Categoria
discute eleições, piso, terço de tempo e condições adequadas de
trabalho
A
categoria dos educadores de Minas discute alguns temas atuais neste
espaço, que foi apropriado pela base da categoria. Entre estes temas estão
as eleições que se aproximam. O que fazer? Votar nulo ou votar
consciente? Ou simplesmente não votar, como defendem alguns colegas?
O
fato é que a eleição brasileira torna-se cada vez mais um momento
nulo, mesmo quando praticamos o exercício do voto e escolhemos uma
das figuras que nos são ofertadas qual leilão mercadológico. Este é
mais bonitinho, apesar de ordinário; a outra é mais simpática,
apesar de cretina; e por aí vai.
Penso
que mais importante do que a discussão acerca da prática do voto
está a discussão da essência da “democracia” que se vive hoje
no Brasil e no mundo, com instituições cada vez mais distanciadas
dos de baixo. Aqueles que elegem são justamente aqueles que são
privados do real poder de decidir os seus destinos. É uma escolha de
algozes, inclusive daqueles que menos mal causarão aos de baixo.
Triste sina, portanto, enquanto todo o sistema não for questionado e
mudado.
Acerca
dos problemas da Educação em Minas, a novidade é que finalmente o
governo de Minas admite cumprir uma das regras da Lei do Piso, a do terço
de tempo extraclasse. Que fique bem claro: apesar da propaganda
contrária, trata-se de apenas um dos artigos, de um conjunto que foi
sonegado, conforme já explicamos aqui exaustivamente. O governo de
Minas e a quase totalidade dos governos não pagam o piso
corretamente. Nossa carreira foi destruída, para que se erigisse, no
seu lugar, um simulacro com nome de piso, mas que na verdade é uma
soma salarial, que engoliu nossas gratificações (quinquênios,
biênios) apesar da lei federal proibir tal prática.
Mas,
consideremos que, ao anunciar o cumprimento do terço de tempo, o
governo de Minas poderá cumprir pelo menos uma das regras da Lei do
Piso. Contudo, ao anunciar tal propósito, o governo não esclareceu
como isso ocorrerá. Por isso achamos importante estabelecer alguns
critérios, de acordo com a lei. Primeiro, o terço de tempo
extraclasse de maneira alguma pode ser usado para que os professores
substituam os colegas em licença ou que tenham faltado ao serviço
eventualmente. A menos que o governo queira pagar para isso, e que seja uma prática de opção dos colegas, não de obrigatoriedade. O terço de tempo extraclasse é para para atividades fora da sala de aula, inclusive em
casa, como ocorre atualmente, já que o trabalho de pesquisa,
preparação de aulas, elaboração e correção de provas, etc., quase
sempre exige tempos e tranquilidade que não se comportam aos muros
da escola.
Por
outro lado, a possibilidade do governo pagar como extensão de carga
horária a atual jornada de 24 horas – o professor receberia por
27 aulas, com a mesma jornada praticada – me parece correta. Já
havíamos defendido esta possibilidade anteriormente. Na prática ela
representa um pequeno reajuste salarial – em torno de 12% – com a
manutenção da jornada de trabalho atual. Claro que isso deve ser opcional, pois alguns colegas professores podem optar por mais tempo extraclasse, dado ao desgaste da dupla jornada. Claro também que isso não substitui o reajuste
de 22% que o governo não aplicou, mas pelo menos é um paliativo momentâneo
para a realidade de baixos salários inaugurada pela gestão de
choques do faraó e seu afilhado.
Mas
a categoria não abre mão de continuar lutando pelo piso salarial na
carreira, pelos reajustes de acordo com o chamado investimento aluno
ano; e cada vez mais, por condições mais adequadas de trabalho.
