terça-feira, 6 de julho de 2010

Unificar as nossas reivindicações para fortalecer a nossa luta


Os governos de tudo fazem para dividir as categorias, tornando-as presas fáceis para uma derrota. Desde que assumiu o governo em 2003, o faraó e seu afilhado fizeram de tudo para dividir os educadores. Primeiramente, cortaram os quinquênios e biênios para os novos profissionais da Educação. Criaram assim uma situação em que alguns possuem as gratificações citadas e outros não.

Logo depois, implantaram o prêmio por produtividade, claramente com o intuito de dividir a categoria em cada escola, colocando uns em disputa contra os outros, ao mesmo tempo em que mantinham congelado o salário-base.

Sete anos e meio depois, o próprio governo que criou esta situação usa o argumento de que há injustiça em relação às diferentes gratificações percebidas por alguns, e por outros não.

Como resposta a estes ataques do governo, devemos fazer um esforço para unificar nossas bandeiras. Por exemplo: se vamos aceitar o subsídio imposto pelo governo, devemos lutar para que ele seja aprimorado e não iguale a todos os servidores por baixo, no mesmo grau inicial, como está na proposta do governo.

Além da diferenciação por título acadêmico, aceito por todos para o
correspondente posicionamento no nível , a outra diferenciação é uma conquista histórica que consta inclusive da constituição federal: a valorização pelo tempo de serviço prestado. O tratamento, neste caso, precisa ser igual para todos, na proporção do tempo de cada servidor.

Quem entrar hoje na carreira, deve saber que daqui a 10 anos ele estará posicionado num grau correspondente a este período de tempo. Da mesma forma, quem já é servidor no estado há 5, 10 ou 20 anos deve ser posicionado num grau que corresponda a este tempo. Qualquer coisa diferente disso não pode ser aceito e toda luta deve ser travada para que se faça justiça. As leis podem ser alteradas, desde que se tenha força para fazê-lo.

Em relação à gratificação como o quinquênio, nossa sugestão é a de que a nossa luta seja pela manutenção do mesmo, inclusive para os novos servidores - tanto os novos que entraram após meados de 2003, quanto também para os novatos que entrarão em 2011. Não podemos aceitar tratamento diferenciado para a carreira que é comum, pois isso nos divide e enfraquece a nossa luta.

E esta é uma boa oportunidade para que a categoria se reencontre em torno de bandeiras comuns. Se em 2003 o governo do faraó e seu afilhado conseguiu retirar este direito de uma parte da categoria e não houve, na época, condições de reação de toda a categoria, agora que o governo retira este direito do restante da categoria está na hora de todos nós nos unirmos para lutar pelo retorno desta gratificação para todos, antigos e novos servidores.


Assim, o aprimoramento do subsídio passa por pelo menos quatro elementos básicos:

1) o reajuste anual de acordo com a inflação (pelo menos), realizado em janeiro de cada ano,

2) o posicionamento do servidor da educação de acordo com o tempo de efetivo exercício na carreira,

3) a manutenção do quinquênio para todos os servidores (efetivos, Lei 100, contratados, novos e antigos),

4) a manutenção dos percentuais de promoção (22%) e progressão (3%) nas novas tabelas.

Outras bandeiras podem e devem ser acrescentadas, todas elas voltadas para unificar as nossas lutas em torno de interesses comuns.


Com estas mudanças, o subsídio torna-se aceitável. E isso dependerá exclusivamente da nossa unidade, mobilização e luta. Já conquistamos um pequeno aumento de salário para janeiro de 2011, graças à nossa maravilhosa greve dos 47 dias e mobilizações e negociações posteriores. Se quisermos, se não nos acomodarmos, teremos força e sabedoria para arrancar as outras conquistas.


P.S. Os bravos companheiros de Venda Nova, segundo nos informa o colega Igor Andrade, estão se mobilizando para cobrar dos candidatos ao governo um compromisso público em relação à educação em Minas. O Sind-UTE, como foi aprovado em assembléia da categoria, também fará o mesmo. Mais até do que cobrar um posicionamento dos candidatos, seria importante levar uma pauta de reivindicações para que os candidatos subscrevam-na e que este documento seja registrado em cartório e divulgado publicamente para posterior cobrança. De qualquer forma, concordando ou não com as nossas reivindicações, seja quem for o eleito, sentirá ele o peso da nossa mobilização caso se recuse a encaminhar aquilo que reivindicamos.

