quinta-feira, 22 de agosto de 2013

E o debate sobre a Educação prossegue. Apesar da urucubaca que colocaram em Minas, o país

E o debate sobre a Educação prossegue. Apesar da urucubaca que colocaram em Minas, o país
 
Eu não tenho dúvida: lançaram uma urucubaca em Minas. Nem manifestação de rua contra o governo do estado acontece mais. Greve nem se fala, né? No Rio, a rebelde juventude não dá trégua para Cabral. E é mais que merecido, tendo em vista que o governo de lá deixou a Educação e a Saúde para último plano, investindo na propaganda da tal pacificação nos morros. Paz não se constrói com polícia, mas com política social: Educação pública de qualidade, saúde pública decente, lazer e cultura ao alcance de todos. Investir em gente, em primeiro lugar. Em São Paulo também a moçada vai pra rua protestar, agora contra as tais propinas das obras do metrô durante os 20 anos de reinado dos tucanos. Mas em Minas, outro país, o governo pode pisar e desfazer dos educadores, como aconteceu com a política de destruição da carreira dos profissionais da Educação e do não pagamento do piso salarial. E nada acontece, pois jogaram uma urucubaca no território mineiro.

Durante as nossas greves de 2010 e 2011, foi proposto aqui no blog que pedíssemos às 13 almas para que elas interferissem no plano terrestre, mais precisamente em Minas, em favor dos educadores. Acredito até que as 13 almas chegaram a analisar os nossos pedidos, mas, quando se aproximaram do território de Minas e passaram pela Cidade Inadministrável, deram-se conta de que aqui a coisa era pior até do que elas imaginavam. Simplesmente desistiram. E disseram: aqui, nem reza brava em noite de lua cheia resolve o problema. É muito carma acumulado. Um pedaço de terra que nos últimos 30 anos foi governado por figuras como Tancredo, Hélio Garcia, Newton Cardoso, Eduardo Azeredo e fechando o ciclo com o faraó e seu afilhado, é dose cavalar, para alma nenhuma dar conta, por mais generosa que seja. Muitas gerações talvez tenham que sofrer, penar, para purgar tamanho peso.

Mas não se deprimam por isso. Quando acharem que tudo vai mal, basta ouvir as rádios e TVs de Minas. Todas elas apontam um estado de graça para o nosso estado-país. Uma das propagandas, que tem sido martelada dia e noite, é aquela velha ladainha neoliberal, segundo a qual, Minas economiza nos gastos com a máquina do estado para sobrar mais dinheiro para investir em favor do cidadão. É de doer ouvir isso a cada minuto. Dizem que vão cortar / economizar R$ 1 bilhão este ano. Ora, o que fizeram com os R$ 9 bilhões nos últimos nove anos de governo quando não houve tal corte? Bem que essa soma daria para pagar o nosso piso e ainda sobraria algum trocado.

Para a mídia mineira e nacional, o governo federal faz tudo errado, enquanto o governo do estado é perfeito. Tudo bem, o governo federal comete erros também, e muitos. Um deles? A omissão em relação ao monopólio da mídia. Querem outro? Os gastos com a dívida pública e o abandono de uma política para a Educação básica, que está morrendo. Mas, e os outros partidos e governos? É a tal história do chamado mensalão do PT - o único caso julgado pelo STF, com repercussão nacional durante as eleições. E os mensalões dos tucanos - privataria de FHC, mensalão dos tucanos mineiros, propinoduto dos tucanos de São Paulo, etc.? Quando é que terão o mesmo tratamento daquele dispensado ao PT? Todos sabem que não morro de simpatia por nenhum partido, que não apoio nenhum governo, que fui crítico e continuo denunciando a omissão dos diversos governos e partidos em relação ao não pagamento do piso dos educadores. Mas é duro ver diariamente o tratamento desigual e partidário que a mídia eletrônica, que é uma concessão pública, reproduz. Com total falta de respeito pela inteligência das pessoas comuns.