Nossos colegas diariamente denunciam, neste espaço, realidades de
sofrimento e angústia vividas pelos educadores. O local de trabalho
deveria oferecer um ambiente agradável, de convivência e de
confiança entre as pessoas. Ocorre que as gestões de Educação em
Minas e no Brasil primam por práticas autoritárias, de mandonismo,
de cobranças baseadas em punições. Isso não contribui para criar
um clima de harmonia e respeito entre os colegas e acaba gerando
desgaste emocional e físico, prejudicando sobremaneira os fazeres
dos colegas. Os melhores diretores e inspetores são aqueles que
respeitam os profissionais, tratando a todos com educação, sabendo
ouvi-los, buscando sempre soluções amistosas e consensuais, e nunca a ameaça ou a punição,
como tem sido a prática de uma parcela expressiva de dirigentes.
Nossos colegas educadores, muitos deles, estão adoecendo pela
sobrecarga de trabalho, combinada com os baixos salários e as
péssimas condições. Deveríamos discutir mais este tema e
construir um ambiente que permita a convivência fraternal e crítica,
com absoluto respeito pela diferença, pela participação ativa dos
educadores e estudantes na formulação das políticas e dos
conteúdos aplicados.
Por
último, chamo a atenção para que todos estejam acompanhando o que
acontece no Brasil e no mundo. Cada vez mais as elites dominantes
tentam nos roubar o pouco de espaços conquistados. Estejamos atentos
para não permitir que mercantilizem a nossa alma, já que a vida ao
nosso redor se encontra já mercantilizada, cindida pela frieza e pela indiferença. Precisamos de mais
políticas sociais, de mais participação ativa dos de baixo; que as
comunidades se organizem, se unam e lutem por seus (nossos) direitos
e interesses comuns, de classe. Sem isso, os de cima continuarão
empurrando as crises que eles produzem para cima dos de baixo. Não
podemos pagar mais este preço. Temos direito à Educação pública
de qualidade, à saúde pública decente, à moradia para todos,
transporte público decente, esporte, lazer, e as artes presentes
cotidianamente na nossa vida. São direitos que não caem do céu, e dependem da nossa luta, sempre.
Um
forte abraço a todos, e força na luta! Até a nossa vitória!
***
Frei Gilvander:
Professor Miguel Arroyo defende a greve dos
professores das Universidades Federais. 19/06/2012
Clic no link, abaixo, e assista à entrevista que o prof. Miguel Arroyo concedeu a frei Gilvander.
http://www.youtube.com/watch? v=oIWIqzVu1no&feature=youtu.be
Um abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.
e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br
www.gilvander.org.br www.twitter.com/gilvanderluis
Facebook: gilvander.moreira
skype:
gilvander.moreira
Apoiamos com firmeza o SINDIELETRO E TODOS OS FUNCIONÁRIOS DA CEMIG que lutam contra as injustas demissões e práticas capitalistas da CEMIG. Abraço na luta. Frei Gilvander Moreira.
Cf., abaixo.
"Cemig usa demissão para espalhar o terror
Em 12 dias a Cemig demitiu quatro eletricitários com estabilidade no emprego, sem qualquer justificativa. No dia 1 de junho, a empresa demitiu o técnico de segurança no trabalho mais antigo da Cemig, que também é dirigente sindical, Paulo Marinho.
No último dia 12, três técnicos da base Itambé - Cláudio Coelho, Goethe Eduardo Barroso e Adriana Lúcia de Melo – todos com estabilidade pela atuação na Comissão Interna de Prevenção de Acidente (Cipa) e com mais de 20 anos de Cemig – também foram demitidos sem motivo.
Só uma gestão extremamente irresponsável pode colocar na rua quatro técnicos - todos profissionais sérios e respeitados - apenas para espalhar o medo, aumentando a tensão nos locais de trabalho e o risco de acidentes que já é alto. Só uma gestão focada apenas no mercado e nos acionistas pode usar o lucro de uma estatal para violar o direito constitucional da estabilidade no emprego.
Cobramos respeito aos trabalhadores que construíram essa empresa durante 60 anos. A Cemig não merece o retrocesso que esse gesto extremista representa por colocar em perigo o estado de direito e a democracia. As demissões sinalizam a volta de métodos próprios da ditadura militar. O medo e o terror não funcionaram em 21 anos e não vão funcionar agora.