6 comentários:

  1. Euler, são tantos os assuntos pendentes e promessas não cumpridas, que foram adiadas para 2011 que meu maior "medo" agora, é que todo esse acúmulo não possa (ou queira) ser cumprido pelo novo governo.
    Me baseio no que ocorreu com o grupo de professores que fez concurso na época da gestão do governador Hélio Garcia, (no qual me incluo)que foi derrotado na eleição seguinte pelo nosso "inesquecível" Newton Cardoso, que não nomeou ninguém. Essa nomeação só ocorreu no retorno de Hélio Garcia, que em meio a muitos whisky's fez esse "favor" aos concursados de seu governo anterior.
    Me deixa muito ansiosa e profundamente triste a situação que nós educadores da rede estadual nos encontramos nesse momento.

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  2. Olá Colega...Boa tarde!!!! Bom que ainda existem pessoas com energia para luta.Depois de 31 anos, estou exaurida de qualquer esperança.Não só por parte dos governantes, mas em relação ao respeito de colegas mais jovens,( que por sinal foram meus alunos todos eles...). Excesso de cobrança,Nenhuma motivação...mesmo quando conseguimos ótimos resultados, fazem o possível para tirar todo nosso mérito. Cansei de brigar pelos outros e até mesmo por mim. A única "luta" a que me disponho é tirar o máximo possível de votos dessa turma aí. Que suas forças sejam renovadas, seus esforços recompensados e que sejam iluminados sempre.

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  3. Olá Euler:

    Aqui em Uberlândia na minha escola todos estão muito apreensivos e revoltados com o não reposicionamento, tão esperado, e tb com a nova carreira que não valoriza o nosso tempo dedicado a educação. Para mim que já fui penalizada com o corte dos biênios e quinquênios, devido ao afastamento de mais de 300 dias n 2º cargo, não é novidade.
    Concordo com todas as reivindicações apresentadas por você, não podemos deixar que a nossa classe fique dividida, e que as conquistas sejam para todos, valorizando a nossa dedicação, e o nosso tempo.

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  4. Reorganizar a carga horária é outra bandeira, muitos professores podem ter ano que vem um cargo de 24 e outro de 30(38 aulas e pelo menos 7 de modulo II em uma ou duas escolas e somente 9 para planejar).Essa quantidade de aulas, pouco tempo de lazer e planejamento remunerado vem prejudicando a saúde de muitos educadores que ficam tirando constantemente licença.Temos que lutar para trabalhar no máximo 40 horas sendo que entre 24 ou no máximo 28 horas aulas por semana.Euler, você concorda em incluir essa bandeira as demais?
    ass: Luciano, História

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  5. Euler,

    Bom dia!
    Sou de Itajubá no Sul de Minas. Venho acompanhando religiosamente seus comentários aqui no blog. Muito esclarecedor.
    Por aqui a maioria das escola parou por ocasião da greve. E agora depois de mais uma decepção que foi o reposicionamento até colegas que não tinham parado querem aderir ao ato do dia 13.
    Tenho 20 anos de sala de aula e estou extremamente desanimada.
    Penso em fazer um adesivo e colar no carro contra os candidatos tucanos. Pelo menos todos saberão da minha indignação.
    Mas agora me diga, como ficou a história do reposicionamento depois da consulta ao TSE.
    Parabéns pelo blog.
    Abraços.

    Cidinha, Matemática.

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  6. Euler,
    Vc não tem ideia do quanto esclarecedor tem sido o seu blog para nós professores do interior de MG!Tem sido através dessas leituras diárias que nos informamos do que anda acontecendo com a nossa categoria...PARABÉNS!Apesar de tanta decepção e desvalorização por parte do governo,eu ainda acredito que podemos mudar essa realidade..."VAMOS JUNTOS,VAMOS DE MÃOS DADAS"...

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