segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

A intervenção militar no Rio

A intervenção militar no Rio

Está cheirando a Lava Jato 2, a versão militar. Primeiro usaram o judiciário com o pretexto de combater a corrupção na Petrobras somente nos governos do PT, com ampla campanha midiática. Todos assistiram em silêncio ao festival absurdo do golpe teleguiado pela CIA / NSA / FBI via Lava Jato e Globo, com a adesão local dos patos verde-amarelo da Fiesp.
Agora, com a proximidade das eleições de 2018, o crescimento da candidatura Lula e nenhuma alternativa confiável no campo da direita (nem eles confiam muito em Bolsonaro), ensaiam este novo capítulo do golpe. Com o exército nas ruas para combater a… “bandidagem”… dos morros, claro, já que a bandidagem (sem aspas) do alto continua solta, no governo federal, no congresso nacional, na justiça, no ministério público, no topo do empresariado. Com total blindagem pela mídia… e garantidos pelas forças armadas.
Mas, vai que cola, que o povo, bombardeado pelas imagens sensacionalistas e em recorte da mídia, esteja de fato, como está, assustado, temeroso com o estado de insegurança. Insegurança criada sobretudo pelas políticas neoliberais do golpe de 2016, mas, reduzida, ali, aos recortes midiáticos. Aí o governo de quadrilhas convoca as tropas militares para combater as quadrilhas menores, nos morros. A ausência de: saúde pública decente, educação pública de qualidade, segurança pública inteligente e políticas de geração de empregos foi ocasionada pelas quadrilhas que assaltaram o governo federal com o golpe de 2016, para garantir altos lucros aos banqueiros e às famílias da mídia golpista. Mas, isto não aparece como imagem de terror tais como são mostradas as imagens de arrastões e assaltos que atingem alguns cidadãos.
Tal como o combate à corrupção seletiva e partidária é apresentado como solução para os problemas do Brasil, e com isso justificando qualquer ato ilegal e imoral, como os praticados pelos canalhas da Lava Jato e da Globo, da mesma forma, o combate ao crime que supostamente tem origem nas favelas é apresentado como solução para todos os problemas do Rio de Janeiro. Um balão de ensaio. Se colar, se a população começar a sentir momentânea segurança, inclusive com o apoio da mídia que mostrará as tropas avançando e conquistando espaço e derrotando os “bandidos”, logo, logo teremos outros estados da federação querendo a mesma coisa.
Se o agente da CIA Moro, juiz de primeira instância e até então ilustre desconhecido, treinado nos EUA, que quebrou a economia do país e ajudou a derrubar uma presidenta honesta foi transformado em herói nacional pelos patos iludidos pela Globo, em breve teremos os generais X ou Y transformados em heróis. As eleições ocorrerão sob o controle militar, sem direito a grandes manifestações, e com a população, bombardeada por essa mídia criminosa, querendo de volta senão os militares, pelo menos um governo civil “forte”, que se identifique com essa visão simplista da repressão ostentação como tábua de salvação ilusória para problemas estruturais, ligados sobretudo à pior distribuição de renda do mundo; e cuja distância – entre ricos e pobres – tende a crescer ainda mais com as políticas neoliberais do governo do golpe de 2016 e de outro que vier a sucedê-lo seguindo a mesma régua.
A nós, os de baixo, vítimas eternas desses canalhas que trapaceiam e lançam mão de qualquer arma para nos massacrar, só nos resta mesmo resistir, rebelar, convocar o povão para não se iludir com essas soluções plantadas pela mídia golpista e aparatos estatais e para-estatais a serviço dos de cima. O golpe da intervenção veio depois da apoteose de uma escola de samba que, com a arte na mente e nas mãos e o samba nos pés, desmascarava o golpe nas suas variadas faces.
As mentes que estão por trás do golpe – e o vampiro Temer é só um instrumento que precisa cumprir ordens para não sair preso do Planalto -, as que pensam cada lance dessa jogada de vida e de morte, não quiseram dar tempo para que o povão refletisse sobre os significados do que foi apresentado pela Escola de Samba Paraíso do Tuiuti. Não foi somente a faixa presidencial que eles sequestraram. Foi a liberdade de pensar.
O foco, agora, é a intervenção militar para salvar a população do Rio do trombadinha da esquina, numa operação comandada pelos trombadinhas profissionais do alto, aqueles que estão entregando tudo, nas barbas das forças armadas e de um judiciário covarde e conivente. Entregaram o pré-sal, a Petrobras, as refinarias, as riquezas minerais, as fontes energéticas, tudo. Destruíram todas as conquistas sociais, trabalhistas e políticas do nosso povo. Falta apenas a reforma da previdência para completar a obra do mal. Destruíram o pouco que restava da democracia brasileira. Estão destruindo a América Latina. E nada disso sensibilizou os valentes generais das Forças Armadas, ou o STF ou o MPF.
Agora, paciência. Deixem que invadam o Rio de Janeiro. Que acabem logo as eleições diretas para presidente. Que prendam o Lula, a maior liderança operária e o melhor presidente da República que o Brasil teve, mesmo com as concessões feitas à direita. Se querem a política de terra arrasada, tudo bem. Vamos ver até onde eles vão levar o golpe. E até onde o nosso “pacato” povo vai aguentar esperar para reagir, resistir, descer o morro, colocar o bloco na rua, enfrentar e vencer os de cima, nos acordes de Jamelão / Tião Motorista e ao ritmo marighelliano de “quem samba fica, quem não samba vai embora”. Só que dessa vez vai ser diferente. Não serão apenas os valentes grupos e guetos ousados a desfilar pelas ruas, mas um povo inteiro, milhões, num reencontro encantado com as histórias de luta e de conquistas da nossa gente. Brava gente!

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Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

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