Nós insistimos na solidariedade, na luta coletiva e no trabalho dedicado que já trouxe tantas vitórias para os eletricitários e para a nossa estatal. A categoria vai ficar ainda mais unida, como tem ficado em todas as lutas para barrar os ataques aos trabalhadores e à empresa pública."
Fonte: http://www.sindieletromg.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=21145:cemig-usa-demissao-para-espalhar-o-terror&catid=300:destaque-grande&Itemid=628
Pelo Fim das
Ameaças e Intimidações a Frei Gilvander Moreira
Belo Horizonte, 27 de junho de 2012.
O
Movimento Nacional de direitos Humanos/MG e o Instituto de Direitos Humanos -
DH, MIDHIA – Comunicação e Direitos Humanos vem pelo presente, repudiar as
constantes ameaças de morte e intimidações sofridas por Frei Gilvander Luis
Moreira, Defensor de Direitos Humanos.
As
lutas empreendidas e bandeiras de direitos humanos levantadas em defesa dos
pobres de Belo Horizonte e de Minas Gerais têm incomodado setores
que há tempos fazem de tudo, para intimidar e calar a voz
deste profeta.
No
último dia 21 de junho de 2012, Frei Gilvander Luis Moreira recebeu uma
homenagem na Câmara dos vereadores de Belo Horizonte, MG, contemplado com o
Diploma de Honra ao Mérito, por indicação do Vereador Adriano
Ventura.
No dia
seguinte à homenagem, o Frei Gilvander Moreira voltou a sofrer
ameaças por telefone. As ligações e ameaças seguiram nos dias 25, 26 e hoje dia
27 de junho. Entre as palavras de ameaças e intimidações o agressor fala
palavrões e sugere que o Frei mude de Belo Horizonte o quanto
antes e que “sua batata já assou”.
Entidades e Movimentos que quiserem poderão socializar
essa informação em suas redes e contatos.
Informamos que estamos tomando as providências necessárias junto as
autoridades competentes, para que sejam cessadas as ameaças e
intimidações. O Frei continua Inserido no Programa de Proteção de
Defensores de Direitos Humanos de Minas Gerais – PDDH-MG, conforme o
Decreto 6.044/2007, em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos
da Presidência da República -SEDH, a Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Social – SEDESE e o Instituto de Direitos Humanos –
Instituto DH.
Assinam: Padre Henrique de Moura Faria - Instituto
DH; Ana Lúcia Figueiredo - MiDHia -
Comunicação e Direitos Humanos -
Gildázio Alves dos Santos - Movimento
Nacional de Direitos Humanos/ MG
TROPA DE CHOQUE NA PRAÇA SETE
EM Belo Horizonte. Que estranho!
Tropa de choque na Praça Sete? Sim. Para quem? Para os
artesãos de Rua. Sob ordem de quem? Da Prefeitura de Belo Horizonte, MG. Que
triste! Que injustiça!
Dias 2 e 3 de julho de 2012, dezenas de fiscais da
Prefeitura de Belo Horizonte - PBH - e policiais, inclusive tropa de choque
estiveram "de plantão" na Praça Sete, coração de Belo Horizonte. Que injustiça!
Considerar os artesãos de rua como camelô/comerciante?!!! Que cegueira! Olhe
para além do próprio dedo e você verá que os artesãos de rua, os
chamados hippies, são possuidores de uma cultura que abrilhanta a convivência
social. Aproxime-se, puxe conversa, ouça, dialogue e você verá que sabedoria com
sabor de liberdade, de vida, guia um artesão de rua. Eles devem ser respeitados
e admirados e jamais reprimidos.
Cf., nos 3 links, abaixo, fotos e textos que ajudam a
entender a questão social que está sendo tratada pela PBH como caso de
polícia.
Abraço terno. Frei Gilvander Moreira.
Rafael
Lage
e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br
www.gilvander.org.br www.twitter.com/gilvanderluis
Facebook: gilvander.moreira
skype: gilvander.moreira