O bom de tudo é que a gente vive no dia a dia no meio de pessoas comuns, gente simples igual a gente. São alunos, são pais de alunos, são pessoas da comunidade, cada qual com sua história, seus sonhos, por mais simples que sejam. Até nisso, temos uma mídia imprestável, que só reproduz o lado negativo, de violência, de crimes, além dos enlatados norte-americanos. Tanta coisa boa acontece diariamente nas comunidades de Minas e do Brasil, tantos talentos, mestres de ofício - riquíssimo patrimônio cultural - que poderiam servir de exemplo positivo, mas que passam despercebidos pela programação inútil dessa mídia.

Portanto, apesar da urucubaca, e das 13 almas terem desistido de dar um jeito em Minas, ainda acredito nas pessoas comuns, que reconstroem as esperanças a cada momento. É essa força que vem de baixo, que parece não existir, mas que está lá, está aqui, é nela que boto fé. Essa gente brava ainda vai escrever outra história, em Minas, no Brasil e no mundo. Sai urucubaca!

Um forte abraço a todos e força na luta! Até a nossa vitória!
                            ***

Frei Gilvander:

Testamento-testemunho de Dom Antônio Fragoso, ex-bispo de Crateús, CE.

Observação de frei Gilvander.
Em setembro de 1998, enquanto eu fazia o mestrado em Exegese Bíblica, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Itália, tive a alegria de encontrar no Colégio Internacional dos Carmelitas, em Roma, dom Antônio Fragoso, que no alto dos seus 78 anos contava sobre sua atuação missionária com um entusiasmo contagiante. Dizia se referindo a várias pessoas: “Esse tem uma cabeça arrumada.” Eu não tinha dúvida de que estava diante de um profeta, um homem do Deus dos pobres e dos pobres de Deus. E não sei bem porque, dom Antônio Fragoso me entregou uma cópia de um “Testamento-testemunho espiritual dele”, que eu guardei com muito carinho, depois digitei e o conservo no computador e, principalmente na minha memória e no meu coração como um bússola que me inspira. Eu já o partilhei com algumas pessoas, mas, agora, estimulado por Manoel Soares Martins, que me pediu cópia do “Testamento de dom Antônio Fragoso” se apresentando como “juiz de direito aposentado e filho de Crateús, Estado do Ceará, onde o nosso eterno e saudoso dom Antônio Batista Fragoso foi o Primeiro Bispo de nossa querida Diocese.” Pelo pedido de Manoel, Deus conosco, e também por ter ficado emocionado ao reler o “testamento-testemunho de Dom Antônio Fragoso”, eu estou disponibilizando-o agora na internet a partir de www.gilvander.org.br na certeza de que vai fazer um bem enorme a muitas pessoas que o lerão e meditarão sobre o sentido da vida. Obrigado, dom Antônio Fragoso, que já partilha vida em plenitude, envolvido no infinito mistério de Amor que é nosso Deus, o Deus da vida e dos pobres. Abraço terno. Frei Gilvander Luís Moreira.
Segue, abaixo, um Testamento-testemunho de Dom Antônio Fragoso, ex-bispo de Crateús, CE, organizado em sete partes eloqüentes.

Testamento-testemunho de Dom Antônio Fragoso, bispo de Crateús, CE.

1. DADOS PESSOAIS
Antônio Batista Fragoso.
Nato em 10/12/1920, dia dos Direitos Humanos, em Teixeira, Estado da Paraíba, Brasil.
Ordenado sacerdote, em 2 de julho de 1944, no Seminário da Paraíba.
De 1947 a 1957, Assistente da Juventude Operário Católica (JOC), para os Estados do Nordeste Brasileiro.
Ordenado bispo, em 30 de maio de 1957.
Bispo auxiliar, na Arquidiocese de São Luís do Maranhão, de 1957 a 1964.
Bispo Diocesano de Crateús, Estado do Ceará de 1964 a 1998.
Padre conciliar, no Vaticano II, em 1962, 1963, 1964 e 1965.
Bispo Emérito de Crateús, desde de 17 de fevereiro de 1998.

