imoral. Levar para “abrigos”, que na prática são campos de concentração, é levar para lugar digno? Por que os 2 mil irmãos em situação de rua em BH preferem sobreviver nas ruas do que ir para os abrigos da prefeitura?
Não vi, mas penso, nessa segunda madrugada sem dormir, que os que autorizaram o covarde despejo da Ocupação Eliana Silva, sem alternativa digna, devem estar dormindo tranqüilos em quartos e mansões confortáveis, enquanto cerca de 300 famílias que não se vergaram estão passando essa noite fria ao relento no meio dos escombros de onde por 21 dias estavam vivendo felizes, em comunidade, com muita ajuda mútua, solidariedade e espírito fraterno de luta.
Vi também a luz e a força de tanta gente que se fez solidário.
Vi, sob uma noite fria, o povo como ossos ressequidos clamando por ressurreição.
Vi que fizeram uma grande sexta-feira da paixão dia 11/05/2012 aqui em Belo Horizonte com a Ocupação-comunidade Eliana Silva, mas sei que o amor é mais forte que egoísmo e, por isso, um domingo de ressurreição será gestado.
Vi o “presente” que as mães da Ocupação Eliana Silva receberam: repressão. Aliás, há 15 dias uma Comissão na Ocupação já estava planejando fazer um almoço especial para as mamães da Ocupação Eliana Silva. Mas poderosos ofereceram fel às mães da Ocupação Eliana Silva.
Vi clamores que interpelam nossa consciência e os registrei em nove entrevistas que, em vídeos, estão em www.gilvander.org.br (Galeria de vídeos). A quem não viu sugiro ver essas entrevistas. Eu sugeri à juíza Luzia que as visse, mas ...
Vi muita coisa que me marcou indelevelmente, inclusive, caveirão para os pobres de Belo Horizonte.
Vi e verei sempre que a luta por libertação integral e pela conquistas de direitos humanos- e ecológicos - continuará sempre até depois da vitória.

Belo Horizonte, às 01:10h madrugada do dia 12/05/2012, véspera do dia das mamães, expressão infinita do amor infinito.





[1] Frei e padre carmelita; mestre em Exegese Bíblica; professor do Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos, no Instituto Santo Tomás de Aquino – ISTA -, em Belo Horizonte – e no Seminário da Arquidiocese de Mariana, MG; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina; e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.brwww.gilvander.org.brwww.twitter.com/gilvanderluis - facebook: gilvander.moreira

Um abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.
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