terça-feira, 25 de setembro de 2012

Governador de Minas recebe vaias em Monlevade. A mídia mineira e nacional não viu. Quando Dilma foi vaiada em cidade do Norte de Minas, virou manchete nacional

Governador de Minas recebe vaias em Monlevade. A mídia mineira e nacional não viu. Quando Dilma foi vaiada em cidade do Norte de Minas, virou manchete nacional.



De acordo com os relatos colhidos pela Internet - inclusive aqui no blog -, o governador de Minas teria realizado visita de apoio a um candidato dos tucanos na cidade de João Monlevade. Segundo esses informes, o governador teria abreviado sua passagem naquela cidade, em função das vaias que recebera dos profissionais da Educação e de estudantes. 

Duas coisas pelo menos nos chamam a atenção: primeiro, no estado considerado, na propaganda, com a melhor educação do Brasil (ou seria do mundo?), os profissionais da Educação não estão satisfeitos. E nem poderiam estar, obviamente, pois o atual governo e o do seu padrinho político retiraram TODOS os direitos dos professores e demais educadores, incluindo o direito ao piso salarial nacional. Os educadores tiveram sua carreira destruída, o piso burlado, o salário confiscado e congelado até 2016. Um professor com curso superior hoje, em Minas, recebe dois salários mínimos como salário total, sem qualquer outro direito ou gratificação. Tenha este professor um dia de serviço ou 10 anos de estado, ele continuará sobrevivendo com dois mínimos, sem qualquer perspectiva de avanço sério e digno na carreira. Mas a propaganda paga diz que Minas produz a melhor educação pública do mundo, e que o estado já paga até mais do que o piso salarial, e que o paraíso perdido é aqui.

Mas um numeroso grupo de educadores de Monlevade, juntamente com os estudantes, ao que parece, demonstraram que ainda não descobriram este paraíso perdido. Talvez porque esteja perdido mesmo. Ou melhor: nós, profissionais da Educação, perdemos todos os nossos direitos, todas as gratificações, o nosso plano de carreira e tudo mais. Quem ganhou com isso? Perguntem aos desembargadores, aos jornalistas de aluguel, as empreiteiras e os banqueiros, aos deputados, se eles estão insatisfeitos com seus ganhos e proventos.  Talvez eles sim, estejam vivendo no paraíso da republiqueta de Minas e do Brasil.

Contudo, para a mídia comprada a peso de ouro, estamos reclamando de barriga cheia. Minas tem a melhor educação do mundo. O faraó e seu  afilhado investiram muito na Educação. Pagam até mais do que o piso - é o que dizem. Ah, o piso, aquela lei federal para inglês ver, que foi produzida pelo governo Lula para enganar os educadores e criar a doce e falsa ilusão de que finalmente, após décadas, os profissionais da Educação seriam valorizados? Quanta ilusão se vive neste país da fantasia.

O outro dado que nos chamou a atenção foi o silêncio mais uma vez cúmplice da mídia mineira e nacional. Quanta canalhice. Quando Dilma foi merecidamente vaiada por professores das universidades federais - sempre os professores, tão adorados em discursos ocos dos políticos e maltratados por seus governos -, a mídia mineira e nacional tratou de dar destaque ao fato. Dilma foi vaiada na cidade de Rio Pardo de Minas, e no lugar de uma festa de recepção, colheu vaias e desgosto. Mereceu, pois prometeu em campanha investir seriamente na Educação. Não cumpriu. O governador de Minas nem sequer prometeu coisa alguma aos educadores, pois parece ter transformado essa categoria em alvo permanente de ataque. O atual governador, afilhado do senador pelo Rio de Janeiro, tal como este, trata os educadores como uma espécie de missão fanática: operação destruir tudo, para o bem das empresas privadas de educação, das empreiteiras e outros interesses, e para a desgraça geral de muitas gerações de crianças e jovens e adultos que cada vez mais se tornam alvo fácil do crime organizado. Sem perspectiva de futuro, o presente se torna o inferno em que vivemos. Até o cafezinho está proibido para os educadores.

Por isso, talvez, os bravos educadores de Monlevade foram para as ruas protestar. Pelo piso que o governador não pagou; pela destruição do plano de carreira; pelos sistemáticos confiscos salariais - como o que ocorreu em 2011, quando 150 mil educadores tiveram seus salários cortados por terem optado pelo antigo plano de carreira, sendo obrigados, por lei, a voltar para o subsídio sem receberem o que o governo cortou.