2. BISPO.
    A JOC me abriu os olhos para a realidade do mundo dos pobres (que, depois, chamados de Empobrecidos e, posteriormente , Excluídos).
    A Teologia dos tempos de Seminário eu a levei a sério com a "paixão" dos tempos de juventude. Mas não consegui ILUMINAR minhas práticas e os "sinais dos tempos", pois ela era mais "doutrinária", dedutiva.
    A metodologia Jocista - do VER, JULGAR e AGIR - vem testada nas experiências dos Militantes e Assistentes da JOC, me ajudou a partir da "Realidade", perceber o seu "sentido e a presença do Reino sob sinais  e a me confrontar com uma Prática Transformadora.
    A notícia da minha escolha para o Episcopado me apanhou de surpresa, convencido que a JOC era o meu futuro. Apelei para o Papa. A nomeação, enviada para mim, no início de dezembro de 1956, só foi publicada em março de 1957.
    É voz corrente (quem sabe desses segredos, com segurança?) que Dom Helder Câmara "sugeriu" à Nunciatura apostólica diversas idas e vindas da Ação Católica Especializada. Lembro-me de que, no Vaticano II, quando Monsenhor Joseph Cardajn foi escolhido Cardeal, nós , os Assistentes da JOC lhe oferecemos um almoço afetuoso. Éramos 18.
    Bispo Auxiliar do Arcebispo Dom José de Madeiras Delgado, tentei fazer UNIDADE com ele, mesmo se éramos diferentes, na nacionalidade e na visão da Igreja e do Mundo.
    Ele me confiou o acompanhamento da Ação Católica Especializada (JOC, JEC, JAC, ACO) e da Pastoral Catequética com as bênçãos e o apoio aberto dele, foi possível promover, em 1958, 1959 e 1960, uma SEMANA CATEQUÉTICA mobilizadora, em cada uma das 60 paróquias da Arquidiocese.
    É bom ter em vista que a, então, Arquidiocese de São Luís cobria as Paróquias  das posteriormente criadas Dioceses da  Viana, Bacobal, coroatã e Brejo.
   
3 - O VATICANO II.     
    Facto convocadas. Dependiam da anuência do Bispo Diocesano. Eu tive a graça de ser plenamente autorizado por Dom José de Medeiros Delgado para participar do Concílio em 1962, 1963 , em 1964 e em 1965 eu já era Bispo Diocesano de Crateús.
    O Vaticano II  marcou fundo a minha vida. O horizonte eclesial se alargou às dimensões dos 4 continentes.
Foi nos oferecida a oportunidade da renovação teológica, por meio de mais de 70 conferências-Debates de Expertos do 1o time teológico do mundo;
Deu-se a queda das imagens tradicionais de Igreja - Igreja Pirâmide  e Igreja centro e periferia - que foi proclamada como a comunidade dos Discípulos de Jesus, todos fundamentalmente iguais, onde a "autoridade" se torna diaconia;
Aprofundou-se o diálogo da Igreja com as "Realidades Terrestres";
O Vaticano II teve dificuldades de acolher o pedido  de João XXIII: apresentar ao mundo  um ROSTO NOVO DE IGREJA, sobretudo da IGREJA DOS POBRES;
Nos bastidores do Concílio, um grupo de Bispos se reunia no Colégio Belga e tematizava a identidade entre Jesus e os Pobres, ensaiando a compreensão das conseqüências sociais, políticas, culturais e místicas dessa identidade;
Ficou-nos a certeza de que o Vaticano II não era o ponto de chegada, mas o ponto de partida de um processo exigente de conversão pessoal e eclesial.
O Antônio Fragoso, que saiu do Concílio, não era mais o mesmo que nele entrou, em outubro de 1962.
Nunca direi demais a Deus toda a minha gratidão por ter sido e continuar sendo PADRE CONCILIAR.

