sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Concurso, 14º, reposicionamento para o sindicato chapa branca e o encontro em Vespá


São muitos os temas que vamos abordar de passagem. Mas, só de passagem, porque hoje estou sem muita inspiração. Será o calor e o clima seco? E nem estou com fome ainda. O dia foi muito parado. O que nem sempre é ruim. Aprendi a valorizar os momentos bucólicos. Eles quase sempre prenunciam os momentos de grande agitação.

O meu dia então começou assim, morno, tranquilo. Colocava uma música para tocar, enquanto pesquisava sobre temas diversos na Internet. Tenho o hábito de ouvir uma mesma música muitas vezes, repetidamente, até a exaustão, pois isso me ajuda a ler, a pensar, a escrever e a sonhar. Outra hora preciso do silêncio. E as vezes de variedade musical. Hoje mesmo ouvi um pouco de Jorge Ben Jor, uma pitada de George Harrison, de Beatles, de Caetano Veloso, de Pato Fu e até uma música que ouvi na Guarani outro dia, gostei e copiei pela Internet, de Goldfrapp, "Happiness", cuja voz tem o timbre aproximado da cantora Fernanda Takai do Pato Fu.

E por falar em música, almocei hoje no bar de um primo, que é músico e roqueiro. Perguntei se ele não animava a tocar umas músicas durante o (ou ao final do) encontro dos educadores em Vespasiano, e ele topou. Desde que a gente providencie o carreto dos instrumentos - bateria, caixa de amplificação, etc. Negócio fechado, disse-lhe.

Depois voltei para o bunker e fui informado que um certo sindicato do governo, aquele que é recebido pelo afilhado do faraó e assessores a qualquer momento, havia conseguido uma liminar de um desembargador favorável ao pagamento do reposicionamento exclusivamente aos filiados do tal sindicato. As coisas que acontecem em Minas são impressionantes. Primeiro o faraó e afilhado aprovam uma lei e baixam decreto garantindo o reposicionamento de um determinado número de servidores. Na última hora, o próprio governo alega que não poderia pagar o reposicionamento por causa das eleições. O governo disse que faria uma consulta ao STJ e nada. Aí um sindicato do governo consegue uma liminar de um desembargador que manda pagar exclusivamente aos filiados deste sindicato. Que seriedade têm estes poderes, heim? [Em tempo: leiam atualização deste assunto ao final deste post].

Deixei de lado este assunto e passei a (re)ler os informes dados pelo Sind-UTE sobre a reunião com o governo. O edital do concurso ficou para até o dia 20 de setembro, o que significa dizer que as provas devem acontecer lá para novembro e queira Deus que se consiga homologar o concurso ainda este ano. Talvez a intenção seja esta mesma, a de deixar tudo suspenso no ar, quase que como a nos dizer: se o afilhado for eleito, ele pagará os novos salários dos educadoes, pagará a reposição, homologará o concurso, etc. Agora, se a oposição água-com-açúcar vencer... É uma forma de terror psicológico. Ou seria chantagem? Fato é que as pesquisas mostram que a diferença entre os dois candidatos com maior chance eleitoral caiu. De uma certa forma a oposição tem ajudado, ao elogiar o governo do faraó, como já dissemos aqui em outro post.

E a fração do décimo quarto, ao que tudo indica, vai sair mesmo no quinto dia útil de setembro. Depois do feriado de 7 de Setembro. E dizem que desta vez até os contratados que trabalharam ano passado, além dos efetivados e efetivos concursados, receberão, coisa que não acontecia antes. Acho justíssimo que todos recebam, pois a exclusão de aposentados e contratados era uma puta sacanagem, bem ao estilo do choque de gestão do faraó e afilhado. Mas, eleições provocam milagres. E infelizmente as pessoas têm memória curta e se deixam embriagar por pequenos e breves afagos.