Mas, Minas é assim. Sem mídia, sem justiça, sem ministério público, sem parlamento, sem perspectiva de futuro para os educadores e alunos, vivendo de aparência. Mostrando ao mundo aquilo que não faz, e o que não é. Não fosse a Internet e sequer saberíamos que numa certa cidade mineira, cujo candidato a prefeito apoiado pelo grupo do faraó é filho de um membro do tribunal de contas, cargo que recebera, talvez, como prêmio pelos relevantes serviços prestados... ao governo de Minas, inclusive... Naquela cidade, um grupo de educadores e alunos foram para as ruas protestar contra a presença do governador. E a mídia não viu. E nós aqui registramos para a história da humanidade mais este capítulo de um tempo que será certamente revisitado em outras épocas. Quando certamente vão rir - ou quem sabe chorar? - do que se passa neste território chamado Minas. Oh, Minas!

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!



terça-feira, 18 de setembro de 2012

E o debate prossegue...

E o debate prossegue...

A proximidade das eleições municipais está causando um natural acirramento das paixões e escolhas políticas. É normal, é necessário até, em face das consequências provocadas pelas escolhas. Neste debate, é importante respeitarmos a opinião alheia, até para que a nossa opinião, seja qual for, também mereça o respeito do outro. Devemos criticar as ideias alheias com argumentos fundamentados, e não com xingamentos vazios.

Os educadores de Minas não podem esquecer o que aconteceu no estado nas últimas duas décadas, pelo menos. TODOS, praticamente todos os nossos direitos foram cassados, confiscados, sonegados pelo grupo que se apoderou do aparelho de estado. Roubaram o nosso piso salarial enquanto vencimento básico, destruíram a nossa carreira, reduziram os índices de promoção e progresão - o que fizeram somente contra os educadores; congelaram a nossa carreira, e retiraram até mesmo gratificações como quinquênios, tudo isso somente contra os profissionais da Educação. O teto salarial de um professor com curso superior em Minas - ou com mestrado ou doutorado - é de dois salários mínimos, apenas, como salário total. Tenha este professor um dia de casa ou 15 anos, nada muda para este professor. Sem falar no desrespeito do governo com os profissionais que prestaram concurso público, que hoje estão perdendo vagas nas escolas por causa das mudanças de regras sem embasamento legal que o governo pratica ao sabor de interesses políticos eleitorais.

Volto a dizer aqui: não vale a pena ser professor do ensino básico em Minas e no Brasil. Não aconselho nenhum estudante universitário a seguir esta carreira, totalmente desvalorizada, destruída. A carreira do magistério, infelizmente, tornou-se sinônimo de salários de fome, péssimas condições de trabalho e desrespeito por parte dos governantes. Em Minas, por exemplo, o governo anunica nos sites oficiais e propaganda paga que o estado tem o melhor ensino do país. Um governo que não dialoga com os educadores, que colocou a tropa de choque para reprimir os profissionais da Educação durante a nossa greve de 112 dias; que cortou salários e colocou os funcionários de direção das escolas para perseguir os educadores; que praticou a substituiução indecente de professores por qualquer cidadão que se apresentasse na esquina, este mesmo governo vem agora se apresentar para a sociedade como sendo o responsável pela melhor Educação do Brasil. Que piada de mau gosto!

A população brasileira está a mercê de uma máfia midiática, a serviço de gangsteres com pompa de gente séria. O prato do dia agora é o mensalão, com um STF querendo parecer e aparecer para a sociedade como sendo independente - coisa que não é - e como se estivesse praticando justiça. Claro que não se pode desconhecer as práticas do tal esquema montado para comprar parlamentares. Mas, a pergunta é: e os outros? Isso só aconteceu com um grupo do PT? E o mensalão demotucano? E os mensalões que compram os deputados e os transformam em meros carneiros dos governos estaduais? E os mensalões da mídia mineira e brasileira, cujas verbas governamentais, milionárias, garantem a blindagem dos governos, e ditam a agenda desta mídia? Após a ditadura militar, que durou 21 anos - 1964 - 1985 - o Brasil continua submetido a outras formas de ditadura, tão perversas quanto, na medida em que se anuncia que vivemos em plena democracia. Nada mais ditatorial do que este processo eleitoral de cartas marcadas, quando o povo é chamado a escolher entre os menos piores. E às vezes, muito raramente, tem a oportunidade de escolher um candidato com hsitórico de vida ligado aos interesses e aos anseios dos oprimidos. Na cidade onde eu nasci e moro até hoje, por exemplo, não terei esta possibilidade.