4. EM CRATEÚS.
O Vaticano II me interpelou e se esvazia, se os cristãos e sobretudo o Episcopado não o puserem em prática.
As tentações chegam, previstas ou inesperadas. A "saudade das panelas do Egito", a recuperação do pré-concílio, a "restauração" de uma modernizada neo-cristandade podem gerar o "desencanto" até nos mais ardentes, sepultar a memória do acontecimento, levar a proposta de "hermenêuticas" ideologizadas (talvez, bem intencionadas).
O desafio é este: como assumir o processo conciliar, articulando a Comunhão Evangélica de Igreja e a Ousadia profética?
    A Igreja de Crateús, situada no sertão árido nordestino (os Sertões de Crateús e dos Inhamuns), também se sentiu desafiada e extremamente frágil para o sopro inspirador do Vaticano II (não dando?) referencial para ninguém, mas, expressamos o desejo de dizer "sim" ao Apelo do Concílio.
1.Buscou assumir um "rosto rural", priorizando o anúncio da Boa Nova aos Pobres, por vezes, dando pretexto às queixas das "classes Médias tradicionais”.
2.O Bispo com mais boa vontade do que “Know-how" não quis revestir a "figura histórica e popular de BISPO", mas ir se tornando companheiro e irmão.
3.Todas as decisões pastorais eram discutidas longamente com os leigos, as Religiosas e os Padres. O Bispo não quis prevalecer-se de seus "poderes canônicos" para destacar seu voto ou sua decisão, mas habitualmente aceitou que o voto de qualquer dos Leigos e Presbíteros fosse igual ao seu.
4.Desejando ser uma comunidade de discípulos, SEM PODER como Jesus, a Diocese recusou Ter OBRAS (Colégios, Escolas, Rádio, Hospitais). As obras, se necessárias forem, devem ser iniciativas da "comunidade" e não do Bispo, do Padre, da "Diocese", da "Paróquia".
5.A Diocese de Crateús, muito pobre, depois de experimentar, durante 10 anos, pedir DINHEIRO/AJUDA às "Agências doadoras" católicas e/ou não governamentais decidiu, sem muita unanimidade (!) não mais fazer projetos para o Exterior ou para o governo do País. A ideia inspiradora era esta: "uma mulher, um homem, crescem quando DÃO DE SI, não quando estendem a mão para receber".
6.A Diocese decidiu não fazer um "Seminário menor". Até mesmo chegou a pensar que "o coração da Diocese não é o seminário, mas a formação/educação da fé da comunidade, com seus Ministérios. Das Igrejas vivas na base nascerão, quando o Espírito soprar, VOCAÇÕES ORDENADAS E CONSAGRADAS suficientes.
7.Muitos Cristãos pediam "Espiritualidade", "Mística", "Nutrição da Fé", calor do coração na Liturgia", mas não aceitavam que a Fé movesse os Cristãos para o combate pela Justiça, para uma Prática transformadora e radical.
8.A Diocese assumiu a responsabilidade de lutar para que os Cristãos tivessem duas pernas sãs e articuladas: a perna da Experiência de Deus e a perna do combate pela Justiça. Esta opção trouxe tensões e afastamentos dolorosos.
9.Nos seus 34 anos, a Igreja de Crateús reconhece que está só NOS PRIMEIROS PASSOS de vivência da Inspiração do Vaticano II.

5. VIOLÊNCIA E NÃO-VIOLÊNCIA.
    A Igreja de Crateús não é uma ILHA, cujas pontes para "invasão" de idéias e propostas culturais estivessem cortadas.
    A consciência da MISÉRIA (= Pobreza, Empobrecimento, Exclusão) leva facilmente, à INDIGNAÇÃO ÉTICA.
    A indignação ética é o primeiro passo necessário para o combate pela Justiça e pode-se abrir para a SOLIDARIEDADE ATIVA ou para VENCER A VIOLÊNCIA do Sistema com a violência popular.
    As últimas cinco décadas "empurraram" mais no sentido de combater a violência com a violência.
    Ultimamente, emergem Apelos para a Solidariedade (= "novo nome da Paz?").
    Em Crateús, fortemente marcada pela injustiça e a opressão, a tendência dos intelectuais"  e dos "Ativistas" era a "Revolução armada". Não havia estratégias  com armas, havia mais "idealismos"  e discursos.
    Eu fui muito motivado por homens como Gandhi, pelo "movimento Internacional de Reconciliação" (Jean Goas e Hildegard Gon Mayer), pela  "irmandade do servo sofredor" (Bispo do Padre Alfredinho Kunz), pela "pressão Libertadora" (Dom Helder Câmara) pela "Firmeza Permanente" (Dr. Mário Carvalho de Jesus).
    Não consegui convencer a maioria da Diocese de que o combate pela Justiça, NÃO VIOLENTO, inspirado na Força Libertadora do Amor, era a Esperança. Ninguém queria a Revolução Armada, mas tinha medo de que a "Não Violência "fosse negativa, acomodada, "inocente".
    Chego a pensar que a maioria da população da Diocese tem práticas não-violentas, mas é carente de EDUCAÇÃO para a ATITUDE solidária, que recusa usar as armas dos opressores.