Mas, este é o jogo político, do qual todos os que estão envolvidos na disputa lançam mão. Neste particular, o faraó e afilhado não descobriram a pólvora. Aliás, não inovaram em nada, nem na prática de achatamento salarial, cujo receituário há décadas órgãos como o Banco Mundial, o FMI o BID, entre outros, vêm recomendando aos servis governantes de países colonizados.

Enfim, neste dia sem grande inspiração, vou parando por aqui. Estou com pouco apetite, para escrever ou para devorar algo. Talvez eu prepare uma sopa instantânea, um chá, estou vendo um bolo e uma barra de chocolote bem ali. Se animar eu volto mais tarde, nesta sexta-feira, que não é 13, apesar de ser agosto.

Ah, antes que eu me esqueça: esta prática de cortar os dias de trabalho de colegas que estão em licença-maternidade ou de férias-prêmio é mais um desses absurdos que o governo vem produzindo contra os servidores da Educação. Estas questões do cotidiano de um trabalhador da Educação pública precisam ser discutidas muito seriamente. Não podemos aceitar essas coisas. O Faraó e afilhado já haviam quase proibido as pessoas de ficarem doentes, dificultando ao máximo as licenças médicas. Agora colocam as inspetoras para pressionarem e fazer terrorismo nas escolas, ameaçando disso ou daquilo. Isso não pode continuar assim. Voltarei a este tema num outro momento quando estiver mais inspirado. Os educadores precisam ser tratados com carinho, com respeito, com atenção, pois o clima nas escolas é sempre tenso quando falta um suporte baseado na solidariedade e no apoio, ao invés da pressão e do terror psicológico.

* * *

Incorporo ao texto central a mensagem da combativa colega Adriana, de Vespasino com um comentário ao final:


"Euler, como está? Eu estou moooorrrrrrrtaaaa de tanta reposição. Não tenho sábados de folga e, aos domingos, tento repor alguma energia para a semana que chega. Não acredito em nenhuma possibilidade de mudança na tabela do Anastasia. E o pior, da forma como andam as propagandas eleitorais, o candidato (que não é oposição) vem perdendo espaço. É, amigo, acho que está difícil bons dias chegarem...

Adriana / Vespasiano
".

Cometário do Blog: Olá, brava companheira de luta Adriana! Não podemos desanimar, apesar dos pesares. Sei que o calendário de reposição nos impôs uma carga muito grande, principalmente para quem tem dois cargos. Na próxima greve, com base na experiência atual, vamos fazer uma reposição mais suave e num tempo mais longo. Quanto à nova tabela, acho que podemos alterá-la, se estivermos unidos e prontos para cobrar os nossos direitos organizadamente. Quando a greve deste ano começou eu achava também que não teríamos pique nem para começar a greve, lembra? Fui surpreendido na primeira assembléia. E nós fomos arrastando e atraindo milhares de pessoas para a luta e quando assustamos o movimento estava mais forte do que imaginávamos. Uma coisa maravilhosa. A vida é assim. Ora estamos moídos de tanto trabalhar ou de stress, ora estamos prontos para enfrentar o mundo se necessário for. Relaxe, durma bem, ouça uma música suave e mantenha sua camisa verde abacate limpa e pronta para uso, rsrs. Independentemente dos resultados das eleições, nossas bandeiras serão carregadas e arrancaremos os nossos direitos. Nem que tenhamos que virar Minas Gerais ao avesso.

Um abraço, e força na labuta... e na luta!

* * *

Reposicionamento será pago a 170 mil servidores

Acabamos de ler noticiário no jornal Hoje em Dia que informa que o governo resolveu estender o pagamento do reposicionamento para os 170 mil servidores, e não somente aos 6.500 filiados do sindicato chapa branca como determinava a liminar da (in)Justiça mineira. De acordo com a matéria, o reposicionamento será pago na folha de outubro, retroativo a julho. Os servidores receberão os valores no quinto dia útil de novembro de 2010. A novela do reposicionamento parece estar chegando ao fim, após um longo período de expectativa e decepções dos servidores. Para ler a matéria na íntegra clique aqui.


