segunda-feira, 28 de junho de 2010

Deputados do governo confirmam voto contra as emendas dos educadores



Quando chegamos, João Martinho e eu, por volta de 11h na ALMG, de longe enxerguei uma multidão de gente com roupa preta. Pensei: devem ser os anarguistas e os punks, todos meus amigos, e nós vamos botar pra quebrar.

Mas, era só uma visão de ótica, sinal de que preciso usar óculos. Era um pessoal de preto, isso era, mas era da Polícia Civil, centenas deles. Pensei: será que vieram me prender? Vai precisar de mais gente para tanto. Mas, não. Eles não estavam nem aí pra mim, e a recíproca é verdadeiríssima. Na verdade, lá estavam os policiais civis brigando por uma PEC e pela valorização da carreira. Tá certo. Pelo que conversei com alguns deles, eles se sentiam prejudicados e ameaçados de não ter atendidas as reivindicações em função de uma suposta articulação da PM. Mas, essa não é minha praia, por isso, boa sorte pra eles e voltemos à nossa luta, a dos educadores.

Nas galerias, como já era esperado, havia poucos educadores. Seja pela inconveniência do horário, pela frustração com o legislativo - que votou contra todas emendas da oposição no primeiro turno -, ou pelo desgaste mesmo, de ir para aquela Casa que ainda NÃO é do povo e sim das elites dominantes e dos governadores de plantão.

Mas, os poucos colegas que lá compareceram não deixaram barato. Xingaram o que puderam o Lafaiete, o Mauri Torres, o Pinduca, enfim, a toda a turma que encarna a base do governo que lá está para dizer amém a tudo o que o governador manda.

Nos contatos que fiz com os bravos colegas, o sentimento era comum: um misto de frustração, mas com grande disposição de continuar a luta. E nunca é demais repetir: a nossa luta criou um outro cenário para a Educação e para os educadores de Minas. Vejamos:

- As novas tabelas salariais, que ainda estão muito aquém do que merecemos, mas que representam um aumento real de salário foi fruto da nossa luta.

- A inclusão no projeto do governo do reajuste anual dos salários, também foi fruto da nossa luta.

- E finalmente, a antecipação do pagamento dos novos salários (subsídios) de março para janeiro de 2011, igualmente foi resultado da nossa mobilização.

A Lei aprovada, que será sancionada pelo governador, ainda contém muitas injustiças, entre as quais: a retirada das gratificações, como quinquênios e biênios; o posicionamento no grau A da maioria da categoria, desconsiderando o tempo de serviço prestado; e a redução dos percentuais de promoção e progressão nas carreiras, respectivamente de 22% para 10% e de 3% para 2,5%.

A nossa luta daqui pra frente poderá reconquistar a maior parte daquilo que nos foi tirado. Seja através da justiça (geralmente morosa e pró-governos), seja através de greves e mobilizações (o caminho melhor, mais confiável e rápido para arrancar conquistas), ou ainda através de negociações sindicais com o próximo governo e o próximo parlamento estadual - todas essas lutas, de forma combinada ou não.

É preciso ainda considerar a nossa participação nas eleições de outubro. Nós, os 250 mil educadores, não temos o direito de esquecer o rosto e o nome de todos aqueles deputados que votaram contra as emendas que restabeleciam nossos direitos -
ou se omitiram não comparecendo na ALMG. É preciso elaborar uma Lista Suja da Educação Mineira, apontando aqueles candidatos que não merecem o voto dos educadores, dos familiares dos educadores, dos alunos (maiores de 16 anos) e dos pais de alunos. Nada menos do que 2,5 milhões de eleitores, capazes de varrer da política a escória que serve apenas aos interesses dos poderosos e não respeitam, nem defendem, a Educação pública e as carreiras da Educação.

O nosso troco a estes deputados e ao faraó e seu afilhado político ocorrerá em outubro. Mas, a nossa luta vai além disso. E sobre isso eu falo depois, na parte final da análise que comecei a elaborar, pois agora tenho que ir para a escola.

Um abraço a todos e a luta continua, sempre, sem trégua, porque não vamos desistir jamais dos nossos direitos e de uma sociedade melhor e mais justa!

3 comentários:

  1. vamos divulgar em letras visiveis,legíveis e nos reunir e propagar com força os nomes dos traidores da educaçao e do progresso em Minas Gerais. O povo de Minas Gerais tem de saber claramente quem sao ops políticos votados pela sociedade mineira e o que eles pensam e como agem. isso e a verdadeira democracia e aula de cidadania no espaço social da luta.temos que revelar nossas lutas ,conquistas e o fracasso no interior da escola. chega de falsificar ,ofuscar a triste realidade do contexto da educacao.Hoje um educador passa fome,perde direitos, sabe o que é nao ter acesso a saude,lazer,segurança,moradia,comunicaçao,digni
    dade, receberemos todas os méritos no céu.Deus provê o que o homem é incapaz de reconhecer e atender.Oh céus!!!

    ResponderExcluir
  2. OI EULER!
    REALMENTE A NOSSA GREVE NÃO FOI EM VÃO!
    A PRESSÃO CONTRIBUIU PARA MELHORAR UM POUCO AS COISAS PRO LADO DOS EDUCADORES, VISTO QUE AINDA NÃO TÍNHAMOS NADA DE CONCRETO E AGORA TEMOS ESSES GANHOS QUE VC CITOU ACIMA, NO SEU BLOG.NÃO FOSSE A GREVE, SABE DEUS QUANDO ALGO PODERIA MELHORAR UM POUUUUUUUQUINHOOOO ( À PASSOS DE TARTARUGA!).
    PENSO QUE NOVAS CONQUISTAS VIRÃO E QUE É NECESSÁRIO IRMOS DE MÃOS DADAS, POIS A FORÇA E AS VITÓRIAS SÃO CONSEQUÊNCIAS DESSAS ATITUDES CONSCIENTES. SOMOS FORMADORES DE OPINIÃO E VAMOS SEGUIR BUSCANDO O MELHOR PARA NOSSAS VIDAS E PARA O NOSSO ESTADO. VAMOS FAZER CAMPANHA CONTRA TODOS ESSES QUE NOS DESRESPEITARAM E QUE NÃO NOS VALORIZARAM.QUEM SABE, RETORNAREMOS ÀS GREVES FUTURAS PARA QUE CHEGUEMOS A ALCANÇAR UM POUCO MAIS DO QUE MERECEMOS. DE QUALQUER FORMA FOI MUITO BOM ESTAR, EM ESPÍRITO, COM TODOS VCS QUE LUTARAM POR TODOS NÓS DA EDUCAÇÃO; INCLUINDO TODOS AQUELES QUE NÃO QUISERAM NOS DAR AS MÃOS, MAS QUE RECEBERÃO UM POUCO DE NOSSAS CONQUISTAS. A VIDA É MESMO ASSIM...
    ABRAÇOS A TODOS E OBRIGADA, ESPECIALMENTE A VC EULER! ESTAREI SEMPRE ACOMPANHANDO-O PELO BLOG.PARABÉNS E SORTE!
    VANDA SANDIM

    ResponderExcluir