6 – MONSENHOR BETTAZZI E PAZ CHRISTI.
    Não é meu propósito falar do meu colega do Vaticano II, Monsenhor Luigi Bettazzi, Bispo de Ivrea, e Nem da "Fraternidade dos Pequenos Bispos", que cerca de 20 Padres conciliares organizamos, durante o Concílio, como um pequeno grupo de Amizade e mútuo apoio, inspirado no Irmão Carlos de Foucauld e sua Espiritualidade, dos 20, 9 já se foram para a casa do Pai. Eram do Vietnam, da Coréia do Sul, da África, da Alemanha, da França, os outros, ainda sobreviventes, DAMOS GRAÇAS a Deus por este grupo.
    Quero falar do testemunho de Monsenhor Bettazzi em favor da PAZ (= Pax Christi).
    Monsenhor Bettazzi foi sempre um bispo da Solidariedade ativa não violenta e da Profecia audaciosa. Nem sempre encontrou compreensão a que tinha direito.
    Lembro-me das suas posições pela autodeterminação do Vietnã na Mídia ocidental.
    Lembro-me de suas abertas e corajosas mensagens, nos congressos da Pax Christi italiana e da Pax Christi internacional. 
    Lembro-me de seus livros deliciosos de ler, interpelantes para os que querem sair do "status quo" ou de atitudes sectárias, especialmente o denso e profético "La Sinistra di Dio".
    Lembro-me da Visita Pesquisa à América Central e da publicação contraditada do relatório.
    Sinto-me gratificado por ter Monsenhor Bettazzi como Amigo e Irmão e como um militante não violento da PAZ.

7 - ESPERANÇAS PARA O FUTURO.
    Um homem com quase 78 anos ainda pode ter esperanças "concretas"?
    Sou filho de um sertanejo paraibano muito pobre, que foi sempre um sonhador incorrigível, "jovem aos 90 anos carregando utopias mobilizadoras”.
    São estas algumas das minhas esperanças:
Uma Igreja com ROSTO DE POBRE, comunidade de servidores de Jesus, sem poder, vivendo a mística do serviço de "lavar os pés" da humanidade, principalmente dos pobres, conheço muitos testemunhos. Por isto, sei que é possível.
O ministério dos Cristãos que, na Igreja Católica, unem a comunhão eclesial evangélica e a profecia explícita. Quem não se lembra do Padre Haering, do Arcebispo John Quinn, do Padre Tissa Balasuriya, de Monsenhor Oscar Romero, de Monsenhor Ivan Girardi, da multidão dos catequistas e celebradores da palavra nas CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), dos milhões de mártires "anônimos" no combate pela justiça?
As CEBs - pequenas Igrejas Vivas na Base - de tipo rural e, no futuro, de tipo urbano em que unem, no cotidiano "anônimo" a maior fidelidade ao Evangelho e a teimosia profética.
O pluralismo de rastos da Igreja vinda de Teologias, de Liturgias, de formas de ser PADRE ensaiando, já na História presente, a UNIDADE NA DIVERSIDADE.
A invenção  de realizações históricas da UTOPIA SOCIALISTA, que os assim chamados "SOCIALISMOS REAIS" experimentaram e traíram e a "globalização" se gloria de havê-lo sepultado definitivamente.
A resistência multissecular dos Indígenas, dos Negros, das Mulheres, dos Sem poder e que não é resgatada pela opinião pública de hoje, mas faz tremer o sistema global que o "ignora" e o "escanteia".
Estas ESPERANÇAS "CONCRETAS" estão fazendo o seu caminho e NINGUÉM vai impedi-los  de florescerem e frutificarem, no tempo que o Espírito programa.

                      Antônio Fragoso,
Bispo Emérito de Crateús. João Pessoa, Paraíba, Brasil, 15 de setembro de 1998.

Um abraço terno na luta
Frei Gilvander Luís Moreira
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