3 comentários:

  1. O que esperar do novo governo?
    -Se for o Costa, o piso mais biênois e quinquênios com valores menores?( afinal, ele disse que voltaria com biênios e quinquênios, não mencionou que pagaria 5% e 10% por eles)
    -Se for o afilhado, subsidio,com no máximo posicionamento de todos na letra de acordo com o ano com a progressão de apenas 2,5%?
    -Será que algum deles vai cumprir a lei do 1/3 no cargo de 24(16 aulas)?
    -E o cargo de 30, o que o Costa fala sobre ele?
    -Que história é essa de que as vagas da lei 100 não entrariam no concurso, porém, os classificados no concurso teriam direito de escolher essas vagas ao tomarem posse.

    ResponderExcluir
  2. Luciano,

    Seja quem for eleito, não irá alterá o que já está na lei aprovada. É cumprir e pronto.

    O que temos que trabalhar exaustivamente é para melhorar o que foi aprovado (eu particulamente rezei para não ser aprovado).

    Reaver os quinquênios é uma grande possibilidade. Vale transporte (real), tickets alimentação e ou refeição, assistência odontológicas decente; exigir que UEMG e Escola de Governo disponibilizem cursos (graduação, e especialização) direcionados aos profissionais da educação... etc.

    Acredito também que o professor que iniciar no Estado não terá opção quanto a carga horária. Será 30 horas (é bem mais econômico, o professor trabalha mais e ainda substitui o professor ausente. Que maravilha!), a informação em parentese está no comunicado aos servidores no site da educação.

    Quanto as vagas da Lei 100, é o que acontece em concursos anteriores.Eles nunca colocam o número real de cargos vagos para concurso público. Acredito ser uma forma de manter o curral eleitoral.

    Só que tem uma nova Lei que rege os concursos públicos. E sei que uma delas é que não poderá haver outro concurso sem que os aprovados sejam nomeados. Temos que acompanhar cobrarmos isso também.

    Luciano, te faço uma pergunta pessoal. Você é eleitor do AnastaZista? Pois sinto nas entrelinhas que você acredita nele; Sendo que tudo que o governo PSDB prometeu e até publicou, nada foi cumprido.

    E quando cumpre... tem sempre um porém. Nada é aquilo que foi dito.Temos sempre que ficar com um pé atrás com suas meias verdades.

    Ou será Luciano que foi já esqueceu o que temos sofrido?

    De acordo com a nova Lei a sistematica de progressão continuará a mesma, acredito que a tabela seja o marco inicial, na qual não foi aplicado os percentuais 3% e ou 22%. Mas acredito que a cada evolução estes serão adotados.

    Eu comungo com Euler. Temos que melhorar o que temos na mãos.

    Abraços

    ResponderExcluir
  3. João Paulo Ferreira de Assis29 de agosto de 2010 às 18:53

    Prezado amigo Professor Euler

    Veja como o governo de Minas age. No caso das férias-prêmio um dos pontos de desempate é a avaliação de desempenho. Solicitei férias-prêmio e não fui selecionado. Os professores que foram, tem melhor avaliação de desempenho. Agora eles virão com o rombo no seu pagamento, e eu que não fui selecionado não terei problema algum. Veja, Professor Euler, o [des]governo Anastasia conseguiu a proeza de desvirtuar o instituto das férias-prêmio e a licença-maternidade, CASTIGANDO A EFICIÊNCIA e PREMIANDO A MEDIOCRIDADE. E castiga ainda aquelas professoras que precisam de um momento para ficarem com seus bebês, os amamentarem condignamente.
    Veja você prezado amigo. Se eu tivesse sido melhor professor, eu estaria sendo castigado agora. Viveria minhas férias-prêmio preocupado de quanto será o rombo no meu pagamento. Esta atitude mostra o compromisso do Anastasia com a Educação. Quer sucatear as escolas públicas para que os filhos da gente pobre não tenham as mesmas oportunidades que os da gente rica.

    ResponderExcluir