E assim caminhamos, contra a corrente, procurando refletir criticamente o que acontece. Era para os educadores de Minas contribuírem com a derrota do faraó, seu afilhado e seus 51 deputados. Por que isso não acontece em grande escala? Talvez porque a nossa categoria tenha sido vítima de um longo processo de desorganização, de desmobilização, inclusive com o apoio da máquina sindical, controloda há 30 anos pelo mesmo grupo político que a utiliza em grande parte para fins partidários.

Oh, Minas, seu nome, por enquanto, não é liberdade... Assemelha-se mais, talvez, com mentira e vergonha!

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!

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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Independência... pois sim!

Independência... pois sim!

Nesta data de Sete de Setembro, o que mais conta é o feriado. Deveriam criar mais feriados nacionais, já que não pagam salários decentes aos professores. E reduzir o número de dias letivos para 150, ou menos. Estaria de bom tamanho, considerando o salário, as condições de trabalho, a ausência, enfim, de investimento e tratamento adequados na Educação pública por parte dos diversos governos - o de Minas, principalmente.

Mas hoje é data da "independência" do Brasil. Teoricamente falando, em 7 de setembro de 1822 o Brasil adquiriu a sua maioridade política, tornando-se independente de Portugal. Na prática, falando superficialmente, tanto Brasil quanto Portugal já eram dependentes de outra potência militar e econômica da época, o império inglês. Mas discutir a dependência ou não de um país é algo um tanto quanto abstrato. País - nação, Estado - não é algo homogêneo, unitário. Já nos tempos do Brasil-colônia - tempos idos, que permanecem, afinal - as riquezas que arrancavam daqui eram transferidas, em grande parte, para outros países, ou melhor, para outros grupos de pessoas que viviam em outros países. Mas, alguns grupos e pessoas que aqui residiam usufruiam igualmente destas riquezas. A maioria da população fora excluída, explorada, sacrificada em nome de interesses menores dos grupos dominantes. Pergunto-lhes: a situação hoje é diferente?

Mas, falar de independência é sempre algo complicado. É como falar de liberdade. Êta palavrinha que serve para qualquer ocasião, e tão vazia de conteúdo quando a realidade nua e crua é analisada. Ainda hoje me lembro do discurso do avô do faraó, no comício gigante das diretas-já em 1984, que presenciei: "Mineiros, o primeiro compromisso de Minas é com a liberdade!". Kkkkkkkk. Os políticos têm uma especial capacidade de dizerem aquilo que sabem ser o seu oposto. Estamos vendo como isso funciona em Minas, ou no Brasil.


Teoricamente, temos liberdade de imprensa. Na realidade nua e crua estamos submetidos a uma ditadura midiática das mais perversas. Não há nada que se assemelhe à liberdade quando se analisa a imprensa mineira, brasileira e mundial. E o que dizer de poderes como o judiciário, o parlamento, o executivo - todos em minúsculo mesmo?

Quando olho para este país real - não aquele que pintam nas telas da mídia -, marcado por tremenda injustiça, desigualdades sociais, poderes prostituídos e destituídos de envergadura ética para fazerem aquilo que deveriam fazer, penso que estamos muito longe de independência e de liberdade. Aliás, liberdade e independência são duas palavras que nunca se tornarão totalmente reais. Nem em relação a um país, e muito menos em relação a nós mesmos. Somos todos dependentes e interdependentes uns dos outros, graças a Deus. Senão viraríamos pedras. Talvez este seja o grande gargalo num sistema como o capitalista. E vou logo adiantando que não sou daqueles que acreditam que vamos derrotar o capitalismo a curto prazo. Na ideologia ele já foi destruído muitas vezes. Em nome desta e de outras ideologias, milhões de vidas foram ceifadas. E o capitalismo, na prática, continua aí, sugando o nosso sangue, reproduzindo uma lógica que autodestroi a convivência e a sobrevivência humanas. Este sistema vai cair um dia, não se sabe se de podre, ou se por obra pensada e realizada por milhões de oprimidos. Neste caso, que seja para uma verdadeira emancipação humana, e não para a reprodução de novos tipos de ditaduras sanquinárias, como as atuais.

Pois bem, colegas de luta: aproveitem o feriadão - com um pouco de grana no bolso, já que o pagamento do mês se encontra disponível. Curtam esses momentos com os amigos e familiares, e também com os colegas de luta. Se é certo que não temos independência e menos ainda liberdade, por outro lado, não é errado imaginar que temos momentos de conquistas e práticas que se aproximam destes conceitos. A nossa capacidade de pensar criticamente o mundo, de agir contra aquilo que achamos injusto, no nosso dia a dia, de forma individual ou coletiva, isso sim, assemelha-se e se aproxima de uma verdadeira independência. Como pessoas, como seres humanos amadurecidos, solidários, muito mais do que enquanto país - essa coisa abstrata, heterogênea e marcada por profundas desigualdades sociais, de interesses de classe, entre outros.


Um forte abraço a todos, e força na luta! Até a nossa vitória!

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Frei Gilvander: 

Em BH, votar em quem? - Carta de frei Gilvander aos eleitores de Belo Horizonte.

"Nunca se esqueça de que apenas os peixes mortos nadam a favor da  correnteza." (Malcolm Muggeridge)


Prezado/a eleitor/a de Belo Horizonte, dia 7 de outubro de 2012 escolheremos o futuro prefeito de Belo Horizonte e os 41 vereadores/ras para a Câmara Municipal.

Somos seres políticos”, já dizia Aristóteles. Ingenuidade dizer: “Sou apolítico. Não gosto de política. Sou neutro.” Todos nós fazemos Política o tempo todo. Política é como respiração. Sem respiração, morremos. Política refere-se ao exercício de alguma forma de poder, como nos ensina Bertold Brecht em “O Analfabeto Político”. A política, como vocação, é a mais nobre das atividades; como profissão, a mais vil. Urge discernir, resgatar a história do candidato. “Diga-me com quem andas...”. Quem o financia? Quais suas ações no passado e no presente? Urge olhar as ações dos Partidos também.

Para ler o texto completo, clique aqui.

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Eleições 2012- Minas marcha com carneiros e tucanos...

  Marly Gribel

Fiz um levantamento sobre os prováveis vencedores/as das prefeituras de Minas  Gerais nas dez maiores cidades , baseando nas pesquisas de  intenção de votos dos eleitores. São elas: Belo Horizonte, Contagem, Uberlândia, Juiz de Fora, Betim, Montes Claros, Ribeirão das Neves, Uberaba, Governador Valadares e  Ipatinga.

impressionante como o reino dos bichos lidera na maioria das cidades mineiras, ou são tucanos ou são carneiros( entendendo aqui que tucanos e carneiros são do mesmo viés imperialista de Minas e que comanda o feudo há mais ou menos 300 anos) 

Os bichos lideram a capital e seu entorno: Betim e Contagem e mais:   Uberaba, Governador Valadares, Montes Claros, Ribeirão das Neves. Em Uberaba e Montes Claros, pasmem! inclusive quem lidera são conhecidos carneiros do Parlamento homologativo : Antonio Lerin e Jairo Ataíde, inimigos públicos e declarados da Educação e dos professores. 

Minas está mais uma vez homologando o discurso imperial das famílias tradicionais mineiras e mantendo o mesmo esquema de 300 anos- nada para o povo de Minas, tudo para as elites ruralistas ou burguesas de Minas.

Não consigo vislumbrar no horizonte a possibilidade de alguém de terras tão maltratadas/ de povo tão aniquilado se intitular apolítico. Acho que não temos este direito, porque exatamente a política tem feito estragos  avassaladores em nossas vidas( incluo aqui todo  o povo mineiro)  não é possível ficar indiferente ou alheio a isto.

Não é possível que os educadores de Minas não levantarão sua voz, na escola, no bairro, na família, no ônibus, em qualquer lugar que habita um homem para se posicionar a favor deste ou daquele político.

Minas neste momento marcha com tucanos e carneiros( o reino dos bichos)  e eles  comandam as eleições no estado inteiro e  continuarão comandando as nossas vidas como ela aqui se apresenta( um tremendo caos) porque o cerco se inicia aqui, nas bases- nas prefeituras e se fecha lá-  no fosso onde habita deputados e governadores.

Não é possível o silêncio- senão o mal perdurará por mais 300 anos.